Três Jogadas – Capítulo 54 (ANTEPENÚLTIMO CAPÍTULO)

Três Jogadas.

Capítulo 54 – ANTEPENÚLTIMO CAPÍTULO

“Não há coisa que mais nos engane do que o nosso juízo.”

Leonardo da Vinci

Cena 1. Rio de Janeiro – Delegacia / Dia

Continuação imediata da cena anterior.

Simone séria: Era a única que tinha motivos.

Clarice sorri: Mas você também estava lá. É delegada… Anda sempre armada. Acusar os outros é muito fácil, não é mesmo?! Quem não garante que foi você?

Simone furiosa: Você está me acusando?!

Clarice debocha: Você pode e eu não? Eu não tenho tempo a perder com as suas acusações. Fala logo o que você quer!

Simone sorri: Eu quero que você assuma que foi você que matou a Alice. Será que você é capaz disso?

Clarice: Como é que vou assumir uma coisa que eu não fiz? Eu não tenho nenhum envolvimento com a morte da Alice.

Simone: Bom pra quem teve a coragem de matar a própria irmã. Matar uma rival seria o de menos, né?

Clarice sem entender: Como é que você sabe dessa história?

Simone sorri: Eu tenho meus contatos.

Clarice: Mesmo que eu tivesse meus motivos, eu jamais faria isso. Tínhamos nossas diferenças, mas nunca passou pela minha cabeça em matar a Alice.

Simone: Então você pode pelo menos me ajudar se viu alguma movimentação estranha ou não. Você não desgrudou da sua família. Algum deles disse que iria ao banheiro?!

FLASHBACK

Júlia entrega sua bolsa a Clarice: Vou ao banheiro. Estou super apertada.

Clarice pega a bolsa: Cuidado com a Alice. Essa mulher está perturbada e eu não duvido nada dela cometer uma loucura.

Júlia sorri: Eu sei me defender muito bem. Sempre preparada. Antes de chorar a senhora, chora a mãe dela.

Júlia sorri e sai.

FIM

Clarice mente: Não. Se foram ao banheiro foi longe de mim. Eles se afastaram também. Não fiquei grudada o tempo inteiro com eles.

Simone se levanta: Sei. Bom, já que você disse não ter culpa no cartório e também não ter visto nenhuma movimentação estranha eu vou te liberar. Mas a qualquer momento você pode ser chamada novamente.

Clarice se levanta: Espero não ter que voltar aqui novamente. Eu não matei a Alice!

As duas se encaram.

Cena 2. Rio de Janeiro – Lagoa / Rua / Dia

Luigi continua sufocando Sérgio.

Luigi furioso: FALA SÉRGIO! QUEM FOI QUE MATOU A ALICE?

Sérgio sem ar: Eu já disse que não vou contar! Me solta!

Luigi alivia um pouco: Você sabe quem foi que matou ela e não quer me contar por quê? Tem culpa no cartório? FOI VOCÊ QUE MATOU A ALICE? CONFESSA!

Sérgio: Eu não tenho nada a ver com a morte da Alice. FOI A LUÍZA! A LUÍZA QUE MATOU A ALICE!

Luigi aperta mais: MENTIRA SUA! MENTIROSO!

Sérgio furioso: Pergunta pra ela então! Vamos ver o que ela vai responder! Eu vi quando ela entrou no banheiro.

FLASHBACK

Sérgio sai do banheiro masculino. Ele vê Alice vindo de longe e se esconde atrás da porta. O homem toca na arma, que está em seu bolso. No momento que ele vai sair, Luíza surge apressada, olhando para trás toda hora. Ela acaba pisando em falso e deixa uma marca de sapato no chão.

Luíza tropeça: Droga! Inferno!

Ela entra no banheiro feminino. Sérgio sai do banheiro masculino e começa a ouvir umas gritarias vindo lá de dentro.

Voz de Luíza: ASSASSINA! VOCÊ MATOU MINHA MÃE!

Voz de Alice: MATEI MESMO E FARIA TUDO DE NOVO! VOCÊ NÃO OUSE ME DESAFIAR! ME DEIXA EM PAZ! SAI DAQUI E ME DEIXA EM PAZ!

Voz de Luíza: MINHA VONTADE AGORA É ACABAR COM VOCÊ! TE MATAR!

