Três Jogadas – Capítulo 43
Três Jogadas.
Capítulo 43
“Uma mulher vingativa é mais terrível do que uma Leoa faminta.”
Sócrates Di Lima
Cena 1. Rio de Janeiro – Delegacia / Dia
Continuação imediata da cena anterior.
Sérgio sorri: E então. Gostou?
Simone perplexa: Que brincadeira de mau gosto é essa?!
Sérgio coloca o gravador na mesa: Não é nenhum tipo de brincadeira. Essa gravação é séria.
Simone desconfiada: Como é que eu posso acreditar em você? Você mordomo fiel da Alice. Eu lembro muito bem quando você confirmou que ao invés de ter levado um tiro dela, foi vítima de um assalto.
Sérgio: Eu me arrependo de ter feito isso. Se eu pudesse tinha entregado a desgraçada. Eu fui burro. Mas foi ela sim, foi ela que atirou em mim.
Simone não se surpreende: E você acha que eu não sabia?! Sempre soube esse tempo todo que você fez de tudo para defendê-la. E agora me chega com essa gravação? Eu não acredito. Sai daqui.
Sérgio: Delegada eu preciso que você acredite em mim.
Barros intervém: Doutora, ele está com cara de quem está falando sério. Você devia dá um voto de confiança.
Simone olha para Sérgio: Por qual razão você está fazendo isso?
Sérgio se acomoda: Eu conheço a Alice do passado. Eu não sou um simples mordomo. Eu fui jurado do concurso que aconteceu no Teatro, que pegou fogo, onde a Alice estava, juntamente com a Aurora, que agora se chama Célia. Essa Aurora é a mãe biológica do Luigi.
Simone perplexa: Que história é essa?!
Sérgio prossegue: A Alice planejava dá um golpe no Enrico, que é o primo da Clarice. Na época a Alice tinha um relacionamento com tal de Neto.
Simone olha para Barros: Neto é o homem que a gente prendeu. Essa história ele não nos contou. Prossiga, prossiga.
Sérgio: Só que ela acabou se apaixonando pelo Enrico e desistiu do plano. Ela descobriu esse filho e a Aurora. Quer dizer, ela descobriu que a mulher era casada com ele, porque elas já se conheciam e eram rivais. A Aurora descobriu tudo e a rivalidade das duas só aumentou. Eu como jurado posso garantir que a Aurora era a preferida entre a gente e que ela ganharia. Eu era completamente apaixonado pela Alice e eu contei, foi quando ela decidiu incendiar o teatro. Na verdade a intenção dela era incendiar o camarim da Aurora com ela lá dentro, mas o fogo acabou se espalhando. No dia do desfile, ela começou a jogar charme, me seduzindo, para que eu votasse nela. Eu lembro perfeitamente disso. E ela prometeu que me pagaria depois. – ele sorri. – Você sabe como.
Simone horrorizada: E ela conseguiu tacar o fogo?!
Sérgio: Conseguiu. Só que o Neto deixou ela pra trás e quem foi ajudar fui eu. Como eu fui burro. Depois eu fui cobrar o que havia me prometido, se não fosse eu ela teria morrido e ela me humilhou. E eu prometi voltar para me vingar.
Simone perplexa: Meu Deus! E como que ela não te reconheceu esse tempo todo dentro da casa dela?
Sérgio sorri: Eu mudei muito. E minha caracterização me ajudou inteiramente. Confesso que pensei em desistir, até ela me expulsar de casa.
Simone curiosa: E você foi expulsa por?
Sérgio: Pois eu ajudei o Luigi chegar até a mãe dele. Ela descobriu e me expulsou de casa. Antes de sair eu a gravei confessando todos esses crimes.
Simone pega o gravador: Isso que você contou aqui foi muito importante para a nossa investigação. Ele fica comigo! E você já pode ir.
Sérgio se levanta: Espero que vocês saibam o que fazer com essas informações. Essa mulher precisa parar na cadeia!
Simone sorri: Cada coisa no seu tempo. Obrigada!
Sérgio pega suas coisas e sai. Simone e Barros se entreolham, assustados.
Cena 2. Rio de Janeiro – Laranjeiras / Hospital Santo André / Dia
Stacy está deitada na maca. Gustavo ao seu lado. Hélio chega com os exames.
Hélio fecha a porta: Os exames ficaram prontos. A notícia não é nada agradável.
