Sinfonia de Amor Episódio 2

No Episódio anterior:

Trilha Sonora: O Meu Jeito de Agir (Laís)

Manuela toca em nas escadarias do teatro em troca de algumas moedas. No meio das pessoas que enterram no teatro Carlos procura a família Palhares.

CARLOS: Onde eles estão que não apareceram ainda?

Carlos escuta a musica e há segue até Manuela, então joga algumas moedas.

CARLOS: Você toca muito bem!

Manuela abaixa para pegar o dinheiro. Então ela olha para ele e rola o maior clima.

MANUELA: Obrigada

CENA 1/TEATRO MUNICIPAL/EXT./NOITE

CARLOS: Você toca muito bem!

Manuela abaixa para pegar o dinheiro. Então ela olha para ele e rola o maior clima. Os olhares se cruzam, o mundo gira, e como se só existisse os dois jovens ali, mergulhados num sonho, hipnotizados pela musica;

MANUELA: Obrigada!

Os dois trocam olhares por um certo tempo. Mas o senador e a família aparecem por traz de Carlos, Manuela então volta a tocar.

SENADOR: Carlos!

CARLOS: Vocês estão ai! Senhora, Senador, senhoritas! Estava procurando por vós messié!

Ele tira o chapéu para as senhoras.

SANDRA: Onde está Cristina, sua irmã, seu irmão e o coronel?

CARLOS: já estão no camarote, me pediram para vir a seu encontro!

SANDRA: Pois então vamos entrar!

Carlos vai pedir o braço a Cecilia e ela recusa. Sandra esbugalha os olhos. Manuela observa tudo, mas ainda meio zonza, não acreditando no que havia acontecido, como se tudo fosse um sonho dourado.

CECILIA: Entre meu noivo! Leve minha mãe, eu quero ficar aqui fora um pouco!

MANUELA: (perplexa) Noivo!?

Manuela então que estava tocando uma valsinha alegre para bruscamente ao ouvir a revelação. Mas logo volta a tocar, mas desta vez um doce bolero triste. No rosto da moça uma lagrima desce.

O senador ralha com a filha, impressionado com altivez e audácia da filha.

SENADOR: Ana Cecilia!

(pensamento): Está se tornando uma mulher!

Decidida Cecilia não da ouvidos ao pai, os dois ensaiam um briga, mas Carlos acalma o clima.

CARLOS: Deixe senhor, daqui a pouco volto para busca-la.

A família segue para dentro do teatro, menos Cecilia. Carlos entra devagar e de relance lança um olhar a Manuela que desvia, uma nova lagrima desce de seu rosto. Cecilia imune à cena que se passa, ouvi a musica do violino da outra garota, como se estivesse hipnotizada.

Trilha Sonora: Valsinha (Cantrix)

CENA 2 /BEXIGA/ CASA DE MANUELA/INT./ NOITE

Trilha Sonora: Come Primavera (Il Divo)

Catarina olha para uma foto no porta-retratos, no qual está a foto de Antônia, sua irmã, e mãe de Manuela. A mulher pega do móvel onde está a foto e a olha fixamente.

CATARINA: Que cara de felicidade é essa?

Você sempre teve tudo beleza, o amor dos nossos pais, de todos os homens!

Eu sempre aqui a feia, a burra!

(uma longa pausa, por fim a expressão de angustia dá lugar à ternura. Catarina derrama uma lagrima). O Eduardo me amava! Eu sei que ele me amava! Isso você não me tirou! Maldita! Você me tirou tudo!

Catarina joga o porta-retratos no chão que se quebra em pedaços, e se põe a chorar com as mãos na cabeça. Retira então do meio dos pedaços de vidro estraçalhado a foto da irmã.

CATARINA: Você ainda me deixou uma lembrança da tua vitória! Tive que criar Manuela, que ainda por cima é a cara dele, do Eduardo! Ainda bem que morresse naquele incêndio! Espero que até hoje esteja queimando no fogo do inferno!

