Ser Humano- Capítulo 60.

Ser Humano.

Capítulo 60.

https://youtu.be/x3JpfHY7XVU

Cena 01- Mansão de Elisafran/ Noite.

Continuação imediata da cena anterior.

Elisafran ao telefone: Alô?! Meddeiro fala comigo. Você tá aí? Não faça esse tipo de brincadeira, você sabe que eu não gosto. Fale comigo, ordeno!!

A ligação se encerra e Elisafran fica tensa. Ela vai até o quarto de Imo, que já está deitada.

Elisafran entra, esbaforida: Acorda!

Imo desperta: Aconteceu alguma coisa?

Elisafran: Isso não é hora de você estar dormindo. Você não sabe quem me ligou agorinha mesmo!

Imo se levanta: Quem ligou? Não faço a mínima ideia.

Elisafran tensa: O Meddeiro! Eu tentei falar com ele, mas o desgraçado desligou.

Imo: Mas ele não estava internado em uma clínica?!

Elisafran: E eu sei lá como esse homem conseguiu fazer contato… Eu preciso saber o que o Meddeiro está tramando. Ele tem ódio de mim por conta das mentiras que inventei em Milão, eu contei pra todos que ele tinha problemas mentais… Ah, eu só espero que ele não esteja no Brasil! Meddeiro sabe algo pessoal que pode me comprometer…

Cena 02- Clube O Bicho&Eu/ Noite.

Natália olha para a piscina, desesperada: FAUSTO, VASCO!- Ela se vira pra Onofre- Seu MONSTROOO- Ela lhe dá um soco na cara. O homem cai no chão na hora- Pensa, Natália…Como distrair essa baleia?- Ela se lembra- GENTE, FIQUEM PARADOS, EU JÁ VOLTO…

A baleia se aproxima dos dois, que estão juntos.

Vasco, trêmulo: Pelo amor de Deus, Fausto, ela vai devorar a gente…

Fausto, com dificuldades pra respirar: Fica calmo…Fica calmo… Uma baleia não devoraria dois humanos, não estamos em Pinóquio. Mas ela pode nos machucar…

Natália volta com um saco cheio de comida para baleias, ela o despeja na água sem dó, do lado oposto onde Vasco e Fausto estão. A baleia percebe e vai até lá, os dois biólogos conseguem chegar até uma escadinha e a sobem devagar.

Onofre sai correndo.

Vasco, traumatizado: O Onofre me paga…Ele passou de todos os limites!! Eu quase morri por conta daquele perverso!

Fausto, gélido: Eu não sei o que falar sobre isso…- Ele fecha os olhos- Só consigo pensar que…Tô vivo.

Natália respira fundo e começa a chorar: Onofre virou uma pessoa totalmente diferente de quando conheci ele…A culpa é minha.

Fausto, firme: A culpa é dele próprio, Natália, pare de chorar! Ele não merece que derramemos nossas lágrimas, aquele homem não merece nada da gente…Vamos acionar a polícia pra conter esse maníaco!

Vasco: O Onofre não é mais humano, ele virou um poço de obsessão…Até contra mim ele armou? Eu, que sempre lhe compreendi…Eu ia morrer.

Natália observa a baleia comendo: Que susto, que susto eu levei- Ela abraça Fausto e Vasco- Mas já passou…

Fausto: Não foi dessa vez que ele satisfez suas vontades, Natália, não foi dessa vez!

Cena 03- Clínica de Lilian e Flávia/ Noite.

Lilian, furiosa: Será que você pode explicar Eleno, que palhaçada é essa?

Eleno cai: Me deixa. – Lilian vai ajudá-lo – NÃO TOCA EM MIM! – Ela se afasta. – Eu não vou te deixar em paz!!

Flávia se aproxima: Eleno você está acabando com a nossa inauguração. Ainda não percebeu isso? Isso é inveja?! Só pode ser! Você nunca suportou o sucesso alheio, só o seu, embora raramente tivesse…

Eleno: Estou nem ligando pra essa inauguração podre de vocês. Vocês duas são safadas, não valem nada!

Flávia, furiosa: Você me respeita! Eu não estou te dando essa liberdade. Eleno sai daqui agora!

