YAKUZA – 6° Capítulo
Hayori não esperava esse tipo de resposta, sentiu mais uma vez seu coração saltar de uma forma inexplicável.
Não sei por que ele fica assim. –Hayori colocou a mão em seu coração-
Yankee também sentia que seu coração ia sair pela boca a qualquer momento. Por um instante esqueceu que aquilo era um jogo e que todos esperavam que ele beijasse Hayori somente para não beijar Jun.
Então ele se aproximou mais de Hayori e tocou seus lábios lentamente. Hayori fechou seus olhos retribuindo o beijo, ainda com a mão em seu coração. Yankee acariciou seu rosto.
BEIJOOOOOU! –Jun apareceu com o celular ligado gravando-
O que é isso? -Hayori perguntou desentendida ao ver as pessoas saindo de todos os lugares com câmeras e celulares não mão-
É um jogo, pequena Hayori. –disse Rania abraçando Yankee-
Hayori olhou para Yankee que estava sem expressão:- Então… –engoliu suas lágrimas- Você é como todos os outros…
Yankee respirou fundo:- Desculpa, foi apenas um jogo.
Hayori pegou seus sapatos e saiu correndo dali.
Hayori? –Yankee a gritou- Espera!
Jun:- Que isso amigão! Já passou agora você pode voltar a odiá-la como sempre!
Yankee não respondeu.
Jun:- Ou será que você sente algo por ela? –passou seu braço pelo pescoço de Yankee-
Yankee o empurrou:- Me deixe em paz! –saiu andando-
Yankee! –Rania gritava correndo atrás do mesmo- Me espere amor!
Yankee parou a olhando:- Eu quero ficar sozinho entendeu? –encarou Rânia- Sozinho Rânia! O Cheng vai te levar embora! –saiu andando-
Rânia não disse nenhuma palavra, apenas voltou para a festa.
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Segurando seus sapatos, Hayori caminhava na areia da praia. Não havia chorado, mas queria chorar, engolia o choro e não deixava nenhuma lágrima cair. Era uma garota fria, não chorava por qualquer coisa. Estava confusa, não sabia o que estava sentindo, odiava Yankee, isso era fato, mas só de pensar que ele a beijou por um jogo, isso fazia com que sentisse uma enorme dor no peito. Resolveu pegar o caminho de casa, caminhava pela avenida ainda movimentada naquela madrugada de sábado para domingo, parou em frente á sua mansão, e então um vento forte derrubou as folhas das cerejeiras que tinha em frente a sua casa no chão. Era o início do outono.
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Rânia:- O seu irmão anda muito estranho ultimamente.
Cheng:- Acho que a Hayori Rayako está tirando o sono dele.
Rânia parou em sua frente:- Você acha que ele está gostando dela?
Cheng abria a porta de seu apartamento:- Eu não sei, mas que algo está acontecendo isso está. Boa noite Rânia. –entrou-
Rânia ficou pensativa por alguns segundos e logo entrou em seu apartamento.
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Yankee estava deitado em sua cama olhando para o teto. Havia chegado a sua casa bem mais cedo que Cheng, mas não conseguia dormir. Estava realmente confuso. Hayori merecia o que ele havia feito depois de tudo o que ela já disse para ele, mas algo não deixava que o mesmo pegasse no sono, seu coração saltava só dele pensar em estar com Hayori.
Aish! –falou sozinho- Porque estou assim? Ela não é garota para mim! Mereço coisa melhor. –se virou- Preciso esquecer toda essa história, ela não passa de uma menina fresca, mimada e idiota. –fechou seus olhos-
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Porque a sua irmã não veio com você? –Tetsu perguntava a Jackie-
Jackie:- Eu não sei pai! Ela saiu antes de mim, e eu não á vi.
Tetsu:- Se algo acontecer com ela…
Estou aqui pai. –disse Hayori trancando a porta- Precisamos conversar.
Tetsu a olhou estava em um estado lamentável, descalça descabelada e com um semblante de raiva.
Suba para o seu quarto Jackie. –disse Tetsu-
Sem contestar Jackie subiu as escadas rapidamente.
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O que aconteceu Hayori? –disse Tetsu trancando a porta de seu escritório-
Hayori se sentou:- O Chad tentou me estuprar.
