Três Jogadas – Capítulo 40
Três Jogadas.
Capítulo 40
“Um amigo falso e maldoso é mais temível que um animal selvagem; o animal pode ferir seu corpo, mas um falso amigo irá ferir sua alma.”
Buda
Cena 1. Rio de Janeiro – Cemitério / Noite
Soninha abre a porta do cemitério. Alice e Gisele carregam Célia no colo.
Na casinha…
O coveiro escuta um barulho suspeito, acende a luz da casa e pega sua lanterna.
No cemitério…
O coveiro procura algo suspeito e logo encontra as mulheres. Que se assustam com a claridade.
Coveiro correndo: EI! EI! O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI?!
Soninha sorri: Calma! Calma! Não precisa se desesperar. A gente só quer fazer um trabalho aqui. Nada demais.
Coveiro coloca a lanterna em Célia: ISSO É UMA PESSOA MORTA?!
Alice: É uma pessoa morta e pesada. Dá pra liberar logo o espaço?
Coveiro furioso: Se vocês não saírem daqui agora eu chamo a polícia. Isso é crime!
Soninha abraça o homem: Crime?! Não existe crime. – ela aproxima sua boca do ouvido do homem. – Libera a passagem e depois eu te dou um agrado.
Coveiro sorri: Aí eu vi vantagem. Não vão demorar não, né?!
Soninha jogando charme: O suficiente. Prometo te pagar cada segundo depois.
Corte descontínuo.
A cova já aberta. Alice amarra as mãos de Célia e joga água no rosto da mulher, que desperta.
Célia apavorada: MEU DEUS! O QUE É ISSO?!
Alice sorri: O inferno! Bem vinda ao teu novo lar, amiga.
Célia tentando se soltar: O QUE VOCÊ FEZ COMIGO DESGRAÇADA?! – ela olha para o lado e vê a cova. – QUE BRINCADEIRA DE MAU GOSTO É ESSA?
Alice se ajoelha: NÃO É BRINCADEIRA NÃO! É REALIDADE!
Célia furiosa: VAGABUNDA! DESGRAÇADA! ME TIRA DAQUI AGORA! OU EU GRITO! EU GRITO!
Alice ri maleficamente: Então grita. Vai! Grita! Só quem vai te ouvir é os mortos sua anta! Não tem ninguém além de nós aqui!
Gisele cansada: Terminei! Só a jogar a piranha ali dentro e enterrar.
Célia chorando: PARA PELO AMOR DE DEUS! ALICE EU NÃO ESTOU GOSTANDO DESSA BRINCADEIRA. PARA, POR FAVOR!
Soninha tentando “bater” nas moscas: Alice acaba logo com isso. Olha o tanto de mosca que tem aqui. Daqui a pouco alguém vai engolir isso.
Gisele aperta Soninha: Não desconcentra a Alice!
Célia chorando: Me tira daqui Alice. Eu prometo que eu deixo você em paz. Eu vou embora. Eu abandono o meu plano de vingança. Por favor!
Alice maléfica: Você me mexeu com meu silêncio sem aguentar o meu barulho. Eu avisei pra você nunca mais mexer comigo, mas você preferiu me desobedecer. Você vai pagar caro por isso. E vai pagar com a vida!
Alice gargalha maleficamente. Célia chora desesperada.
Cena 2. Rio de Janeiro – Urca / Apt. da Eliane / Noite
Jaqueline está deitada no colo de Eliane, que por sua vez, está sentada no sofá.
Eliane mexendo no cabelo de Jaqueline: Calma. Isso logo vai passar.
Jaqueline chorando: Por que eu tenho que sofrer tanto? Minha vida parece um inferno sem mim. E eu já não aguento mais.
Eliane pensativa: Costumasse dizer que o sofrimento é a consequência do mal. Do pecado… Da mentira. Segundo Gandhi, a alegria está na luta, na tentativa, no sofrimento e não na vitória.
Jaqueline senta-se no sofá: Eliane de novo esse assunto não. Eu já disse que vou pensar sobre isso. Não fica me pressionando não. Por favor.