Stacy entristecida: Eu perdi meu bebê, doutor?!
Hélio faz que sim: Eu sinto muito. O impacto foi muito forte e você está com poucos meses de gravidez. O bebê não suportou. Eu lamento muito.
Stacy chorando: Não acredito que isso está acontecendo comigo. Por que logo comigo?
Hélio entristecido: O sofrimento não avisa quando chega e muito menos escolhe o tipo de pessoa. Ele é adepto a qualquer tipo. Dizem que a gente só se cura de um sofrimento, depois de tê-lo suportado até o fim. Não sei se te vai te servir de consolação… Pelo menos de reflexão eu sei que vai. Boa recuperação.
Hélio sai.
Stacy enxuga as lágrimas: Doutor! – o homem volta. – Eu vou precisar ficar aqui muito tempo?
Hélio: Você tinha pouco tempo de gravidez. Não será necessária a curetagem. Logo você pode sair.
Stacy sorri: Obrigada doutor. Por tudo.
Hélio retribui o sorriso e sai. Stacy e Gustavo se entreolham.
Stacy o encarando: Não vai falar nada?
Gustavo sem olhar pra ela: Você quer que eu fale como?! “Deixa pra próxima!”? Que irresponsabilidade, Stacy.
Stacy chorando: E qual problema?! A gente não é um casal? É só a gente oficializar essa nossa relação. E para de querer empurrar a culpa pra cima de mim?
Gustavo triste: A gente não vai oficializar uma relação. A gente não tem uma relação! E você quer que eu culpe quem? A mim?
Stacy enxuga as lágrimas: Insensível! Eu achei que estivéssemos compartilhando da mesma dor. Pelo visto me enganei.
Gustavo a olha: Se enganou sim. E não, não estamos compartilhando da mesma dor.
Stacy indignada: Você agora vai querer competir quem sofre mais?! Era só o que me faltava. Eu acabo de descobrir que a Adriana não é a minha mãe e ainda por cima perco meu filho. Tem certeza que vai querer medir sofrimento? O teu mal é achar que só você tem o direito de sofrer! Insensível. Babaca. Canalha. Ainda tem coragem de me dizer que não temos uma relação. Eu achei que a última conversa que tivemos, tínhamos assumido uma relação.
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Gustavo: Você sabe muito bem que eu não gosto de você do jeito que você gosta de mim ou gostaria que eu gostasse de você. O que eu sinto por você não é amor. Era compaixão. Como se eu tivesse uma dívida com você.
Stacy furiosa: DÍVIDA?! Você ainda tem a coragem de chamar o filho que eu esperava de dívida?! Agora que eu perdi o bebê você pode dizer que a essa dívida está quitada? Você consegue ser mais cruel do que muita gente que mata… rouba!
Gustavo confuso: Eu estou tão confuso. Me dá um tempo pra pensar, refletir e ENGOLIR tudo isso que está acontecendo aqui.
Stacy chorando: Eu não posso te obrigar a nada. E muito menos te prender a mim. Eu não sou sua dona e nunca fui. E sai daqui! Deixa eu ficar sozinha, sofrer e sentir a minha dor. Como você disse: não compartilhamos do mesmo sofrimento. SAI!
Gustavo: Tem certeza?
Stacy enxuga as lágrimas: SAI!
Na recepção…
Gustavo sai apressado.
Adriana se levanta: Gustavo!
Gustavo para e olha para trás: Diga.
Adriana: Posso ir ver como a Stacy está? Antes que o horário de visita acabe.
Gustavo sorri: Pode. Eu não vou voltar.
Adriana estranha: Vocês brigaram?!
Gustavo: Ela tá na última sala do primeiro corredor. Dá licença.
O garoto sai apressado. Adriana estranha à reação do garoto.
Cena 3. Rio de Janeiro – Laranjeiras / Casa da Amanda / Dia
Amanda toma café. A campainha toca.
Amanda se levanta: Já vai! – a garota se apressa e abre a porta. A garota abre a porta e se depara com Gustavo. – Gustavo…
Gustavo: Será que gente pode conversar?
Amanda: Vai depender do que você quer conversar.
Gustavo: Será que eu posso entrar?!
Amanda abre mais a porta: Entra.
Gustavo entra: Com licença. Eu lembro que você tinha me dito que morava por aqui, eu resolvi procurar e consegui te encontrar.