Voz de Alice: ENTÃO MATA! APROVEITA QUE NÃO TEM AQUI COM A GENTE E MATA! Depois você desaparece e age como se nada tivesse acontecido! É assim que todo mundo faz. Mata e ainda se compadece.

Voz de Luíza: Igual você fez com o Jordan, né? Matou o homem e ainda veio na missa dele.

Voz de Alice: Igual fiz com todo mundo! E queria fazer com mais gente. Você, o BABACA DO SÉRGIO, A VADIA DA JÚLIA, A VAGABUNDA DA CLARICE… QUER MAIS NOME?!

Sérgio com olhar fulminante.

FIM

Luigi solta um pouco Sérgio: Eu não acredito nessa tua história! Você inventou isso tudo. Isso é coisa da sua cabeça.

Sérgio nervoso: Eu ouvi as gritarias vindo lá de dentro. Elas gritando e uma xingando a outra. Eu fui embora dali e quando voltei eu vi o corpo da Alice caído no chão. Morta! E eu com medo fui embora correndo.

Luigi solta Sérgio: Eu não acredito em você! Você inventou isso tudo! Eu só vou te liberar quando você contar quem foi que matou a Alice!

Sérgio furioso: EU NÃO VOU CONTAAAAAR!

Ele dá um chute em Luigi e sai correndo. Luigi cai no chão.

Luigi caído no chão: EU VOU DESCOBRIR SÉRGIO! EU VOU DESCOBRIR QUEM FOI QUE MATOU A ALICE!

Mais tarde…

Cena 3. Rio de Janeiro – Urca / Apt. da Eliane / Tarde

VÍDEO CONFERÊNCIA

Melissa triste: Eu não acredito! Você desistiu mesmo de vir pra cá? Eu achei que fosse algo passageiro.

Eliane entristecida: Eu também achei que seria. Que à vontade de ficar logo passaria, mas não. Eu quero ficar aqui. Tenho uma vida inteira e não posso abandonar tudo isso de uma hora para outra.

Melissa: Tudo isso?! Você sabe que eu te adoro demais e que esse “tudo isso” acabou quando você se separou do Tiago. Por falar nisso, conseguiu encontrá-lo?

Eliane: Não! E nem vou mais. Se eu te contar a história você vai achar que é coisa de filme. Surreal.

Melissa se assusta: Credo! Fiquei assustada agora. O que foi que aconteceu?

Eliane: Ele tentou abusar da Vanessa e ela o matou. Eu cheguei na casa dela e ela estava surtada. A casa estava de cabeça pra baixo e o pior: ela louca, acertando a cabeça no vidro.

Melissa perplexa: Que horror! E como é que você reagiu diante disso tudo?

Eliane: Tentei ser humana, né?! É claro que o que ela fez não explica nada, mas ela ficou traumatizada. A defesa que ela encontrou foi se livrar dele de uma vez por todas. Ainda fiz a boa ação e internei ela.

Melissa ri: Você internou a mulher?! Eliane sua louca.

Eliane ri: Não! Calma. Não é isso. Ela que pediu. Ela chorou pra mim implorando ajuda.

Melissa: Parece que as coisas mudaram né?! Esse foi o fim que ela escolheu pra ela. Tanto te humilhou que por fim… precisou de você.

Eliane: Pois é… E eu também era a única que podia ajudá-la. Ela não tem amigos e familiares aqui.

Melissa: Pelo menos acabou tudo bem, né?! Quer dizer. No bom sentido. Pelo menos ela não fez nenhuma maluquice e se matou.

Eliane: Ela está transtornada. Se você visse a situação dela.

Melissa: É a vida, né?! A gente colhe o que a gente planta. Mas não muda de assunto! Desistiu mesmo?

Eliane: Desisti. Mas a Jaqueline vai. Ela vai te fazer companhia aí. E vai levar a filha dela também.

Melissa sorri: Que bom que elas se acertaram. Parece que tudo está se alinhando.

Eliane respira fundo: Graças a Deus! Esse tormento já está perto de acabar. Daqui pra frente é só festa. – ela ri.

Melissa rindo: Será?! Destino é uma caixinha de surpresa. Só sei que finalmente encontrei o meu lugar de paz. Não vou embora nunca mais! Aliás: e que lugar de paz!

Eliane rindo: Boba. Está falando do Renato, né?!

