Três Jogadas – Capítulo 42

Três Jogadas.

Capítulo 42

“Só o inimigo não trai nunca.”

Nelson Rodrigues

Cena 1. Rio de Janeiro – Lagoa / Apt. da Alice / Dia

Continuação imediata da cena anterior.

Luigi transborda de ódio e pega Alice pelo pescoço: VAGABUNDA! EU VOU ACABAR COM VOCÊ! VOCÊ MATOU A MINHA MÃE! MALDITA! MALDITA!

Luigi joga Alice longe, que acaba caindo em cima do rack e leva tudo no show.

Luíza contém Luigi: VOCÊ PRECISA SE ACALMAR!

Luigi fervendo de ódio: EU VOU MATAR ESSA DESGRAÇADA!

Alice dá um tapa na cara de Sérgio: DESGRAÇADO! – Sérgio vira a cara para o outro lado. Alice dá o outro tapa. – IDIOTA! – Sérgio a encara. – Você me traiu da pior maneira possível. Fora da minha casa! Desaparece da minha vida ou eu acabo com você. Eu te mato!

Os dois se encaram furiosos.

Sérgio se ajoelha: Não faz isso, pelo amor de Deus! Eu sempre fui fiel a você nessa casa.

Alice furiosa: Sempre foi fiel e na primeira oportunidade me traiu! Cretino! Eu quero você longe da minha casa. Não me faça perder a cabeça com você e tomar uma atitude drástica! Eu devia ter ouvido a Célia.

FLASHBACK

Gisele pega a pá: Chega desse jogo mole. Hora de morrer, amor.

Célia: ESPERA! O SÉRGIO NÃO É NADA DISSO QUE VOCÊ IMAGINA ALICE.

Alice furiosa: Para de querer envenenar os outros! ACABA LOGO COM ELA GISELE!

Soninha pega a pá: Se você não tem coragem, eu tenho!

Quando Soninha vai acertar Célia, Alice a puxa.

Célia com os olhos fechados: O SÉRGIO TEM O PIOR DOS INTERESSES POR VOCÊ! ELE VAI TE DESTRUIR E VOCÊ NÃO VAI NEM PERCEBER.

FIM DO FLASHBACK

Alice furiosa: A Célia deixou bem claro que você tem o pior dos interesses comigo. Como eu fui burra em não ter te reconhecido. Esse tempo todo na minha casa, se fazendo de amigo, de confidente.

Sérgio furioso: Eu nunca vou te perdoar por você ter brincando com os meus sentimentos. Eu sabia que não tinha nenhuma chance com você.

Alice o estapeia: E NA PRIMEIRA OPORTUNIDADE RESOLVEU ME TRAIR?!

Sérgio a joga no sofá: PAGUEI NA MESMA MOEDA! TRAIÇÃO POR TRAIÇÃO! COMO DIZEM: CHIFRE TROCADO NÃO DÓI!

Alice fervendo de ódio: Sai daqui! SAI DA MINHA CASA! SAI DA MINHA VIDA! Eu quero vê o demônio, mas não quero te vê. – ela pega um jarro e taca na parede. – DESAPARECE!

Sérgio se abaixa, desviando do jarro. Os dois se encaram. Alice fervendo de ódio.

Cena 2. Rio de Janeiro – Delegacia / Dia

Simone reagindo.

Simone se levanta perplexa: Meu Deus! Então quer dizer que pra ganhar dinheiro a Alice se prostituía?

Neto sorri: Exatamente. Pelo menos foi isso que eu fiquei sabendo depois que a maldita me deu o golpe, ainda em São Paulo.

Simone estranha: Só tem uma coisa estranha nisso tudo. Segundo a Alice, quem levou a arma até a casa dela foi a Célia e o Petrônio. Ou melhor, Aurora e Enrico.

Barros sentado na mesa: Isso é fácil desvendar. Eles forjaram a cena do crime na intenção de incriminar o menino. Luigi o nome dele, né?

Simone: Isso. Faz sentido. Então a mesma arma que disparou o tiro contra o mordomo não é a mesma arma que está no nome dele. – ela diz apontando para Neto.