Amanda fecha a porta: Será que você pode ir direto ao assunto?
Gustavo: Se eu vim numa hora errada você fala. Eu posso voltar outro dia.
Amanda: Desculpa. Eu não queria ser grossa ou ao menos parecer. É que tem tanta coisa acontecendo. Enfim. Eu vou te ouvir, pode falar.
Gustavo: A Stacy perdeu o bebê. Eu acho que você devia saber disso. Se é que ainda te interessa.
Amanda: Eu nunca tive o interesse dela perder o bebê. Quem vê você falando desse jeito vai achar que estava jogando praga pro relacionamento de vocês dois e principalmente pro bebê, que não tem culpa de nada. Essa culpa é nossa! A gente está andando em direção contrária, Gustavo. Você está com a Stacy e eu… Bom, eu estou sozinha.
Gustavo se aproxima aos poucos: Andando em direção contrária você sabem o porquê. Eu posso parecer um canalha e um insensível falando, mas a verdade é que a única coisa que me prendia a Stacy era esse bebê.
Amanda: Vocês ainda são presos um ao outro. Ela vai precisar do seu apoio, vai precisar de você e eu não quero me intrometer na relação de vocês dois. Eu prometi pra ela que estava abrindo mão e eu vou cumprir isso. Eu não posso mais me envolver com você.
Gustavo: Não pode ou não quer?! Sempre tivemos uma relação amigável. Agora nada mais me prende a Stacy e eu vou apoiá-la. Só que eu não quero ficar com uma pessoa que acha que o meu sentimento por ela é recíproco do que ela sente. Eu não amo a Stacy. – ele fica em silêncio por um tempo. – É você que eu amo.
Amanda chorando: Eu também te amo, Gustavo. Muito! Mas eu não posso. Eu não quero, sei lá. Eu estou confusa!
Gustavo se aproxima: Não fala nada! – ele cola o rosto no de Stacy. – Essas insinuações de medo de se relacionar não colam mais comigo. Eu te amo! Você me ama! A gente se ama! Isso que importa.
Gustavo a beija e a garota acaba cedendo.
Cena 4. Rio de Janeiro – Urca / Apt. da Eliane / Dia
Jaqueline chega atormentada. Ao ouvir o barulho da porta, Eliane vem apressada até à sala.
Eliane assustada: Que cara é essa? Morreu alguém?!
Jaqueline se joga no sofá: Minhas esperanças. – ela se levanta. – Você não sabe quem eu reencontrei.
Eliane irônica: Vou ali rapidinho na vidente, quando eu voltar eu te falo quem você encontrou. Óbvio que eu não sei! Conta logo.
Jaqueline senta-se no sofá: A Stacy! Eu reencontrei a minha filha.
Eliane radiante: E então?! Como é que foi esse encontro?
Jaqueline entristecida: Péssimo! E pra completar, a garota me rejeitou, disse pra Adriana que nunca lhe perdoaria e pra finalizar: foi atropelada e perdeu o bebê. É pouco ou quer mais?
Eliane bate na madeira: Que horror! O dia mal começou e já está terrível. Vocês pelo menos conversaram?
Jaqueline: E ela deixou? A garota é pulso firme. Não quis trocar uma palavra. Quando eu tentei, aconteceu essa tragédia.
Eliane senta-se assustada: Meu Deus. Pelo menos você teve a chance de conhecê-la e a garota agora já não é enganada. É esperar. Dá tempo ao tempo que logo tudo se acerta.
Jaqueline: Assim espero. Mudando de assunto radicalmente: Alice apareceu aqui?
Eliane se levanta: Quem veio aqui foi à amiga dela, que veio junto, a tal Sônia.
Jaqueline a olha: Você dispensou né?! Você sabe que eu queria participar das assinaturas.
Eliane sem graça: Não. Eu já fiz assinei os documentos e ela também. A Alice agora, parcialmente, já é dona da Revista.
Jaqueline se levanta indignada: Eu não estou acreditando que você fez isso. Poxa, Eliane. Você sabia que isso era importante pra mim.
Eliane sentindo-se culpada: Ai eu não pensei nisso. Até esqueci. Desculpa. Eu não sabia que era tão importante assim pra você. E eu também fiquei te esperando e você nada de aparecer. Eu não podia cobrar da Sônia que ficasse aqui até agora te esperando. Mas enfim. Agora falta a gente dá o nosso passo e comprar as passagens.
