Ser Humano- Capítulo 58( Últimos Capítulos).

Ser Humano.

Capítulo 58( Últimos Capítulos).

https://youtu.be/x3JpfHY7XVU

Cena 01- Ruas do Rio/ Dia.

Acácia e Dalva se sentam na praça.

Dalva: Não entendi o motivo de ter saído às pressas de lá. Foi alguma coisa que aquela Iracema disse?

Acácia chorando: Ela é a minha filha, Dalva. Ela é a minha Gorete.

Dalva se levanta: O quê?! Essa menina não tinha morrido em um acidente de avião?

Flashback.

Acácia está sentada, lendo. Pascoal chega cabisbaixo. Ela larga o livro.

Acácia estranha: Aconteceu alguma coisa, Pascoal?

Pascoal chora: Aconteceu uma tragédia, madame…

Acácia, nervosa: Fala logo Pascoal, o que aconteceu? Foi com a Gorete?

Pascoal: O avião em que o doutor Sérgio e a Goretinha estavam caiu…E não houve sobreviventes. Eles dois…Morreram.

Acácia, paralisada: O quê?- Ela respira fundo- Você tá…VOCÊ TÁ DE BRINCADEIRA COMIGO, PASCOAL? EU QUERO SABER ONDE MINHA FILHA ESTÁ, CADÊ A GORETE? FALA! ELA TÁ LÁ FORA? ELA MANDOU VOCÊ DIZER ISSO PRA ME PEGAR, NÉ?

Pascoal, aos prantos: Sinto muito, dona Acácia…Mas não… A Gorete tá morta.

Volta a cena.

Acácia: Eu persegui durante esse tempo todo uma garota. Eu quase acabei com a vida dela. Pra agora descobrir que a minha Gorete, a minha filha tá viva. É com ela que eu tenho que fugir, com ela!

Cena 02- Redação do Jornal/ Dia.

Eliane chega para trabalhar: Olha Pâmela, hoje eu tô muito estressada, então não quero receber visita de ninguém, por favor, dispense todos e…

Pâmela a interrompe: Mas, dona Eliane, tem três p…

Eliane grita: PARA DE CORTAR MINHAS FALAS OU EU MANDO TE DEMITIREM! Bem, como eu ia dizendo, não quero ser incomodada- Ela sai na direção da sala.

Pâmela, desesperada: DONA ELIANE, ESPERE, ESPERE!

Eliane abre a porta e se depara com Vittória, Bruno e Maísa sentados em seu sofá.

Eliane arregala os olhos: Mas eu posso saber quem são vocês? E o que fazem aqui? Eu não dei autorização…

Maísa se levanta: Você não sabe quem eu sou? Mas há poucos dias dedicou uma matéria exclusivamente a mim no jornal… Sou Maísa Segata. Como pode não me conhecer? Que falta de profissionalismo!

Vittória sorri: Faço das palavras de Maísa, as minhas! Éramos amigas até ano passado, e já esqueceu de mim? Só porque eu peguei AIDS?

Eliane, assustada: Saiam daqui, por favor, os três. Eu não quero comentar o que escrevo em minhas matérias…Eu vou ter que chamar a segurança!

Bruno: Segurança? Mas, dona Eliane, não vai ser necessário tanto, nós só viemos aqui ter uma breve conversa. Sabe a matéria que você publicou sobre a Maísa? Foi retirada de circulação, mas também ninguém estava mais ligando pra isso, sabe porquê? As pessoas não são mais ignorantes com relação a AIDS…

Vittória complementa: Exato. Depois da entrevista do Bruno aquele programa de televisão, entre outros fatos, as pessoas agora sabem que tudo aquilo que você escrevia em suas matérias era puro sensacionalismo, uma tática baixa pra vender jornal!

Maísa: E graças a Deus, eu, a Vittória e o Bruno estamos muito bem de saúde, nada vai nos atingir mais, Eliane. Nem VOCÊ!

Eliane, de cabeça erguida: Terminaram? Pois bem, eu não me importo com o discurso de nenhum de vocês, seus aidéticos doentes, vocês merecem morrer e eu vou sempre repetir isso com muito gosto! MUITO GOSTO! Agora saiam daqui, eu tenho um trabalho honesto pra fazer…E nunca mais apareçam!

Maísa: Eliane, se você for honesta mesmo, vai parar de escrever esse tipo de matéria. Você tem tantas áreas para explorar, pra quê apelar? Isso só mostra que você não quer desenvolver seu talento pro jornalismo…

Eliane ri: Ah, que discursinho chinfrim! Garota, sai logo daqui!