Tetsu arregalou os olhos e bateu a mão na mesa.
Hayori:- Disse que não tem medo do senhor.
Tetsu:- Aquele garoto vai se arrepender de ter me conhecido.
E tem outra coisa. –disse Hayori-
Tetsu:- O que mais?
Hayori estava pronta para falar o que Yankee havia feito com ela, porém desistiu.
Não é nada pai. –sorriu- É apenas isso. –se levantou- Boa noite!
Tetsu se sentou ligando seu computador, logo pegando o telefone.
Kataiama? –pausa- Preciso de um serviço seu agora. –pausa- Preciso que da forma mais acidentalmente possível elimine Chad Benson. –desligou-
Tetsu encarou friamente qualquer coisa que havia em sua frente, estava com raiva e iria fazer aquele garoto pegar pelo o que havia feito com Hayori Rayako.
Nós encontramos no inferno Chad Benson. –disse sozinho logo soltando uma risada-
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O domingo havia amanhecido meio acinzentado, o sol ameaçava a sair, mas logo se escondia nas nuvens.
Hayori prendia seu cabelo em um rabo de cavalo para logo tomar café com sua família.
Tetsu:- Os nossos vizinhos nós chamaram para ir à praia hoje. –disse bebendo seu chá verde-
Seon Wa o olhou:- E é claro que você recusou esse convite!
Tetsu:- Eu não pude recusar. Eles estão desconfiando da nossa família.
Hayori pegava sua ameixa:- Não podemos ir pai! Como iremos à praia? Se verem nossas tatuagens logo saberão quem somos.
Jackie:- Pai, a Hayori ta certa.
Tetsu sorriu:- Nós iremos, já aceitei. –olhou Hayori- E quanto á aquele assunto de ontem, eu já resolvi.
Hayori sorriu aliviada.
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Tetsu estacionou sua hilux perto da praia e logo a família Rayako desceu.
Ei Jackie?! –Hayori o chamou- Você sabia daquela brincadeirinha ontem não sabia?
Jackie: Eu sabia que ia sobrar para mim. O que eu ia fazer Hayori? Fazia parte do jogo. Até eu me comprometi, todos se comprometeram.
Como assim? –Hayori perguntou-
Jackie sorriu:- Me perguntaram se eu estava afim da Xenghua.
Hayori arregalou os olhos.
Jackie:- E eu estou então tive que responder a verdade.
Hayori:- O que mais perguntaram? –sorriu curiosa-
Jackie:- Fiquei louco quando perguntaram para o Yankee se ele estava afim de você.
Hayori:- O que ele respondeu? –perguntou entusiasmada-
Jackie:- Ele não respondeu, mudou de assunto.
Hayori sorriu caminhando.
VIZINHOS! –a vizinha dos Rayakos, Shin sorriu ao vê-los-
Tetsu sorriu discretamente acenando:- Olá!
Shin sorriu:- De terno na praia?
Ele dorme de terno dona Shin! –disse Jackie descontraindo o momento-
Tetsu se sentiu vermelho de vergonha:- Na verdade eu não chego a dormir. Tenho vagas lembranças de quando foi a ultima vez que deitei em minha cama.
Seon Wa:- É dona Shin, para falar a verdade acho que nunca vi meu marido de pijama.
Tetsu:- Não precisa comentar isso. –sussurrou nos ouvidos de Seon Wa-
Shin:- Enfim, hoje é domingo vamos esquecer os problemas. –falava empolgada- Vamos cair na água?
Tetsu:- Tsc tsc, não somos muito chegados em água!
Vocês não tomam banho? –Shin caiu na risada-
Água salgada! Ele quis dizer. –disse Jackie salvando a família-
Aish! –Hayori bufou- Que vergonha. –saiu andando se sentando perto da água-
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Mesmo com a entrada do outono eu ainda estou com calor. –Yankee falou enquanto caminhava com sua mãe e Cheng- Ah não acredito. –vendo Hayori sentada- Nem aqui eu tenho paz? O que essa garota ta fazendo aqui? –continuava olhando- Ela é realmente doente, com esse calor e ela de calça e moletom.
Cheong:- De quem você está falando meu filho?
Yankee apontava:- Lá mãe, sentada na areia. Ela é Hayori Rayako, do outro lado são os pais dela e o irmão dela. –indignou-se- Não entendo o que pai dela está fazendo de terno na praia. Tudo louco!