Eliane a olha: Pra que ficar adiando? Há quanto tempo você adia esse momento?
Jaqueline se levanta: Eu sei que só fico adiando, evitando, mas é que eu tenho medo. Medo do reencontro, do que pode acontecer, medo de ser fraca e não ter pulso forte para aguentar as consequências.
Eliane ri: Ela sabendo ou não sabendo você está sofrendo do mesmo jeito. Isso está te corroendo. Guardar isso não te ajuda em nada.
Jaqueline: Mas também não prejudica. Remexer no passado sim vai me prejudicar. Vai me fazer mal. Como sempre fez.
Eliane: Será que você não percebe que não contando e acabando com esse passado isso não vai só te prejudicar, mas vai prejudicar as pessoas ao seu redor, também? Deixa de ser egoísta pelo menos uma vez e para pra pensar nisso.
Jaqueline pensativa: Tá bom. Você me convenceu. Eu vou procurar a Adriana amanhã. Só que eu não faço ideia de onde é que ela mora.
Eliane se levanta: Eu te falei que eu tenho o endereço. Eu vou pegar.
Jaqueline: Mas eu não vou lá hoje.
Eliane sorri: Pelo menos guarda com você.
Eliane sai e Jaqueline fica pensativa. Um pouco depois, Eliane vem com um papel.
Jaqueline pega o papel: Não sei se eu vou ter coragem.
Eliane pega nas mãos da irmã: Aprende que coragem é resistência ao medo, domínio dele e não a ausência. – elas se abraçam. – Confio em você. Você consegue!
Cena 3. Rio de Janeiro – Lagoa / Apt. da Alice / Noite
Sheyla está deslumbrante na sala, a espera de William.
Sérgio chega: Achei que tinha ido para o passeio noturno com o trio.
Sheyla lendo uma revista: Tenho outros planos noturnos. Aliás, deixa a mesa bem farta hoje para o jantar. As meninas vão chegar famintas.
Sérgio curioso: Ah é?! Elas foram fazer o quê?!
Sheyla sem pensar: Matar uma pessoa. – Sérgio se assusta. Sheyla percebe que falou demais. – Bom, acho que está na minha hora. Vou me retirar. Se a Alice chegar, diz que não precisa me esperar. Não sei se volto para casa hoje.
Sheyla sai apressada e Sérgio fica cismado. Gioconda vem sem fazer barulho.
Gioconda encosta em Sérgio: Fofoqueiro!
Sérgio leva um susto: Ai! Sabe que eu odeio levar susto. Tá fazendo o quê aqui?! A pia da cozinha está cheia de louça!
Gioconda muda de assunto: Eu ouvi você perguntando sobre a Alice e também ouvi a resposta.
Luíza que ia descendo a escada para no momento para escutar a conversa.
Sérgio nervoso: Depois o fofoqueiro sou eu! Mas se ouviu a resposta, não precisa ficar repetindo.
Gioconda sorri: Quer dizer então que a Alice foi matar uma pessoa?! Pelo o que eu entendi foi isso. Pelo menos foi matar lá fora, não fez que nem o Ferraz, que matou aqui dentro e ainda enterrou no canteiro do prédio.
Luíza fica horrorizada.
Sérgio falando baixo: Cala a boca! Cala a boca! Você sabe que as pessoas se escondem até no abajur dessa casa para escutar as conversas alheias. Finge que você não ouviu nada aqui e volte ao trabalho.
Sérgio sai.
Gioconda o puxa: Você sabe que uma hora a Alice vai te dá uma rasteira. Ou melhor: mais uma! Vai ser tarde demais para você conseguir tirar suas garras. Eu ainda vou descobrir qual é o seu segredo. Que face é essa que você esconde.
Sérgio o solta: Eu já disse que não tenho nada a esconder. Sempre fui claro e você para de me importunar e me perseguir. Eu não sou obrigado a ficar aguentando isso por muito tempo.