Melissa sorri: O próprio. Ele me faz tão bem. Eu fico perto dele e me acalmo e me sinto protegida.

Eliane: Acho que tem alguém apaixonada.

Melissa bate na madeira: Deus é mais! Nem brinca com isso.

As duas continuam rindo… Corta o áudio e elas continuam conversando.

 Cena 4. Rio de Janeiro – Leme / Apt. da Clarice / Tarde

Kiara chega com Kiara à cozinha, enquanto todos almoçam.

Kiara sorri: Família! Quero apresentar pra vocês uma pessoa. Eric, família. Família, Eric.

Clarice sorri: Seja bem vindo, Eric. Tem que ter pulso firme para aguentar a Kiara. – ela ri.

Eric ri: Pode deixar. Já enfrentei coisas piores.

Kiara o bate: Eric! Está me chamando de coisa ruim?

Leandro rindo: Acho que você já começou errado, meu caro. Brincadeiras a parte, seja bem vindo meu caro. Espero que você esteja consciente do que está fazendo.

Kiara senta-se chateada: Ai que saco. Vocês adoram pegar no meu pé. Cadê Paloma?

Júlia ri: Está no quarto com a Luíza. As duas estavam se arrumando.

Kiara levanta apressada: Eu vou até lá. Me esperem aqui. – ela olha para Eric. – Fica aqui, tá?!

Kiara sai apressada.

Leandro sem entender: Alguém entendeu alguma coisa?

Clarice o olha: Ela sabe o que está fazendo.

No quarto de Júlia…

Luíza na cama, rodeada de roupas.

Luíza dramática: Que droga! Eu não sei que roupa usar. Eu nunca jantei em mesa assim tão chique. Não sei nem me comportar.

Paloma ri: É fácil. Com um tempo você aprende. Que tal esse vestido?

Luíza pega a roupa: Vestido?! E isso combina para um almoço?

Paloma ri: Então pega essa bermuda e essa blusa ciganinha.

Luíza pega a blusa: Será que vai dá certo?

Paloma: Coloca pra vê. Eu vou no meu quarto vê se encontro alguma roupa que caiba em você.

Paloma sai. Luíza troca a roupa. A garota se olha no espelho.

Kiara entra: Paloma! – Luíza vira-se. – Ah! É você. Sabe onde está a minha filha?

Luíza a encarando: Foi ao quarto dela. Mas espera! Acho que a gente precisa conversar. Eu sei que você teve um caso com meu irmão no passado.

Kiara fecha a porta: Pra que resgatar isso?! Deixa isso onde ele tem que ficar: no passado.

Luíza: Mas você pode ser a culpada de ter matado meu irmão.

Kiara: Eu tive um caso com o Ricardo sim. Mas eu não o matei. Diferente do que sua mãe me acusava. Ele se matou por ciúmes. E eu sofri muito com a morte dele. É um trauma que eu carrego até hoje.

Luíza sorri: Eu queria ter tido a oportunidade de conhecer melhor meu irmão. Ele se foi tão cedo.

Kiara sorri: Eu lamento muito. Se eu soubesse que o caso ia tomar tantas proporções eu não teria me envolvido com ele.

Luíza: Eu gostei de você. Eu te vi lá na festa, mas não imaginava que você era a tal Kiara. Até por que minha mãe só foi descobrir depois que você que tinha se envolvido com meu irmão, até então ela achava que a Alice tinha o matado.

Kiara sorrindo: Eu também gostei de você. E gostei muito do seu irmão. Acho que eu devo um pedido de perdão. Mesmo sem culpa!

Luíza se aproxima aos poucos: Não precisa. Eu sei que você não tem culpa de nada. Será que eu posso te dá um abraço?

Kiara: Claro!

As duas se abraçam.

Corte descontínuo.

Kiara, Paloma e Luíza chegam até à cozinha.

Clarice rindo: Que demora! Por pouco que o Eric não foi embora.

Kiara ri: É bom que ele se acostume com a demora das mulheres. No casamento a gente demora bem mais.

Eric que estava bebendo um vinho se engasga.

Eric a olha: A gente vai casar?!

Kiara ri: Segredos da vida.

Clarice se levanta e bate com o talher na taça: Aproveitar que a família inteira está reunida para fazermos um brinde!

Leandro sem entender: Um brinde a quê?!

Clarice sorri: A família!

Todos se levantam para brincar.

