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Três Jogadas

Três Jogadas – Capítulo 37

Três Jogadas.

Capítulo 37.

“A violência é o último refúgio do incompetente.”

Isaac Asimov

Cena 1. Rio de Janeiro – Urca / Apt. da Eliane / Dia

Eliane abre a porta.

Eliane surpresa: Alice?! – ela cumprimenta a mulher. – Que surpresa! Aconteceu alguma coisa?

Eliane também cumprimenta Soninha, que está ao lado de Alice. As duas entram.

Alice sorri: Desculpa ter vindo sem avisar. É que eu estava passando aqui perto e decidi parar para falar com você.

Eliane: Sentam. Fiquem à vontade. – ela se senta também. – Vocês querem alguma coisa?

Alice sorri: Tomamos café antes de vir para cá.

Eliane sorri: Tudo bem. Mas então. O que você quer falar comigo?

Alice retorna ao assunto: Ah claro. Bom, acho que não é surpresa para ninguém a má fase que a Revista vem passando. Eu sou sócia de vocês e conheço bem a movimentação de dinheiro de lá. E eu sei que a Revista falindo, te prejudica, afinal, é sua renda mensal. Então eu resolvi te fazer um convite.

Jaqueline chega: Alice! – ela se surpreende. – Nossa! Quanto tempo!

As duas se cumprimentam.

Eliane sorri: Irmã, a Alice veio conversar sobre a crise da Revista e veio me fazer uma proposta.

Soninha intervém: Uma proposta irrecusável! Tenho certeza que vai ser difícil vocês não aceitarem.

Jaqueline ri: Fiquei curiosa agora. Prossiga.

Alice olha para Soninha: Então. Eu sou uma mulher influente e com muito dinheiro. Dinheiro suficiente para comprar a Revista e fazer o que conseguir para reerguê-la.

Eliane olha para Jaqueline: Se eu entendi bem a sua proposta é comprar a revista. Certo? No caso as minhas ações.

Alice ri: Isso mesmo. E então? É um ótimo negócio!

Jaqueline intervém: Então eu posso fornecer um negócio ainda melhor. Como sócia você sabe que temos outras filiais da revista. Inclusive uma no exterior, onde eu tomava conta. A proposta é a seguinte: Você assume a Revista aqui no Brasil, sem comprar as ações, e tenta reerguer a revista. Se conseguir, vendemos as ações por metade do preço. Enquanto isso, eu e a Eliane trabalhamos no exterior, na filial de lá. E então.

Alice estica a mão e sorri: Negócio fechado?!

Jaqueline a cumprimenta: Negócio fechado!

Soninha fica radiante.

Cena 2. Rio de Janeiro – Lagoa / Apt. da Alice / Dia

Sérgio termina de arrumar as coisas na cozinha.

Na sala…

Luíza desce a escada devagar, evitando o máximo de barulho possível. A campainha toca e a garota se irrita. Ela se apressa e abre a porta.

Start invade o apartamento: Alice! Cadê sua patroa?!

Sérgio vem: Como é que você conseguiu entrar aqui? Quem abriu a porta pra você?!

Luíza aparece: Eu! – ela sorri. – Surpreso?!

Sérgio engole seco: O que você quer minha senhora?!

Start senta-se no sofá, já se sentindo em casa: Senhora não! Tenho idade para ser tua filha. – ela o olha de cima a embaixo. – Se duvidar: neta.

Sérgio se estressa: Você me chamou de velho?!

Start tira os óculos: Isso é você quem está dizendo. – ela se abana. – Vai buscar uma água pra mim querido. Aproveita liga o ar dessa casa e chama a Alice. Diz que a amiga de infância dela chegou e está lhe procurando.

Sérgio se irritando com a folgada: A madame ainda não chegou. Saiu e sem hora pra voltar. Volte outra hora!

Start o olha e se levanta: Eu estou me lembrando de você. Te conheço de algum lugar. Você não é cara que começou a trabalhar com a Alice no final de 1986?! Eu lembro. Assim que ela me deu o golpe e fez ir para o exterior você chegou. No mesmo dia que eu fui viajar. Claro que lembro. Impossível esquecer.