Neto: Alice sempre foi esperta. Ela consegue sempre um jeito de sair ilesa de seus crimes. Mas ela não passa de uma assassina!

Simone senta-se: Por que você está entregando a Alice? Você não vai ganhar nada com isso?

Neto sorri: Eu não vou me ferrar sozinho. Doutora, eu posso parecer burro, mas eu não sou burro não. Não tem graça ir para o inferno sozinho.

Simone se ajeita na cadeira: E o teu envolvimento com a tal da Start? Eu sei que você a conhece de algum lugar.

Neto: Ela também era prostituta. Foi nesse bordel que a Alice a conheceu. Elas, mais a Sônia, se envolveram com um milionário cada uma. E eu que levei para Start o Orlando, irmão da Jaqueline.

Simone anotando: Jaqueline não é a dona da Revista? Quer dizer, é irmã da atual dona.

Neto: A própria. Na época o Orlando que era dono. E a Start o matou e pegou grande parte da herança. Logo em seguida a Jaqueline investiu uma boa grana e ficou com a presidência, até ela se afastar, já que ela foi para o exterior e quem tomou conta foi a Eliane. A Alice aproveitou do dinheiro que a Start tinha acabado de pegar do velho e deu um golpe nela, pegando todo o dinheiro. Milionária, ela comprou 50% das ações da Revista.

Simone chocada: Essa história é pior do que eu imaginava. Bandidos! Isso que vocês são.

Neto sorri: Bandido tem família, doutora.

Simone olha para Gelado: Pode levar. Ainda tem mais uns dias de casa.

Neto revoltado: Doutora! Eu contei tudo aqui, abri o jogo e a senhora ainda vai me prender?

Simone sem paciência: Leva Gelado. Leva. – Gelado e Neto saem. – É ela, Barros. Depois desse depoimento eu tive a certeza de tudo.

Barros desce da mesa: Certeza de quê?!

Simone: É a Alice. Ela que tentou me matar essas duas vezes e foi ela quem matou o Petrônio, Enrico, sei lá o nome desse homem. Só sei que a gente está chegando cada vez mais perto. E eu vou pegar essa desgraçada.

Cena 3. Rio de Janeiro – Urca / Casa da Vanessa / Dia

Vanessa se debatendo: ME SOLTA TIAGO! ME SOLTA!

A mulher consegue dá um chute no homem que vai parar longe. Ela corre pelo quarto, fugindo e o homem lhe cerca pelos cantos. Ela desesperada, ofegante e ele ri, debochado. Ela passa pela cama e ele consegue lhe pegar.

Tiago sorri: VOCÊ NÃO VAI ESCAPAR TÃO FÁCIL ASSIM DE MIM!

Vanessa e Tiago caem no chão e eles começam a trocar tapas, socos e chutes. A mulher dá um chute na cara de Tiago, que acaba lhe soltando. Ela ajoelhada, se apressa e tenta chegar até à porta. Quando consegue, Tiago a puxa e ela perde a força, caindo de testa no chão.

Vanessa furiosa: VOCÊ ME MACHUCOU SEU DESGRAÇADO. SEU MERDA!

Ela dá mais um chute em Tiago e tenta se levantar para abrir a porta. Ela alcança a maçaneta e abre a porta. A mulher se levanta e Tiago se levanta rapidamente, indo atrás dela. Vanessa corre pelo corredor, apavorada. Tiago quase lhe alcançando.

Tiago rindo: VOCÊ NÃO VAI FUGIR DE MIM VANESSA! NÃO VAI!

Vanessa apavorada: SOCORROOOOOO! SOCORROOOOO! ALGUÉM ME AJUDA! SOCORRO!

Quando Vanessa chega à ponta da escada, ela vira-se para trás e Tiago finge que vai lhe jogar, mas a segura pelo braço. A mulher fica pendurada e Tiago vai escorrendo as mãos ao pouco, fazendo Vanessa se desesperar.

Vanessa sem força: PARA PELO AMOR DE DEUS! TIAGO NÃO DEIXA EU CAIR DAQUI!

Tiago ri: Se você tivesse sido boazinha, nada disso estaria acontecendo agora. Mal criada!

