Ser Humano- CAPÍTULO 64( Penúltimo).
Ser Humano.
Capítulo 64( Penúltimo Capítulo).
Cena 01- Hospital Madame Úrsula Hospital Sem Nome Provisório Segundo Elisafran/ Dia.
Vanusa olha para uma foto de Sid e Elisafran e circula o rosto da última com uma caneta: É essa mulher que preciso procurar…- Ela sai andando- De qualquer modo, sou uma turista italiana que está com dores na perna e precisa da ajuda de alguém, de preferência, da dona do hospital…- A mulher entra na recepção e vê Elisafran de longe- Nossa, mas nunca pensei que fosse tão fácil, preciso dar um jeito de esbarrar nela.
Elisafran está ao lado de Imo: Cansei desse hospital, só chegar aqui já me deixa nervosa…Temos que arranjar um comprador.
Imo suspira: Não é tão fácil assim, mas já falei com um senhor que estava interessado, agora para de falar nisso alto, ou os funcionários vão começar a suspeitar! Pode indo pra sala, que eu vou passar na lanchonete no fim do quarteirão e lanchar alguma coisa. Quer ir comigo?
Elisafran coloca os óculos escuros: Não, detesto os lanches de lá.
Imo: E por que os óculos?
Elisafran sorri: Pra aparentar que sou mais chique…Pode ir…- Imo sai e ela vai andando até sua sala, quando Vanusa esbarra nela.
Vanusa, tirando os óculos: Ah mio Dio, perdono!! Mi sono perzo qui…
Elisafran observa: Não foi nada…Mas você fala italiano?
Vanusa pigarreia: Parlo um pouco de português, e italiano…Piacere, mio nome é Rosina- Ela estende a mão.
Elisafran repara nos colares da mulher: Elisafran, prazer- Ela analisa- São de ouro?
Vanusa percebe seu interesse: Claro, são de la mia famiglia. Io sou de uma família nobre, e tô passeando aqui em Rio de Janeiro, pra fazere uma ação caridosa pra uma instituição…
Elisafran, fascinada: Ah, então cê é rica…Nossa, e tá tudo bem com a senhora, dona Rosina? Parece cansada…Quer um café? Temo a cafeteria de mui qualidade– Ela tenta falar em italiano.
Vanusa sorri: Claro, podemo tomar um café juntas! Io pago!
Elisafran pensa: Pelo visto ela não sabe que eu sou a dona do hospital– Ela sorri- Vamos sim, querida, me siga…
Um pouco depois…
Vanusa já havia conquistado de Elisafran, a mulher inventou que era viúva, sozinha, e dona de uma grande fortuna, e que sentia falta de amigas. Fran fingiu ser compreensiva, e não parava de alisar os pertences de ouro( falsificados) de “Rosina”.
Elisafran, feliz: Escuta, porque você não vem jantar hoje a noite na minha casa?! Você disse que não tinha nada pra fazer, e o hotel era chato…Creio que irá amar a minha mansão, dona Rosina.
Vanusa: Certo che accetto, caro, essere felici– Comemora.
Elisafran, sem entender: Isso é um sim?
Vanusa faz sinal positivo com a mão: Devo andare agora, tchau querida, foi um prazere dividir minhas dolori contigo- Ela dá beijos na bochecha de Elisafran e sai.
Elisafran, sorridente: Outro golpe que será perfeitamente realizado, essa idosa mal sabe a amiga que ganhou.
Imo se senta: Quem era aquela?
Elisafran bebe o café: Você nem vai acreditar. Uma velha rica e sem filhos, que está prestes a morrer e deixar uma herança, e virou minha amiga! Pode falar, Imo, eu sou demais! Dei meu endereço pra ela, hoje irá jantar conosco, e aos poucos me tornarei a melhor amiga de Rosina.
Imo: Nossa, mas essa mulher não tá muito suspeita não? Em uma conversa te contou tanta coisa assim! Melhor desconfiar, mamãe.
Elisafran: Contou porque tava carente, gente carente é assim mesmo- Ela se levanta- E ainda pagou minha conta- As duas saem comentando.
Cena 02- Aeroporto/ Dia.
Iracema corre desesperada, ela esbarra em muitas pessoas e acaba derrubando uma senhora, mas não tem tempo para parar. Ela aperta o passo até que entra em uma cafeteria no aeroporto. Acácia passa reto, sem vê-la.
Iracema sai de fininho até que avista um guarda, ela resolve ir até ele, quando Acácia surge de trás de uma fonte.
Acácia, totalmente fora de si: GORETE, VOCÊ VAI VIR COMIGOOOO.