Sérgio sorri: Sou eu mesmo. E agora que você falou eu me lembrei de você. Início seu nome, né?!

Start furiosa: START! Qual seu problema?! Mania de tradução?!

Sérgio ri: De onde sua mãe tirou esse nome?! Que coisa!

Start sem paciência: É nome de guerra. Idiota.

Luíza se aproxima, sem entender: Pera aí. Nome de guerra não coisa muito usada no meio da prostituição?!

Start se irrita: Isso mesmo. Fui prostituta sim e com maior orgulho. E foi no meio disso tudo que eu conheci a Alice e ainda fui golpeada por ela.

Luíza perplexa: A Alice era prostituta?!

Sérgio furioso: Cala a boca vocês duas! Já falaram demais aqui. – ele olha para Start. – Você fica. – desvia o olhar para Luíza. – Luíza, você vem comigo!

Start se senta. Sérgio e Luíza partem para a cozinha.

Luigi desce a escada da casa: Deseja alguma coisa?!

Start se levanta e sorri: Já fui atendida. Estou esperando sua mãe, que pelo visto não está.

Luigi estranha: Você me conhece?

Start sorri: O suficiente.

Luigi continua sem entender: Você está aqui muito tempo? Estou procurando minha prima. Ela veio aqui pra sala.

Start: Luíza o nome dela? Se for, ela foi para a cozinha com o empregado.

Luigi sai apressado: Obrigado!

Na cozinha…

Sérgio segura Luíza pelos braços: Como é que você conseguiu sair do porão, sua imbecil?

Luíza furiosa: O Luigi me ajudou! Eu e ele resolvemos nos unir para desmascarar a Alice. Eu contei tudo para ele! Agora ele sabe de tudo! Tudo!

Sérgio se enfurece: Você surtou, foi isso?! Perdeu completamente a noção do perigo?! Se a madame Alice fica sabendo disso ela acaba com a tua vida.

Luíza o enfrenta: E quem vai contar?! Você?! Um subordinado qualquer. Mordomo!

Luigi chega na hora.

Luigi furioso: Posso saber o que está acontecendo aqui?! – ele olha para o mordomo. – Solta ela. – Sérgio não obedece. – A-G-O-R-A!

Sérgio solta a jovem.

Sérgio sorri debochado: Eu vou contar tudo para d. Alice. Vocês estão mortos!

O mordomo vai saindo.

Luigi o puxa: Eu já sei de tudo! Não adianta você fugir. – Sérgio se solta e volta para o lugar. – Qual teu preço?! Você é colocado com a Alice e sabe de tudo. Inclusive onde minha mãe biológica mora. – Sérgio não responde. Luigi se enfurece. – Eu não tenho o tempo todo do mundo! Fala logo teu preço, inferno!

Sérgio gela.

FLASHBACK

Sérgio analisando os copos: Não me provoca. Estou assustado no inferno que essa casa tem se transformado.

Gioconda colocando seu uniforme: Podemos ser grandes aliados. Só você me contar o segredo daquela carta de jurado. Quem é você, Sérgio?

Sérgio continua arrumando os copos, tenso: Já mandei esquecer isso. Aquela carta não tem validade nenhuma. E mesmo se tivesse, jamais trairia a confiança da Alice.

Gioconda sorri: Nem por dinheiro?!

FIM

Sérgio resiste: Eu seria incapaz de trair a confiança da minha rainha!

Luigi enfurecido: Para com essa mascara que você usa. – Gioconda chega e escuta atrás da porta. – Você usa esses trejeitos como disfarce. Só que eu não sou tão burro quanto você imagina. Vamos! Fala teu preço!

Luíza é direta: 200 mil te adianta? Tenho certeza que vai ser o suficiente para você sumir daqui de uma vez por todas.

Sérgio continua pensativo.