Vittória balança a cabeça negativamente: Deixa ela…Daqui uns dias ninguém mais vai comprar suas matérias…Enfim, nós já demos o nosso recado, absorva ele como quiser. Agora vamos embora, continuar com nossas vidas felizes…- Os três saem.

Eliane bate a porta com tudo: Era só o que me faltava…Seres desse, achando que podem mandar em mim?- Ela se senta na cadeira- Vamos ver qual vai ser a pauta de hoje, que é o melhor que eu faço.

Cena 03- Prédio dos Segata/ Dia.

Raquel chega em casa. Sid, que estava seguindo a jovem, espera ela pegar o elevador e vai até o porteiro, Valdo.

Sid sorri: É aqui que mora a Raquel?

Valdo, mexendo em uns papéis: É aqui sim. Ela pertence a grande família Segata.

Sid se lembra da premiação e do nome “Lilian Segata”.

Sid estranha: É aqui que mora a dona Lilian, a médica? – Ele fica radiante, já que Lilian é famosa.

Valdo: Isso mesmo. Mas a Lilian não tem nenhum vínculo familiar com ela. A Raquel é filha da empregada que trabalha pra família.

Sid: Filha da…Empregada?! – Ele fica sem reação- A infeliz me enganou…

Dentro do apartamento…

Raquel entra: Cheguei!- Ela diz, sorrindo.

Geórgia chega: Filha, que bom que chegou.

Raquel furiosa: Não me chama de filha na frente deles- Aponta pra Peri e Iracema- Você sabe que eu tenho vergonha.

Geórgia, sem graça: Deixa de bobagem. Você não foi pra faculdade hoje, né?! Anda faltando nas aulas, Raquel?

Raquel: Tenho mais coisa pra resolver. Não posso me transformar numa empregada feito você. Aliás, dizem que devemos nos espelhar nas mães, mas olha, eu estaria ferrada se eu fosse me espelhar em você. Uma empregada acabada e destruída. Só não enche meu saco. Cada um ganha a vida como pode, eu estou dando o meu jeito. Da licença.

Iracema e Peri se entreolham, chocados com a humilhação. Raquel sai. Geórgia fica vermelha.

Cena 04- MILÃO/ ITÁLIA/ DIA.

Meddeiro respira fundo: Obrigada enfermeira Narza, se não fosse você, eu jamais teria saído dessa clínica. Você foi a única a enxergar que eu realmente não estava louco…

Narza sorri: Você teve sorte de encontrar uma enfermeira nascida no Brasil, como eu…E tive uma ajudinha pra te tirar da clínica. O sr. Sid, aquele que pagava a mensalidade, parou de pagá-la, então você ia sair mesmo…

Meddeiro, feliz: Agora eu tenho que dar um jeito de voltar pro Brasil…Tenho contas a acertar com uma pessoa por lá. Chamada Elisafran.

Narza: Eu estava pensando em viajar pro Rio afim de visitar meus tios que moram em Petrópolis no mês que vem…Se você quiser vir junto…

Meddeiro vibra: Eu adoraria, juro que te pago o preço da passagem depois. Ah, mas eu perdi meu passaporte…

Narza: Sem problemas, conheço um cara que lida com essas coisas, ele vai poder te ajudar, não se preocupe que você logo volta pro Brasil e acerta suas contas!

Meddeiro ri: Pode ter certeza que minhas contas serão muito bem acertadas. Elisafran acha que se livrou de mim. Mal sabe o que lhe espera…

Cena 05- Ruas do Rio/ Dia.

Acácia e Dalva caminham quando avistam um carro de polícia e ficam trêmulas. Elas apressam os passos e entram em um beco. O carro da polícia vai atrás.

Acácia, nervosa: É impressão minha ou aquele carro está atrás da gente?

Dalva trêmula: Aperta os passos, Acácia, eles devem ter descoberto quem somos. Vamos fugir!

De repente o carro de polícia cerca ambas, que ficam gélidas. Acácia e Dalva correm e os policiais vão logo atrás.

Policial, correndo: PARADAS! PAREM AGORA!

Acácia correndo: CORREEEEE! EU NÃO POSSO VIR DE TÃO LONGE PRA ME AFOGAR NA PRAIA!

Acácia e Dalva aceleram ainda mais. Mas Dalva acaba escorregando no lixo e cai dentro da lata.

Dalva, desesperada: Acácia me ajudaaaaaa! Acáciaaaaaaa! – Ela se apavora.

Acácia volta, mas os policiais aparecem e ela larga Dalva, que consegue ser capturada.

Dalva furiosa: VOCÊ VAI SE ARREPENDEEEER! – Ela diz, com sangue nos olhos.