Iracema sai correndo novamente: SOCORRO! SOCORRO!- Ela esbarra no guarda- ME AJUDA MOÇO, POR FAVOR.
Acácia vê tudo: Não…Ela não podia ter me denunciado!- A mulher corre para a parte de fora do aeroporto- NÓS VAMOS VIAJAR PRA ITÁLIA, NEM QUE SEJA OUTRO DIA- Diz a si mesma- Isso ainda não acabou, Goretinha…
Iracema termina de contar a história:…E ela começou a me perseguir aqui, moço, ela é uma psicopata, muito perigosa, vocês precisam prendê-la!
Guarda: Se acalme moça, onde essa tal Acácia está? Vou acionar a segurança…
Iracema, tremendo: Eu não sei, mas…Ai, eu não tô me sentindo b…- Ela cai, desmaiada.
Guarda: MOÇA, MOÇA- Ele tenta levantá-la- Meu Deus…
Cena 03- Apartamento dos Segata/ Dia.
Iracema toca a campainha. Irene atende.
Irene assusta: Iracema?! Finalmente, nós já íamos atrás de você… A Acácia te fez alguma coisa?- Ela repara nos policiais- Ela foi presa?
Iracema, em choque: Aquela doida da Acácia, ficou me seguindo com UM FACÃO DENTRO DO AEROPORTO. ESSA MULHER ESTÁ LOUCA. Ela ficou presa ao passado isso sim, o Peri deve ter explicado pra vocês…Queria voltar comigo pra Itália!! Tô tremendo até agora de medo, ainda bem que a polícia me ajudou. Infelizmente, aquela mulher não foi pega!
Irene a senta: Calma, Iracema…Sei bem o que passou, mas Acácia é sua mãe. Embora essa manta psicótica tenha coberto a verdadeira pessoa que ela é, no fundo, bem no fundo, ela te ama demais. Só precisa de um bom tratamento…
Iracema se levanta: Para de defender, para. Eu fiquei sabendo que ela perseguia a pobre Raquel com essa história de Gorete pra cá, Gorete pra lá. Só que a Raquel segurou essa história por muito tempo e eu não vou ficar segurando. Hoje eu consegui saber o quanto ela sufoca, o quanto ela dá medo.
Irene a abraça: Você tem razão. Parece que no meio de tudo isso a única cega dessa história sou eu. Uma história que começou, mas que precisa terminar. Muita gente já sofreu por conta dessa obsessão da Acácia. A polícia vai conseguir achá-la.
Policial: Vamos continuar a busca por essa mulher. Ela é um risco.
Irene: Mas vocês não devem prender ela, e sim manda-la para uma clínica.
Policial: Sabemos disso, senhora. Não se preocupe.
Rubem se aproxima e abraça Iracema: Vai dar tudo certo!
Iracema tenta se acalmar, mas não consegue. As lembranças de Acácia correndo atrás dela invadem sua mente e a deixam transtornada.
Cena 04- Estúdio de Fotografia/ Dia.
Bernardo, surpreso: Não esperava você por aqui, Maísa, aconteceu alguma coisa com a Lilian? Ela finalmente foi solta?
Maísa suspira: Infelizmente não, Bernardo, eu vim lhe procurar aqui para selarmos uma parceria. Acontece que eu descobri que Yara é cumplice do verdadeiro assassino do Téo, e ela esconde o nome dele, ou tem alguma pista dele em seu apartamento…
Bernardo engole em seco: É mesmo? O verdadeiro assassino?
Maísa confirma: Ou assassina, vai saber…Só sei que minha mãe é inocente, Bê, temos de achar quem cometeu esse crime pra que ela possa ser solta. Hoje eu fui visita-la mas nem consegui, essa história da Yara me revirou a cabeça.
Bernardo: Eu entendo, Maísa, mas como vamos fazer pra descobrir quem é? Invadindo o apartamento da Yara?
Maísa: Eu tenho um plano, ela mora no mesmo prédio que meu pai e a Natália, nós precisamos…- Ela continua contando, e Bernardo consente com a cabeça. Os dois apertam as mãos ao fim.
Cena 05- Clube O Bicho&Eu/ Tarde.
O clube seria fechado para uma inspeção mensal. Os funcionários todos sairiam agora.
Vasco arruma suas coisas. Ele se aproxima de Natália.
Vasco, ajeitando a mochila: Eu vou indo, até mais tarde, Natália.
Natália: Eu também já vou. Estou esperando o Fausto e o Leblônio que foram arrumar umas coisas. Não quer esperar a gente?