Cheong:- Quero conhecer os pais do seu amigo.
Os três caminhavam até os Rayakos.
Fala galera. –disse Yankee ao vê-los-
Boa tarde! –disse Tetsu-
Jackie:- Não engoli essa história tua com a minha irmã. –sussurrou nos ouvidos de Yankee-
Yankee:- Esquece isso brother, porque eu já esqueci. Enfim. –sorria- Essa é minha mãe, Cheong Lee e meu irmão Cheng. E esses… –apontava- Tetsu Rayako, Seon Wa Rayako e Jackie Rayako.
Cheong:- E a garota?
Yankee:- Eu não sei o nome dela.
Cheong:- Muito prazer.
Tetsu sorriu:- O prazer é meu. –ajeitava sua gravata- Está calor não? –olhava em volta-
Cheng:- Porque não tiram a roupa? Essas roupas não são adequadas para vir à praia. –sorria-
Seon Wa:- Tsc, tsc, é que sabe…
Cheng ria:- Vocês escondem alguma coisa ai de baixo hem?
Na verdade… –Tetsu estava um pouco nervoso-
Na verdade, estamos indo para o restaurante. –Jackie salvava a família mais uma vez- Viemos apenas para falar um oi para nossos vizinhos.
Cheong:- Entendo. Ah meu filho disse que vocês vieram do Japão, é verdade?
Tetsu se aproximou de Cheong:- Você pergunta de mais. –fitou seus olhos- Vamos querida, chame as crianças.
Eles se viraram e saíram andando.
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Posso servir o jantar? –a empregada perguntou a Seon Wa que checava a cozinha-
Claro! –Seon Wa olhou no seu relógio de pulso- O Tetsu e as crianças devem estar com fome. –caminhou-se para a sala de jantar
Tetsu descia as escadas:- O que temos para o jantar?
Seon Wa se sentava:- Salmão ao molho shoyou e salada de legumes com ervas finas.
Cadê a carne mãe? –Jackie praticamente pulava em cima das panelas- Mereço uma recompensa depois de ter salvado todos nós essa tarde na praia, não? –sorria-
Seon Wa sorriu bagunçando os cabelos de Jackie:- Realmente, se não fosse meu filhote…
Não fez mais que a sua obrigação. –disse Tetsu se servindo-
Realmente pai. –Hayori se juntou a sua família- Você nós matou de vergonha, todos se divertiam na praia e com roupas adequadas, e nós quatro assim, escondendo as nossas origens.
Tetsu:- Vocês sabem por que fazemos isso não sabem? –encarou todos- Vocês querem passar por tudo o que já passaram?
Aish! –Hayori bufou se levantando- Pra mim já deu esse domingo, preciso dar uma volta. –saiu andando-
HAYORI? –Tetsu gritou-
Deixa ela. –Seon Wa respondeu-
Seon Wa correu até a Hayori:- Coloque seu moletom filha, as tatuagens não negam quem você é.
Hayori:- Como pude esquecer o meu moletom. –apenas jogou em suas costas-
Como estava a noite e estava um pouco quente, Hayori pensou que ninguém perceberia suas tatuagens.
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Você me matou de vergonha hoje mãe! –disse Yankee pegando um pedaço de cenoura que sua mãe picava para fazer o jantar- Pra que fazer tantas perguntas para o Tetsu Rayako? –encostou-se na pia comendo- Até parece que é chefe de interrogação da Inteligência Coreana.
E se eu fosse? –Cheong perguntou rindo-
Yankee:- Que isso mãe? –riu- Ficou maluca?
Cheong:- Filho, ao invés de ficar ai me atrapalhando vá ao supermercado e compre um pouco de carne vou fazer um prato especial.
Yankee:- Okay chefia. –pegou sua carteira e saiu andando-
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Hayori caminhava pelas ruas movimentadas de Seoul, observava os lugares e as pessoas. O dia longo, aliás, que final de semana longo. Avistou do outro lado da avenida uma simpática sorveteria, deu água na boca só de imaginar em tomar um sorvete de passas ao rum, era o seu preferido.
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Yankee voltava do supermercado com a carne que sua mãe havia pedido.
