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Entrevista com Gabriel Adams: “Minhas histórias são aquilo que penso”

Entrevista com Gabriel Adams:

Neste novo ano, o Portal Séries de Web também se renovou, e voltou as origens: as entrevistas com autores do site voltaram! Você que é novo aqui, não deve te-las visto, mas visando o que representaram, investimos para que voltassem. 

Neste primeiro mote, as entrevistas serão feitas com os autores indicados nas categorias de Melhor Autor de Web Novela e Melhor Autor de Web Série

Segue a entrevista com o autor Gabriel Adams, da web novela “Saber Viver”, atualmente postada de segunda a sexta, com dois capítulos diários: 

“Me senti muito honrado. Quero agradecer ao portal, por permitir que eu publiquei a minha obra. Quero agradecer aos leitores, que vem acompanhando. Quanto as indicações, quero agradecer, mesmo. Minha primeira obra e já estar em algumas categorias, é maravilhoso. Obrigado ao portal, aos leitores.” – Gabriel Adams, sobre as indicações que recebeu a primeira edição dos Melhores do Séries de Web.

1. Como descobriu o Portal Séries de Web? E por que o escolheu para publicar “Saber Viver”?

Eu sempre gostei de histórias, e sempre acompanhava o Fanfics, até que um dia eu resolvi escrever uma web novela. Pesquisando sites, por acaso, eu acabei encontrando o Portal. E tive a certeza que seria lá onde eu postaria as minhas obras. Foi algo por acaso. Digamos, destino! – risos

2. “Saber Viver” trata de conflitos familiares, ambições… Qual tema acha essencial para fisgar o público?

Acho que qualquer tema quando bem trabalhado consegue fisgar o público. O autor só tem que saber trabalhar bem com aquele determinado tema. Eu gosto muito de conflitos familiares, segredos, ambições, vinganças e algo do tipo. São as minhas preferidas. Mas gosto de trazer a realidade, ainda que não utilizei muito esse recurso em Saber Viver.

3. Tem alguma influência?

Manoel Carlos pelos conflitos familiares. Glória Perez por tratar a realidade. Mas procuro sempre me aperfeiçoar, tendo como espelho grandes autores da televisão.

4. Outra tema tratado na novela foi a depressão, por meio da personagem Rebeca, que hora é mocinha outrora da ares de vilã. Acha essa dubiedade importante na construção de um personagem?

Acho sim. Quando eu pensei no tema da depressão, eu precisava misturar com o conflito familiar. Então pensei em misturar a depressão com a bipolaridade. Ora ela está de bem com a vida, ora ela não quer viver. É algo parecido. A Rebeca foi dando ar de vilã quando foi traída pelo marido, então começou a bipolaridade. A Rebeca ela sofre muito, até em um dos capítulos ela diz que a dor lhe inspira, e questiona ao pai o porquê de tanto sofrimento. Quando eu construí a Rebeca, eu pensava em uma mulher batalhadora, mas no desenvolvimento dos capítulos, conforme ela ia sofrendo, vi que ela era uma mulher fraca, que só precisava viver e respirar um ar bom. Sair daquele buraco obscuro, digamos assim.

5. Já Valentina, vilã desde o principio, acabou por se redimir. Ao seu ver, ela conquistou o “perdão” do público?

Creio que sim. Ainda que muitos a odiavam. Era apelidada de “Vacatina” – risos –. Eu não pensei em nada para a Valentina, seria apenas uma médica que escondia um segredo. Por fim, eu comecei a envolver Daniel e a Valentina. Até eu descobrir que Valentina fazia parte da quadrilha. A Valentina era uma vilã, mas ao mesmo tempo uma sofredora. Ela foi traficada, o que ninguém sabia e descobriu a pouco tempo, e começou a jogar charme para o Anderson. Então, Valentina era uma vilã, mas ao mesmo tempo uma sofredora. E todo mundo merece uma segunda chance. Pena que ela não soube aproveitar o perdão da Rafaela, ela se matou em seguida.

6. Anderson, vilão que demorou a aparecer, mas que provou ser digno do termo, fugiu do presídio por meio de um helicóptero, como ocorrido em 2002. Costuma usar fatos reais em suas histórias? Acha importante essa proximidade com o mundo real?

Sim, eu fiz pensando em 2002. Assim como em 2002, em Saber Viver também foram resgados dois presidiários (Cristina e Anderson). Eu como disse, gosto de relatar muito a realidade, ainda que utilizei pouco desse recurso. O Anderson era uma personagem calculista, ele sabia o que estava fazendo, assim como os presidiários de 2002. Eu acho que o público tem que se sentir bem, independente se está trazendo a realidade ou não, mas sempre gosto de trazer em um dos núcleos. Uma próxima obra minha e do Rodrigo Gomes (autor de Realeza), que tem estreia para agosto, trata sobre Cleptomania e amor entre primos, iremos abordar um pouco de cota, racismo e preconceito. São temas comuns em nosso dia a dia. Acho que a aproximação do mundo real é essencial!

7. Pra você, o que é mais difícil: a construção dos personagens, ou o desenvolvimento da história? Por quê?

A construção dos personagens. Eu tenho muita dificuldade em criar os personagens. Às vezes estou deitado e me vem ideias de uma história. Mas depois criar o personagem é bem difícil. Na verdade ambos são difíceis, mas eu tenho mais facilidade com a história. Quando você pensa no tema principal, é bem mais fácil. O problema é envolver todos os personagens na história, fazer ligações entre os personagens, e criar as características é uma tarefa bem difícil.

8. A grande megera, Cristina, mostrou em diversos momentos sua vilania. No seu ponto de vista, uma boa vilã depende da história ou o contrário?

Um bom vilão depende da história. Existem histórias que os vilões estão ali apenas para atrapalhar os planos da mocinha, e que às vezes nem oferece risco para os demais. Por exemplo, acho que ninguém esperava que o personagem de Saber Viver, o Daniel fosse um vilão. Ele não tinha essa cara! Daniel seria uma Carolina da vida, apenas ajudaria Rebeca a conquistar a herança. Mas ele tinha cara de vilão. – risos. – Creio que a história faz o personagem, então a história vai fazer o vilão.

9. A audiência e o público, te satisfizeram?

Muito! Eu me surpreendi muito pelas inúmeras visualizações. Se não me engano, fiz 49 pontos de audiência, o que me satisfez muito. Achei que teria uma baixa audiência e com poucos comentários. Mas fiquei contente com ambos, e bem realizado!

10. Você se emocionou em algum momento?

Em vários! Geralmente eu sinto as dores dos personagens. E me emocionei muito escrevendo e lendo as cenas. A morte da Aline, foi uma.
Fiquei bem emocionado com a forma que ela se despedia dos personagens.

11. E suas histórias costumam refletir o que você pensa?

Na maioria das vezes sim. – risos – Tento sempre expor o que penso em minhas histórias, independente do assunto.

12. Olhando ao todo, você enquanto autor se agradou com o resultado?

Sim, saiu tudo conforme planejado. Tudo que eu planejei escrevendo a sinopse/enredo eu consegui, até então, realizar.

João de Oliveira

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