Bruno intervém: Você não ouviu elas, homem? Está atrapalhando a festa, se retire por favor…

Eleno debocha: Esse é seu amante, Flavinha?

Lilian o arrasta: Deixem que eu mesma faço o trabalho sujo!- Ela consegue coloca-lo pra fora- Sinto muito, Eleno, mas aqui todos somos de bem, e não precisamos de golpes para atingir determinados patamares…Com licença, você não é bem vindo, você não tem bom coração- Ela o empurra.

Flávia, sem graça: Peço desculpas a todos. Em meu nome e da Lilian. Esse homem passou dos limites. A festa irá continuar. – Ela sorri.

Lilian chega e se aproxima do músico: Coloca algo bem agitado, por favor- Ele a obedece.

Flávia se aproxima dela: Ele quase arruinou tudo! Sabia que Eleno tava tramando algo…

Lilian: Felizmente ele quebrou poucas coisas, vou pedir pra alguém limpar…Agora esquece esse homem, ele não conseguiu nada com isso, só passar vexame!

 Todos começam a se divertir, esquecendo do ocorrido.

Na delegacia…

Ivan sorri: Tá aqui o mandato de prisão. Agora vamos até a clínica prender a assassina de Téo. Lilian!

Cena 04- Gávea/ Noite.

Alquimede serve chá pra Olive e Úrsula: Quer dizer, Malva, que veio me procurar pra conseguir um remédio abortivo…Grávida nessa idade?

Úrsula ri: Ah, seu senso de humor é ótimo, Alquimede, mas eu não estou grávida. Preciso me livrar de um bebê que ainda não nasceu, e lembrei que você mexe com esse tipo de remédios, então achei útil lhe procurar…

Alquimede se levanta: Acho que tenho o que precisa, Úrsula, se estiver mesmo disposta a pagar por isso, posso lhe ajudar…

Úrsula: Claro- Ela pega um dinheiro que roubara de Leblônio- Isso é o suficiente?

Alquimede avalia: Dá para o gasto. Só um minuto, irei até minha sala dos remédios.

Olive espera ele sair e cospe o chá pela janela: Madame Úrsula, esse homem é um bruxo! Olha a decoração da casa dele…- Ela vê um gato preto- OLHA AÍ MAIS UMA PROVA!

Úrsula ri: Pare de ser boba, Olive, ele apenas é adepto a uma cultura mais sombria que a nossa…Com esse remédio abortivo, irei finalmente acabar com a vida de Maísa.

Olive, boquiaberta: Era pra isso que você queria o remédio? Eu achei que estivesse grávida e com vergonha de contar pro bruxo.

Alquimede chega: Alguém disse a palavra bruxo?- Ele aparece com o frasco- Aqui tenho o que precisa, querida Malva, o remédio abortivo.

Úrsula pega o frasco: Quantas gotas são necessárias- Ela fica fascinada.

Alquimede recebe o dinheiro: Menos de 10 serão suficientes, esse é o mais forte possível, não tem erro! Se quiser, pode levar a sua vítima pra uma clínica abortiva clandestina pra que terminem o serviço e tirem o bebê.

Úrsula sorri: Excelente ideia, agora vamos, Olive- Elas se levantam- Temos um serviço pra fazer ainda essa noite.

Olive: Parabéns pelo chá, senhor. O sabor é delicioso.

Alquimede abre a porta: Chá de asa de urubu é sempre uma boa opção pra servir para as visitas!

Olive, pálida: O que disse?

Alquimede dá uma gargalhada: HAHAHA BRINCADEIRINHA!

Cena 05- Ruas do Rio/ Noite.

Onofre entra no carro, furioso.

Onofre bate no volante: Que ódio. QUE ODIOOOOOO! Aquele imbecil do Fausto se deu bem novamente. E o Vasco também! Esses dois me pagam… O Téo morreu, não sei quem fez isso por mim, mas fez bem feito! Agora eu preciso fazer o mesmo com esses dois idiotas. A morte deles vai alimentar a bateria de uma nova vida pra mim!

Ele começa dirigir loucamente, costurando os carros. De repente quase bate em um e para.

Onofre, descontrolado: Meu Deus, o que eu estou fazendo?- Ele olha a própria imagem pelo retrovisor- Você precisa de calma, Onofre, calma.

