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Ser Humano

Ser Humano- Capítulo 46.

Ser Humano.

Capítulo 46.

Cena 01- Clube O Bicho&Eu/ Dia.

Leblônio: Pra ser mais objetivo: Eu sei que você não tá doente, Onofre. Eu sei que é tudo uma farsa. E VOU CONTAR PRA NATÁLIA!

Onofre, arrasado: Não faz isso comigo…- Ele se ajoelha.

Leblônio, com raiva: LEVANTA. NÃO ADIANTA SE AJOELHAR!

Onofre, chorando: Leblônio eu te suplico, não conta nada para Natália, por favor!

Leblônio: Eu vou contar sim. Você enganou a todos com essa doença que nem existe. Você é um farsante!

Onofre, desesperado: Eu achei que estava doente. O médico, o médico errou.

Leblônio: E por que depois que você descobriu a verdade não disse nada para a Natália? Não, nem precisa responder. Você é fraco, Onofre. Você não acredita nem em si mesmo. Você é um homem nojento, que aceitou um casamento que seria construído a base da piedade. Fraco e burro!

Onofre, segurando os pés do jovem: Por favor, Leblônio, eu estou te implorando.

Leblônio o empurra: Ou você conta tudo para a Natália ou eu mesmo conto. E não demora, eu não sei esperar. – Ele sai- Aproveita que eu tô te dando um prazo!

Onofre fica no chão, humilhado e chorando.

Cena 02- Apartamento dos Segata/ Dia.

Geórgia abre a porta: Pode entrar, seu Pierre. A dona Irene e o seu Casmurro, digo, o seu Rubem, estão no quarto…Você sabe onde é…

Pierre: Certamente- Ele se dirige até o local.

Rubem conversa com Irene: Eu tenho 60 anos, não sei de onde vieram lhe contar que já estou na casa dos 80. Pura mentira…- Ele olha pras janelas- Porque ficam sempre fechadas? Pois nem o seminário onde fiquei era tão sufocante quanto esse recinto. Já tarda de abrirem tudo, pra que o ambiente possa respirar.

Pierre entra: Irene- Ele se dirige até ela- Vim fazer uma visita ao meu colega.

Irene, um tanto quanto constrangida: Boa quase tarde, Pierre.

Rubem, admirado: Mas vejo aqui a figura de José Dias, o velho agregado da família, aquele que trocava sua sobrevivência por mera bajulação.

Irene suspira: Ele está delirando, Pierre. Acha que está no livro.

Pierre se senta na cama: Eu percebi… Mas não se preocupe, já vi alguns casos parecidos, e isso é questão de tempo. O Dr. Médici disse que as chances eram nulas, mas aquele médico é muito jovem, ele não está acostumado a lidar com casos assim.

Irene, triste: Eu espero que seja mesmo, Pierre. Já está ficando insustentável lidar com o Rubem, e o pior é que eu não tenho paciência pra ler esse maldito livro, toda hora ele fica perguntando se eu trai ele com um tal amigo afogado, eu nunca li Dom Casmurro e nem pretendo!

Pierre observa o homem: Você teve sorte que ele não virou Brás Cubas- Irene não entende- Esquece, é piada literária. Enfim, só vim fazer uma visita mesmo, pensei que ele estivesse em pior estado…- Ele se levanta- Rubem, você não me reconhece?

Rubem: Eu não conheço nenhum de vocês, e já clamei misericordiamente que parem de me chamar de Rubem. O nome que minha mãe, Dona Gloria, me deu foi Bento. Bento é bem diferente de Rubem. E eu prefiro o primeiro. Ou se quiserem, podem me chamar de Bentinho, mas isso soa intimo demais para dois estranhos.

Pierre sorri: Certo, Bento- Ele sai do quarto e Irene o acompanha.

Geórgia aparece: O senhor vai querer um café?