Catarina chora loucamente, e acaba dormindo no tapete, exausta.

Trilha Sonora: Invece no (Laura Pausini)

CENA3/CASA DE ANA/SALA/INT./NOITE

Ao som de “Trilha Sonora: Folhetim (Luisa Possi)”,

são mostradas imagens de Ana pintando de roupão de seda um lindo quadro de um homem. Close nas mãos ágeis da pintora, nas tintas se misturando na tela, de uma forma sem igual. O homem do retrato, Arthur entra no quarto, Ana se assusta e cobre o quadro com uma seda azul.

ARTHUR: Ei senhorita! Eu quero saber como está ficando essa obra de arte…

ANA: Nã-nã-ni-nã-não! Só quando a tela estiver pronta!

Arthur apaixonado sorri, ela tenta se fazer de séria, mas logo ri.

ANA: Assim não vale Arthur… Esse seu sorriso não vale…

Ana hesita, mas descobre o pano que encobre a tela e recomeça a pintar. Arthur fica deslumbrado com o que vê.

ARTHUR: O original é melhor! Mas esse dá pro gasto!

Ana então pinta de azul o nariz do marido.

ANA: Convencido…

Ana continua pintando, e seu marido não tira os olhos dela e do quadro, fascinado, não sei se pela obra ou pela a artista. A câmera da close nas largas pinceladas de Ana. De repente um tremor segue do braço a mão e a moça derruba o instrumento, que suja de tinta azul o tapete do quarto. Close na tinta escorrendo do pincel.

Trilha Sonora: Come Primavera (Il Divo)

CENA 4/TEATRO MUNICIPAL/EXT./NOITE

Trilha Sonora: Dulce Melodia (Jesse & Joy)

Manuela toca um bolero triste, e com a cabeça baixa olha a linda moça rica que se aproxima..

CECILIA: Você toca lindamente!

Cecilia coloca dinheiro na boina de Manuela que estava no chão. Com a voz baixa Manuela agradece.

MANUELA: Obrigada!

CECILIA: Há pouco eu estava tocando está musica em casa no meu piano! Eu queria era tocar ali dentro! Receber aplausos!

Cecilia vira e faz gestos, fingindo estar agradecendo a uma enorme plateia.

CECILIA: Obrigada, obrigada. Eu amo vocês.

Manuela aos poucos levanta a cabeça e sorri. Entusiasmada finge dar um adeus à plateia.

MANUELA: Sentir a energia da plateia ali dentro!

Um largo sorriso aparece na elegante boca de Cecilia, ela então segura as mãos de Manuela.

CECILIA: Você me entendi! (uma pequena pausa, o sorriso da moça desaparece). Mas acho que você não sabe como viver presa! Meu pai não me deixa fazer nada! Fui criada para ser uma dama. Nunca fiz o que quis. Sempre aceitei o que os outros achavam bom para mim…

MANUELA: Pelo menos você tem pai e eu nem isso! Vivo com minha tia, que é um sargento! Nunca tive o mínimo de carinho… Não sei nem o motivo de tanta rejeição!

CECILIA: Me desculpa não sabia! (ouve-se o som de uma orquestra). Acho que vai começar vamos entrar?

MANUELA: (constrangida) É que eu não tenho…

CECILIA: Vem comigo, você será minha acompanhante!

As duas entram no teatro de mãos dadas correndo feito duas crianças.

Trilha Sonora: Todo Azul do Mar (14 Bis)

CENA 5/TEATRO MUNICIPAL/INT./NOITE

Trilha Sonora: Come Primavera (Il Divo)

Raul e Josué andam sobre a passarela que fica sobre o palco do teatro.

RAUL: O concerto daquela mocreia já vai começar!

Raul dá um sorriso malicioso e anda pela passarela, saltitante. Uma ar de interrogação paira sobre Josué.