Os dois se encaram. Na escada, Luíza volta para o segundo andar.
No quarto de Luigi…
O garoto escuta música no fone e a garota entra apressada. Ela puxa o fone do ouvido dele.
Luigi assustado: Que isso Luíza?! Aconteceu alguma coisa? Você está pálida!
Luíza é direta: A tua mãe!
Luigi sem entender: O que é que tem a Célia?!
Luíza tensa: Não! A Alice. Eu ouvi uma conversa entre o Sérgio e a Gioconda e pelo o que ele falou, ela saiu para matar alguém.
Luigi assustado: Como é que é?! A gente tem que dá um jeito de falar com a delegada.
Luíza se levanta: Impossível. Ela não está internada? Saiu no jornal sobre o atentado dela.
Luigi tenso: Verdade. Tinha esquecido disso. E o que a gente faz?! Fica esperando ela matar essa pessoa de braços cruzados?!
Luíza o encarando: E não foi só isso. Sabe o Ferraz, o namorado que minha mãe arrumou?
Luigi sem entender a relação: Quê que tem?!
Luíza: Ela matou também! Eu ouvi bem quando a Gioconda disse que com todas as letras.
FLASHBACK
Gioconda sorri: Quer dizer então que a Alice foi matar uma pessoa?! Pelo o que eu entendi foi isso. Pelo menos foi matar lá fora, não fez que nem o Ferraz, que matou aqui dentro e ainda enterrou no canteiro do prédio.
FIM DO FLASHBACK
Luigi perplexo: No canteiro do prédio?! Essa história só piora cada dia mais. Meu Deus!
Os dois se encaram, nervosos.
Cena 4. Rio de Janeiro – Bar / Noite
Dentro do bar…
Neto completamente bêbado e continua bebendo, sem parar.
Do lado de fora / Dentro do carro de Barros
Simone abre a porta do carro: Cadê o distintivo e a arma?
Barros ri: Pra que isso?! Você vai comprar uma água, dentro de um bar.
Simone sorri: Você sabe que eu sou bem prevenida e não gosto de entrar nesses locais sem um recurso de defesa.
Barros pega o distintivo e a arma e entrega para Simone.
Barros a segura: Cuidado. Você está na mira dessas pessoas e elas se encontram em qualquer lugar.
Simone sorri: Obrigada pela preocupação, mas eu sei me cuidar. Não demoro.
Simone sai.
Dentro do bar / Na pista de dança
Neto se acaba dançando, rodeado de mulheres.
Neto bêbado: EU VOU PEGAR MAIS BEBIDA! FICA AQUI! ME ESPERA!
Mulher dança: NÃO DEMORA!
Na fila do caixa…
Neto entra na fila e Simone entra na portaria. A delegada vai direto ao caixa.
Balconista sorrindo: Delegada! Que bom em te ver. Eu vi a notícia do acidente. Fico feliz pela sua recuperação.
Simone sorri: Obrigada! Tem uma água bem gelada, por favor?!
Balconista dá o troco para o homem: Vou pegar pra você. Só um minuto.
Simone se apoia no balcão: Tudo bem.
A mulher vira-se e encara o pessoal da fila, que não diz nada.
Neto furioso: É muita sacanagem mesmo! A gente se mata pra ficar aqui na fila, pra chegar a primeira vagabunda e furar fila. Acha que só porque é mulher tem prioridades.
Simone furiosa coloca a mão na cintura: Você me chamou de quê?!
Neto ri: VAGABUNDA! ALÉM DE VAGABUNDA É SURDA.
Simone saca a arma e mira em Neto: Então a gente vai resolver isso na delegacia. Tá preso, camarada. Desacato autoridade: é crime!
Neto se desespera. Simone continua com a arma mirada pro homem. Clima tenso.
Cena 5. Rio de Janeiro – Leme / Apt. da Clarice / Noite
Clarice está sentada no sofá, mexendo no celular. Kiara desce a escada, toda arrumada.
Kiara puxa o telefone de Clarice: Foca em mim. – Clarice vira-se. – Estou gata?