Vanessa cansada: Tiago, por favor, eu te suplico! Me tira daqui! Me puxa, por favor. Não me mata.

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Tiago a deixa escorregar mais.

Vanessa se apavora: AHHHHH! PARAAAA! NÃO ME MATA, POR FAVOR!

Tiago maléfico: Isso vai ser inevitável! – ele sorri, maleficamente.

Cena 4. Rio de Janeiro – Catete / Apt. da Adriana / Dia

Stacy entra: Será que alguém pode explicar que história é essa? Eu ouvi bem! Não adianta tentar disfarçar. Fala mãe! Eu ouvi bem quando essa mulher disse que eu precisava saber que ela era minha mãe biológica. Do que ela está falando?!

Adriana se levanta: Calma! Calma Stacy. Você está grávida e não pode se estressar.

Stacy chorando: Eu vou ser um pouco egoísta agora e só vou pensar em mim. FALA O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI! Diz que você não mentiu pra mim! Diz isso pra mim.

Adriana confusa: Stacy, eu não queria ter mentido pra você, mas/ – ela é interrompida.

Stacy trêmula: Então é verdade? Eu fui feita de idiota esse tempo todo? Até a minha avó me enganou?! POR QUE VOCÊ MENTIU PRA MIM?!

Jaqueline se levanta: Ela não mentiu! Eu que pedi para ela não contar nada.

Adriana chorando: Chega de mentira, Jaqueline. Agora quem não aguenta mais mentiras sou eu. Ela tem o direito de saber sobre o passado dela. É um direito dela!

Stacy se afasta das duas: Como vocês duas tiveram coragem? Vocês são tão egoístas ao ponto de não se preocuparem com os sentimentos alheios?

Adriana chorando: Eu me preocupei esse tempo todo e foi por isso que eu nunca te disse nada.

Stacy limpa as lágrimas: Essa história de pai violento. Durval! Era tudo mentira?! Você inventou essa história pra quê?! PRA NADA! CUSTAVA TER ME CONTADO A VERDADE?!

Adriana chorando: Você já não tinha gostado da ideia de me conhecer, ainda mais saber que você foi deixada pra trás. Sua revolta só ia aumentar e eu estava curtindo essa ideia de ser mãe.

Stacy nervosa: Só que essa sua curtição me machucou mais do que na primeira vez. Não foi uma mentira! Foram várias! Quem vai me garantir agora que toda sua vida não é uma mentira? Que tudo que você me contou não faz parte de uma mentira?!

Adriana chorando: Deixa a Jaqueline pelo menos contar a história verdadeira. Eu prometo nunca mais mentir pra você!

Stacy pega sua bolsa: NÃO PROMETE UMA COISA QUE VOCÊ NÃO VAI CUMPRIR! E EU NÃO QUERO OUVIR EXPLICAÇÕES DE VOCÊS. – ela olha para Adriana. – Eu não vou te perdoar nunca. NUNCA!

Stacy sai apressada, chorando. Adriana vai atrás dela.

Jaqueline a puxa: Isso agora é comigo, Adriana. Deixa que eu resolvo esse problema. Por favor.

Adriana chorando: Boa sorte!

Jaqueline sai apressada. Adriana senta-se, desolada.

Na rua…

Stacy sai apressada. Jaqueline vem logo atrás.

Jaqueline apressada: Stacy espera! A gente precisa conversar. Stacy!

Stacy enxuga as lágrimas: Eu não tenho nada para conversar com você. Vai embora e me deixa em paz.

Jaqueline: Você está grávida e não pode ficar se estressando. Por favor, vamos conversar civilizadamente.

Stacy para e vira-se: NÃO TEM CONVERSA! VÊ SE ME ESQUECE!

Stacy vira-se apressada e atravessa a rua, sem olhar para os lados. Um carro atropela a jovem.

Jaqueline desesperada: STAAAAAAAAAAAAAACY!

Cena 5. Rio de Janeiro – Leme / Apt. da Clarice / Dia

Igor reagindo.

Igor se levanta: Para vocês dois! Parou! A Paloma já tomou a decisão dela, Jordan. Ela não vai mais morar com você!