Ele volta a dirigir e entra em uma rua de pouco tráfego. Uma criança brinca pela rua com bola, com várias outras. A mãe da criança está sentada na calçada conversando. O carro da polícia, onde está Ivan, também passa pela mesma rua.

Onofre esfrega os olhos: Meu Deus, onde eu entrei?

Ele escuta a polícia acionando a sirene e pensa que lhe descobriram. O homem acelera o carro a toda velocidade. A criança deixa a bola cair na rua e vai buscar. Onofre não vê e atropela a menina.

Ana, desesperada: FILHAAAAAAAAAAAA!

No carro, as mãos de Onofre tremem enquanto ele segura o volante. Ivan desce do carro. Onofre se desespera.

Onofre, aterrorizado: Não…NÃOOOO.

Cena 06- Clínica de Lilian e Flávia/ Noite.

Lilian se dirige aos convidados: Bem, eu espero que já tenham esquecido esse vexame que o nosso colega Eleno fez… Vamos falar de coisas boas, como por exemplo um dos pilares da nossa clínica. Não sei se vocês sabem, mas minha filha tem AIDS, e tenho alguns conhecidos na mesma situação. Vittória Velasco, uma pessoa maravilhosa, é uma delas- Ela puxa a amiga- E agora, ela vai falar algumas palavrinhas.

Vittória pega o microfone: Obrigado, primeiramente eu…

Úrsula e Olive chegam sorrateiramente e se aproveitam que todos estão distraídos.

Úrsula aperta o braço da assistente: Você já sabe o que fazer, né? Começa a conversar com a Maísa, puxa assunto, e coloque algumas gotas desse remédio na bebida que ela estiver tomando…Depois leva ela lá pra baixo, eu estarei te esperando no carro do Leblônio, vou pegar as chaves com ele agora, cansei de andar de ônibus, de Laranjeiras pra Gávea, da Gávea pra Copacabana…Enfim, espera o discurso acabar e se aproxima da espancadora de mães, rápido!

Vittória termina o discurso e todos aplaudem. Úrsula consegue a chave do carro enquanto Leblônio se distrai, ele não a vê. A madame sai sem ser notada. Olive se aproxima de Maísa.

Olive pega dois drinks: Olá Maísinha…

Maísa estranha: Olive, você não tinha ficado na casa do Leb com a Úrsula?

Olive lhe dá a bebida: Eu enganei a dona Úrsula e tranquei ela no banheiro.

Maísa ri: Olha, isso merece um brinde- Elas batem os copos- Você não pode ficar aceitando as ordens daquela megera…

Olive: É verdade- Ela faz como se estivesse vendo uma pessoa- Olha, a Lilian tá te chamando?

Maísa coloca o drink na mesa e vai até a mãe: Já volto, Olive…

Olive olha fixamente pros dois copos, ela pega o remédio abortivo, discretamente.

Maísa volta um pouco depois- Acho que você se enganou, Olive, minha mãe não estava me chamando- Ela bebe todo o drink: Ah, que delícia! Onde estávamos mesmo?

Olive inventa: Eu vim te chamar na verdade porque tem uma pessoa querendo falar contigo lá embaixo, ela disse que é urgente!

Maísa se preocupa: Uma pessoa? Mas quem?

Olive a puxa: Eu não posso falar, venha e você vai descobrir- As duas saem.

Bernardo vê tudo e estranha, ele decide segui-las, e Rubem faz o mesmo.

No estacionamento…

Maísa começa a passar mal: Nossa, me deu uma dor de cabeça de repente…

Olive, arrependida: Ah Meu Deus, tá tudo bem?

Maísa respira fundo: Acho que eu vou…- Ela cai no chão, desmaiada.

Olive se apavora.

Cena 07- Rua do Rio/ Noite.

Onofre desce do carro: Ah não…Ela tá morta?

Ivan constata: Felizmente não- E grita para os outros policias- CHAMEM UMA AMBULÂNCIA, A CRIANÇA ESTÁ COM MUITOS FERIMENTOS!

Ana começa estapear Onofre: DESGRAÇADO, VOCÊ QUASE MATOU MINHA FILHA!

Ana chora, desesperada, e vai até a menina.

Ivan se aproxima: Você tem ideia do que fez?