Irene o ultrapassa: Não, Geórgia. O Pierre está de saída- Ela acata e volta para os afazeres- Desculpe esses modos, mas depois do que você me aprontou em Barretos e com essa situação do Rubem, é melhor nos afastarmos. Inclusive acho mais aceitável que não venha visita-lo, ele fica me perguntando de traição e tudo mais, isso me deixa nervosa…

Pierre: Sobre aquilo, Irene…

Irene abre a porta: Não tem mais nada pra falar. Você sabia que eu era casada. E nossa época de namoro ficou nos terríveis anos 30. Nem gosto de lembrar.

Rubem se levanta e olha pela fresta: Ela está me traindo com Escobar. Tenho certeza, era ele, usando um codinome de Pierre! Como se fosse francês. Mas ele não é francês!

Cena 03- Lanchonete/ Dia.

Maísa abre os olhos lentamente: Ai…

Lilian abraça Maísa: Filha! Que bom que você acordou, nós já estávamos pensando em te levar pro hospital…Vamos?

Maísa, sorrindo: Eu já melhorei, mãe, a dor passou. Graças a Deus. Não foi nada demais. Mas eu estou com tanto medo dessa doença. Eu tenho medo de morrer.

Lilian: Você não vai morrer. A gente vai conseguir arrumar os melhores tratamentos pra você…

Maísa, cabisbaixa: Mas não tem cura, mãe. Eu não sei como vai ser daqui a 5, 10 anos.

Lilian, se aproximando: Vai ser como sempre foi. Sua família te dando maior apoio e eu te amando cada vez mais. A gente sabe que não tem cura, mas você vai conseguir vencer e controlar ela através dos medicamentos que a medicina vai desenvolver. Fica calma.

Maísa: E quanto ao que a Úrsula fez…Foi por isso que eu me agitei…

Lilian a acalma: Deixa que eu vou resolver isso, não se preocupe. O Bernardo também vai falar com a mãe dele, não é?

Bernardo sorri: Sim, pode deixar que isso não vai passar em branco, também quero saber se a pobre Olive está bem…E viva! Os atos da minha mãe estão começando a ficar pesados demais, hora de dar uma prensa nela! Isso é inaceitável.

Pouco depois, Maísa entra no carro de Bernardo. O carro arranca. Lilian entra em seu carro.

Lilian, triste: Eu te amo, Maísa!

Ela vai para outro lugar.

Cena 04- Restaurante/ Dia.

Lilian, Flávia e Irene almoçam

Irene come: Olha eu deixei o Rubem almoçado, banhado e dormindo. Geórgia ficou assistindo televisão e eu vim aqui porque não aguentava mais ficar em casa…Preciso respirar, mas essa situação deveras cômica não permite isso.

Lilian: Calma mamãe, eu andei pesquisando alguns tipos de tratamento pra isso e acho que uma viagem pra Alemanha pode resolver os problemas do papai. Os melhores hospitais estão lá. Tenho um colega que vive em Berlim agora e ele soube do caso de papai…

Irene, sem ânimo: Quem diria, Rubem ficando famoso por conta de uma transformação. As vezes eu acordo e acho que é tudo um pesadelo. Ainda hoje estou esperando esse pesadelo acabar.

Flávia: Calma, dona Irene, tudo vai se resolver no final das coisas. O Rubem sempre foi tão inteligente…

Irene a interrompe: Era a única qualidade dele, que agora foi perdida. Sei que não é culpa do coitado. Foi uma fatalidade. Mas a situação é tão irreal que parece que estamos em uma novela…

Flávia ri: Se estivéssemos em uma novela eu seria rica certamente. Uma madame com um poodle. Eu queria interpretar uma personagem filha daquela grande atriz, a Regina Duarte.

Lilian: Na vida real minha situação não tá muito boa… A Maísa ainda há pouco passou mal, eu quase desisti de vir, mas ela garantiu que estava melhor…Tudo por culpa da cobra da Úrsula, eu não aguento mais nem ouvir o nome daquela mulher.

Irene: Filha, você não deve se importar com as atrocidades que ela comete, apenas com a saúde da Maísa.