Clarice ri: Deslumbrante. Agora devolve meu celular.
Kiara senta-se no sofá: Só se você for jantar comigo no Lagoa Azul.
Clarice surpresa: Você me chamando para jantar fora? Que novidade é essa?! Ou melhor: o que você quer?
Kiara sorri: Nada. Agora chamar minha irmã para um jantar é interesse. Faz tempo que não fazemos um programa juntas. Sinto saudades da minha irmã.
Clarice pega o celular de volta: Sempre fomos tão unidas, né? Sinto falta de alguns anos atrás. Nossas conversas, desabafos, nossos segredos.
Kiara pega nas mãos de Clarice: Você sabe que eu sou capaz de qualquer coisa para te defender, né? Qualquer coisa!
Clarice sorri: Eu sei que faz. E eu a mesma coisa. Ainda que nos afastamos, você continua sendo minha irmã preferida e eu te defendo com unhas e dentes.
Kiara se levanta: Preferida por que sou a única, né? – ela ri. – Chega desse melodrama e vai se arrumar. Daqui a pouco fica tarde demais para irmos lá.
Clarice cansada: Se eu falar que não quero ir você fica chateada?!
Kiara: Poxa, Clarice. Só um jantar!
Clarice sorri: Vai você se divertir. Enquanto isso eu me divirto aqui. – ela gargalha.
Kiara rindo: Safadinha! – ela pega a chave do carro. – Prometo não demorar.
Clarice rindo: Cuidado hein! Essa cidade está muito violenta.
Kiara andando: Sim Senhora.
Kiara sai e Clarice fica pensativa.
Cena 6. Rio de Janeiro – Leme / Restaurante Lagoa Azul / Noite
William puxa a cadeira para Sheyla, que senta-se.
Sheyla sorrindo: Obrigada!
William senta-se em seguida: É esse mesmo o restaurante que você gosta né?
Sheyla coloca a bolsa na mesa: O próprio. Meu falecido marido adorava esse restaurante. Aliás, foi aqui que nos conhecemos.
William surpreso: Você nunca me disse que já foi casada. Seu marido morreu de quê?!
Sheyla “entristecida”: O irmão dele o matou. Inveja sabe?! O irmão dele era invejoso tinha algo de mórbido pelo meu marido.
William: Que história. E ele morreu tem muito tempo?
Sheyla: Não muito tempo. Mas eu não queria falar sobre isso. Eu vim aqui pra me divertir, esquecer-se dos problemas. Lembrar disso só me traz dor.
William: Claro. Você tem toda razão. Desculpa. Não vou te perguntar mais sobre isso. É que eu fiquei realmente surpreso. Não sabia disso.
Sheyla ri: E nem tinha como saber. Nos conhecemos hoje. Aliás, eu acho que fiz bem em ter contado. É bom para nos conhecermos melhor. Você me disse que já foi casado. Sente falta?
William sorri: Não fomos casados de papel. Ela percebeu o quão idiota eu era antes e acabamos nos separamos. Mania de dizer casado só por morar junto.
Sheyla sorri: Pra quê reviver histórias antigas? Passado. Vamos pedir um vinho?!
William levanta a mão, chamando o garçom: Um vinho.
Na rua…
Kiara estaciona o carro e pega sua carteira. A mulher salta do carro e vai em direção ao restaurante.
Dentro do restaurante…
William coloca vinho na taça: Meu vinho predileto. Aliás, não posso beber muito. Sou policial e devo manter o exemplo. Já estou infringindo a lei só por estar bebendo. Péssimo exemplo.
Sheyla sorri: Pra quê servir de exemplos? Regras são feitas para serem quebradas. Qualquer coisa, pegamos um táxi.
William ri: Um táxi acho que seria mais conveniente.
Kiara entra no instante e William se espanta.
Sheyla nota William pálido: Aconteceu alguma coisa?!
William sem ação: Eu não estou me sentindo muito bem aqui. Será que podemos ir para outro lugar.