Jordan não aceita: Mas é difícil entender. Até ontem ela estava contente e hoje já mudou de pensamento? Não tem nada que te impeça de ir comigo.

Kiara furiosa: Ela não vai! Eu a proíbo de ir! É minha filha. Eu ordeno as coisas.

Paloma a olha: Eu nunca fui tua filha. Isso sempre foi uma farsa. E quer saber? O Jordan tem razão: nada aqui me impede de ir.

Igor chateado: Paloma! A gente conversou sobre isso.

Kiara nervosa: Você gosta de me desafiar, não é, garota?! Você não vai! Eu não vou deixar.

Paloma sorri: Desafiar?! Eu?! Que nada. Eu só sou realista. Eu já sou maior de idade e não preciso de você pra nada. Sei tomar conta da minha vida e me defender o suficientemente bem. Eu quero ver quem é que vai me impedir de sair dessa casa.

Kiara segura Paloma: EU VOU IMPEDIR! VOCÊ SÓ SAI DAQUI POR CIMA DE MIM!

Paloma se solta: Então vai ser por cima de você. A única coisa que me prende aqui é o MEU NAMORADO. Mas para isso tem um problema.

Clarice não entende: Namorado?!

Paloma olha para Kiara: Você não contou Igor, que estamos namorando?!

Igor sem entender: E estamos?! – Paloma o olha e ele percebe. – Estamos! Claro que estamos. Eu não contei nada ainda, pois estava esperando o meu pai e o momento certo para falar.

Kiara joga a comida no chão: PARA DE ME DESAFIAR GAROTA! EU NÃO VOU DEIXAR VOCÊ SAIR DA MINHA CASA.

Clarice segura Kiara: Irmã, você precisa se controlar!

Kiara empurra Clarice: ME SOLTA! Tudo culpa desse maldito que resolveu entrar nas nossas vidas agora. Já não bastasse o inferno que está pra vir com essa história de vingança de Alice. EU NÃO VOU DEIXAR VOCÊ SAIR DE DENTRO DE CASA!

Jordan ignora: Então Paloma? Você vai comigo ou não?!

Paloma sorri: Eu vou. É só o tempo para eu arrumar minhas coisas.

Kiara olha para Paloma com ódio. Jordan sorri debochado para Kiara e desperta o ódio da mulher.

Cena 6. Rio de Janeiro – Lagoa / Apt. da Alice / Dia

Soninha tenta acalmar Alice.

Alice tremendo: Desgraçado acabou com a minha vida. Traíra! Se eu pudesse acabava com ele agora mesmo.

Soninha: Fazer isso só vai te prejudicar ainda mais. Luigi está uma fera. Luíza que conseguiu conter o garoto, que até ir à delegacia quis ir.

Alice se levanta: Luigi é um medroso. Só fica na promessa. Ele não vai fazer nada. Dele não vem nenhuma preocupação.

Soninha: Diante desses problemas a gente esqueceu-se de passar na casa da Eliane. Hoje era dia de assinar o contrato.

Alice se lembra: Caramba! Esqueci completamente disso. Pior que ela deve estar nos esperando. Eu não tenho a mínima condição de ir até lá. Vai fazer.

Soninha surpresa: Eu?! Logo eu? Não tenho intimidade nenhuma com essa mulher.

Alice: Não precisa ter intimidade. Só assinar a porcaria do documento. E não precisa ler nada. Eliane é burra, não vai te passar a perna.

Sheyla desce a escada.

Soninha pega a bolsa: Vou dizer que você está doente.

Alice perambulando pela sala: Ótimo!

Soninha sai. Sheyla senta-se no sofá.

Sheyla sorri: Eu ouvi a confusão toda lá de cima. Parece que as coisas começaram a esquentar.

Alice furiosa: Não volta com esse assunto. – ela senta-se ao lado da mulher. – E o delegado como é que está?

Sheyla sorri: Está indo. Vou cozinhando ele aos poucos. Logo aquele desgraçado vai comer na palma da minha mão.

Alice radiante: É assim que eu gosto. Depois que seduzir, você sabe o que tem que fazer.

Sheyla rindo: Deixa comigo. Eu não vou falhar.

As duas se encaram, sorrindo.