Lilian: Acontece que ela tentou matar a Maísa, só porque ela está grávida e o bebê pode contrair a AIDS também. Aquela mulher tem uma mente muito fechada, chega a gerar pena! Só que isso não pode ficar assim, vou denunciar ela sim. E o que me espanta, é que essa frieza em forma de gente é médica, trabalha ajudando e salvando a vida de pessoas.

Irene: O mal não escolhe profissão, filha.

Flávia bebe suco: E sua situação amorosa, Lilian? Como vai com o Téo? Voltou com ele de uma hora pra outra…

Lilian: Eu tô meio enrolada…Gosto do Téo mas…

Irene: Mas o quê?

Lilian explica: Não é mais aquele amor de antes, sabe? Aquele dos tempos da juventude…Eu não amo mais o Téo, apenas estamos juntos, mas acho que isso não dura muito. Eu…

Flávia ri: Você ficou encantada com aquele rapaz, projeto de gentleman, o Bernardo. E só não está com ele por conta da Maísa.

Lilian afirma: Eu faço tudo pela minha filha, e se ela é apaixonada por esse rapaz, não entrarei no caminho dos dois. Ela é jovem, tem que ser feliz.

Flávia: É, mas você tem que pensar na sua felicidade também, Lilian. Você ainda sente atração por ele, isso é algo que…

Irene a corta: Espera um pouco, filha, você ainda ama ele mesmo?

Lilian avista Iracema: Chegou quem estava faltando, Iracema!- Elas se cumprimentam- Eu esqueci de avisar as duas que convidei ela pra almoçar conosco- A índia cumprimenta Flávia e Irene- Sente-se, pegue o cardápio…

Elas continuam a conversar.

Cena 05- Hospital Madame Úrsula/ Dia.

Olive, com a feição triste: Madame, eu preciso falar uma coisa muito importante, primeiro eu não quero me demitir, e segundo é sobre seu dinheiro!

Úrsula, abalada: Meu dinheiro? Do que você está falando, Olive?

Olive se ajeita na cama: Foi a Elisaf/ – Ela é interrompida

Sr. Varmelin: Não! Ela não tem nada a contar para você, Úrsula. Olive está se demitindo sim, acerte suas contas com ela depois, mas se mantenha distante da nossa menininha!

Sra. Varmelin: Isso mesmo. Se mantenha distante da nossa menininha!

Olive, prendendo as lágrimas: Mas…

Sr. Varmelin: Mas nada! Nós não queremos que você morra, Olive, e trabalhar pra essa mulher pode lhe custar muito!

Sra. Varmelin: Exatamente, trabalhar pra essa mulher pode lhe custar muito!

Úrsula se aproxima e pega nas mãos de Olive: Eu nunca vou te esquecer caipora jovial, molho de tomate ambulante, avermelhada fiel, escudeira red, entre outros apelidos que não consigo me lembrar agora…Me desculpa por ter te feito sofrer…Eu não queria…Não era…- Ela se esquiva- Eu não consigo formular uma sentença emocionante, Olive, você me conhece. Adeus.

Úrsula vai embora.

Olive, chorando: NÃO, MADAME, EU NÃO…

Sr. Varmelin: Olive, chega! Você não tem mais nada para falar. Pode ir, Úrsula.

Sra. Varmelin: Isso mesmo, pode ir, Úrsula.

Úrsula sai chorando.

Olive, soluçando: Vocês estragaram minha vida! NÃOOOOOOOOOO.

Cena 06- Mansão do Dr. Galvão/ Tarde.

O Dr. Galvão desce do carro e vê as duas mulheres que estavam a sua espera.

Galvão: As senhoras disseram que tinham um assunto urgente para tratar comigo, posso saber do que se trata?

Elisafran e Imo tiram os óculos escuros ao mesmo tempo.

Elisafran avisa: Viemos em nome de um dos seus mais renomados clientes, Sid Turner. Sou a quase esposa dele, Elisafran. Essa é minha filha, Imoge. Ele nos mandou aqui pra tratar de assuntos importantes relacionados a sua empresa.

O advogado mexe nas agendas: Não me lembro de ter marcado nenhuma reunião com o Sid hoje…Acho que as senhoras se enganaram!