Kiara vê o homem de longe e vai em direção aos dois. William se levanta, puxando Sheyla.
Kiara sem levantar o tom: Querido! – Sheyla a olha. – Já vai? Não precisa se incomodar tanto. Não vou ficar para o jantar.
Sheyla não entende: Quem é essa?!
William engole seco: Uma amiga. – ele sorri. – Vamos?! Perdi o apetite nesse local. Existem outros melhores.
Sheyla confusa: Você até agora estava curtindo o jantar e só foi essa louca entrar que você quis ir embora. Ela é alguma coisa sua?!
Kiara sorri: Quase namorada. Achei que você tivesse contado que até ontem se relacionava comigo. – ela cumprimenta William com beijos no rosto. O homem intacto, não esbanja uma reação. – Foi um prazer te rever querido.
Kiara sai apressada. Clima tenso entre Sheyla e William.
Na rua…
Kiara sai furiosa do restaurante e entra apressada no carro. A mulher surta e começa a socar o volante.
Kiara furiosa: IDIOTA! CANALHA! – ela começa a bater na sua cabeça – Como eu fui burra! Trouxa! Idiota! Eu me recuso acreditar que senti ciúmes desse babaca!
Dentro do restaurante…
Sheyla pega a bolsa: Acho que não tem mais clima pra ficar aqui. Podia pelo menos ter sido sincero e ter contado disso.
Sheyla sai.
William o puxa: Eu não tenho nada com ela. Ela mesma pediu para eu me afastar. Disse que não queria compromissos e eu estou até agora sem entender esse ataque dela.
Sheyla sorri: Obrigada por estragar minha noite.
William: Deixa eu pelo menos te levar em casa.
Sheyla se solta: Eu pego um táxi! Dá licença.
Sheyla sai sorrindo. Ela comemora o teatro, já que agora William acredita que ela está realmente se envolvendo nesse “romance”. Já o delegado, fica com cara de tacho.
Cena 7. Rio de Janeiro – Cemitério / Noite
Continuação da cena 1. Célia amarrada ao lado de sua cova.
Alice furiosa: Vai Gisele. Acaba logo com essa vagabunda. Joga essa desgraçada pra cova.
Célia desesperada: ESPERA! ESPERA! EU TENHO UMA COISA IMPORTANTE PRA TE CONTAR.
Alice sem paciência: Você não tem nada de importante pra falar. Não vai ter nem tempo pra isso. Sabe por quê?! Porque você vai morrer! – ela começa a rir.
Célia chorando: Você sempre teve inveja de mim. Não é mesmo? Sempre quis ser eu e nunca teve coragem de assumir isso. É fraca! Aproveitar que estou na beira da morte e vou cuspir tudo na tua cara. Falar o que sempre tive vontade de falar.
Alice furiosa: VOCÊ NÃO OUSE ME DESAFIAR! PRA EU TE APAGAR AGORA POUCO CUSTA!
Célia: ENTÃO APAGA! Tá esperando o quê?! Você sempre foi fraca na vida. Frustrada. Invejosa. Nunca conseguiu ser amada por ninguém e me culpa por isso. Não tenho culpa do teu fracasso!
Alice chuta Célia: CALA A BOCA MALDITA!
Célia rindo, mas com medo: Você não tem amigos, Alice. As pessoas não gostam de você, elas te suportam! Você não consegue cativar ninguém e a única pessoa que verdadeiramente te amou você matou. BURRA! IDIOTA! As pessoas ao seu redor te odeiam, vivem ao seu lado por interesse. Sempre querem teu mal! – ela começa a forçar a mente e começa a passar flashes rápidos do incêndio no teatro. – O Sérgio…
FLASHBACK
O Teatro está pegando fogo. Alice e Neto correm no meio da multidão que sai desesperado.
No camarim de Aurora…
Sérgio entra desesperado: Meu Deus! – ele vê todo o fogo consumindo o camarim e vê Aurora caída, baleada. – AURORA! – ele ajuda a mulher.
