YAKUZA – 7º Capítulo
Pode piorar isso? –Hayori falava sozinha tentando se levantar-
Hayori? –Yankee se abaixou ao seu lado- Você está bem?
Rânia revirou os olhos e bufou.
Hayori:- Acho que ralei meu braço. –olhava para os lados- Preciso da minha blusa!
Yankee:- Sua blusa já era com a batida ela caiu naquela poça de água. –apontava-
Hayori se desesperou, por sorte estava de noite e seus longos cabelos cobriam suas costas e seu braço.
Eu preciso de uma blusa! –disse desesperadamente- Não posso voltara para casa sem blusa.
Yankee tirou sua blusa:- Se quiser usar a minha!
Hayory pegou a vestindo rapidamente.
Yankee:- Mas o que é que você tem?
Hayori se levantava:- Pneumonia. –saiu andando-
Yankee e Rania observavam Hayori que caminhava com alguma dificuldade.
Será que ela está bem mesmo? –Yankee perguntou-
Rania:- É claro que está, nem sei por que emprestou a sua blusa para essa garota irritante! Vem vamos embora.
Yankee:- É. Vamos.
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Hayori chegou a sua casa, não era muito tarde, mas seus pais já estavam deitados e seu irmão provavelmente estava na quadra de basquete. Entrou silenciosamente subiu as escadas, entrou em seu quarto e fechou a porta ficando atrás da mesma, tirou a blusa de Yankee que era um moletom preto e lentamente levou ao seu rosto o cheirando. Caminhou até a janela ainda cheirando a blusa, sorriu.
Ta cheirando o que ai? –Jackie abriu a porta- É algum tipo de droga?
Hayori se assuntou e rapidamente jogou a blusa dentro do guarda-roupa.
Está fedendo. –disse- Precisa lavar! Agora, o que você está fazendo dentro do meu quarto? –perguntou com as mãos na cintura- Me deixa em paz Jackie!
Jackie fechava a porta:- Já estou saindo! To vendo o quanto você ama seu irmão. –caminhou para o seu quarto-
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Tetsu estava em seu escritório e não dormindo como Hayori havia pensando. Atentamente mexia em seu computador. Monitorava toda a sua gang, ou melhor, sua família. Foi quando seu telefone tocou.
Pronto! –pausa- Boa noite Kataiama! –pausa- Entendo. Assim que o assunto do Chad estiver resolvido quero ser o primeiro a ser informado. –desligou-
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A segunda-feira não havia começado muito boa para Hayori, estava chovendo, ela havia molhado sua roupa e seu cabelo. Estava na sala de aula arrumando suas coisas e para piorar o Jun vinha em sua direção.
Olá Hayori! –Jun sorriu-
Hayori deu um sorriso de desprezo.
Jun:- Espero que você fique quieta hoje, de coração. –sorria- Porque eu quero entender a matéria.
Hayori o olhava.
História é a minha matéria preferida. –Jun continuava- Então…
Já terminou? –Hayori o interrompeu- Estou cansada, cansada da sua cara.
Bom dia alunos. –a professora entrou colocando suas coisas em sua mesa- Em ordem todos para o pátio o diretor quer dar um recado muito importante.
Jun se levantava indo atrás da multidão:- Espero que não tenha nada a ver com cigarro.
Xenghua:- Hayori, não consegui falar com você o final de semana todo. –caminhava ao lado da mesma-
Hayori:- Eu não queria te atender, garanto que você sabia daquela droga de brincadeirinha de verdade ou desafio.
Xenghua:- Vai falar que você não gostou de beijar o Yankee? –riu-
Hayori:- Falando em Yankee, ta vendo ele por ai? –olhava a multidão- Preciso entregar a blusa dele.
Xenghua arregalou os olhos:- Então vocês foram mais além do que eu imaginava?
Hayori:- Cala a boca –indo até Yankee-
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Sua mãe gostou de mim então? –Rania sorria enquanto conversava com Yankee-
Yankee sorria:- Gostou Rânia! Disse que você é bem simpática.
Com licença casal. –Hayori disse com desprezo-
Rania:- Ah não. –bufou-
Yankee:- O que você quer Hayori?
Hayori:- Aqui está a sua blusa. –entregava uma sacola- Obrigada! –disse forçadamente-
Yankee sorria:- Garanto que a cheirou durante toda a noite.
Prefiro cheirar pó a cheirar essa sua blusa com esse perfume barato. –disse Hayori irritada-
Yankee:- Você adora falar da minha situação bancária não?
Rania observava apenas.
Alias… –Yankee continuava- Você adora falar de mim.
Hayori:- Eu odeio você!
Yankee a olhava sorrindo de canto se aproximou da mesma segurando fortemente em seu pescoço.
Me odeia tanto que não tem forças para escapar de mim. –Yankee continuava sorrindo-
Hayori tentava desviar o seu ollhar:- Você pode me soltar?
Yankee:- Não eu não posso! –se aproximou mais- Estou com vontade de te beijar e eu odeio passar vontade.
Diretor:- Eu vocês dois ai?
