Vernissage – Capítulo 22
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VERNISSAGE – CAPÍTULO 22:
CENA 01 – DIA – APARTAMENTO DE HELENA
CONTINUAÇÃO IMEDIATA DO CAPÍTULO ANTERIOR:
A Leitura do testamento de Helena chega ao fim.
Dr. Luiz: E, por fim, deixo para meu ex-esposo Daniel Vieira o que ele tanto queria: a minha parte na sociedade da Galeria Art’vida, por ocasião de minha morte.
João Victor, inconformado: Mas isso é um absurdo! Como assim esse vagabundo vai ficar com a galeria?
Daniel: João Victor, já chega! Eu sou seu pai e eu exijo respeito!
João Victor: Ah! Vá à merda!
Heloísa: Gente, por favor. Eu acho que a leitura ainda não terminou. Acalmem os ânimos. Dr, continue, por favor
Dr. Luiz: Obrigado, Dona Heloísa. Bem, continuando: Mas ele só poderá assumir a galeria com uma condição.
Daniel: Pera aí. Como assim, condição?
Dr. Luiz: A condição é que ele se case com minha irmã gêmea, Heloísa Rangel. Caso contrário, minha parte da galeria ficará em posse dela.
Daniel, se levantando sem acreditar: Mas o que?
Heloísa, igualmente indignada: Mas, pera aí! Ela só podia ter ficado louca!
Ofélia, ofendida: Heloísa! Respeite sua irmã. Ela já não está mais aqui pra se defender.
Heloísa: Mas, mãe! Olha o absurdo que ela redigiu nesse testamento.
Daniel fica olhando sério para Heloísa. Ela fica incomodada.
Heloísa: Tá me olhando por quê? Pode ir tirando seu cavalinho da chuva. Não me caso contigo, nem que me acobertem de todo ouro desse mundo.
Daniel continuar a olhar sério para a moça.
CENA 02 – DIA – HOSPITAL ARCANJO MIGUEL
Olavo é internado para começar o tratamento contra a leucemia. Joana e Francisco fazem suas doações de medula. Eles estão conversando na sala do Dr.
Francisco: Doutor, quais as chances de sermos doadores compatíveis?
Doutor: Olha, Francisco, não posso te dizer com precisão. O que posso dizer é que vocês estão fazendo o certo. Ele tendo o apoio dos pais já é bastante. Além disso, o organismo humano é imprevisível.
Joana: Isso quer dizer que?
Doutor: Isso quer dizer que vocês podem ou não serem compatíveis.
Joana, demonstrando aflição.: Ah, meu Deus!
Doutor: Calma, Dona Joana. Mas vocês são parentes próximos, a probabilidade de compatibilidade é maior.
Francisco: E quando poderemos fazer a doação?
Doutor: Se puderem, vamos coletar agora. Mas adianto que vocês vão precisar de ficar internados por 24 horas. Vocês podem?
Joana: Por mim, pode ser.
Francisco: Eu também posso.
Doutor: Ótimo. Quanto antes fizermos os procedimentos, melhor será para a saúde do Olavo. Vamos lá?
Francisco e Joana são encaminhados ao setor de coleta de medula do Hospital. Eles preenchem um formulário e aguardam serem chamados.
Joana, impaciente: Nossa, que demora para chamarem…
Francisco: Calma, Joana. Acabamos de preencher os formulários.
Joana: Mas é a saúde do meu filho que está em jogo. Francisco. Ou melhor, nosso filho.
Francisco, já ficando sem paciência: Ta bom, mas vamos aguardar, sim?!
De repente, chega uma médica.
Médica: Francisco Barreto, Por Favor?
Francisco: Eu.
Médica: Me acompanhe até a sala de coleta, por favor.
Lá, Francisco se prepara e é anestesiado para o procedimento. A coleta ocorre sem maiores problemas e o rapaz é encaminhado para o quarto para recuperação.
Logo, a doutora aparece novamente.
Médica: Dona Joana? Sua vez.
Joana: E o Francisco? Como ele está?
Médica: Ele já foi encaminhado para o quarto. Ele terá algum desconforto ou dores, mas isso é normal nesse tipo de procedimento. Me acompanhe, por favor.
Ela vai com a medica e, durante a preparação, se demonstra preocupada.
Médica: Aconteceu algo?
Joana: Sabe, doutora. Estou muito preocupada. É a vida do meu filho que está em jogo.
Médica: Fique calma, Dona Joana. Vai dar tudo certo.
Joana: Tomara, Doutora. Tomara.
PASSAM SE AS HORAS E AMANHECE O DIA NA CIDADE.
CENA 03 – DIA – GALERIA ART’VIDA
Daniel chega a galeria. Na recepção, olha tudo com ar de tristeza, mas ao mesmo temo de Esperança
Daniel: É… Aos poucos, temos que recomeçar.
Ele vai até a sala de Helena. Chegando lá, se surpreende com Heloísa sentada na cadeira de Helena.
Heloísa: Bom dia, seu Daniel.
Daniel, assustado: Heloísa? O que você ta fazendo aqui?
Heloísa: Ué? Esqueceu que a Helena me deixou a parte dela em testamento? Então, vim assumir meu posto junto a esta galeria.
Close no olhar sério de Daniel, que não gosta nada da novidade.
CENA 04 – DIA – APARTAMENTO DE ARISTIDES E OFÉLIA
Aristides e Ofélia estão arrumando as malas para se mudar para a casa de campo que lhes foi deixada por Helena.
Aristides: Minhas malas estão prontas. Podemos ir, querida?