FLASHBACK

O Teatro está pegando fogo. Alice e Neto correm no meio da multidão que sai desesperado.

No camarim de Aurora…

Sérgio entra desesperado: Meu Deus! – ele vê todo o fogo consumindo o camarim e vê Aurora caída, baleada. – AURORA! – ele ajuda a mulher.

Sérgio pega Aurora no colo e corre com a mulher pelos corredores, que vai aos poucos pegando fogo.

Corte descontínuo.

Sérgio coloca Aurora em um lugar seguro. Sérgio olha para trás e vê o teatro pegar fogo. Neto sai correndo, sozinho.

FLASHBACK

Bulamarquê, sorrindo: Você é minha preferida nesse concurso. Não vai ter para ninguém! Meu voto é teu.

Alice jogando charme: Tenho certeza que você não vai me decepcionar. Eu pago da melhor forma. Do jeito que você quiser. – ela sorri.

Bulamarquê, radiante: Eu sou capaz de cobrar isso depois. E eu vou cobrar até nos mínimos detalhes.

Alice falando no ouvido de Bulamarquê: Eu te dou tudo que você quiser!

Ela se afasta e os dois se encaram, sorrindo.

FIM

Sérgio olha para trás e vê Neto correndo sozinho. Uma parte do teto de teatro desaba e Sérgio corre. O homem começa a procurar por Alice e vê ela caída no chão, desmaiada. Ele tira a mulher dali e corre com ela se arriscando, no meio do fogaréu.

FLASHBACK

Alice sorri: BURRO FOI VOCÊ DE TER ME AJUDADO! EU NÃO VOU FAZER ISSO QUE VOCÊ ESTÁ ME PEDINDO.

Bulamarquê: VOCÊ ME PROMETEU! EU DISSE QUE IA COBRAR E VOCÊ DISSE QUE ME DARIA TUDO QUE EU QUISESSE! CHEGOU A HORA DE CUMPRIR COM SUA PALAVRA!

O som corta. Os dois continuam discutindo. Sérgio Bulamarquê parte para cima de Alice e a mulher quebra um vaso em sua cabeça e corre. Sérgio cai no chão, ofegante.

FIM

FIM DO FLASHBACK

Luigi coloca o homem na parede: E então?! É pegar ou largar?!

Sérgio fica sem reação.

Cena 3. Rio de Janeiro – Gávea / Revista Luz / Dia

 Eliane termina de limpar sua mesa. Jordan bate na porta.

Jordan sorri: Posso entrar?!

Eliane se levanta: Claro! Entre. – ela sorri. – Senta aqui. Estou terminando de organizar minha mesa e vou fazer uma faxina aqui.

Jordan se senta: Eu vou me encontrar com a minha filha e resolvi passar antes aqui para te avisar.

Eliane o olha: Eu fiquei sabendo dessa história. Saíram em todos os jornais. Parabéns! Eu conheci a Paloma na festa. É um amor de pessoa. – ela sorri.

Jordan: Você não ficou triste, né?

Eliane ri: Claro que não. Jordan, eu não tenho nada a ver com sua vida. O que você fez não me diz respeito. E nem o que você faz e vai fazer. Não temos compromisso.

Jordan entristecido: É que eu achei que depois…/ – ele é interrompido.

Eliane sorri: Não se ilude comigo. – ela pega nas mãos do homem. – Eu gosto muito de você. Você é uma pessoa incrível e não merece se iludir comigo. Eu acabei de sair, você sabe… De um casamento conturbado. Eu não quero me envolver com ninguém.

Jordan cabisbaixo: Eu sei. Mas eu achei que a gente podia tentar uma aproximação e esperar no tempo. Quem sabe ele seja nosso amigo.

Eliane ergue a cabeça dele: O tempo não foi e nem será nosso amigo. Eu não trabalho mais aqui. Eu vou viajar.

Jordan se assusta: Não trabalha mais aqui?! Como assim?! E que história é essa de viagem?

Eliane se afasta: Eu vou ir trabalhar na revista internacional. Em Nova York. Vou ir para lá juntamente com a minha irmã.