Sérgio pega Aurora no colo e corre com a mulher pelos corredores, que vai aos poucos pegando fogo.
Corte descontínuo.
Sérgio coloca Aurora em um lugar seguro. Sérgio olha para trás e vê o teatro pegar fogo. Neto sai correndo, sozinho.
FLASHBACK
Sérgio abre a porta. Célia e Petrônio entram.
Célia sorrindo: Alice está?
Sérgio sem paciência: Ela trabalha.
Petrônio: Você é muito mal educado. Sua patroa não te dá educação, não?
Sérgio fecha a porta: Ela tem mais o que fazer.
Célia: Deixa Petrônio. Quando a nossa AMIGA chegar a gente conta tudo para ela sobre esse mordomo drag queen.
Sérgio furioso: A SENHORA ESTÁ ME DESREPEITANDO! – ele desmunheca, mas logo percebe. Célia e Petrônio riem. – Não vou perder meu tempo com vocês. Dá licença. – ele engrossa a voz.
FIM DO FLASHBACK
Gisele pega a pá: Chega desse jogo mole. Hora de morrer, amor.
Célia: ESPERA! O SÉRGIO NÃO É NADA DISSO QUE VOCÊ IMAGINA ALICE.
Alice furiosa: Para de querer envenenar os outros! ACABA LOGO COM ELA GISELE!
Soninha pega a pá: Se você não tem coragem, eu tenho!
Quando Soninha vai acertar Célia, Alice a puxa.
Célia com os olhos fechados: O SÉRGIO TEM O PIOR DOS INTERESSES POR VOCÊ! ELE VAI TE DESTRUIR E VOCÊ NÃO VAI NEM PERCEBER.
Alice se ajoelha: Eu não aguento mais olhar para essa tua cara nojenta. Eu sempre tive inveja de você sim. Você sempre teve tudo, sempre foi a queridinha dos jurados, enquanto eu não. Eu sempre fui a rejeitada, a humilhada e sempre servia de reserva quando você tinha seus “compromissos”. Eu prometi pra mim, pela minha vida, que um dia eu ia te destruir. – ela sorri. – Chegou a hora! Eu sempre te avisei para nunca, nunca, mexer comigo e você resolveu fazer o quê?! Me desobedecer. E pior ainda: se aproximou do meu filho. Agora… – ela sorri debochada. – Eu vou fazer você pagar com a vida!
Alice empurra Célia para a cova.
Célia apavorada: PARAAAAAAAAA! ME TIRA DAQUI! ALICE!
Alice aparece diante da cova: Isso é pouco. – ela pega a pá e começa jogar terra em Célia. – Você vai morrer buscando ar, agonizando, vai sofrer até os seus últimos minutos de vida. Só que eu vou fazer diferente da novela e não vou deixar a cova aberta.
Soninha sorri: Hora de colocar bebê pra dormir!
Alice começa a jogar terra em Célia, com mais vontade. A mulher começa a ficar soterrada e se desespera, chorando, implorando que ela pare.
Célia chorando, desesperada: TENHA PIEDADE DE MIM! ALICE! POR FAVOR! PARA!
Alice gargalhando maleficamente: Esse teatro não combina com você, maldita.
Célia com sangue nos olhos: EU VOU TE ARRASTAR PARA O INFERNO COMIGO. VOCÊ NÃO VAI DURAR MUITO TEMPO. MALDITA! MALDITA! EU TE ESPERO NO INFERNO! VAGABUNDAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!
A tela escurece e o grito de Célia ecoa.
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No dia seguinte…
Cena 8. Rio de Janeiro – Cemitério / Dia
A cova onde Célia foi jogada completamente fechada.
Cena 9. Rio de Janeiro – Cemitério / Dia
Neto sentado de frente para Simone.
Simone: Eu não vou pedir de novo. Me dá a sua identidade, por favor.
Neto tira a identidade da carteira: Pronto, madame.
