Vernissage – Capítulo 03
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VERNISSAGE – CAPÍTULO 03
CENA 01 – TARDE – APARTAMENTO DE HELENA:
Daniel, dentro de casa: Filho, eu acho que ta na hora de a gente ter uma conversa de homem pra homem. Sua mãe tem me contado sobre o seu comportamento e ele não tem me agradado em nada.
João: agradar? Agradar o quê? A quem? A um homem que abandonou a minha mãe, a minha irmã e a mim? Um homem que destruiu a própria família por uma vagabunda qualquer? Ah. Faça-me o favor, pai! O ultimo que tem que me chamar atenção é você.
Daniel: João, chega! Eu sou seu pai e eu exijo respeito!
João: Você não tem que me exigir nada! Eu não devo nada a você. Nem respeito, nem consideração, e muito menos, amor. Você não é mais meu pai. O meu pai é a minha mãe. Agora, sai daqui, por favor.
Daniel: Tudo bem. Vai ser assim. Só que quando você precisar, eu vou estar sempre aqui. De braços abertos.
Daniel Sai. João senta e põe a mão na cabeça.
CENA 02 – SHOPPING – TARDE:
Mirella, mostrando um vestido pra mãe: E Esse, mãe? O que acha desse vestido?
Helena: você está linda filha. Esse é perfeito.
Mirella: Hummm eu acho que não. Vou experimentar outro.
Helena: mas minha filha, esse é o décimo segundo vestido que você experimenta! Leva esse mesmo, está lindo! Você vai arrasar nessa festa. Agora, vamos pra praça de alimentação, que eu to morrendo de fome.
Mirella: ta bom! (virando-se para a vendedora) – moça, vou levar esse aqui.
CENA 03 – PRAÇA DE ALIMENTAÇÃO DO SHOPPING – TARDE:
Helena: nossa!! Era disso que eu tava precisando! Esse hambúrguer ta dos deuses!
Mirella: Vai com calma, mãe. Você sabe que isso engorda pra caramba.
Helena: Ih minha filha, depois dos 40, a gente se desprende de certos estereótipos – as duas riem.
Mirella: Mãe… eu quero te fazer uma pergunta e eu quero que você seja sincera comigo.
Helena: Pode falar, minha filha.
Mirella: Você demorou em perder sua virgindade?
Helena: Minha filha, eu perdi a virgindade com o seu pai, depois que me casei. Naquela época, embora já existissem jovens mais adiantados no assunto, ainda existiam pessoas que se guardavam para o casamento. Mas porque você está me perguntando isso?
Mirella: Sabe o que é mãe? Eu to tão confusa. Tipo, entre as minhas amigas só eu sou virgem. Eu me sinto um peixe fora da água, mas eu também não quero perder com qualquer pessoa. Eu quero que, quando acontecer, que seja um momento especial.
Helena: Filha, escuta bem o que a mamãe vai falar. Você tem que seguir o seu coração. Viver conforme as suas convicções. Se você ainda não está preparada para transar, não se force a nada. E não deixe que suas amigas te rebaixem. Elas são totalmente diferentes de você. Não se machuque. Viva sua juventude, mas não se deixe influenciar. Esse é o segredo!
Mirella: é… você tem razão. – as duas se abraçam.
CENA 04 – RESTAURANTE BOM’ APETIT– TARDE:
Fernanda e Bruno almoçam juntos.
Fernanda: Aquela vaca da Helena ta empacando tudo. Agora, ta dando pra bater de frente com o Daniel e brincar de cabo de guerra.
Bruno: Mas a galeria também é dela né, Fernanda. É lógico que ela não iria abrir mão tão fácil assim.
Fernanda: Será que ela não se toca? Ninguém quer mais ela ali. O Daniel não a ama mais. E ele é a mente criativa daquele lugar.
Bruno: é, mas não é você que não vai fazê-la abrir mão da parte dela, Fernanda. Por que a gente não simplifica essa história? Casa com ele assim mesmo, depois divorcia, pega um bom dinheiro dele e a gente vive feliz.
Fernanda: Bruno, entenda uma coisa: eu não sou mulher de metades, de migalhas. Eu quero tudo! Tudo. E tudo vai ser meu! Escreve isso.
Na rua em frente ao restaurante, Daniel está parado em um sinaleiro e vê Bruno com Fernanda, e fica intrigado.
Daniel: é a Fernanda? E quem é esse cara com ela? – O sinal abre e Daniel vai embora
CENA 05 – APARTAMENTO DE HELENA (QUARTO DE JOÃO VICTOR) – TARDE:
Um heavy metal toca bem alto no quarto. João está no deitado na cama quando o celular toca. Ele desliga o som e atende ao celular.