Onofre, apavorado, inventa: Eu ouvi o barulho de um tiro. Por isso. Eu fiquei desesperado, não tive culpa de nada.

Ivan se aproxima: Não havia barulho de tiro algum… O Senhor está preso- os outros policiais chegam- Como tenho outro caso pra resolver, você ficará algemado, com meus dois colegas de trabalho, esperando a outra viatura chegar. Quanto a você, senhora, não se preocupe, já acionamos a ambulância, não mexa em sua filha ou a situação piora!

Ivan algema Onofre: Nem pense em fugir, sr. Olhem ele- Diz aos outros policiais- E caso algo de mais grave ocorra, usem a viatura e levem ela pro hospital, mas creio que a ambulância não demora nem cinco minutos…- Ele olha no relógio- Agora tenho que prender a Lilian- E volta pra viatura.

Ivan sai, Onofre permanece chorando, e Ana, desesperada.

Cena 08- Estacionamento/ Noite.

Úrsula aparece e desce do carro: Nossa, você pingou quantas gotas, desastrada? É capaz de ter matado a Maísa!

Olive, desesperada: AAAA EU SOU UMA ASSASSINA!

Úrsula lhe dá um tapa: Cala a boca, Olive, e me ajuda a carregar essa garota até o carro, ela é muito pesada- Com esforço, ambas conseguem por Maísa na parte de trás.

Olive, aflita: Melhor desistirmos disso!

Úrsula: Agora? Não, iremos até o fim! Nem que isso me custe caro- Ela entra no carro- Entre logo também, você é minha cumplice nisso, Olive, se eu afundar, você afunda junto. Do jeito que é burra, se afoga.

Olive entra: Maldita hora em que resolvi concordar com esse plano…

Úrsula, animada: Rumo a clínica clandestina, hora da ruína de Maísinha…- O carro parte.

Bernardo vê tudo e entra no seu: Tem alguma coisa de errado acontecendo- Ele se abaixa pra pegar as chaves e Rubem entra.

Rubem coloca o cinto: Rápido, varão, ou perdemos a carroceira da mulher de vista…

Bernardo bate a cabeça no volante: AI, QUE SUSTO! O senhor não pode ir comigo!

Rubem cruza os braços: Posso, devo e vou! Ande logo, aquelas duas bandidas farão algo com a jovem Maísa!

Bernardo liga o carro: Isso não vai prestar…- Ele acelera- Não é bom que fique se envolvendo nessas coisas, seu Rubem. Mas concordo contigo, minha mãe colocou a Maísa desmaiada no carro, pra onde será que estão levando ela?

Rubem: É o que descobriremos meu caro, acelere mais!

O carro com os dois segue o de Úrsula.

Cena 09- Clínica CLANDESTINA/ Noite.

O carro de Úrsula estaciona. Ela desce com Olive.

Úrsula abre as portas de trás: Me ajuda, lacraia. Chegou a hora de darmos um jeito nessa garota…

Na clínica de Lilian e Flávia…

As duas vão até a frente.

Lilian sorri: É um prazer ter vocês na minha festa. De verdade. A festa irá continuar, fiquem tranquilos. Eu estou procurando minha filha pra podermos declarar nossa clínica finalmente inaugurada!

Flavia, radiante: É um prazer dividir esse momento com todos vocês. Curtam bastante a festa. Obrigada pela atenção.

A música aumenta de novo.

Lilian, tensa: Maísa não está em lugar nenhum, nem meu pai, nem o Bernardo! Vou procurar lá embaixo…

Ivan chega.

Ivan entra: POLÍCIA! – O som abaixa. Lilian e Flavia estranham – Lilian Segata. Cadê?!

Lilian se aproxima: Sou eu, mas… A gente já não se conhece lá da delegacia? Eu fui dar o meu depoimento sobre a morte do Téo. Alguma novidade?

Ivan pega um papel: Achamos o assassino, ou melhor, A ASSASSINA.

Flávia se aproxima, nervosa.

Lilian: E então, quem matou o Téo?

Ivan direto: Seu cinismo não me engana mais, Lilian. Você está presa pelo homicídio do senhor Teodoro Padilha. Você matou ele!

Lilian se desespera. Todos ficam chocados. Flavia não entende.

Foca em Lilian, sem reação.

Termina o capítulo 60.