Jordan assustado: E quem vai assumir a Revista? Você vai fechar ou vender?!

Eliane: A Alice vai tomar conta enquanto isso. Se ela conseguir reerguer a revista, eu vendo as minhas ações.

Jordan se entristece ainda mais: E você já sabe quando vai?! Eu tenho que pelo menos te devolver a chave da revista. Não está comigo aqui.

Eliane: Não precisa se apressar. Eu não vou amanhã. – ela sorri. – Eu tenho muito que resolver ainda aqui.

Jordan sorri: Tipo?!

Eliane sorri: Eu quero me despedir de você. Posso parecer uma qualquer falando isso. Só que eu me privei tanto de dizer o que sempre quis dizer, que eu perdi a vergonha de tudo.

Jordan ri: Isso aqui não é uma despedida?!

Eliane ri: Não. Eu quero outro tipo de despedida. – ela se ajeita na cadeira. – Eu quero passar uma noite com você. – a mulher é direta.

Jordan fica surpreso com a proposta. Os dois se encaram, sorrindo.

Cena 4. Rio de Janeiro – Urca / Casa da Vanessa / Dia

Vanessa e Tiago tomam café. Tiago já está limpo e com roupas novas.

Tiago sorrindo: Por que me chamou de volta? Você me expulsou daqui como se expulsa um rato de casa.

Vanessa sorri: Eu percebi que estava sendo idiota. Agora que estamos livres para viver, por que não aproveitar?

Tiago se levanta: Que bom que percebeu que você não é nada sem mim. Somos uma dupla impecável. Imbatível. Tenha certeza que juntos somos mais fortes.

Vanessa se levanta para tirar a mesa: Só que meu dinheiro não vai durar para sempre. O pouco que tenho guardado, não vai durar tanto assim. A gente precisa resolver alguma coisa. Você não sabe administrar uma empresa? Existem tantas que procuram profissionais.

Tiago: O problema é encontrar uma empresa ao meu nível. Mas calma, a gente se acerta aos poucos. – Vanessa vira-se de costas e o homem lhe abraça por trás. – O importante é que estamos juntos e que você resolveu me aceitar. – ele coloca o cabelo da mulher para o outro lado. – Eu te amo! – e sussurra.

Vanessa lhe dá cotoveladas de leve e sorri: Deixa eu terminar de arrumar as coisas aqui. Vai descansar um pouco. Depois eu te acordo.

Tiago beija o pescoço da mulher: Vem comigo! Depois você termina isso. Vamos aproveitar que estamos no clima, já.

Vanessa vira-se e o afasta: Não coloca pressão. Eu te aceitei aqui, mas eu quero que fique bem claro que eu decido a hora que quero e que não quero.

Tiago se enfurece: Só espero que não demore muito tempo. Sou homem. Já traí uma vez. Mais uma vez pra mim não vai fazer diferença.

Tiago sai apressado e sobe a escada do apartamento.

Vanessa sorri, com maldade: Logo eu vou me ver livre de você. Cretino.

 Foca no olhar de Vanessa, maldoso, com nojo e rancor.

Cena 5. Rio de Janeiro – Leme / Hotel Meia-Vida / Dia

Sheyla desce a escadaria e chega à recepção. A mulher percebe que a recepção está vazia e vai direto ao caixa. A megera começa a revirar o caixa, a procura de dinheiro.

Diná chega e flagra tudo: O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO AÍ, SUA VAGABUNDA?!

Sheyla vira-se desesperada: Nada! Estava contando o dinheiro só.

Diná furiosa a pega pelos cabelos: VOCÊ ACHA QUE EU TENHO DE CARA DE BURRA, É?! SE ENGANOU! – ela joga Sheyla na rua. – Isso aqui é sujo, mas é de família! Sai daqui antes que eu chame a polícia pra te prender.

Sheyla se levanta do chão: Então chama! Aproveita e conta como é que as garotas pagam a conta daqui! Se prostituindo! CAFETINA! PIRANHA! ORDINÁRIA! MESSALINA!