Um pouco depois…

Cena 7. Rio de Janeiro – Urca / Apt. da Eliane / Dia

A campainha do apartamento toca. Eliane vai atender.

Eliane abre a porta: Sônia! – ela sorri e cumprimenta a mulher. – Que surpresa.
Soninha entra: Desculpa ter vindo sem avisar. Quer dizer, já tínhamos combinado que hoje iríamos assinar o contrato.

Eliane sorri: Senta-se. Isso mesmo. A Alice não vem?

Soninha senta-se: A Alice está doente. Pegou uma gripe terrível. E eu vim lhe representando. Tem algum problema?

Eliane sorri: Não, imagina. Nenhum problema. É que ela estava tão envolvida nessa negociação. Mas enfim.

Soninha: A ansiedade da Alice é grande para assumir a Revista. Ela já está contando os dias.

Eliane ri: E eu para viajar. Eu vou comprar minhas passagens hoje. Só vou esperar minha irmã chegar. Ela deu uma saída, foi resolver uns problemas.

Soninha: Se você pudesse ir me adiantando. É que eu ainda tenho que ir ao banco. E eu não sei se a Jaqueline irá demorar.

Eliane preocupada: Pior que eu também não sei. Ela saiu tem tempo, mas ela tinha uma conversa longa para resolver. Acho que dá pra gente fechar o contrato sem ela.

Soninha sorri: Ela não vai ficar chateada? Ela queria tanto participar desse momento.

Eliane se levanta: Depois eu me entendo com ela. Eu vou pegar o documento. Com licença.

No quarto de Eliane…

Eliane entra e procura o documento.

Eliane abre as gavetas: E agora. Onde esqueci esse maldito documento.

O telefone dela começa a tocar.

Eliane, ao telefone, atende: Alô!

Melissa, ao telefone: Oi querida. Te liguei para saber se você está em casa. Estou pensando em passar aí.

Eliane, ao telefone, continua procurando o documento: É bom que venha mesmo. Eu fiquei de comprar a passagem hoje. Você vai também, né?!

Melissa, ao telefone, sorrindo: Claro que vou. Acha mesmo que vou perder uma oportunidade dessas?

Eliane, ao telefone, preocupada: Amiga eu realmente preciso desligar. Estou procurando um documento aqui. Não demora!

Melissa, ao telefone: Tudo bem. Daqui a pouco chego aí. Beijos, até.

Eliane, ao telefone: Até!

A mulher desliga o telefone e acha o contrato.

Na sala…

Eliane chega: Desculpa a demora. Eu acabei esquecendo onde estava o contrato. Enfim. Uma confusão. Mas aqui está.

Soninha pega o papel: Eu assino primeiro?

Eliane faz que sim. Soninha assina suas partes e Eliane assina as suas por último.

Soninha se levanta e pega o documento: Foi um prazer! Eu vou pedir que a Alice retorne de alguma maneira. Para você ficar ciente.

Eliane sorri: Eu vou abrir a porta. Manda um beijo para Alice.

Eliane abre a porta e Soninha vai embora, radiante.

Cena 8. Rio de Janeiro – Lagoa / Apt. da Alice / Dia

Sérgio aparece nas salas com sua mala.

Alice se levanta furiosa: Eu ainda não sei o que você está fazendo aqui. Eu não aguento olhar mais um segundo para essa tua cara deslavada. Traidor. JUDAS!

Sérgio coloca a mão no casaco e aciona o botão do gravador, sem que Alice perceba.

Sérgio sorri: Eu vou sair daqui de cabeça erguida. Convicto de que fiz a coisa certa. O Luigi tinha o direito de conhecer a mãe biológica.

Alice nervosa: Mas eu devia contar e não você. E eu não queria que esse encontro acontecesse agora!

Sérgio se aproxima: Por que não?! Não está disposta a matar a Célia agora?!

Alice sorri: Eu estou disposta a qualquer momento, querido. E que isso sirva de aviso! Sai da minha frente.

Sérgio pega suas malas: Você ainda vai pagar caro pelo assassinato da Célia. Uma hora a justiça chega. E não só pela morte dela. Tem a morte do Enrico também.