Ofélia: Só um minuto, querido. Tenho algumas coisas ainda para colocar em minha mala. – Ela pega alguns pertences e coloca nas malas. – Pronto, querido. Podemos ir.
Na hora de descer, Ofélia olha com emoção para cada detalhe do apartamento.
Ofélia: Aqui passamos momentos maravilhosos né, querido?!
Aristides: Pois é, meu amor. Mas a vida nos indica que é hora de mudanças. Eu creio que coisas boas estão por vir.
Ofélia: Tomara, meu querido. Tomara.
Eles descem com as bagagens e são ajudados pelo porteiro, e se dirigem até ao taxi que estava a espera.
Porteiro: Então quer dizer que vocês vão embora mesmo?
Aristides: Sim, Seu Leonardo. Estamos indo já.
Porteiro: Uma pena. Gostava tanto de vocês. Mas enfim. Desejo muita paz, felicidade e harmonia para vocês.
Ofélia: Obrigada, meu querido. Obrigada por tudo, por ser tão solícito conosco. Desejamos o mesmo a você.
Aristides, cumprimentando o porteiro: Obrigado, querido amigo. Até a vista.
Porteiro: Até a vista, seu Aristides.
Aristides e Ofélia entram dentro do carro, que sai em seguida.
Dentro do carro, mostra flashes do percurso, com Ofélia olhando pela janela, hora olha para Aristides e os dois sorriem. Por fim, eles chegam ao seu destino. A viajem não durou mais que duas horas. O portão já estava aberto lhes esperando e o taxi entra no imóvel. Enquanto o carro entra, mostra-se o imóvel que é, de fato, muito bonito. Tem um jardim na frente bem florido, com pequenos arbustos, chafarizes e objetos decorativos de porcelana. A casa, um sobrado grande na cor verde-claro com detalhes na cor branca, igualmente muito bonita. O taxi para em frente a porta e lá um empregado abre a porta para os dois saírem.
Empregado: Bom dia, Senhores. Sejam bem vindos.
Ofélia: Obrigado, Fernando.
Eles entram no imóvel. Ofélia o olha com um olhar de esperança de um futuro mais feliz.
Ofélia: Vida nova.
Aristides: Sim, meu amor. Vida nova.
Os dois se abraçam.
CENA 05 – MEIO -DIA – HOSPITAL ARCANJO MIGUEL:
Francisco já está acordado, mas permanece deitado em seu quarto. De repente, chega o doutor.
Médico: E então, Francisco? Como se sente?
Francisco: Um pouco indisposto. Com algumas dores também.
Médico: Ah, normal. Com alguns analgésicos essas dores e incômodos vão passar. Hoje a tarde você terá alta. O procedimento requer repouso, mas você pode faze-lo em casa.
Francisco: E a Joana, como está?
Doutor: Ela está muito bem, também. Fez muitas perguntas, já queria ir embora pra casa. Mas hoje a tarde ela terá alta também.
Francisco: Que bom que ela está bem.
Doutor: Vocês formam uma família muito feliz e unida. Espero que, quando tudo isso passar, vocês ainda desfrutem de muita felicidade. – o doutor não sabia do que vinha acontecendo na família Barreto.
Francisco, meio desconfortável: Obrigado, doutor.
O doutor sai. Francisco fica pensativo.
CENA 06 – TARDE – EM UM BECO QUALQUER
João está com alguns amigos. Ele ainda está muito abalado com a perda da mãe. Os amigos o consolam
Thiago: Poxa, irmãozinho. Que complicado perder uma mãe. Sei muito bem o que é isso.
Murilo: Mano, nós tamo aqui pra tudo que você precisar! Conta com a gente.
João Victor: Valeu, manos.
Thiago tira algumas buchinhas de cocaína no bolso.
João Victor: Cara, de novo isso? Isso já me trouxe problema, já falei que não quero me viciar.
Murilo: Mano, fica de boa. Você não vai se viciar. É só pra tranquilizar um pouco.
João Victor: Cara, minha mãe não ia gostar nada disso.
Thiago: Mano, aonde quer que sua mãe esteja, ela só quer que você fique bem, tranquilo. E outra, como você acha que eu relaxo a saudade que eu sinto da minha mãe? Usa, cata. Vai ser bom.
João Victor acaba se convencendo. Os rapazes fazem a carreirinha e começam a cheirar cocaína. E João Victor não imagina o que isso causará em sua vida.
CENA 07 – TARDE – GALERIA ART’ VIDA– SALA DE HELENA/HELOISA:
Heloísa está assentada mexendo no computador, quando é surpreendida por Daniel, que abre a porta e entra com tudo.
Heloísa: Como você ousa entrar assim em minha sala como se não houvesse porta?
Daniel: Nós precisamos conversar. Você sabe muito bem disso.
Heloísa: Eu estou em meu horário de trabalho e, até onde sei, você também está.
Daniel: Heloísa, isso é ridículo. Você não devia estar aqui. Nem de arte você entende.
Heloísa: Ridículo é você, Daniel. Pensa que eu não sei que você pintou e bordou enquanto foi casado com a minha irmã? E que ainda, depois de separados, você infernizou a vida dela por causa dessa galeria? Pois bem. Fique sabendo que minha irmã deixou a parte dela pra mim.
Daniel: Pra mim. Pra mim.
Heloísa: Caso você se casasse comigo. Meu Deus, eu não sei onde ela tava com a cabeça quando redigiu esse testamento. Enfim, caso você se case comigo, você assume essa galeria. Mas no que depender de mim, isso nunca vai acontecer. Nunca!
Os dois se olham ferozmente.
FIM DO CAPÍTULO 22: