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Sombras do Passado

Sombras do Passado – Capítulo 13

Capítulo 13: Quem disse que seria fácil?

Fazer grandes coisas é difícil; mas comandar grandes coisas é ainda mais difícil. ( Friedrich Nietzsche )

Assim que me virei dei de cara com a criatura que estava procurando. A criatura me deu uma cabeçada, em seguida um soco no rosto me fazendo cair. Antes que eu conseguisse me levantar, ela pegou-me pelos pés me arremessando de costas em uma arvore. Nesse momento eu procurei por Daiana, mas ela estava muito ocupada para me ajudar, olhei para Rodrigo e ele também estava ocupado com sua própria luta. Eu estava caída no chão, machucada e indefesa, não havia ninguém para me ajudar e a criatura estava andando em minha direção para me dar um novo golpe.
– Alicia! Levante-se! _ A Daiana gritou enquanto batia na criatura com quem ela estava lutando.
Daiana tinha razão, não era hora de desistir. Busquei forças para me levantar, empunhei uma das minhas adagas, e arremessei , acertando no meio da testa do demônio antes que ele conseguisse chegar até mim. A criatura caiu no chão. Cheguei perto dela, retirei a adaga de sua testa e arranquei-lhe a cabeça com ela.
Olhei para o Rodrigo e Daiana. Eles já haviam terminado suas lutas e agora as seis criaturas estavam mortas.
– Está tudo bem com você Alicia? _ A Daiana veio em minha direção.
– Esta sim! Só estou com um pouco de dor de cabeça. _ tentei uma piada.
Ela deu uma risada.
– Eu posso imaginar! Pensei que você não iria sobreviver àquela cabeçada. _ Ela tocou minha cabeça bem de leve com a ponta dos dedos.
Eu sorri e, fiz uma careta de dor.
– É. Eu também pensei que eu não iria sobreviver. Caramba! Pensei que ele tinha arrancado a minha cabeça. _ eu disse.
– As princesas podem parar de bater papo? Nós temos que ir! _ O Rodrigo disse.
Daiana e eu reviramos os olhos.
Começamos a andar novamente pela trilha. Pouco tempo depois nós avistamos a porta do castelo. Meu coração acelerou. A porta estava aberta. Entramos bem devagar, um pouco desconfiados. A sala estava repleta de coisas bizarras como cabeças de caveiras, gravuras de rostos gritando, entre outras coisas. O ambiente era um pouco escuro e muito sombrio.
– Quem são vocês e o que querem? _ uma voz feminina e muito doce disse.
Olhei na direção de onde vinha a voz. Havia uma mulher muito bonita, de cabelos longos e negros. Sua pele era morena, sua boca era vermelha, seus olhos eram totalmente negros e, suas unhas pontiagudas e grandes. Ela usava um vestido vermelho, com uma renda preta por cima e, uma calda não muito longa.
– Nós não queremos confusão! _ A Daiana disse. _ Só estamos aqui para pegar uma coisa emprestada!
– Vocês não me enganam! _ Ela respondeu. _ Ninguém enfrentaria tantos perigos em uma viajem sem volta, apenas para pedir algo emprestado.
– Nós precisamos muito de um objeto que está guardado aqui! _ Eu disse. _ Por isso nos arriscamos!
– Está bem! _ ela respondeu.
– Você nos deixará passar? _ A Daiana perguntou.
– Não! _ ela respondeu sorrindo. _ ninguém nunca passou dessa sala.
– É apenas um livro, nós precisamos muito dele. _ eu disse.
– Lamento, esse castelo não é uma biblioteca pública. _ ela sorriu _ Eros, tenho brinquedinhos novos para você! _ ela cantarolou.
Logo surgiu uma criatura de quase três metros de altura, com olhos vermelhos, dentes pontiagudos e sujos, sem cabelos e, extremamente musculoso. Na hora em que vimos essa criatura entrar na sala, nós todos ficamos de boca aberta.
– Não posso deixar vocês seguirem com essa viajem. Eros, cuide deles para mim. _ ela disse, em seguida saiu da sala.
Eros olhou para nós. Daiana posicionou seu arco e flecha, apontou e disparou. Mas ele pegou a fecha no ar, antes que chegasse até ele. Eros veio em nossa direção e deu um soco no Rodrigo, fazendo-o bater de costas na parede, e aparentemente desmaiar. Daiana tirou uma adaga do bolso e, cortou as costas de Eros, que se virou e segurou ela pelo pescoço. Ele começou a sufoca-la. Então eu me transformei e corri para ajudar a Daiana.
Dei um chute nas costas de Eros, ele balançou um pouco e, acabou soltando o pescoço de Daiana. Ele se virou ainda mais bravo, me fazendo recuar alguns passos. Ele tentou me dar um soco, porém, eu me abaixei na hora. Ele tentou novamente, desta vez com a outra mão, mas no impulso eu consegui desviar novamente. Acertei um soco em seu peito e outro em seu rosto. Então ele me acertou um soco na barriga me fazendo perder o ar. Pensei que naquela hora eu iria morrer, pois eu não conseguia voltar à defensiva. Então, a Daiana se transformou e começou a bater em Eros. Eu fiz um grande esforço para me levantar e, tentar ajudar o Rodrigo a se levantar também.
– Rodrigo! Nós precisamos ajudar a Daiana! Você consegue se levantar? _ disse ao Rodrigo.
– Acho que sim! Vou me transformar! _ ele disse se levantando.
Afastei-me um pouco. O Rodrigo se transformou e nós dois fomos lutar. Atacamos todos juntos, sem dar chance para que Eros reagisse. Logo nós conseguimos derrubar Eros no chão. Paramos de bater nele quando percebemos que ele estava inconsciente. Daiana empunhou uma adaga e eu pude perceber o que ela pretendia fazer.
– Não! _ eu gritei, fazendo com que Daiana e Rodrigo me olhassem assustados.
– O que foi, Alicia? _ Daiana perguntou.
– Ele já está inconsciente, não precisamos mata-lo! _ eu disse. _ vamos continuar nosso caminho.
– Alicia, ele iria nos matar! _ Daiana disse.
– Esse é o trabalho dele, ele deve proteger o castelo de intrusos. Vamos deixa-lo.
– Tudo bem, Alicia! _ Daiana disse.
Nós andamos até a porta no lado oposto da sala e entramos.
Era um corredor com varias portas. Como iríamos saber em qual das portas estaria o livro?

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