Vasco sorri: Eu estou com fortes dores na cabeça, pretendo passar na farmácia, e do jeito que aqueles dois são demorados…Melhor eu não esperar.
Natália revira a bolsa: Poxa, eu tinha um remédio aqui, mas acho que o Fausto tomou esses dias. Então vá sim, e se cuida.
Vasco sai andando, Natália observa os inspetores conversarem com o dono do clube. Na saída, um carro estaciona lentamente. Um homem encapuzado desce do carro, esse segura uma arma. Ao ver Vasco, a mão se ergue e a arma é apontada para o biólogo.
No instante, é disparado um tiro.
Dentro do clube, Natália, Fausto e Leblônio correm. Do lado de fora, o indivíduo entra no carro e arranca. Vasco fica caído, havia sido atingido de raspão perto do peito.
Já mais distante, o carro para. O homem misterioso tira a toca. É Onofre.
Onofre guarda a arma: Obrigado minha companheira!- Ele sorri e acelera novamente.
Lá no clube…
Natália correndo: Meu Deus, isso foi barulho de tiro!
Todos ficam chocados com a imagem de Vasco caído no chão, ensanguentado.
Natália se aproxima, horrorizada: VASCO!
Cena 06- Casa de Vittória/ Tarde.
Vittória atende a porta: Doutor Horácio, o senhor por aqui? Novidades no caso da Lilian?
Horácio sorri: Pegue um casaco porque vai esfriar, Vittória, e temos que ir na delegacia.
Vittória: Eu não entendi…
Horácio: Consegui um mandato pra soltar a Lilian, e o dinheiro da fiança já foi aplicado. Temos agora ir lá, busca-la. Lilian está livre!
Vittória pula de alegria: Eu não acredito, doutor Horácio, você é demais! Vamos sim, só um minuto, vou falar pro Breno e já volto…
Cadeia…
A carcereira abre a cela: LILIAN SEGATA- Ela se levanta- PAGARAM SUA FIANÇA, A MADAME TÁ SOLTA.
Lilian sorri: O quê?
Carcereira: POUCOS DIAS NA PRISÃO E JÁ TÁ SURDA? EU DISSE QUE PAGARAM SUA FIANÇA.
Lilian olha para as outras presas: Vocês me deixaram menos tristes aqui, muito obrigado pelo acolhimento comigo…Nunca vou esquecer as três, ou quatro, com a Maísa.
Ozilda: Acolhimento? O que é isso, Rute?
Rute lhe empurra: Cala a boca, Ozilda- Ela se vira- Lilian, foi um prazer ter ocê na nossa cela aqui, num esquece de mim.
Ozilda: Nem de mim!
Tatiângela sorri.
Rute: Não se preocupe, Tatiângela é de poucas palavras- Ela sorri- Adeus, Lilian.
Lilian sai da cela: Adeus- Ela faz um gesto de agradecimento.
Na delegacia…
Lilian sorri pra Vittória: Finalmente livre, não foram nem dois dias, mas pareceram dois anos de sofrimento, felizmente tive boas companheiras de cela.
Ivan aparece: Isso não vai ficar assim, Lilian, você vai ser presa de novo depois que o juiz bater o martelo e lhe designar culpada pela morte do Téo!
Lilian, furiosa: Eu não cometi esse crime, Ivan, e isso vai ser provado sim, nem que eu tenha que chegar ao impossível…
Horácio recomenda: Melhor não discutir com o delegado, agora está livre, e isso que importa. O julgamento será apenas depois. Agora melhor irmos para sua casa, Lilian. Creio que sua mãe, sua filha e seus familiares ficarão muito contentes.
Lilian concorda. Ela sai com Vittória e Horácio, contando sobre as experiências na cadeia, como a morte de Maísa, a presidiária, e as coincidências.
Ivan range os dentes: Assassina…
Cena 07- Casebre de Sid/ Noite.
Úrsula e Sid tomam suco de pacote.
Úrsula, de cara feia: Saudades do champanhe.
Sid, insatisfeito: Eu também…Mas logo o teremos novamente, isso é veneno humano.
O velho telefone toca e Sid atende.
Sid, ao telefone: Alô? Vanusa minha querida!
Vanusa informa: Eu consegui fazer a amizade com a Elisafran, como combinamos. A otária caiu feito pata no papo mole. Eu vou jantar com ela hoje.
Sid, radiante: Jura?! Vai jantar na casa dela mesmo?
Vanusa confirma: Isso. Ela me passou o endereço. Me encaminharei para lá assim que encerrar essa ligação.
Sid sorri: Ótimo! Faça todo o serviço direitinho. Quero ver essa mulher afundar na lama.