Diná dá um tapa na cara de Sheyla: EVAPORA DO MEU ESTABELECIMENTO! Eu vou quitar sua dívida. Mas eu espero nunca mais ter que olhar na tua cara! FORA DAQUI! VAI SUA GOLPISTA! SAI DAQUI!

As pessoas que passavam na rua param para assistir a briga.

Sheyla humilhada: O quê que foi vocês?! Nunca viram uma pessoa sendo expulsa de algum lugar não?! Se nunca viram estão vendo agora. Prazer, Sheyla! VÃO CAÇAR O QUE FAZER BANDO DE DESOCUPADOS! DESOCUPADOS!

Diná entra e Sheyla pega um pedra. A megera acerta a vidraça do hotel.

https://www.youtube.com/watch?v=eTMknwt87QI

Diná olha para trás: VAGABUNDAAAAAAAAAAA!

Diná anda apressada, com sangue nos olhos e pega Sheyla pelo cabelo. A mulher a joga longe e as duas caem no meio das barracas de camelô.

Diná dá um tapa na cara de Sheyla: SUA DESGRAÇADA! PIRANHA!

Diná continua dando os tapas e as pessoas se aglomeram ao redor das duas. Elas continuam caindo no meio das barracas de camelô e saem levando tudo o que veem pela frente. Sem medo, Diná continua xingando e batendo em Sheyla.

Sheyla apanhando: Quer bater?! Então bate! Eu deixo! Aproveita que eu estou de bom humor e bate. Mais bate com vontade. Tá fraco!

Diná com mais força: Gosta de apanhar, né?! GOLPISTA! MESSALINA! CACHORRA! ORDINÁRIA!

Perto dali…

Dentro do carro de Alice…

Alice dirigindo: Eu não vou ficar no meio dessa confusão não. Eu tinha que ir à da Urca para a Lagoa. Sei nem o que estou fazendo no Leme.

Soninha ri: E você vem falar isso comigo? Está na cara que você se perdeu! Nem pra dirigir você serve.

Alice buzina: QUE CONFUSÃO. SAI DA FRENTE INFERNO!

Soninha abre a porta: Isso parece ser algo grave. Claro que eu sou curiosa e vou lá saber o que é.

Soninha salta do carro.

Alice desce do carro: ME ESPERA! SÔNIA!

Hotel Meia-Vida…

As pessoas tentam separar Sheyla e Diná, mas as duas continuam se atacando. Soninha chega, entra no meio e consegue puxar Diná.

Diná, furiosa: EU AINDA ACABO COM VOCÊ! VAGABUNDA!

Sheyla se levanta, rindo, toda machucada: Foi pouco meu amor! Foi pouco! Esperava mais de você!

Alice puxa Sheyla: Apanhou horrores e ainda quer sair como vitoriosa. Olha tua cara. Ainda fala que foi pouco. Pelo amor da madrugada.

As pessoas contém Diná e Soninha se aproxima de Sheyla.

Alice olha para Sheyla: Espera! – Sheyla se assusta. – Eu conheço você.

Sheyla se solta: Eu também te conheço! Você não é a mãe do Luigi?! A mulher que atirou no mordomo lá? O idiota do meu ex-esposo que ajudou teu filhinho a sair da cadeia.

Alice estranha: Ex-esposo? Vocês se separaram?! Luigi nunca mais me falou do… – ela fica pensando. – Stênio o nome?!

Sheyla sorri: A morte nos separou! – Alice se assusta. – Eu matei o homem.

Soninha horrorizada: Você o quê?!

Alice ri: Não fica aterrorizada, Sônia. Fizemos a mesma coisa anos atrás.

Sheyla ajeita a roupa: Agora já posso ir, né? Vocês já viram meu show. Enfim.

Alice: Não. Espera! – ela olha para Sheyla de cima a embaixo. – Você vai ser útil pra mim! Tem uma missão pra você fazer e tenho certeza que você é à pessoa certa para isso.