Jaqueline: Ainda tem isso. Vamos comprar logo antes que a gente esqueça.
Eliane prendendo o riso: Tem como esperar a Melissa?
Jaqueline taca uma almofada na irmã: Ela você espera?! Palhaça!
As duas prendem o riso, mas não se aguentam e caem na risada.
Cena 5. Rio de Janeiro – Urca / Casa da Vanessa / Dia
Vanessa serve água para a amiga.
Vanessa sorrindo: Eu não esperava sua visita. Nem sabia que você estava aqui no Rio.
Guiomar sorri: Eu vim pra festa de lançamento dos perfumes. E como eu sei onde você mora, resolvi vim dá uma passada aqui. Sua família está sentindo sua falta.
Vanessa senta-se: Também sinto falta deles. Você embarca hoje ainda?
Guiomar devolve o copo: Sim. Daqui a pouco. Vou sair daqui correndo para o aeroporto, que por sinal é longe.
Vanessa sorri: Estou sentindo falta do Sul. Eu já não estou aguentando mais ficar aqui e nem sei como vou ficar, pra falar a verdade. A Revista fechou por um tempo e eu também tive uma discussão séria com a dona de lá, acabei na rua, enfim. O dinheiro da minha economia não vai durar pra sempre.
Guiomar sorri: Bom se eu tivesse avisado com antecedência teria comprado sua passagem e te levado de volta comigo. Você faz muita falta. Às vezes preciso de alguém para conversar e fico sem ninguém.
Vanessa sorrindo: Também sinto muita falta das nossas conversas. Mas me conta, minha mãe como está?
Guiomar: Está ótima. Reclamona como sempre. Reclama de tudo. Esses dias ela causou uma confusão na reunião de condomínio. Até na feira ela arrumou briga.
Vanessa ri: Não acredito. Minha mãe sempre pagando os melhores micos. Se é que dá pra chamar de melhores.
Guiomar rindo: Sim. Reclamou do preço da batata. Um horror. Faltou tacar as batatas na cara do vendedor.
Vanessa com saudades: Mamãe sempre arrumando confusão por conta do preço. Avisa ela que estou morrendo de saudades. Logo eu vou embora para matar isso e nunca mais sair de perto dela.
Guiomar segura às mãos de Vanessa: O pessoal de Alvorada sente falta de você. Da sua pureza, da sua bondade. E principalmente: da sua simpatia. Você deixou muita gente sentindo sua falta. Maldade!
Vanessa entristecida: Eu prometo voltar e ser essa menina de antes. Tudo ser como era antes. Só vou terminar as pendências aqui e logo retorno.
Guiomar se levanta: O papo está ótimo. Foi um prazer te rever, mas eu realmente preciso ir ou vou perder o meu voo.
Vanessa se levanta: Eu vou te levar até a porta.
Guiomar tira o celular da bolsa: Antes eu quero tirar uma foto com você. Quero fazer uma surpresa para sua mãe. Aproveite e grava um áudio. Ela vai ficar muito feliz.
Guiomar tira a foto: Pronto. Agora grava o áudio. Espera aí… – ela procura o gravador. – Vai!
Vanessa emocionada: Mãe! Eu te amo! Estou morrendo de saudades e logo estou de volta para te encher de beijos e abraços. Já estou sabendo dos seus barracos e estou morrendo de saudade deles. Eu te amo mais que tudo. Fica bem. E aguenta mais um pouco. Eu já estou chegando! Te amoooooo.
Guiomar abraça Vanessa: Fica em paz, amiga. Foi um prazer te reencontrar.
Vanessa leva Guiomar até a porta.
Vanessa sorri: Boa viagem!
A mulher vai embora e Vanessa fecha a porta pensativa. O trecho “Da sua pureza, da sua bondade. E principalmente: da sua simpatia.” Ecoa a mente de Vanessa, que chora.
Vanessa chorando, entristecida: O que foi que eu fiz da minha vida?!
Tempo na tristeza da mulher.
https://www.youtube.com/watch?v=tA-SV4MJlJo
Cena 6. Rio de Janeiro – Ipanema / Apt. da Alice / Dia
Start entra com Leandro.
Start sorri: Bem vindo! E não precisa ficar envergonhado. Você é de casa.