Acácia continua correndo: ME PERDOA! ME PERDOAAAA!

Cena 06- Delegacia/ Dia.

Ivan relê os depoimentos: Alguma coisa nas palavras de Lilian me incomodam…

Um dos policiais chega: Doutor, nós achamos a pessoa que achou o Téo morto, um tal de Zacarias. Parece que ele tem algo que pode ser definitivo…

Ivan se levanta: Finalmente o acharam! Temos que ir até a casa desse homem imediatamente, ele pode nos revelar alguma pista de quem seja o assassino ou assassina de Téo. Vamos pra lá, agora!

Um pouco depois…

Zacarias calça os chinelos: JÁ VAI, JÁ VAI! Esse povo parece que não sabe esperar- Ele abre a porta- Pois não!

Ivan mostra o distintivo: Polícia. Deixe-nos entrar, senhor Zacarias, temos algo importante pra falar com o senhor.

Zacarias, assustado: Eu não fiz nada, juro! Sou inocente!

Ivan suspira: Apenas deixe-nos entrar, garanto que será melhor pra você- Ele abre espaço e os policiais entram- Viemos aqui pois você foi a pessoa que informou para os seguranças do Rock In Rio que tinha achado um homem morto lá…

Zacarias coça a cabeça: É mesmo, mas eu não matei aquele homem! Já tinha achado ele morto!

Ivan: Acalme-se. Sabemos disso. O que viemos lhe perguntar é se o senhor não viu algo de estranho na cena do crime, algo que pudesse nos ajudar a identificar o assassino ou a assassina.

Zacarias pensa: Sim, achei sim. Mas não vou dar essa informação de graça. Quanto pagam por ela?

Ivan saca a arma: Eu acho que você não foi muito inteligente em dizer que tinha uma informação a nos dar, sorte nossa! Ou você revela o que sabe, ou é preso! E se voltar atrás e disser que não viu nada, prendemos o senhor também.

Zacarias, aflito: Tudo bem, eu falo! Achei uma pulseira de ouro e peguei ela pra mim, mas já tinha um comprador em vista, é um compadre meu, ele vinha buscar a pulseira hoje mesmo. Sabe como é, minha situação financeira não tá das melhores.

Ivan, incisivo: Mostre-nos a pulseira.

Zacarias hesita.

Ivan ordena: JÁ!

Zacarias vai pegá-la: Aqui está…Droga de vida, droga de boca aberta… E eu achando que ia lucrar nesse ano.

Ivan vê um nome grafado na pulseira: LILIAN! É O NOME DELA ESCRITO AQUI- Os policiais ficam intrigados- Isso nos ajudou muito senhor Zacarias, obrigado, e bom dia- Eles saem.

Zacarias: Espera, eu não vou ganhar comissão?- Os policiais batem a porta- É, quando eu digo que tudo dá errado pra mim, duvidam…

Cena 07- Hospital Botafogo/ Tarde.

Lilian e Maísa saem do consultório. Bernardo está à espera delas.

Lilian, sorrindo: Está tudo bem com a nossa menina. Ela está reagindo bem aos medicamentos que o médico recomendou. Ainda bem!

Bernardo a abraça: Eu disse que era só confiar na medicina. Cada dia mais avançando.

Maísa: Eu sei que posso confiar. E contar também. Não só com a medicina, mas com vocês. Obrigada por fazerem parte da minha vida.

Lilian sorri: Bom, encerrando o assunto, eu preciso ir pra clínica, porque hoje finalmente teremos a inauguração. Não inventem desculpa porque quero ambos lá. Mas antes, vou convidar uns ex-colegas de equipe para prestigiarem o evento e logo volto, podem me esperar no estacionamento.

Lilian dá um beijo na bochecha de Maísa e sai. Ela e Bernardo vão caminhando e conversando até o estacionamento.

Cena 08- Apartamento dos Segata/ Noite.

Irene e Geórgia terminam de vestir Rubem.

Geórgia penteia o cabelo do homem: Muito apresentável, seu Rubem…

Rubem coloca os óculos: Obrigado Geórgia…

Irene e ela arregalam os olhos.

Irene, boquiaberta: Você chamou ela de “ GEORGIA”?

Rubem confirma: Esse é o nome dela, certo? Ela não é a mãe de Raquel?

Irene, animada: Ah, ele tá voltando a reconhecer a gente, Geórgia, pouco a pouco sua memória está voltando…

Geórgia, contente: Logo ele voltará a ser nosso antigo Rubem!

Irene: Depois dessa eu fiquei até mais animada pra ir na inauguração da clínica da Lilian. Vou me arrumar, Geórgia, faça o mesmo!