Cena 6. Rio de Janeiro – Lagoa / Apt. da Alice / Dia

Luigi apressado: Eu não tenho o tempo todo do mundo! Estou esperando sua resposta.

Sérgio firme: Aceito! Eu aceito o dinheiro para te contar onde sua mãe mora. Quer dizer, eu não sei se a minha informação será útil, mas tenho certeza que vai te ajudar a chegar até ela. Só que eu quero dinheiro adiantado!

Luigi sorri: Isso não é problema! – o homem tira a carteira do bolso e pega um cheque. Ele faz as anotações dos valores, assina e entrega para Sérgio. – Dinheiro em mãos. Agora fala.

Sérgio pega o cheque: Célia é o nome da sua mãe. Quer dizer, pelo menos agora. Antigamente ela se chamava Aurora.

Luigi: Isso pra mim não é novidade. Eu quero saber onde ela mora. Foi pra isso que eu te dei o dinheiro.

Sérgio forçando a memória: Quando a Alice foi lá a primeira vez, ela foi por conta de uma carta que deixaram na mesa dela. Ela tinha acabado de fechar uma parceria com a Célia e com o Petrônio. Eles falaram que tinha uma pessoa querendo destruí-los.

Luíza intervém: Espera. Essa carta quem deixou foi eu! Eu me lembro disso. Foi uma carta que minha mãe escreveu.

 Sérgio continua: Então. Ela foi atrás dos dois no Copacabana Palace. Ela me contou depois. E só isso que lembro. Eu sei que ela passou uma temporada lá, depois disso não sei se continuou. Só indo lá para você descobrir.

Luigi frustrado: Paguei muito mais do que essa informação valia. Isso qualquer um poderia me dizer. Faça valer a pena essa informação! Ou eu vou atrás de você até no quinto dos infernos.

Na sala…

Luigi sai apressado e sai do apartamento. Luíza sobe a escada.

Start, estranha: Tem alguma coisa de muito estranho acontecendo aqui. E eu vou descobrir o que é.

Na cozinha…

Sérgio analisa o cheque. Gioconda sai de trás da porta.

Gioconda sorri: Para quem não traía a confiança da Alice… 200 mil é muito dinheiro.

Sérgio guarda o cheque: Você ouviu, é?

Gioconda ri: Não só ouvi como vi. Eu sabia que você só estava dentro de um personagem. Tenha certeza que você fez a coisa certa. Aprende que na luta e no jogo vale tudo. Traição é só um exemplo!

Os dois se encaram.

Cena 7. Rio de Janeiro – Leme / Apt. do Clarice / Dia

Quarto de Júlia…

Leandro reagindo: Viajar?! Que história é essa agora, Júlia? Eu nunca pensei nessa ideia. Sua mãe aprovou isso?

Júlia senta-se na cadeira: Na verdade a ideia partiu dela. Poxa pai. Uma viagem nós quatro. Sem a titia e a mamãe.

Leandro estranha: Sem sua mãe e a Kiara?! O que vocês querem aprontar?! Posso saber?!

Paloma feliz: Ah eu gostei dessa ideia. Acho que estou precisando me afastar um pouco disso tudo que está acontecendo. Gostei!

Igor sem paciência: Eu não! Não quero viajar e não há quem me faça mudar de ideia.

Leandro desconfiado: Não estou gostando dessa história não. Uma ideia de viagem do nada assim? De uma hora para outro?

Júlia: Pai, a gente acabou de passar por vários problemas na nossa família. Dá esse tempo longe para a mamãe e a tia refletir será o ideal. E é bom que a gente aproveite um tempo também com nosso pai. Nunca fizemos uma viagem sozinhos! Aceita, pai. Eu adorei a ideia da mãe.

Leandro pensativo: É… Pode ser uma boa ideia. Igor, vamos?! Acho que a Júlia tem razão. Nunca fizemos uma viagem juntos. Sem a Clarice. Acho que essa viagem vai nos aproximar mais ainda.

