Trilhas da Vida – Capítulo 7
CENA 1-RUA/NOITE
Nanda tenta acordar Enzo que acaba de ser atropelado.
NANDA-Preciso ligar para uma ambulância.
Ela pega o celular e liga para os médicos.
CENA 2-CASA DE NANDA/INT./SALA/NOITE
LÉIA-Cadê a Nanda que não chega? Já vai dar 8 horas da noite.
ESTEVÃO-Acho estranho ela demorar esse tempo todo.
LÉIA-Será que aconteceu alguma coisa com ela?
Léia fica bastante preocupada com a filha.
CENA 3-MANSÃO DOS VILLARI/INT./SALA/NOITE
Roberto tenta pedir desculpas para Denise.
ROBERTO-Amor, me perdoe?
DENISE-Eu nunca irei te perdoar! Olha o que você fez, bateu no nosso filho, você nunca tinha batido nele.
ROBERTO-Ele mereceu.
DENISE-Mereceu nada! Ele sempre foi uma pessoa educada na escola, sempre passou de ano, nunca me decepcionou, olha o que você fez, bateu no coitado!
LORENA-Desculpa mãe, mas o Enzo não é nada de santinho que nem você pensa.
DENISE-Vai ficar contra mim agora?
LORENA-Não mãe, só estou falando a verdade.
DENISE-Isso não é a verdade! O Enzo é um santo!
O telefone toca.
A empregada atende e dá a notícia.
EMPREGADA-Senhora, é do Hospital.
Denise fica desesperada e começa a chorar.
DENISE-Meu Deus, do Hospital?
Denise pega o telefone e o médico fala que Enzo foi atropelado e levado as pressas para o hospital.
DENISE (chorando)-Como ele está?
MÉDICO (do outro lado da linha)-Ele estava muito bêbado, é melhor a senhora vir aqui.
Denise pega todas as informações e desliga o telefone.
DENISE-Eu vou para o Hospital.
ROBERTO-É no meu Hospital?
DENISE-Não, é em outro.
ROBERTO-Eu vou também.
DENISE-Você não vai a lugar nenhum, você é quem causou tudo isso. Se meu filho morrer, a culpa vai ser sua!
ROBERTO-Tá certa, eu não vou.
DENISE-Vai ficar aqui em casa, e vai pensar no que você fez.
CENA 4-CASA DE NANDA/INT./NOITE
ESTEVÃO-E essa menina que não chega?
LÉIA-Acho que aconteceu alguma coisa, vou ligar para a polícia.
ESTEVÃO-Ainda não, vamos esperar até amanhecer se ela não aparecer a gente vai na polícia.
CENA 5-CASA DE GABRIELA/INT./QUARTO/NOITE
Gabriela está pensando em tudo que sofreu no dia de hoje.
GABRIELA-Como podem existir pessoas desse jeito? Pessoas sem coração?
Tina entra no quarto e trás um suco para Gabriela.
GABRIELA-Obrigada.
TINA-Por que você está triste?
GABRIELA-Aconteceu muita coisa hoje, prefiro não contar.
TINA-Pode contar pra mim.
GABRIELA-Não, me sinto muito mal falando disso.
TINA-Tá bom.
GABRIELA-E a minha mãe? Você tem notícias dela lá nos Estados Unidos?
TINA-Hoje de manhã quando você estava no colégio, ela ligou dizendo que chegou lá e está hospedada em um hotel.
GABRIELA-Sinto tanta saudade dela.
TINA-Ela também disse que tem muitas saudades de você.
GABRIELA-Queria ter ela aqui nesse momento difícil.
CENA 5-HOSPITAL/INT./RECEPÇÃO/NOITE
Denise chega desesperada e pergunta para a atendente.
DENISE-O Enzo Villari está aqui?
ATENDENTE-Sim, chegou faz umas duas horas.
DENISE-Em que andar?
ATENDENTE-No 9º andar.
DENISE-Obrigada.
CENA 6-COLÉGIO RUBÉN/INT./QUARTO DA DIRETORA/NOITE
Thamara está dormindo e ouve um barulho que a acorda.
THAMARA-O que foi isso?
Ela pega uma lanterna, caminha até a porta e a abre.
THAMARA-Quem está aqui? – Liga a lanterna.
A lata de lixo misteriosamente cai no chão.
Thamara fica desesperada.
Logo depois o barulho chega ao armário.
A diretora chega com leves passos e abre o armário e vê que não tem nada.
Um homem, atrás dela, chama pelo nome.
Ela olha logo para trás e vê um homem.
THAMARA-Socorro! – Liga a luz. – Bernardo?
BERNARDO-Sou eu meu amor.
Thamara corre para abraçá-lo.
THAMARA-Você de novo?
BERNARDO-Sim, eu estava morrendo de saudades de você.
THAMARA-Mas como você entrou aqui? Quase me matou do coração.
BERNARDO-Tenho meus truques.
THAMARA-Continua o mesmo de sempre, você me assustou.
BERNARDO-Nunca pensei que você ia virar diretora de um colégio.
THAMARA-Pois é, pode acreditar.
BERNARDO-E como andam as coisas?
THAMARA-Sabe o que é? Administrar um colégio não é nada fácil, eu não estou sabendo como cuidar disso tudo aqui.
BERNARDO-Você pode contar comigo.
THAMARA-Obrigada. Sabe? Tenho boas recordações até hoje do passado quando eu era roqueira e vivia com uma caixa de som no meu ombro pulando em cima de túmulos nos cemitérios e expulsavam a gente, lembra? – Sorri.
BERNARDO-Sim, era muito bom quando éramos novos.
THAMARA-Ainda tenho aquele CD.
BERNARDO (alegre)-Ah, você ainda tem?
THAMARA-Sim.
CENA 7-HOSPITAL/INT./9º ANDAR/NOITE
Na sala de espera, Denise e Nanda (que ainda não se conhecem) estão sentadas juntas.
DENISE-Olá, quem é você?
NANDA-Sou a Fernanda muito prazer.
DENISE-Estou muito aflita com o meu filho aqui.
NANDA-Eu também estou, um amigo meu também está aqui.
DENISE-Recebi a triste notícia que ele foi atropelado.
Nanda fica pasma.
NANDA-Você é o que dele?
DENISE-Mãe.
No mesmo momento o médico chega.
MÉDICO-A situação do paciente Enzo já está melhor, ele estava bêbado, mas acabamos de neutralizá-lo.
NANDA-Ufa! Que bom.
DENISE (assustada)-Você conhece o Enzo?
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