Sombras do Passado – Capítulo 12
Capítulo 12: A viagem vai começar!
“Mesmo desacreditado e ignorado por todos, não posso desistir, pois para mim, vencer é nunca desistir”. ( Albert Einstein)
Entrei. O Rodrigo me deu um beijo e me abraçou.
– Oi, Alicia! _ Ouvi a voz da Daiana abafada vindo do topo das escadas.
– Oi, Daiana! _ eu gritei de volta.
– Venha aqui para cima! _ Ela disse.
– Ok! _ eu respondi.
O Rodrigo segurou minha mão e nós subimos juntos. Andamos até um dos quartos e entramos.
Era um quarto grande, com uma cama de casal forrada com uma colcha vermelha de babados, havia um criado mudo do lado esquerdo da cama, um guarda roupas na parede direita e, uma penteadeira ao lado da porta.
Daiana estava sentada na cama com várias adagas e facas espalhadas ao seu redor.
– Sente-se aqui comigo! _ ela disse.
Sentei-me ao lado dela enquanto ela me explicava tudo sobre as armas que estava ali. Como usá-las, para que serviam, e o quanto elas era especiais. Aquelas armas tinham o poder de matar demônios. Daiana me explicou cada detalhe. Depois dessa pequena aula teórica, ela me ensinou na prática como eu deveria usá-las. Não foi difícil, eu levava jeito.
Depois de alguns minutos aprendendo o básico para me defender, nós resolvemos que era a hora de partir. Daiana havia organizado tudo para nossa partida.
– Daiana, como nós chegares lá? _ eu a perguntei assim que ela entrou novamente no quarto carregando uma mochila preta.
– Com magia! _ ela respondeu. _ eu vou fazer um feitiço que nos levará até a entrada do castelo. Ele é protegido por magia então eu não consigo nos colocar dentro do castelo usando magia, posso apenas nos colocar o mais próximo possível.
– Certo! _ eu disse.
Daiana posicionou seis pedras vermelhas, mais ou menos do tamanho da palma da minha mão, em um circulo de tamanho suficiente para caber nós três. Em seguida pendurou um colar com uma pedra negra em seu pescoço.
– Vocês estão prontos? _ ela perguntou.
Rodrigo e eu apenas assentimos. Eu já havia escolhido minhas adagas, Rodrigo escolheu uma espada e Daiana um arco e flecha e adagas. Estávamos todos prontos. Entramos no circulo feito com as pedras vermelhas, enquanto Daiana dizia algumas palavras em alguma língua desconhecida para mim. Logo o quarto começou a distorcer, em seguida surgiu uma luz tão forte que precisei fechar meus olhos, e quando os abri novamente já não estávamos mais no quarto de Daiana.
O chão era de terra. No céu uma lua muito maior do que em qualquer fase que eu já havia visto, vermelha como sangue, porém tão brilhante que iluminava boa parte da escuridão, permitindo que eu pudesse enxergar até mesmo as montanhas ao longe. Em minha frente, a cerca de dois metros estava um protão gigante entre um muro igualmente enorme feito de pedras.
– É isso aí! _ Daiana disse. _ é aqui que nós temos que entrar.
– Como? _ eu perguntei.
– Teremos que escalar! _ Rodrigo disse.
– Escalar? _ eu levantei as sobrancelhas.
– É o único jeito! _ Daiana disse. _ e quando descermos do outro lado estejam preparados, pois com certeza terá guardas protegendo o local.
– Certo! _ eu disse.
Nós nos apoiamos em algumas pedras ais salientes do muro e começamos nossa escalada. Foi complicado por conta da altura e o risco de cairmos, além de eu ter ganhado alguns arranhões, mas nós conseguimos escalar até o topo do muro e logo estávamos descendo para o lado de dentro. Quando chegamos ao chão, como era de se esperar, demos de cara com duas criaturas, cada uma com cerca de u metro e oitenta. Seus olhos eram vermelho sangue, e tinham cabelos negros que chegavam até a cintura em um liso perfeito. Seus corpos não eram muito musculosos, e tinham a pele branca como leite.
Rodrigo e Daiana rapidamente empunharam suas armas. Eu fiquei paralisada por nunca ter visto algo parecido antes, mas Daiana me cutucou chamando minha atenção fazendo com que eu saísse do meu transi e empunhasse uma arma também. As criaturas já estavam correndo em nossa direção, quando Daiana atirou uma flecha acertando a cabeça de uma delas, que caiu no chão e pelo visto não se levantaria nunca mais. A outra criatura estava correndo em minha direção, e mesmo estando com uma adaga em punho eu não conseguiria fazer nada, estava paralisada de medo, mas Rodrigo cortou sua a cabeça antes que me alcançasse.
– Alicia! Você está bem? _ Daiana dizia enquanto me chacoalhava.
– Estou! _ consegui dizer.
Ela se afastou um pouco.
– Eu preciso que você se concentre! _ ela disse. _ esses dois foram apenas meros guardas, não são tão perigosos. Se você paralisar assim novamente isso poderá nos custar a vida. Você é praticamente a princesa das trevas então se comporte como uma, por favor.
– Desculpe! _ eu disse.
– Não quero que se desculpe, quero que você volte a ter aquela mesma coragem que fez com que você insistisse para vir conosco. Você disse que poderia ajudar, então ajude. Preciso que você faça o que for preciso para sobreviver. _ Daiana disse.
– Tudo bem! _ eu disse. _ vou e defender da próxima vez.
– Ótimo! Agora temos que continuar! _ ela disse.
Nós começamos a andar por uma trilha em meio as varias arvores de troncos retorcidos e sem folhas que haviam por ali. Era uma floresta sombria. Eu estava com medo, mas depois do que Daiana me disse eu tentei no mínimo disfarçar. Depois de certo tempo andando nós avistamos seis criaturas bem diferentes das que nós tínhamos enfrentado anteriormente, na verdade elas eram muito mais assustadoras. Tinham cerca de dois metros e meio, com olhos totalmente vermelhos, tinham a pele verde, dentes podres e eram muito musculosos. Eles ainda não tinham nos visto.
– Vamos nos transformar. _ Rodrigo sussurrou para nós.
Daiana e eu concordamos e em seguida nos transformamos. Ao sinal de Rodrigo nós atacamos. as criaturas de surpresa. Desta vez eu consegui me defender e lutar. Rodrigo e Daiana rapidamente mataram duas das criaturas e começaram a lutar com outras duas. Eu tive um pouco de dificuldade, mas depois de levar muitos golpes eu consegui finalmente matar a criatura com quem eu lutava. Olhei ao meu redor e observei que Daiana lutava com uma criatura, e Rodrigo com outra. Parecia que havia algo errado, mas não sabia o que era. Comece a contar quantas criaturas havia ali. Havia três mortas no chão, Daiana lutava com uma e Rodrigo com outra. Minhas contas deram cinco, mas quando havíamos avistado as criaturas antes de atacá-las nós tínhamos contado seis criaturas. Será que contei errado. Não. Era seis. Então onde está a sexta criatura?
– Alicia, atrás de você! _ ouvi Daiana gritar.
Mas quando me virei já era tarde demais!