João, ao telefone: Alô… Fala velho, e aee tudo em cima?… Claro, sempre de boa haha… Hoje? Tem nada não… O quê? Um racha no viaduto?… Mas é claro… Demorou… Não, beleza. Já to lá! Flw. – Desliga o telefone.
João: como diz minha amiga Ludmilla: é hoje!
CENA 06 – PRAÇA DE ALIMENTAÇÃO DO SHOPPING – TARDE:
Mirella e Helena estão conversando e rindo.
Mirella: ai, mãe, você é hilária.
Helena: Mirella, você nem sabe. Já passei tanta vergonha na vida… – o telefone toca – só um pouquinho, meu amor.
Helena, ao telefone: Alô?!… sim, Helena Rangel, eu mesma… O quê?? Tá, em qual hospital?… Tudo bem, to indo pra aí. – desliga o telefone.
Mirella, preocupada: o que foi, mãe?
Helena: tua avó passou mal na praia e está no hospital. Toma, pega o dinheiro e paga a conta, eu to indo pra lá.
Mirella: Negativo! Eu vou com você.
Helena paga a conta para o garçon e as duas saem apressadas.
CENA 07 – HOSPITAL ARCANJO MIGUEL – TARDE:
Ofélia já está sendo liberada. Helena chega com Mirella.
Helena: Oh mãe… o que aconteceu?
Ofélia: Nada, minha filha, nada. Já estou bem. Só quero ir pra minha casa.
Helena: Como já está bem? Não seria melhor a senhora ficar e ser examinada?
Ofélia: mas nem por um decreto. Eu não fico nenhum segundo aqui a mais nesse hospital. Você sabe que eu odeio isso!
Médico: Moça, sua mãe já está bem melhor, foi só um mal súbito devido ao sol quente lá de fora.
Ofélia: viu? O próprio médico disse que eu já estou bem. Vamos embora.
Aristides: Olha, Ofélia, tá pra nascer alguém mais teimoso que você.
Helena, Ofélia e Mirella riem. Todos vão embora.
CENA 08 – CASA DOS BARRETO – NOITE:
Joana está em seu quarto escrevendo em seu diário. Na sala, Francisco chega e só vê Olavo assistindo TV.
Francisco: e aí filhão? Tudo bem?
Olavo: oi pai. Tudo tranquilo.
Francisco: Cadê sua mãe?
Olavo: ta lá no quarto.
Francisco se encaminha para o quarto.
Ele vê Joana escrevendo e a surpreende.
Francisco: Joana, meu amor.
Joana, pulando na cama: Ai, Francisco. Que susto! Nossa.
Francisco: Credo, Joana. Parece até que você está devendo alguma coisa. O que é isso aí que você tanto escreve?
Joana: o que… hã… isso? Ah, é que… é uma lista. Uma lista de coisas que eu tenho que comprar amanhã no supermercado. É isso.
Francisco, desconfiado: ta… tudo bem então.
CENA 09 – VIADUTO BARIGÜI – NOITE:
João Victor e amigos estão com suas motos esperando dar a partida. Detalhe para a mão deles com garrafas de cerveja na mão. De repente, todos saem em disparada. João Victor, logo a frente, entra numa avenida sem ser percebido, com o objetivo de pegar um atalho. Mas na frente, ele vê uma blitz. Sem saída, ele para.
João, apreensivo: oi, seu policial, quer os documentos? Olha aqui, ta tudo em dia e… – o policial o interrompe.
Policial: Garoto, você ta bêbado? É por que to sentindo o bafo daqui.
João: E-eu, bêbado? Que é isso seu guarda. To bêbado não.
Policial: Já que não tem o que temer, vamos fazer um bafômetro, sabe, só por desencargo de consciência.
Contrariado, o garoto se submete ao teste.
Policial: o limite ta bem acima do permitido. Você ta preso, garoto.
João, nervoso: Não, seu guarda, eu não posso ser preso.
Policial, irritado: pensasse nisso antes de beber e dirigir. Agora desce da moto e entra no carro, que eu to sem paciência.
Close no olhar preocupado de João.
FIM DO CAPÍTULO 03
Realmente, Wellyngton, o João ainda vai incomodar muito. Obrigado amigo, continue acompanhando 😉
Gente o João não tem jeito! cada dia melhor. Gosto de história ágil, gosto de ler VERNISSAGE!