Vanusa, instigada: E eu adoro esse tipo de jogo. Agora deixe-me ir, não quero me atrasar no jantar de minha amiga “Fran”. Tão interesseira que caiu no meu papo só porquê eu usava cordões de ” ouro”- Ela contém o riso- Mando notícias.
Um pouco depois, a golpista chega na mansão, toda pomposa. Elisafran a atende. Uma pessoa observa tudo.
Elisafran sorri: Amiga Rosina! – Ela cumprimenta Vanusa. – Que bom que veio ao meu jantar!!
Vanusa entra: Não tinha o motivo de negare. Onde fica a mesa da pranzo?
Elisafran não entende: Pranto? Não querida, não vamos chorar.
Vanusa ri: Pranzo. Mesa. É… Comer.
Elisafran ainda sem entender: Mesa de jantar?! – Vanusa confirma. – Ah sim, eu entendi, só estava brincando… Me acompanhe.
Elisafran e Vanusa se sentam.
Elisafran, feliz: Comida italiana, especialmente para você- Ela se vira pra filha, que está em pé- Imo! Como se fala Lasanha em italiano?
Imo, séria: E eu que vou saber? Você foi para Milão, não eu.
Elisafran ajeita o prato: Mandei fazer “Lashanha”. – Ela encara a amiga – Tenho certeza que você vai gostar. E pra beber: um vinho “shuavê”. – Imo ri e Elisafran disfarça.
Vanusa sorri: Tenho certeza que amerò il cibo.
Elisafran sorri: Eu também tenho certeza- E pensa pra si mesma- Não entendi nada…
A pessoa misteriosa consegue entrar na mansão. Ela anda vagarosamente até a sala de jantar, onde as duas jantam, e Imo apenas observa. Elisafran fica chocada ao vê-lo.
Elisafran pega o garfo: Vamos comer, Rosina, enquanto tá quent… VOCÊ?!- Ela larga os talheres pesados.
Vanusa se vira para trás, Imo olha para a pessoa, chocada.
Meddeiro, sorrindo: Saudades de mim, querida?
Elisafran e Imo se entreolham, boquiabertas. Vanusa nada entende.
Cena 08- Apartamento de Yara/ Noite.
Yara e Onofre jantam, ela já havia bebido mais do que devia.
Yara bebe uma taça de vinho: Como é? Você atirou no Vasco?! Mas que absurdo é esse, Onofre?!
Onofre ri: Não se preocupe, eu não deixei nenhuma impressão. E quanto ao Vasco, ele mereceu, Yara, me apunhalou pelas costas, contou meu segredo pra Natália…
Yara bebe mais: E o que você vai ganhar atirando nele? Se Vasco morrer, você vai continuar brigado com a Natália, e se ela descobrir que você atirou no pobre, é provável que te denuncie…Onofre, cê tá se afundando cada vez mais…
Onofre: Eu sei o que estou fazendo. Se Vasco morrer, será melhor ainda, mas creio que a precisão não foi tão certeira assim…Mas o Fausto, esse sim eu quero que morra, e sofra um pouco antes…
Yara, já meio bêbada: A morte… A morte de uma pessoa próxima leva um pedaço da sua alma junto, e deixa a outra parte pra que você sofra…
Onofre se impressiona: Nossa Yara, bêbada e filósofa, quem diria… Mas cê tá falando da morte de Téo ou da Lídia?
Yara pega mais um pouco de vinho: Sei lá, Onofre, eu só tava desabafando, as duas doeram muito pra mim…
Onofre pega a garrafa: É melhor parar, não acha? Esse vinho é forte demais, daqui a pouco você tá vomitando o que comeu na mesa…
Yara, querendo chorar: Acontece que eu preciso de um refúgio pra superar a morte do Téo e da minha mãe…E esse refúgio é o vinho!
Onofre: Ora ora, vivia tanto reclamando quando a mãe bebia, e agora faz o mesmo. A vida tem umas ironias maravilhosas, não é? Se Lídia estivesse viva…
Yara bate na mesa: Mas ela não tá, NÃO TÁ, E NEM VAI VOLTAR A VIVER…Por culpa minha- Ela chora- Mas foi culpa dela também, ela não quis me dar o dinheiro…
Onofre fica alerta: O que você disse? Ela morreu pro culpa sua, é isso, Yara?
Yara, brava, mas totalmente embriagada: Claro…Fui eu que matei ela com a…A picareta.
FLASHBACK.
Lídia, já perdendo os sentidos: Yara…Para de brincadeira, por favor- Ela começa a vomitar- Meu fígado, meu fígado tá doendo muito, me ajuda!