Leandro sorri: Eu não sou de casa. Primeira vez que venha aqui. Bem agradável o apartamento da sua amiga. Ela está em casa?
Start coloca a chave na instante: Não. Ela quase nunca para em casa. Por isso te chamei pra vir pra cá. Poderemos ficar mais à vontade.
Leandro sério: Start… Eu sou compromissado, tenho uma família. Você pediu que eu te levasse pra conhecer o Rio e já viemos parar no seu apartamento.
Start se insinuando: Faz parte.
Leandro: Não! Não faz parte. Pode fazer parte do teu mundo, não do meu. Eu te ajudei lá quando você foi atropelada, vou te ajudar a conhecer o Rio e só. Não quero que passe disso. Ou melhor: não pode passar disso!
Start: E por que não? Eu não sou ciumenta e um caso rápido ninguém descobre.
Leandro: Mas a minha consciência vai pesar e eu não quero ficar com esse peso de que traí a minha esposa. É melhor eu ir embora.
Start corre e para na porta: Eu não vou deixar você ir. Confessa que você sentiu uma atração por mim. Confessa.
Leandro tentando sair: Atração é diferente de sentimento. Eu não consigo transar sem sentimento. Isso é meu! Não há ninguém que faça mudar.
Start pula no colo de Leandro: Isso é o que veremos.
Ela o beija e ele tenta virar o rosto, mas logo acaba cedendo. O clima começa esquentar e Start tira sua blusa. Ela desce do colo do homem e os dois se beijam incansavelmente. Ele beija o pescoço da mulher e ela sorri radiante que está conseguindo o que tanto quer.
Start se afasta: Espera! Eu vou pegar um champanhe pra gente.
Leandro a puxa: Não! Está bom assim.
Start ri: Pra quem era fiel até que está bem empolgado.
Leandro sorri: Eu não sei onde estou com a cabeça por estar fazendo isso.
Start se afasta: Vai indo pro quarto. Eu já vou! E já fica preparado. Não quero perder um segundo. – ela sorri.
A mulher vai à cozinha e Leandro atende ao pedido, indo ao quarto.
Na cozinha…
Start, ao telefone: Atende Alice… Atende. – ela olha toda hora, para saber se Leandro está por perto.
Alice, ao telefone: Fala Start. Como é que anda as coisas?
Start ao telefone, sorrindo: Anda tudo como planejado. Já estou no apartamento que tu me deu a chave. Prepara o documento. Eu vou colocar o dopante na bebida dele e te envio uma mensagem para você mandar o documento. Não se atrasa!
Alice, ao telefone, radiante: Saiu melhor do que eu imaginava. Não vou me atrasar. E ó: desfruta bastante. Ele não é um homem de se desperdiçar.
Start, ao telefone, ri: Disso eu tenho certeza. Agora deixa eu ir!
Start desliga o telefone, guarda no bolso, pega as taças e o champanhe na geladeira e vai para o quarto.
Mais tarde…
Cena 7. Rio de Janeiro – Lagoa / Apt. da Alice / Tarde
A campainha toca. Alice está na sala, levanta-se para atender. Gioconda está vindo, mas percebe que ela foi atender e para atrás da pilastra, escondida. Luíza e Gisele desce a escada.
Alice abre a porta: Pois não.
Gelado: Intimação para a senhora Alice. E como eu já te conheço: intimação para você.
Alice se assusta: Pra mim?! – ela pega e assina o documento. – Essa delegada voltou a ter birra comigo, é? Vou começar a desconfiar que ela joga no outro time. Fixação em mim.
Gelado pega a caneta de volta: Talvez ela tenha motivos. E mais respeito ao falar dela: é autoridade! Passar bem.
Alice furiosa: Ignorante. – a mulher fecha a porta, assustada. – O que eu fiz dessa vez, gente?
A mulher vai até a sala.
Gisele no sofá: Quem era?
Alice abre a carta: Uma carta de intimação. Era só o que me faltava. – ela olha para Luíza. – Espero que ninguém tenha ido ou ligado para essa delegada dos infernos. Só isso que espero.
Luíza a encara: Não adianta olhar pra mim, não. Estava apagando o incêndio que você causou.
Alice: Luigi, como está? Melhorou?