Igor pensativo: Não sei se quero não.

Paloma o olha: Aceitar, Igor. Por mim!

Igor sorri: Tá bom, eu aceito. Satisfeitos?!

Júlia radiante: Ótimo! – ela sorri. – Amanhã mesmo eu compro as passagens.

Os quatro se abraçam.

No quarto de Clarice…

Clarice ansiosa: Será que Júlia conseguiu convencer eles? Espero que sim. Eles longe daqui eu fico livre para acabar com a vida da vagabunda da Alice. Ela que venha me atacar! Eu sei revidar.

Kiara está pensativa e não muita ideia.

Clarice estala os dedos: Terra chamando Kiara! – a mulher desperta. – Eu estou falando com você!

Kiara se levanta da cama: Estou nervosa.

Clarice: Eu também, mas nem por isso estou te ignorando.

Kiara tensa: Não. Antes fosse com isso. Você não sabe quem veio aqui me importunar. Quer dizer, me confrontar.

Clarice assustada: Se você não me falar eu não vou saber mesmo.

Kiara tensa: Gisele! Mãe do Ricardo Hernani. Tá bom pra ti ou quer mais?

Clarice perplexa: A irmã da Alice?! Meu Deus. Parece que esse tormento não acaba nunca. Qual foi a dessa vez?

Kiara nervosa: Ela está me acusando de ter matado o Ricardo. Quer dizer, de ter sido o pivô da morte dele.

Clarice chocada: Kiara, não vai me dizer que…/ – ela nem completa.

Kiara: Eu me envolvi com o Ricardo. Mas eu juro! Eu juro por tudo que é mais sagrado! Eu não matei esse homem.

Clarice e Kiara se encaram. A primeira, perplexa.

Cena 8. Rio de Janeiro – Leme / Apt. do Stênio Apt do Gustavo / Dia

A campainha toca. Gustavo atende.

Gustavo abre a porta: Stacy! – ele sorri. – Entre.

Stacy entra: Eu nem sei se devia ter vindo. É um momento tão delicado pra você. – ela olha ao redor do apartamento e vê tudo quebrado. – O que aconteceu aqui?!

Gustavo fecha a porta: Um pouco do que sobrou da confusão com a Sheyla. Ela armou um plano para pegar tudo do meu irmão. Só que o testamento era falso, enfim, uma longa história. Não vale a pena ficar te explicando.

Stacy assustada: Furacão Sheyla. E você tem alguma ideia para onde ela foi?

Gustavo senta-se no sofá: Não e nem pretendo. Senta! Acho que ainda dá pra aproveitar um pouco do sofá. Você não avisou que vinha. Está tudo bem com você e com o bebê?

Stacy alisa a barriga: Sim! Tudo ótimo. – ela sorri. – Eu não quis falar nada para não te deixar preocupado e nem nervoso. Mas eu fui me encontrar com a Amanda.

Gustavo assustado: Vocês brigaram?!

Stacy ri: Não! Pelo contrário, tivemos uma conversa bem calma e terminamos amigável. Ela me contou que vocês andam meio afastados e me falou da faculdade. Ela foi chamada lá por conta das faltas.

Gustavo: Eu recebi a carta. Mas eu vou resolver isso logo. Não vou demorar muito. E mais o que vocês conversaram?

Stacy sem graça: Não vou negar que o assunto principal da conversa foi você. Ela me disse que abriu mão de você por conta da minha gravidez. Eu tentei ir contra e pedir que ela continuasse lutando pelo seu amor. Não é justo que ela sofra. Mas ela foi irreversível e não quis mudar de opinião.

Gustavo: A Amanda tem uma personalidade muito forte. Eu já imaginava que essa conversa acontecesse e que vocês chegassem a essa conclusão. Stacy, ainda que eu não sinta a mesma coisa por você que eu sentia há um ano, o meu carinho por você ainda é muito grande. E querendo ou não a gente tem uma coisa que nos une agora. Tanta coisa aconteceu e eu mal tive tempo de pensar sobre isso.