Yara, fria: Eu? Eu já disse que não vou me mover. Aliás, vou sim, vou dar uma acelerada nesse processo…- Ela vai até a dispensa- Achei o que queria: A picareta que você guardava aqui…- Yara observa a mãe se arrastando até a porta- Espera aí, acha que tá indo aonde?- E se abaixa pra falar com ela- Sinto muito mamãe, eu tentei cooperar, eu tentei te ajudar mas você não me ajudou em troca. Você foi só mais um obstáculo que passou por mim, e que eu tive de derrubar…Mas não se preocupa, ninguém vai sentir a falta de uma velha bêbada e sebosa, que não fazia nada da vida…Ainda sou burra de me preocupar…Cansei de sentimentalismo!- Ela pega a picareta e dá um golpe certeiro com a parte inferior na cabeça da mãe, que começa a sangrar- ADEUS!
Volta a cena…
Yara, rindo e chorando ao mesmo tempo: Eu fui muito cruel…E ainda…- Ela começa a ficar com sono- E ainda teve uma teste…
Onofre tenta acorda-la: Uma teste o quê? Testemunha? É isso?
Yara, com os olhos fechados: É…A Marcelly Madureira, a prostituta…Ela viu minha mãe morta…E a picareta…Eu guardo até hoje…
Onofre arregala os olhos: Você ainda guarda a arma do crime? Que burra… E onde você, guarda, Yarinha?
Yara, bocejando: No…No porta-malas do carro…- Ela dorme de vez, em cima do prato de comida.
Onofre se anima: Isso me será útil, vou arrancar todo o dinheiro da Yara.
Cena 09- Apartamento dos Segata/ Noite.
Vittória chega com Lilian. Todos ficam surpresos.
Maísa corre e abraça Lilian: Mãeeee! Que bom que você conseguiu sair daquele lugar. Por que não avisou nada? Íamos te buscar.
Irene se aproxima da filha: Graças a Deus, seja bem vinda do lugar de onde nunca deveria ter saído- Ambas se abraçam- Senti muito sua falta.
Lilian, emocionada: Eu também! Demorei porque passei na casa da Vittória e tomei um banho. Tirei aquele cheiro horrível do corpo, inclusive estou com roupas dela…
Bernardo se aproxima e a beija.
Maísa, sorrindo: Que bom que você está de volta, mãe. Estava comentando com o Bernardo a falta que você faz dentro dessa casa.
Rubem surge: Filha! Lilian!- Ele sussurra.
Geórgia, comovida: O seu Rubem tá voltando a se lembrar de tudo mesmo…
Lilian se emociona e se aproxima do pai. Ela se ajoelha e dá um beijo no rosto de Rubem, que deixa uma lágrima escorrer.
Lilian se levanta: Eu não consigo explicar o meu sentimento agora. Mistura de saudades com emoção!
Irene sorri: Estou muito feliz em te ver aqui, minha filha. Que bom que conseguiu provar sua inocência.
Lilian: Eu ainda não consegui mãe. A polícia ainda está na minha cola.
Irene muda a feição: Não só na sua.
Lilian não entende: Do que você está falando? Aconteceu alguma coisa nesse período que eu fiquei presa?
Irene se senta: Acácia voltou. E já voltou atormentando todo mundo…
Lilian preocupada: Não pode ser. Será que esse tempo lá no hospício não fez efeito nenhum nela?
Irene: Pelo jeito não.
Lilian se senta: Meu Deus é tanta coisa. – Ela esfrega o rosto e passa a mão entre os cabelos, o jogando para trás. – Eu tenho que resolver tantos assuntos. Inclusive preciso procurar a Flávia amanhã. Afinal, a clínica não é só minha e nem só dela. É nossa!
Irene: Mas essa noite, você deve aproveitar os momentos conosco, não é mesmo? Vamos fazer um jantar de comemoração. Geórgia, faça um dos pratos favoritos de Lilian: Quiche de frango!
Geórgia: É pra já! Pode deixar que eu vou caprichar!
Cena 10- Mansão de Elisafran/ Noite.
Meddeiro, com ar de prepotência: Achou que nunca mais ia me ver, não é, Elisafran?
Elisafran, trêmula: O que você tá fazendo aqui?- Ela se levanta- Imo, tire esse senhor da minha vista, estamos com visita aqui…
Meddeiro se aproxima: Eu não queria estragar o jantar de vocês mas…- Ele puxa o pano da mesa e toda a louça vai ao chão, fazendo grande estrondo.
Elisafran dá um salto para trás: EU NÃO ACREDITO QUE VOCÊ FEZ ISSO, SEU INFELIZ! EU TE ODEIO, MEDDEIRO!