Simone o olha: Não aprende mesmo, camarada. – ela pega a identidade. – Nelson Etô Teixeira de Oliveira. – ela o olha. – Eu quero sua identidade verdadeira. Cadê o Neto aqui?!
Neto sorri: Neto é apelido. É a junção das iniciais do meu nome completo. Nelson Etô ou Neto.
Simone pensativa: Peraí, peraí, peraí. Eu conheço esse nome de algum lugar.
FLASHBACK
Kiara assustada: Meu Deus essa história vai além de tudo. Vocês não tem ideia de quem seja esse tal Nelson Etô?
Simone séria: Ainda não temos nenhuma informação. Mas essa arma é dele. Nelson Etô. E esse mesmo bandido tem o porte ilegal de armas, mesmo usando a arma. E isso é crime!
FIM DO FLASHBACK
Simone perplexa: Meu Deus, não pode ser. Você é o dono da arma que está com a Alice.
Neto estranha: Você conhece a Alice?!
Simone se levanta: Sua situação é pior do que eu imaginava.
Neto: Eu queria dá um telefonema para o meu advogado. Posso?
Simone olha para Gelado: Leva ele. Fica na cola, assim que ele terminar a ligação traz de volta.
Gelado acompanha Neto.
Do lado de fora…
Neto, ao telefone, com tom irônico: Rodrigo! – ele sorri. – Como vai meu caro?!
Alice, ao telefone, não entende: Neto?! Acho que você ligou para o número errado.
Neto, ao telefone: Liguei não, meu amigo. Eu preciso da sua ajuda! Eu acabei sendo preso e estou precisando dos seus serviços.
Alice, ao telefone, furiosa: Era só o que me faltava. Você devia ligar para advogado. Não pra mim! Tem alguém sabendo dessa ligação?!
Neto, ao telefone, sem paciência: Não! Estou ligando do meu telefone. Você realmente não pode vir me ajudar?
Alice, ao telefone: Se vira! Ninguém mandou seu burro. NÃO CONTA COMIGO!
A mulher desliga o telefone.
Neto furioso entrega o telefone para barros: Vagabunda. – sussurra.
Gelado guarda o telefone: Falou comigo?
Neto o olha: Não! Me leva de volta para a sala da delegada. Tenho umas coisas pra contar. Ela vai adorar saber.
Na sala de Simone…
Simone perambulando a sala: Estou chegando perto, Barros. Cada vez mais perto. E agora essa desse tal Neto.
Barros preocupado: Não se envolve muito nisso. Se foi ela quem matou o Petrônio e que agora tentou te matar duas vezes, ela não vai parar enquanto não conseguir o quer.
Simone: Eu sei me defender. Se ela acha que é mais esperta do eu, está muito enganada.
Neto entra e Simone vai para sua cadeira.
Neto sorri: Eu te fiz uma pergunta anteriormente e você não me respondeu. Você conhece a Alice?!
Simone o encarando: Não gosto de perguntas… Quer dizer, gosto quando eu faço. Então vamos lá: O que você sabe sobre a Alice?
Neto venenoso: Muita coisa! E você vai adorar saber cada detalhe.
Simone e Barros se entreolham.
Fim do Capítulo 40!
Célia partiu dessa para pior!! E foi de um jeito tão tortuoso, Alice consegue ser triplamente má… ou mais do que isso!! Se bem que ela não fez essa sujeirada sozinha então as comparsas dela também não são flor que se cheire.
Luíza e Luigi agora estão por dentro do assunto, espero que eles levem o caso para Simone o mais rápido possível, pois somente ela pode ajudá-los.
Jaqueline está com tanto medo da reação de Stacy, mas se ela ficar escondendo isso por mais tempo… essa coisa não vai prestar. Se eu fosse ela, seguiria os conselhos de Eliane.
Esse reencontro de Kiara e Willian serviu somente para ajudar um pouco mais no teatro de Sheyla!!
Tomara que o Sérgio ferre mesmo com a vida de Alice, assim como disse a Célia.
Abre a boca e solte o verbo, Neto!!! Tá na hora da máscara da Alice começar a cair.