Rania observava irritada, não podia fazer nada, aliás, ela não tinha nada de sério com Yankee e sabia que se fizesse escândalo ele nunca mais olharia na cara dela.
Ei? –Jun apareceu- Será que você pode soltar ela? –encrou Yankee-
Yankee se soltou de Hayori:- Hã?
Jun:- Ela não quer respeita isso!
Hayori:- Sai daqui Jun você só me atrapalha.
Jun:- O diretor quer dar um recado importante, então deixa para vocês se agarrarem depois.
Diretor:- SILÊNCIO! –gritou- Chamei todos aqui porque o comunicado é grave e importante. Infelizmente essa noite, em uma batida de carro perdemos o nosso colega de classe Chad Benson.
Todos ficaram assustados e espantados. Comentavam entre si, alguns amigos próximos não continham as lágrimas.
Yankee:- Que isso?
Cheng:- Que horror, ele tava se divertindo esse final de semana e agora está morto?
Hayori respirou fundo e sorriu satisfeita.
Diretor:- O enterro será a tarde as 17:00, peço que todos compareçam. Podem voltar para as suas salas de aula. Menos o Jay Yankee Lee, Hayori Rayako e Jun.
Yankee:- Como? –encarou o diretor-
Hayori:- O que você quer comigo?
Jun:- Se algo der errado para o meu futuro, a culpa é de vocês. –saiu andando-
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Hayori, Yankee e Jun estavam sentados de frente para o diretor que os encarava friamente.
A professora de vocês me comunicou o que está acontecendo, e Jun… –o encarou- …você está dispensado.
Jun se levantou sorrindo:- Yes!
Diretor:- E ela me disse também que vocês dois… –apontava para Yankee e Hayori- …vivem discutindo e se beijando o tempo todo, e que isso está atrapalhando o rendimento das aulas. O que realmente está havendo com vocês dois?
Yankee relaxou na cadeira:- Ela gosta diretor. –sorriu-
Hayori o olhou:- Eu não gosto nada. –encarou o diretor- Eu só acho que esse tipinho de gente não devia freqüentar essa escola de elite.
Yankee a olhou:- Quer que eu cale a sua boca na frente do diretor agora?
Diretor:- Que isso?
Jun que não havia saído da sala, voltou correndo.
Sabe como ele faz diretor? –Jun puxou Hayori selando seus lábios-
Diretor:- Que isso?
Yankee se levantou empurrando Jun:- Ficou louco? Aonde ta com a cabeça para beijar ela?
Diretor:- Jun! Espera do lado de fora que teremos uma outra conversinha.
Jun saiu andando.
Hayori limpava a sua boca:- Que nojo!
Diretor:- Enfim, como punição os dois farão um trabalho excepcional sobre a desigualdade social no mundo. Vocês têm uma semana para entregar o trabalho e fazer uma ótima apresentação.
Hayori sorriu:- Ah é isso? Ótimo!
Yankee:- Perfeito!
Diretor:- Eu só me esqueci de uma coisa, o trabalho é em dupla.
Ah não! –Hayori bufou- O senhor enlouqueceu?
Yankee:- Eu não quero passar mais tempo com essa garota.
Diretor:- Se não me entregarem em uma semana reprovo os dois. –se levantou-
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Hayori e Yankee saiam juntos da sala do diretor.
E ai o que deu? –Xenghua veio ao seu encontro-
Hayori:- Vou ter que fazer um trabalho com esse demônio.
Yankee a olhou:- Não sei o que é pior, fazer trabalho contigo ou a morte do Chad. –saiu andando-
Ao ouvir “morte do Chad” Hayori ligou os pontos, seu pai havia dado o jeito no assunto que ele disse para ela. Estava um pouco tensa, não esperava que seu pai agiria assim, ou esperava.
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Fazia frio naquela tarde de segunda-feira. O vento forte fazia com que as folhas secas despencassem das árvores sem dificuldade, elas caiam sobre o caixão em que Chad estava. Estava lacrado. Ao lado do caixão seus pais choravam desesperadamente, e sua irmã mais nova não tinha expressão, ela não entendia muito bem o que estava acontecendo. Alguns professores, o diretor e inclusive seus colegas estavam lá no cemitério para fazer as ultimas homenagens.
Rânia:- Que ele descanse em paz. –fez o sinal da cruz-
Yankee:- Brigamos na noite passada, mas isso não justifica nada.
Cheng:- Porque brigaram?
Yankee:- Longa história.
De longe Tetsu e Hayori observavam.
Porque me trouxe aqui pai? –Hayori perguntou-
Tetsu:- Sempre que você der uma ordem á alguém para eliminar alguma pessoa, compareça ao seu enterro.
Hayori:- Me sinto um pouco confusa, eu não achei que agiria assim.
Tetsu:- Você sabe quem somos? –a encarou- Somos a Yakuza. Agimos assim, ninguém tira a nossa honra e fica impune, ninguém manipula nossa família e fica impune, ninguém estupra a minha filha e fica impune. Agimos com frieza e lealdade apenas.
Hayori escutou atentamente.
Tetsu:- Devemos ir embora agora. –virou-se-
Hayori virou-se para acompanhá-lo.
Hayori? –Yankee a gritou-
Hayori se virou o encarando.