Meddeiro ergue o dedo: E eu te amava, Elisafran, e tenho certeza que você também, até que resolveu fazer esse plano de vingança todo, tão desumano, que feriu muitas pessoas, inclusive a mim… Pois agora é minha vez de dar as cartas, Fran. Agora eu vou me vingar de você, será que tenho motivos suficientes pra isso?- Grita- Se prepare, eu não tô pra brincadeira- Ele sai andando, calmamente.
Elisafran, extremamente apavorada: Não é possível, como ele conseguiu sair?! COMO?!- Ela olha para Vanusa- Olhe amiga, realmente, me perdoe por essa cena lastimável, acontece que meu irmão é louco…Ele acha até que eu fiz plano de vingança e tudo mais, sabe como é…Devia estar no hospício- Ela sorri forçadamente- Sente-se, vou pedir para colocarem outra louça aqui, para jantarmos.
Vanusa disfarça: Non preoccuparti, Fran, compreendo sua situazione, mas não quero mais lhe incomodar per stasera. Melhor que vá descansar, sim? Io andare, buona notte.
Elisafran, constrangida: Mas nossa janta, Rosina…Espera…
Vanusa sai, apressada: Fica para un’altra volta. Tchau!
Elisafran olha para Imo: Você tem que matar esse infeliz do Meddeiro! Seu padrasto não devia nem ter saído da clínica, quanto mais retornado ao Brasil…Ele tem algo meu que pode me comprometer.
Imo se senta: Cuidarei disso, mamãe, não se preocupe.
Elisafran, furiosa: E ainda perdi a janta com a ricaça da Itália… QUE DROGA! QUE ÓDIO!
Lá fora, Vanusa corre atrás de Meddeiro e o alcança.
Vanusa grita: ESPERA- Ele se vira- Temos interesses em comum, precisamos conversar.
Meddeiro, receoso: Fran te mandou vir aqui? Você é o quê dela?
Vanusa estende a mão: Conheci ela hoje, propositalmente- Eles se cumprimentam- Sou Vanusa, e minha missão é arruinar a senhora Elisafran, estou a mando de Sid Turner, que teve seus bens roubados por ela. Acho que gostaria de passar para nosso lado, senhor Meddeiro, seria uma escolha deveras inteligente.
Meddeiro confirma: Tem razão, eu tenho uma informação sobre Elisafran que podemos usar contra a mesma, e faria ela devolver o que roubou de Sid e Úrsula…
Vanusa: Vá nesse endereço amanhã, vamos tratar disso melhor- Ela dá leves tapas em seu ombro- Acho que seremos ótimos aliados. A corrente de pessoas contra essa senhora só aumenta, é uma pena…Pra ela.
A madrugada vai chegando…
Cena 11- Apartamento dos Segata/ Madrugada.
Maísa e Bernardo vão até a sala.
Maísa, com uma lanterna: Você não acordou minha mãe ao sair da cama, né?- Bernardo nega- Muito bem, está preparado? Nada pode dar errado hoje.
No quarto de Lilian, é possível ver a claridade. Ela acorda e estranha a luz.
Lilian, ainda zonza: Mas que luz é essa? Será que esqueceram algo ligado?
A médica decide se levantar e vai até lá. Ela fica escondida atrás da porta ao vê Maísa e Bernardo.
Bernardo liga a lanterna: Nada mesmo. Ou a gente sai de lá com o assassino pronto para colocá-lo na cadeia ou quem vai pra cadeia é a gente por estar invadindo um apartamento. Você disse que tinha um plano pra invasão, ele é coeso?
Maísa se senta: Quanto a isso, não se preocupe, o meu plano não vai falhar. O que me dá medo, é quando chegarmos lá dentro… Se alguma coisa der errado, vai ficar difícil achar o assassino depois.
Bernardo: Agora é a hora decisiva. Você vai querer mesmo se arriscar?
Maísa confirma: Eu não posso deixar minha mãe sofrer mais. Vou me arriscar sim.
Bernardo pega a mochila: Ótimo, então vamos logo antes que fique mais cedo, ou então alguém nos pegue falando…
Bernardo e Maísa saem. Lilian fica intrigada e decide seguir os dois. Ela sai logo em seguida, com calma para não ser percebida.
Um pouco depois…
Cena 12- Apartamento dos Segata/ Madrugada.
Raquel acorda para ir ao banheiro, ela vê a porta do quarto de Rubem e Irene entreaberta, e escuta alguém murmurando.