Stacy: E você já pensou sobre isso?

Gustavo se levanta: Não pensei e nem vou pensar. Depois do momento que eu descobri a sua gravidez eu tive certeza do que eu devia fazer. Eu sei que se ficasse com você, machucaria os sentimentos da Amanda. E machucaria os meus. Eu não vou esconder de você que é dela que eu gosto. Mas se eu ficasse com ela, eu me sentiria incomodado. Como se eu tivesse largando uma criança. Abandonando. Sabe?

Stacy se levanta: Isso de gravidez segurar homem já foi desculpa, hoje não. Surgiram vários tipos novos de famílias e aqueles velhos estereótipos acabaram. Independente da sua decisão saiba que eu vou amadurecer o suficiente para cuidar do nosso filho.

Gustavo é direto: Eu quero ficar com você. Eu quero assumir essa criança do teu lado. E deixa que o tempo se responsabilize de fazer o resto.

https://www.youtube.com/watch?v=DX8FKO3aRUU

Stacy cabisbaixa: O resto no caso significa voltar a me amar. Eu não quero que ninguém pense que eu estou te forçando alguma coisa. Se ainda assim você quiser continuar com a Amanda, eu vou entender. Juro! Eu prometi pra ela que ia jogar limpo.

Gustavo levanta a cabeça de Stacy: Independente do que vocês decidiram. Eu já decidi o que eu quero. E eu quero você. Eu acredito em você. Me ensina a te amar de novo.

Gustavo puxa Stacy e os dois se abraçam. O garoto dá um beijo na testa da menina. Foca na imagem dos dois, abraçados.

Cena 9. Rio de Janeiro – Lagoa / Apt. da Alice / Dia

No estacionamento…

Sheyla desce do carro: Posso saber que missão é essa que vocês tem pra mim?

Alice tira uma foto da bolsa: Está vendo esse homem?! – ela mostra a foto de William. – Ele é ex-marido da Simone. Delegada que anda me importunando. Pelo menos andava. Já me livrei dela.

Soninha pega o jornal no chão: Eu acho que não! Olha isso aqui. A desgraçada saiu viva!

Alice pega o jornal furiosa: Como assim saiu viva? – ela se enfurece. – INCOMPETENTES! EU MANDEI AQUELES IDIOTAS FAZEREM O TRABALHO DIREITO!

Fim do Capítulo 37!

Gabriel Adams

O que é necessário para Ser Humano? Quais são as atitudes que devemos tomar em situações difíceis sem que possamos ferir ou machucar alguém? Será que Ser Humano é ser cruel? Ou é errar, acertar, errar tentando acertar...Afinal, o que é ser humano? Dia 23 de fevereiro, às 20hrs, estréia a web-novela SER HUMANO.

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Um comentário sobre “Três Jogadas – Capítulo 37

  • Kiara parece estar bem aflita com a volta de Gisele, não está nem dando importância para o plano de Clarice… por falar nisso, quero saber logo o que ela vai fazer.
    Júlia tanto insistiu que acabou conseguindo o que tanto queria, agora a família feliz irá viajar juntinha (sem Clarice e Kiara, claro).
    Gostei da atitude de Eliane, e tenho certeza que o Jordan também aprovou muito!!
    Jaqueline não é boba mesmo, logo impôs uma proposta para que Alice ficasse com a revista.
    Sérgio até tentou, mas a pressão de Luigi e Luíza foi tanta… agora o homem deu com a língua nos dentes e meio caminho foi andado.
    E a volta dessa tal de Start, hein? Será que ela a moça vai ser uma pedra no sapato de Alice ou irá ser mais uma aliada? Veremos em breve.
    Gustavo e Stacy se acertando… só aprovo quando ele estiver perdidamente apaixonado por ela, por enquanto ainda sou contra.
    Sheyla está só se ferrando na vida, porém, agora Alice e Sônia surgiram no caminho dela… em boa coisa isto não vai dar. Simooooone prende logo essa maluca antes que seja tarde demais.

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