Luíza: Continua péssimo. Mas está melhor agora. Ele conseguiu dormir. Resumo dessa história toda é que você só causou mais ódio nele. Assim que quer reconquistá-lo?
Alice sem paciência: Era só o que me faltava receber sermão de uma mimada feito você. Tem duas coisas que são prioridades agora. A primeira é a demora da Start para me mandar a maldita mensagem. Ao menos que o Leandro seja tão bom assim e ela tenha gostado. E outra é o Neto.
Gisele estranha: Quê que tem o Neto?
Alice nervosa: O idiota foi preso. E eu não posso deixar ele na mão. Ele sabe de muita coisa, inclusive que eu que estava roubando a Revista esse tempo todo. E com a ajuda dele. Pelo menos não vou pro fundo do poço sozinha.
Gisele: E você quer fazer o quê para ajudá-lo?
Alice olha para Luíza: Quer se redimir garota? Aproveita que estou de bom humor. Tenho uma missão pra você.
Luíza se levanta: Estou fora! Não sou uma assassina feita vocês.
Alice furiosa: Garota você não tem escolha. Ou faz o que eu estou mandando ou eu acabo com você.
Gisele desesperada: Luíza, aceita! Não desafia a Alice. Você sabe do que ela é capaz.
Alice pega uísque: Escuta tua mamãe. Pro teu bem.
Luíza pensativa: Quer que eu faça o quê?!
Alice vira-se: Que você entre com uma arma dentro da delegacia. Vai entregar pro Neto e o meu recado. O resto ele vai saber o que fazer. E eu quero isso pra ontem. Vou pegar a arma e você vai. Está ótima assim. Gisele prepara uma bolsa com muita comida, muita mesma, que dê pra tampar a arma. – ela pega a arma no armário. – Coloca essa arma dentro de algum pote e tampa de comida. E não demora. Tenho pressa.
Gioconda vê a cena, perplexa.
Cena 8. Rio de Janeiro / Tarde
Sem diálogo… As cenas vão se passando.
– Stacy no hospital e Adriana acariciando a cabeça da jovem, que chora, lamentando a perda do bebê e a briga com Gustavo.
– Amanda e Gustavo se amam na cama e a jovem passa a mão entre os cabelos do jovem. As luzes apagadas e somente o abajur ligado, formam uma sombra na parede. Pela sombra é possível ver os dois se amando, apaixonados.
– Fernanda faz um escândalo ao receber a medicação e fica caída no chão do quarto, largada, aos prantos. A garota começa a se socar, surtada.
– Start e Leandro se amam. Os dois são feroz e Start com aquele ar interesseira. O homem vira-se e deita por cima dela. Os dois se encaram, Start sorri e os dois se beijam.
– Paloma e Igor se divertem enquanto a primeira faz as malas para sair de casa. Do lado de fora, olhando pela brecha da porta, Kiara chora bastante vendo a filha arrumando as malas e para seu maior sofrimento: arrumando feliz.
– No quarto ao lado, Clarice pega no guarda-roupa uma caixa e dentro dela uma foto de Jordan. A mulher olha a foto por um tempo, com olhar arrependido. Arrependida de tudo o que fez no passado.
– Júlia chora ao vê os vídeos no celular e as fotos dos bons momentos que passou com Luigi. As fotos bem divertidas, de caretas, beijos e deles bem felizes. Ela chora bastante, pensando no rapaz.
– Luigi dorme e Alice entra no quarto para observá-lo. Ela sorri, mas logo cai no choro, flashes de seus bons momentos com o menino, mesmo que poucos passam em sua frente e ela chora ainda mais.
– Simone e Barros trocam cócegas dentro da sala da delegacia e se divertem juntos. William entra na hora e flagra os dois. Ele começa insinuar uma discussão com Simone e Barros vê os dois discutindo e ri da cena.
– Na sala de visitas… Neto e Luíza falam bem próximos um do outro, planejando algo. A garota entrega a sacola de comidas e Neto sorri. Eles continuam a conversar, já que Luíza está passando às coordenadas para Neto.
Cena 9. Rio de Janeiro – Ipanema / Apt. da Alice / Tarde
Start olha para o lado e vê Leandro dormindo. Ela pega o telefone e envia uma mensagem para Alice.
Corte descontínuo.
Start abre a porta: Pois não.
Carteiro olha na folha: Start é a senhora?!
Start sorri: Eu mesmo. Alguma encomenda pra mim? – se faz de sonsa.