Rubem, sonhando: Raquel…Você é a mãe da Raquel…
A garota fica impressionada, ela abre a porta vagarosamente e entra no quarto. Irene dorme ao lado. Rubem continua falando.
Raquel, feliz: Só pode ser o destino…Ele falando sobre minha mãe bem no momento em que eu passava pelo quarto…- Ela se agacha e vai até Rubem, que dorme de lado- Ei…Seu Rubem…Fala o nome dela…
Rubem, inconsciente: É…A mãe da Raquel…Você me deu ela, você! Mas a culpa era da sua…Mãe…- Ele volta a dormir.
Raquel o cutuca: Fala o nome…Fala o nome…
Rubem nem ao menos se mexe.
Raquel, furiosa: Seu Rubem…- Ela diz, ainda sussurrando- Fala, o nome! Eu não aguento mais esperar, diz pra mim, por favor, eu imploro.
Rubem começa a roncar.
Raquel se levanta: QUER SABER, EU CANSEI- Ela vai até o interruptor e acende a luz, surpreendendo o homem e Irene- ACABOU A PALHAÇADA, ACABOU- Ela bate palmas- PODE IR ACORDANDO MESMO…
Irene esfrega o olho: Raquel…O que aconteceu, menina?
Raquel vai até Rubem: FALA O NOME DA MINHA MÃE, VOCÊ TAVA SONHANDO COM ELA- A jovem começa a sacudi-lo- ANDA! FALA! FALAAA!
Irene se levanta: O que é isso? Você vai machuca-lo! O Rubem tá fora de si, ele ainda acha que é o Dom Casmurro, Raquel, está se recuperando aos poucos, e assim você o traumatiza!
Raquel, descontrolada: QUEM ESTÁ TRAUMATIZADA SOU EU, SEM SABER A IDENTIDADE DA MINHA VERDADEIRA MÃE. EU TENHO DIREITO, FALA RUBEM, AGORA- Ela o sacode.
Irene a agarra: PARA COM ISSO, PARA!
Raquel tenta se soltar: ME LARGAAA, EU QUERO O NOME, O NOME DELA.
Irene: CHEGA RAQUEL, ELE NÃO VAI DIZER…
Rubem fala algo.
Raquel e Irene ficam quietas.
Raquel se solta: O que você disse?
Rubem, zonzo: O nome da sua mãe é…- Ele revela.
Raquel fica boquiaberta: Você quer dizer que minha mãe é a…NÃO PODE SER- Ela cai sentada na cama.
Cena 13- Saída do Hospital Botafogo/ Madrugada.
Fausto e Natália ajudam Vasco a andar, felizmente, o tiro havia pego de raspão, e os procedimentos haviam sido realizados. O homem tivera alta e preferiu voltar pro apartamento de madrugada mesmo, pois não quis dormir no hospital.
Vasco, com dificuldades: Eu tenho certeza que foi o Onofre. Ele me ameaçou, disse que ia me matar. – Ele sente uma pontada – AI AI AI QUE DOR.
Natália: Vasco, evite falar ou dói mais, ainda mais na calada da noite.
Vasco: Mas você acredita em mim? Acredita que foi o Onofre que atirou em mim? Eu tenho certeza, foi ele!
Fausto: Isso a polícia poderá comprovar. Não vá querer fazer justiça com as próprias mãos. Olha seu estado.
Vasco: Eu estou bem, ok? O tiro foi de raspão. Só levei alguns pontos.
Natália, o segurando: Raspão, mas podia ter te matado. Foi o suficiente para você perder bastante sangue. Agora vamos.
Um pouco depois, o carro de Fausto para em frente ao prédio onde eles moravam. O homem vê algo intrigante.
Vasco, no banco traseiro, se levanta: Acabou a gasolina?
Fausto: Pera aí, Nat. Aqueles na porta do prédio não são o Bernardo e a Maísa? O que eles estão fazendo juntos?!
Natália estranha: Não sei. Será que estão indo visitar a gente a essa hora da noite? Será que foi algo com Lilian?
Fausto: Pra ser tão tarde, só pode ser algo grave, vou estacionar na garagem do prédio, enquanto isso você e o Vasco vão subindo logo e alcancem eles.
Natália: É melhor eu ir sozinha, vocês dois me alcancem depois. Vasco pesa demais pra mim.
Vasco a olha: Ei! Eu estou aqui.
Natália sorri: Por isso mesmo- Ela sai andando em direção as escadas.
Bernardo sorri: O plano vai ficar bem mais fácil. O porteiro dormiu. – Ele aponta. – Não iremos ter trabalho de despistar ele. Agora temos que achar a chave do apartamento. Você sabe qual é?