O que quer? –logo perguntou-
Yankee se aproximou:- Não quero brigar, ainda mais em um dia como este…
Hayori:- Tudo bem…
Yankee:- Temos um trabalho para entregar…
Hayori? –Tetsu gritou do carro- Você não vem filha?
Hayori se virou e logo se virou olhando Yankee.
Yankee:- Ta tudo bem?
Hayori:- Eu tenho que ir…
Yankee percebeu que algo estranho estava acontecendo.
Quer comer alguma coisa? –logo perguntou-
Hayori estalou os olhos.
Yankee:- Para discutirmos sobre o trabalho.
Hayori apenas concordou, voltou a olhar para o seu pai.
Irei mais tarde. –acenou-
Yankee sorriu, e assim os dois saíram do cemitério.
Você sabe por que o seu irmão está saindo com a Hayori? –Rania perguntou a Cheng-
Cheng:- Não sei te dizer.
Rania os fitava de longe, seu olhar era de raiva, de desprezo e ódio.
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Como você consegue comer tudo isso? –Hayori perguntou ao ver Yankee comendo um hambúrguer, batatas fritas e tomando um Milk shake de chocolate.
Yankee:- Como você consegue comer apenas isso.
Sou vegetariana. –disse Hayori comendo sua salada-
Yankee:- Como pode hem? O Chad…
Hayori:- Ele teve o que merecia.
Yankee a olhou indignado:- Como pode falar assim? Eu sei que ele não foi nada legal contigo, mas desejar a morte de alguém…
Eu não estava desejando e nem estou. –Hayori o cortou- Enfim, não viemos aqui falar do nosso trabalho?
Yankee:- Nem sei por que te convidei. –a encarou- Não sei o que estou fazendo aqui na verdade. Te achei estranha no cemitério, parecia estar acontecendo algo, queria ajudar.
Hayori se levantou:- Não preciso da sua ajuda. –pegava a sua bolsa- E quanto ao trabalho… –seus olhos se encheram de lágrimas- … começaremos amanhã depois da aula lá em casa.
Yankee percebeu que Hayori estava prestes a chorar, mas não fez nada, deixou que a mesma saísse no meio da forte chuva que estava caindo.
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Hayori estava confusa, tinha raiva do Chad, mas não tanto para que seu pai tirasse a vida do mesmo. Ao mesmo tempo em que discordava de tal atitude ela concordava. Caminhava lentamente para casa.
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Yankee deixou o dinheiro em cima da mesa, pegou seu guarda chuva o abrindo e saiu dali, andou por alguns minutos e avistou Hayori no fim da avenida caminhando lentamente já toda molhada.
Não sei por que ainda vim atrás de você. –disse dividindo o guarda-chuva com ela-
Hayori apenas continuava seu caminho.
Yankee:- Sei que está acontecendo algo com você, e não estou conseguindo não me preocupar. Se você não quiser falar, tudo bem. Você tem motivos para me odiar e eu tenho motivos para odiar você, e eu disse para mim mesmo que você é garota para mim.
Hayori estalou os olhos ao ouvir “você não é garota para mim”, mas continuou a caminhar.
Yankee:- Porém vou me certificar de que você chegará em casa viva.
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Seon Wa lia um livro, quando viu Hayori entrar toda molhada em casa.
Filha? –Seon Wa se levantou- Porque está assim? Você não estava com o seu pai?
Hayori:- O papai ainda não voltou?
Seon Wa:- Ainda não.
Hayori:- Preciso de um banho.
Seon Wa:- Você está bem filha? –sorriu a encarando-
Hayori não respondeu.
Seon Wa:- A Xenghua está te esperando em seu quarto, suba tome um banho converse com ela, vou fazer um lanche para vocês.
Hayori concordou e subiu para o seu quarto.
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Que isso? –disse Xenghua vendo Hayori- Você está em um estado lamentável.
Hayori:- Não me sinto tão bem… –entrou no banheiro- Se importa de eu tomar banho?
Xenghua se jogou na enorme cama de Hayori:- Não, tudo bem, vou te contando as novidades daqui.
Hayori tirou sua roupa e jogou no canto banheiro, ligou o chuveiro e mesmo com o frio tomou banho na água gelada.
Porque ele veio atrás de mim? –pensava-
Xenghua:- Acho que serei sua cunhada amiga. –falava do quarto-
Porque está dizendo isso? –Hayori gritou do banheiro-
Xenghua:- Eu e seu irmão estamos nós dando super bem. –falava empolgada- Conversamos bastante, rimos, e outra, hoje mesmo ele dividiu seu guarda-chuva comigo.
O que tem isso? –Hayri gritou preocupada-
Xenghua:- Dizem que o amor da sua vida dividirá o guarda-chuva com você em um dia chuvoso.
Hayori não queria, mas abriu um sorriso de orelha a orelha, estava empolgada.
Essa coisa ai que você disse é verdade? –perguntou-
Xenghua:- Se é ou não, só iremos saber no fim de nossas vidas.
Por um momento Hayori se esqueceu da morte do Chad, do seu envolvimento e do envolvimento de sua família nessa história.