Carteiro entrega: Isso aqui. A Senhora assina aqui, por favor.
Start pega a caneta e assina. Ela devolve a caneta.
Start sorri: Obrigada! Dá licença.
Start fecha a porta e vai para o quarto.
No quarto…
Start entra, pega uma caneta e se ajoelha na cama.
Start dando na cara de Leandro: Acorda idiota. Acorda!
Leandro zonzo: O quê?! O que foi?! Aconteceu alguma coisa? Acho que eu bebi demais.
Start sorri: Bebeu demais não. Você está são! Tanto que vai assinar esse documento aqui pra mim.
Leandro sem entender: Documento?! Que documento? Eu não pedi documento nenhum.
Start coloca a caneta na mão de Leandro: Claro que pediu. Pediu sim! E vai assinar. E anda logo que eu estou sem paciência. – Leandro a encara. – ANDA LOGO INFELIZ!
Start abre as folhas e Leandro assina uma por uma, inconsciente. Ela faz ele assinar a cópia dos documentos também.
Start pega a caneta e levanta-se: Ótimo menino. BURRO! OTÁRIO! – ela ri maleficamente.
Leandro apaga de novo.
A mulher pega um papel e escreve uma carta, rindo.
Mais tarde…
Leandro acorda zonzo.
Leandro esfrega os olhos: Meu Deus! Acho que dormi demais. – ele levanta só de cueca. – Start! Start!
Ele procura a mulher pela casa inteira e estranha. O homem retorna ao quarto.
Leandro vê a carta: Não acredito que ela foi e ainda teve a cara de pau de deixar um bilhete.
Voz de Start, off: Querido, Leandro. Sei que mal nos conhecemos e fiquei muito feliz pelo presente. Adorei nossa transa e confesso que nunca senti tanto tesão por alguém. Agradeço pelo dia maravilhoso e em especial o presente. Coragem sua me transferir todos os bens seus assinando esse documento ao lado, claro que é a cópia. Não sou tola assim. Esse apartamento não é meu e nem faço ideia de quem seja, sai apressado, antes que o dono chegue. Beijos e que um dia podemos nos encontrar de novo.
O homem fica horrorizado com a carta, furioso ele amassa e coloca de novo na cômoda. Ele pega o documento e vê as cláusulas, que passa os seus bens para o nome de Start.
Leandro desesperado e furioso: Vagabunda! Não acredito que você fez isso comigo. Eu vou acabar com você. – ele larga o documento. – DESGRAÇADAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!
Fim do Capítulo 42!
Simone relutou, relutou, relutou, mas acabou acreditando em Sérgio. Ainda bem!! Já pensou se ela não acredita? Alice estaria livre até agora.
Tadinha da Stacy, perdeu o bebê e ainda deve que lidar com o Gustavo depois do que ele disse para ela.
Amanda não deveria ter voltado com o Gustavo, estou num ódio desse rapaz… ele deveria terminar a web sozinho.
Acho que a Alice está indo ajudar o Neto tarde demais, ele já contou tudo para a Simone mesmo kkkk
E qual é a da Vanessa? Agora está arrependidinha? Na hora de roubar o marido dos outros não bateu arrependimento, vaca u.u
Caramba, o Leandro caiu igual um patinho nos planos de Start. O que será que vai acontecer agora?
Leandro perdeu mesmo tudo, imagine quando a Clarice tomar conhecimento disso? So quero ver…
Paloma foi mesmo morar com o pai Jordan? Veremos no que isso tudo vai dar. E depois do acidente Stacy e Adriana ainda estão unidas que as verdades as unem ainda mais, ou não, será? Amada entrando entre as duas…
Alice aparecendo na delegacia e a delegada colocando os pratos a mesa, agora a vilã mor da web ja sabe que seu ex-mordomo a traiu, será que esse é o fim dela, ou o dele? No aguardo desde já….
Alice está cada vez sem limites. E agora até a Luiza entrou no seu jogo do mau. Qual será as ordens que ela deu a Neto? Eu temo e muito por isso…
Stacy perdeu o bebê quanto sofrimento coitada. E ainda tem esse esculacho do Gustavo, que garoto prepotente!
Vanessa arrependido por ter matado o Tiago? Acho que vem muita coisa por ai.
Estou esperando o próximo passo de Alice e sua trupe.