Yankee? –uma garota o chamou do outro lado da rua-
Yankee sorriu a cumprimentando, e as garotas que estavam com ela quase morreram do coração.
Yankee era um cara bonito, atraente e o melhor, tinha um jeito badboy de ser que deixava qualquer garota louca por ele. Pensou em atravessar a rua para conversas com as meninas, mas avistou a sorveteria que sempre freqüentou, como o tempo estava um pouco quente resolveu ir lá.
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Boa noite. –Hayori sorriu-
Boa noite senhorita. –o atendente sorriu- O que você vai querer?
Hayori:- Quero um sorvete de duas bolas, de passas ao rum. –sorria-
E para você Yankee? –o atendente sorriu- O de sempre?
Sim o de sempre. –Yankee respondeu sorrindo-
Hayori se virou e não acreditava que Yankee estava ali, queria um pouco de paz, e sabia que isso seria impossível.
Era só o que me faltava. –Hayori cruzou os braços-
Yankee parou ao seu lado:- O que é hem?
Hayori:- O que você está fazendo aqui? –o encarou- Você me persegue agora?
Yankee:- Ei! Espera ai garota! –se aproximou olhando em seus olhos:- É você quem está sempre atrás de mim, antes de eu chegar a algum lugar. –deu um leve sorriso de canto-
Hayori riu:- Você já foi até na minha casa.
Yankee:- Ver o seu irmão!
Gay! –Hayori ria apontando para Yankee-
Yankee bateu em seu dedo:- Você sabe muito bem que eu não sou gay!
Sorveteiro:- Aqui está seu sorvete e sua nota é só acertar no caixa. –entregava para Hayori-
Hayori pegou o sorvete, e logo colocou a mão no bolso. Como não havia pegado sua bolsa e não usava dinheiro, colocou a mão no bolso achando algumas moedas.
Yankee:- O que é, porque ta com essa cara?
Hayori abriu a mão olhando suas moedas:- Estou sem dinheiro.
Yankee ria:- HAHAHA Vai ter que devolver o sorvete.
Hayori:- Meu pai acerta com o senhor amanhã pode ser?
Sorveteiro:- Ta me achando com cara de idiota?
Hayori:- Não! –indignou-se- Eu to falando sério, se você quiser meu pai compra essa sorveteria e paga o dobro.
Sorveteiro:- Já escutei várias conversas desse tipo.
Yankee:- Cobra os dois juntos!
Hayori:- Eu não preciso que você pague para mim.
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Yankee e Hayori caminhavam de volta para suas casas.
Yankee ria:- Primeiro, eu te salvo do Chad, segundo, te pago um sorvete, você ta me devendo em Hayori? –parou em sua frente-
Hayori parou de caminhar:- O que quer hem?
Yankee desfez o sorriso a olhando:- Eu quero… –engoliu em seco-
Hayori fitava seus olhos.
Yankee? –Rania gritava do outro lado da rua-
Hayori:- Acho que a sua namorada veio te buscar.
Yankee:- …é verdade, e eu tenho que ir com ela. –encarava Hayori- Sobre esse final de semana, foi apenas um jogo, e todas as vezes que nós beijamos…
Você quem me beijou. –Hayori o cortou-
Tanto faz. –Yankee concluiu- Todas essas vezes não significaram nada para mim, e tenho certeza que também não significaram nada para você.
Hayori:- Com certeza! Eu realmente odiei, na verdade, eu odeio você.
Yankee:- É, eu também de odeio.
Vamos Yankee? –Rania caminhava até ele segurando em sua mão- Sua mãe me chamou para jantar em sua casa então eu vim te buscar. –deu-lhe um beijo na bochecha-
Hayori riu:- Olha já está freqüentando a sua casa.
Rânia:- Pra você ver minha querida! –riu puxando Yankee-
Droga! –Hayori jogou seu sorvete no chão- Eu te odeio. –caminhava trás de Yankee e Rânia que estavam longe- Odeio você! –se virou enfiando no meio da rua-
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Aquela garota estava te perturbando meu amor? –Rania perguntou-
Yankee:- Ah o de sempre.
Rânia:- Posso dar um jeito nela.
Yankee:- Sem violência Rânia, por favor.
Nesse instante eles escutaram uma freada de carro. Yankee se virou vendo Hayori se levantando da calçada com dificuldades.