Juntos: A família!

Eles brindam. Congela na taça deles juntas e levantadas.

Cena 5. Rio de Janeiro – Catete / Apt. da Adriana / Tarde

Fernanda assiste televisão. Adriana surge com uma bandeja de lanches.

Adriana ri: Eu disse que ficaríamos só nós duas. Como sempre: unidas.

Fernanda ri: Como nos velhos tempos. Nossos pais saíam e a gente tinha que dividir controle, comida, cobertor e a televisão.

Adriana: Nem me lembra disso! Tanta coisa boa passamos juntas. Sempre compartilhamos tudo.

Fernanda pega o suco: Opa! Nem tudo. Nunca compartilhamos namorados… Pelo menos eu acho.

Adriana senta-se rindo: Isso nunca. Acho que numa vida passada fomos irmãs, sabia? Esse espírito de união nossa é de se admirar. Eu sempre cuidando de você… Você sempre cuidando de mim. Como sempre.

Fernanda a olha: Eu vou ser eternamente grata por tudo que você fez por mim! Tudo mesmo. Sempre se preocupou comigo e sempre foi atenta, nunca deixou que nada me faltasse… Principalmente o primordial: o amor.

Adriana sorri: Eu prometi pra mim mesma que eu cuidaria de você sempre e que nosso amor seria inabalável. Você não tem ideia do quanto eu te amo! Você é muito importante pra mim.

Fernanda sorri: Acho que posso te alguma ideia disso. Eu te adoro tanto. Mas não chega a ser amor não. – brinca.

Adriana ri: Ah não?! Acabou o amor.

Fernanda tenta abraçar Adriana: Não! Era brincadeira. Eu te amo prima. Mesmo. Esse inferno que eu passei na minha vida só me mostrou com quem eu posso contar sempre. Você vale como mãe, amiga, irmã, prima, tia chata do natal, pai, avó. Você sempre foi minha amiga. Sempre apontou meus defeitos na intenção de me fazer melhorar e de me tornar um ser humano melhor. Se hoje eu sou quem eu sou eu devo tudo a você.

Adriana sorri: Espero que todo meu esforço tenha valido a pena. Você é a prova de que todo sofrimento nos edifica, nos faz crescer. – ela começa a chorar. – Agora chega desse melodrama. Isso aqui não é uma despedida.

Fernanda chorando: É só um recomeço de nossas vidas. Nossa irmandade e cumplicidade vai ser pra sempre!

As duas se abraçam emocionadas e aos prantos. Congela nas duas.

Cena 6. Rio de Janeiro – Laranjeiras / Apt. da Amanda / Tarde

Gustavo faz umas pesquisas para o casamento. Amanda sai do banho.

Amanda sorri: A água está uma delícia. Não vai tomar banho?

Gustavo a olha: Nem pra me esperar.

Amanda ri: Não faço essas besteiras antes do casamento.

Gustavo ri: Ah é?! Virou santinha agora!

Amanda rindo: Sim. Agora tem que me conquistar!

Gustavo se levanta e beija a garota: Mas isso é muito mole.

Amanda lhe dá um tapa: Está me chamando de fácil, Gustavo?!

Gustavo prende o riso: Vocês mulheres sempre com essas manias de entender tudo errado.

Amanda lhe taca uma almofada: Agora está me chamando de burra?! Qual vai ser o próximo xingamento?

Gustavo ri: Está maluca? Eu falei da dificuldade em entender as coisas. Em momento algum chamei de burra.

Amanda lhe batendo: Então não era burra, era lerda?! Seu cretino!

Gustavo a segura: Fera! Você é assim sempre?

Amanda convencida: Sempre que posso. Não sou fácil tem que me conquistar!

Gustavo a solta: Vamos tentar então.

Amanda sorri e Gustavo se afasta.

Gustavo se aproxima aos poucos: Oi gata! – ele pigarra. – Você… Você vem sempre aqui?!

Amanda se fazendo: Sempre que dá gato. E você?

Gustavo não aguenta e ri: Como é que continua?

Amanda ri: Credo Gustavo. E também você escolheu uma péssima cantada!

Gustavo ri: Não sou bom com isso.

Amanda rindo: Me mostre suas outras habilidades então.

Gustavo a puxa: Pode deixar!

Os dois se beijam apaixonados.