JOSUÉ: O que nós viemos fazer aqui?

RAUL: Preparar uma surpresa para Alexia! Nós vamos deixar essa vela embaixo da corda que segura aquele lustre! Daqui a um pouco de tempo ela vai romper o lustre e vai cair bem encima daquela vaca e assim serei a nova atração desta selva de pedra!

Close em Raul triunfante.

CENA 6/TEATRO MUNICIPAL/INT./CAMAROTES/NOITE

Trilha Sonora: Deusa da Minha Rua (Ivo Pessoa)

Cecilia entra ofegante e alcança sua família, de longe é observada por Manuela.

SANDRA: Por que demorou tanto?

CECILIA: Estava tomando um ar.

CLARISSA: Então deve ter pegado uma gripe!

Uma pequena briga de mãe e filha é insinuada.

SENADOR: Parei vocês ai…

Cristina cochicha com o marido.

CRISTINA: Está é a família que você quer que nosso filho entre?

HENRIQUE: É preciso! Eu tenho que conseguir um lugar na politica! E esses tontos são o melhor caminho!

LULU: Pai que tantos vocês conversam ai?

HENRIQUE: Nada minha filha!

LULU: Quem nada é peixe…

Lulu então lança um olhar de inveja para Cecilia.

LULU: (pensamento) Quem dera eu ser tão linda assim… Quem sabe o tio Afonso olharia para mim…

Close no rosto malicioso de Lulu.

Trilha Sonora: Folhetim (Luisa Possi)

CENA 7/TEATRO MUNICIPAL/INT./CAMAROTES/NOITE

Trilha Sonora: Um Segredo e um Amor (Secret Love) (Sandy)

A cena começa percorrendo as mãos de uma mulher até mostrar o rosto, com ar de que esta surpresa com algo.

MULHER: O que ela está fazendo aqui? Não pode ser!

Ar de mistério no ar, close no rosto de Manuela sentada num dos lugares na penúltima fileira.

CENA 8/TEATRO MUNICIPAL/EST./PALCO/NOITE

Trilha Sonora: Só Sei Dançar Com Você (Tiê)

O concerto começa. Alexia começa a cantar, o publico ovaciona. Close na vela queimando a corda. A corda se parte o lustre cai e por pouco não cai por cima de Alexia, que desmaia. A plateia se espanta.

Irritado Raul se segura emitindo grunhidos e pragas baixinho, do seu lado uma velha surda pergunta.

VELHA: O que meu filho?

RAUL: Vaso ruim não quebra! Ai que ódio! Que Merda!

Close no rosto furioso do mesmo.

CENA 9/ TEATRO MUNICIPAL/INT./CAMARIM/NOITE

Ao som de “Trilha Sonora: Sinfonia N° 5 OP.64 (Roger Henri)”

Alexia é levada por Firmino desmaiada até seu camarim. A plateia a alvoroçada se dirige a saída.

CLAUDETE: Dona alexias, dona alexias…

Alexia acorda, transtornada.

ALEXIA: O que foi aquilo…?

RAUL: Nós vamos investigar não se preocupe!

Alexia cai sobre o sofá novamente.

CENA 10/TEATRO MUNICIPAL/EXT./NOITE

São mostradas imagens da plateia saindo alvoroçada do teatro.

SANDRA: Que pena que o concerto não foi até o final, estava tão lindo!

SENADOR: Lindo era aquele par de pernas…

GISELE: O que Papai?

SENADOR: Nada minha filha nada!

A família Palhares se despede dos Almeida e se vão.

CRISTINA: vamos embora?

CARLOS: Vão na frente que eu vou depois num táxi.

Carlos lança um olha para Manuela que se dirige a pé para casa.

HENRIQUE: Tudo bem! Vamos!

Manuela descendo a escadaria quando Carlos agarra seu braço.

Eles se olham, olho no olho, close no rosto surpreso de Manuela que se congela se transformando numa partitura.

Continua…