No corredor…

Irene encontra Iracema.

Irene, impressionada: Como você tá linda, minha neta! Uma beleza tão pura…

Iracema: Obrigada vovó, estou muito feliz que tia Lilian vai ter uma clínica! Mas…Preciso falar contigo.

Irene, preocupada: Diga, diga.

Iracema pega em suas mãos: Terei de voltar pra tribo, pois já fiquei quase um mês aqui, e fizemos contato remoto com a tribo, Kaynub sente minha falta.

Irene: A Lilian vai te dar o dinheiro da passagem, mas eu não queria que fosse!

Iracema: Eu tenho que ir, vovó. Mas darei um jeito de voltar com ele para que conheçam meu filho! E outra que…Eu achei vocês, os Segata, uma família maravilhosa, mas não cumpri meu objetivo de achar minha mãe…

Irene sorri: Então ficamos assim, você pode ir, mas deixe algum número de contato, algum endereço perto da tribo, não sei…E quando a Acácia melhorar, nós damos um jeito de te contatar, pra que conheça ela.

Iracema: Muito obrigada- Elas se abraçam- Eu amo todos vocês! Todos!

Irene: Agora eu vou me arrumar pra gente ir pra inauguração da clínica, não vou ficar tão bonita como você mas…Estarei apresentável pelo menos- Ela vai pro seu quarto.

Iracema vê a paisagem noturna do Rio pela janela e abre um sorriso.

Lá embaixo…

Raquel vê Sid e vai até ele: Oi, Sidinho, marcamos alguma coisa hoje? É que tenho que ir pra inauguração da clínica da minha…Mãe…Lá em Copa.

Sid se vira: Empregada agora tá abrindo clínica? Ou ela vai faxinar lá?

Raquel gela: O que você quer dizer com isso?

Sid lhe dá flores: Eu trouxe pra você…SUA MENTIROSA- Ela joga o ramo em sua cara- Eu descobri, Raquel, descobri que estava me enganando esse tempo todo, dizendo que era rica! Você não passa da filha da empregada, uma jovem sem dinheiro que tem alguma ambição…

Raquel, trêmula: NÃO! NÃO, É MENTIRA, QUEM LHE DISSE ISSO!

Sid: Não importa, o que importa é que eu descobri sua farsa! Mentirosa, ordinária nessa idade! Tá achando que eu vou me envolver com uma plebeia como você? MALDITA, MENTIROSA!

Raquel o pega: Inventaram isso, eu juro! Sou rica, moro com meus pais no oitavo andar desse prédio, por favor, acredita em mim! A filha da empregada chama Maísa!

Sid a empurra: Para de ser cara de pau, Raquel! Acabou tudo entre nós, volte a ter sua vida simplória, e eu não faço mais parte dela de jeito nenhum… Não foi dessa vez, que você fez uma vítima! NÃO FOI!- Ele sai andando.

Raquel, em lágrimas: SID… SID! SIIIIIIID!- Ela se ajoelha na grama- NÃO! NÃO, ERA MINHA CHANCE!- E cai, chorando.

Cena 09- Casa de Leblônio/ Noite.

Mísa toca a campainha da casa de Leblônio: Tomara que ele vá na inauguração comigo, já estamos atrasados…Devia ter ido com minha mãe.

Úrsula atende.

Maísa a provoca: Nossa, trabalhando como governanta, Úrsula?

Úrsula, furiosa: Chegou a imunda.

Maísa entra: Não entendi. Está se referindo a o que?!

Úrsula sorri: Não se faça de sonsa. Estou me referindo a sua doença. Você devia fazer sabe o quê? Usar como referência o leproso lá da Bíblia. Ser proibida de receber visitas, proibida de andar feito gente. Proibida de ficar entre gente pura. Deveria ser isolada em outro estado. Seria uma maravilha.

Maísa chocada: Você se refere a minha doença como se fosse algo nojento. Só que nada nesse mundo consegue ser mais nojento que a sua pessoa. Olha pra você. Acabada! Uma mulher inútil que se fazia de boa, mas depois revelou sua verdadeira máscara. Você merece o desprezo. Aliás, você merece acabar no desprezo. Afogada no seu próprio veneno e arrogância. Você merece tudo isso.

Úrsula furiosa: Eu não vou deixar você falar assim comigo. Quem você pensa que é?

Maísa: A mulher que não precisa usar a doença de ninguém para humilhar alguém. A vida já faz isso por mim. Você tá destruída, Úrsula. E POBRE!

Úrsula surta e dá um tapa na cara da jovem.

As duas se encaram, furiosas.

https://youtu.be/sNEGxKb-DNM

Termina o capítulo 58.