Maísa: Ali, tem as cartas ali. Vê se tem alguma correspondência no nome da Yara.
Bernardo revira: Nada! – Uma carta cai no chão.
Maísa pega a carta: Aqui! Yara! Achei. Apartamento 401. Agora é só pegar a chave.
Bernardo consegue pegar a chave: Achei! Vamos.
Bernardo e Maísa partem pro apartamento. Lá, Bernardo abre a porta na maior delicadeza. Os dois entram.
Maísa radiante: Agora a gente descobre tudo. Eu vou revirar no quarto. Enquanto você revira por aqui. A gente tem que achar a agenda, onde tem o nome do assassino escrito.
Bernardo completa: Ou da assassina.
Maísa abaixa a luz da lanterna: Que seja. A gente precisa achar isso rápido. Tenta não fazer barulho.
Maísa vai pro quarto.
Maísa revira tudo: Eu preciso achar isso logo- Yara se mexe- Calma, Maísa se acalma.
Flashback.
Yara, ofegante: QUER SABER? EU TENHO MESMO UM CUMPLICE, MAS FIZEMOS TUDO TÃO BEM FEITO, QUE NÃO HÁ PROVAS CONTRA A GENTE. A IDIOTA DA SUA MÃE VAI APODRECER NA CADEIA…
Maísa, revoltada: ME DÁ ESSA AGENDAAAA…
Yara pega uma faca: SE VOCÊ SE APROXIMAR MAIS, EU TE PERFURO.
Volta a cena.
Maísa: A agenda era rosa. Agenda telefônica. Ela não ia dar o mole de deixar no mesmo lugar. Já sei.
Ela começa a revirar até que acha uma bolsa. Dentro da bolsa ela consegue achar a agenda.
Maísa analisa: É essa mesma…
Ela deixa agenda cair e a lanterna também, fazendo barulho. Yara se mexe na cama.
Maísa, quieta: Droga! – Ela começa a folhear a agenda até que um papel solto cai, ela o pega e ilumina com a lanterna.
Era uma informação sobre o assassino, seu endereço, seu telefone e seu nome.
Maísa, perplexa: Não pode ser… Então foi você quem matou o Téo?!- Ela se levanta quando dá de cara com uma pessoa.
Yara, furiosa: Perdeu alguma coisa aqui, Maísa?
Foca em Maísa, assustada.
Termina o capítulo 64.
Quem será a pessoa tão misteriosa? Aliás, são duas! A primeira é a mãe da Raquel, que já sabemos não ser a Acácia. A outra, o assassino ou assassina de Teodoro Padilha! Bom, a Lilian não é.
A assassina também pode ser a Yara, é apenas ter se aliado a alguém próximo dos Segata pra incriminar a Lilian… Mas quem trairia a mulher assim?
Outro que ganhou aliados é o Meddeiro, que agora se juntou a Vanusa e Sid, que também se uniu a Úrsula. Grande time contra a Elisafran.
O Vasco também foi baleado. E a Yara, será capaz de balear a Maísa também depois das descobertas da garota?
Maísa descobriu quem matou o Teo mas quem pode ter sido??
Onofre não cansa de ser louco, agora acabou por atirar no Vasco infelizmente o homem passa bem.
Outra que está sendo um perigo é a Acácia todos devem ficar atentos com essa maluco.
Lilian Finalmente está fora da prisão, mas ainda sobre suspeita da morte de Teo.
Raquel também já sabe quem é sua mãe, Finalmente não é….
Pelo visto o último capítulo será magnifico 😀
Já pode postar o ultimo capitulo, eu deixo kkkkkkk
Vou fazer minha aposta, a flavia, pois ela tem uma inveja “boa” de lilian, pois inveja é inveja, acho que não existe boa ou má, e ela foi capaz de acusar o fausto pelo assassinato de téo por frustação, acho que isso foi uma jogada para mostrar que ela não é santa, e outra até agora esse caso dos 2 não teve importância (talvez essa seja), e ela tem fácil acesso a casa de lilian para colocar a arma la dentro, lógico que não propositalmente, pois deve ter sido ameaçada pela yara pra fazer isso, ja que yara deve ter descoberto que ela é a assassina, pois o plano dela era acusar o fausto.
É só uma aposta.
E aqui está o penúltimo capítulo da saga Ser Humano, sei que com atraso, mas tivemos problemas. Porém não se preocupem, ainda essa semana, o capítulo final com o desfecho dessa web-novela que tanto gostei de fazer! Quem é a mãe de Raquel? E o assassino de Téo?
Não percam, e não esqueçam de comentar 🙂