Amanda sem ar: Nossa! Que habilidade. Agora é sério… Eu estava pensando numa coisa dentro do banheiro.

Gustavo: E o que é que você pensou?

Amanda o olha: Eu quero que a Stacy seja nossa madrinha de casamento.

Gustavo fica surpreso e sem saber o que dizer.

Cena 7. Rio de Janeiro – Ipanema / Apt. do Barros / Tarde

Simone prepara um jantar para Barros. O mesmo está sentado à mesa da cozinha.

Simone sorri: Não acostuma não! É só enquanto você está se recuperando.

Barros ri: Assim eu vou acabar ficando mimado.

Simone: Mais é impossível! Já está mimado o suficiente. Não acha?

Barros ri: Acho não… Você podia me mimar um pouquinho mais.

Simone ri: Bobo. Tanto problema acontecendo e eu aqui rindo como se nada disso fosse real.

Barros: É só você pensar que tudo ao passa de um sonho. Sonho não, pesadelo. E que logo isso tudo vai passar.

Simone senta-se: Assim espero. Eu só quero ser feliz e tirar um pouco de férias daquela delegacia. Esquecer um pouco desses problemas e ser feliz. Eu mereço!

Barros sorri: Claro que merece. Aliás, eu queria te fazer um pedido.

Simone ri: Mais um pedido. Qual é dessa vez?

Barros sorri: Quero que você venha morar comigo.

Simone sem graça: Nossa! A gente está num relacionamento tão bom. Já aceitei seu pedido de casamento… Vamos com calma. Dá tempo ao tempo.

Barros: Você sempre diz isso.

Simone: Por que é verdade. Eu gosto de você. A gente vai casar e isso já é um grande passo pra quem não queria nada.

Barros sorri: Nisso devo concordar. Tá bom. Vou respeitar esse tempo e dá tempo a ele. Só promete que não vai desistir de mim?

Simone sorri: Nunca!

Os dois se beijam. Congela nos dois se beijando.

Cena 8. Rio de Janeiro – Leme / Clínica de Reabilitação / Tarde

No quarto de Igor…

Igor escreve uma carta.

https://www.youtube.com/watch?v=IUM4upJvjJk

Voz de Igor, em off: O amor sempre suporta tudo. Ele é fiel e não decepciona. Sim, o verdadeiro amor não decepciona! Sempre fomos muitos próximos e eu talvez demorei a perceber o quanto eu te amava. Talvez não… Eu demorei. Mas quando percebi ainda estava em tempo de mostrar todo o meu sentimento e tentar provar que você verdadeiramente é a pessoa que eu escolhi pra viver. Eu te escolhi. Você me escolheu e é só isso que realmente importa. Nossa relação vai além de qualquer coisa e está sempre a frente de tudo. Talvez nossa relação choque muita gente, mas teremos a consciência daquilo que escolhemos. Não só a consciência, como também a confirmação de que nascemos um para o outro. Você é tudo que eu sempre quis e sempre desejei… EU TE AMO”

Ele escreve o eu te amo grande e um coração do lado.

Congela na carta.

Mais tarde…

https://www.youtube.com/watch?v=SsLRUlIF_tE

Cena 9. Rio de Janeiro / Noite

Sem diálogo, as cenas vão se passando.

– Quarto de Luigi vazio. Cama desarrumada.

– No quarto de Leandro, somente o homem deitado na cama.

– Quarto de Júlia vazio. Cama desarrumada.

– Quarto de Paloma vazio e sua cama desarrumada. No chão do quarto, um colchão vazio, que no caso é de Luíza.

– Quarto de Eliane vazio. Cama desarrumada.

– Um quarto com duas camas: de Adriana e Fernanda. Somente Fernanda na cama.

– Quarto de Kiara vazio. Cama desarrumada.

 Cena 10. Rio de Janeiro – Delegacia / Noite

Gelado faz algumas anotações. A delegacia toda vazia, somente a sala de Simone está com a luz acesa. A porta abre e no chão uma sombra. Gelado se levanta apreensivo.

Paralelo à cena…

Barros atende ao telefone: Alô!

Gelado, ao telefone, nervoso: Barros. Cadê a Simone?!

Barros, ao telefone se preocupa: Aconteceu alguma coisa?

Gelado, ao telefone: Estou diante do assassino da Alice.

Simone vira-se assustada. Corta.

Fim do Capítulo 54!