Alice estranha: Eu não sei do que você está falando. Agora sai. Anda.

Sérgio venenoso: Ah não sabe? Eu posso te refrescar a memória de quando você matou o Enrico. Matou, adulterou a placa do carro e ainda colocou a culpa para cima da Clarice. Isso é só mais um dos seus podres. Sem contar a morte do Ferraz.

Alice nervosa: Eu não sei aonde você quer chegar jogando isso na minha cara. Da mesma forma que eu matei o Enrico, o Ferraz e a Célia, eu acabo com você. Não se mete no meu caminho. Ou eu te reduzo a pó!

Sérgio sorri: Eu vou ter total cuidado. Fica em paz.

Sérgio sai e Alice olha ele indo embora.

Cena 9. Rio de Janeiro – Urca / Casa da Vanessa / Dia

No instante que Tiago vai soltar Vanessa a campainha toca e ele a puxa de volta.

Tiago sorri: Salva pelo gongo! Dessa vez passou. Mas não fique sempre contando com a sorte.

Vanessa sorri: Eu não vou ficar sempre contando com a sorte. Essa foi à última e a primeira vez que você tentou fazer isso comigo.

Tiago ri: Se você está pensando em me expulsar do apartamento, saiba que eu não vou sair.

Vanessa o olha: Eu não vou te expulsar do apartamento. Eu vou te expulsar da terra! VAI PARA O INFERNO, DESGRAÇADO!

Vanessa empurra Tiago com toda a força e o homem rola escada abaixo. O homem cai no chão com alguns arranhões no rosto e com um pouco de sangue na cara. Vanessa sorri, com olhar psicopata.

Vanessa sem remorso: Já vai!

A mulher abre a porta do banheiro e puxa o corpo de Tiago até o local. Ela o joga lá dentro e fecha a porta.

Vanessa lava as mãos: Já vai! Estou terminando de colocar a roupa.

A mulher seca bem as mãos e vai abrir a porta.

Vanessa sorri: Guiomar

Guiomar radiante: Quanto tempo, amiga!

As duas se encaram sorrindo.

Cena 10. Rio de Janeiro – Delegacia / Dia

Sérgio chega à delegacia com suas malas e tudo mais.

William o olha: Isso aqui não é casa de caridade não. Muito menos asilo. É delegacia!

Sérgio coloca as malas no chão: Quero falar com a doutora Simone. Diz a ela que é Sérgio, mordomo da Alice. E que tenho uma coisa valiosa para ela.

Corte descontínuo.

Sérgio entra na sala de Simone. A mulher olha para Barros.

Sérgio coloca as malas num canto da sala: Com licença. Eu sei que eu não devia entrar com aquilo tudo, é que eu acabei de ser expulso da casa da Alice e ainda não fui pra casa.

Simone ri: Expulso da casa da tua patroa?

Sérgio tira o gravador do bolso: O que aconteceu não importa. Escuta.

Sérgio aperta o play.

Diálogo dos dois, em off:

Sérgio se aproxima: Por que não?! Não está disposta a matar a Célia agora?!

Alice sorri: Eu estou disposta a qualquer momento, querido. E que isso sirva de aviso! Sai da minha frente.

Sérgio pega suas malas: Você ainda vai pagar caro pelo assassinato da Célia. Uma hora a justiça chega. E não só pela morte dela. Tem a morte do Enrico também.

Alice estranha: Eu não sei do que você está falando. Agora sai. Anda.

Sérgio venenoso: Ah não sabe? Eu posso te refrescar a memória de quando você matou o Enrico. Matou, adulterou a placa do carro e ainda colocou a culpa para cima da Clarice. Isso é só mais um dos seus podres. Sem contar a morte do Ferraz.

Alice nervosa: Eu não sei aonde você quer chegar jogando isso na minha cara. Da mesma forma que eu matei o Enrico, o Ferraz e a Célia, eu acabo com você. Não se mete no meu caminho. Ou eu te reduzo a pó!

Sérgio sorri: Eu vou ter total cuidado. Fica em paz.

Fim do áudio

Sérgio sorri: E então. Gostou?

Simone perplexa: Que brincadeira de mau gosto é essa?!