Elisafran ri: Não marcamos nada mesmo, Dr. Galvão, é uma reunião surpresa que será na sua mansão, por favor, não pense em recusar… E se estiver duvidando que sou esposa do Sid, pode ver essa…

O Dr. Galvão abre a porta: Eu sei quem você é, não se preocupe, só espero que essa reunião seja rápida, porque ao meu ver, a empresa de Sid continua estável… Entrem, só estamos nós em casa.

Imo: A reunião vai ser muito rápida, se o senhor quiser…

Elisafran observa o lugar: Casa vazia…Perfeito lugar pra nossa reunião.

Dr. Galvão: Agora eu posso saber qual motivo dessa reunião, tenho pressa.

Elisafran abre um sorriso: Acontece que nós queremos que transfira a empresa do Sid para meu nome. Simples.

O Dr. a encara: A senhora está de brincadeira comigo? A empresa é de Sid, não pode ser passada assim de uma hora pra outra.

Imo aponta a arma: Pode sim! Pode muito, e você vai agilizar esse processo pra nós, ou então morre!

Elisafran: Minha filha não gosta de utilizar eufemismos… Então é isso mesmo que o senhor ouviu. Queremos a empresa em nosso nome pra hoje, agilize esse processo, faça o que for possível. Ou então…

Imo: Se quiser eu faço uma demonstração de como minha pontaria está boa, não é mesmo, mamãe?- As duas caem no riso.

Dr. Galvão, apavorado: Pelo amor de Deus…

Imo, irritada: Não clame a Deus agora, faça o que nós mandamos!- Ordena.

Dr. Galvão: Eu precisaria de uma assinatura do Sid…

Elisafran joga o papel: Já temos. A letra tá meio trêmula mas dá pra ver que é dele. Anda logo com isso- Ela se senta- Quero as empresas dele no meu nome hoje. E o hospital da Úrsula também- Ela entrega o outro papel- Aquela bandida é a que mais me interessa!

O Dr. Galvão recolhe os papéis, trêmulo: Eu vou…Vou ver o que posso fazer.

Imo ri: Assim é que eu gosto, essa é a resposta que queria ouvir.

Ele encara as duas, apavorado.

Cena 07- Hospício/ Tarde.

O médico entra afim de dar os medicamentos para Acácia. Dalva vê a cena da janela, escondida.

Acácia, sem paciência: Eu preciso mesmo desses medicamentos? Estou boa!

Médico, mexendo na seringa: Gente maluca não é confiável.

Acácia, furiosa: E QUEM DISSE QUE EU SOU MALUCA? – O médico a olha e ela tenta se acalmar.

Médico, colocando o remédio na seringa: Se não fosse, não estaria aqui. Correto? – Ele se aproxima dela. – Agora vamos, me dê seu braço.

Acácia foge dele: Eu não vou permitir ser furada por essa agulha. Ela é maior que meu braço. Eu sou alérgica a medicamentos. – Mente.

Médico: Estou ficando sem paciência com você. É melhor ser boazinha e me estender logo a porcaria do braço ou eu vou ter que chamar reforços!

Acácia se distancia: Eu não vou. Chega. Basta. Eu estou cansada de ser furada para tomar medicamentos. Eu já disse que estou boa.

Médico: Você é muito pior do que eu imaginava. – Ele corre e tenta aplicar o remédio, mas Acácia dá uma mordida em seu nariz e ele deixa a seringa cair, caindo no chão junto. – SUA LOUCA! LOUCA! ALGUÉM ME AJUDA!

Os enfermeiros correm e Dalva foge do local. Eles colocam Acácia numa camisa de força e a jogam na cama. Em seguida saem.

Médico, furioso: Depois diz que não é louca! DOENTE!

Dalva entra devagarzinho: Que situação, Acácia. VOCÊ PRECISA SE CONTROLAR! A nossa fuga é hoje à noite, nada pode dar errado. E eu não vou te perdoar se tudo der errado por culpa sua. Está avisada.

Acácia fica pensativa. Dalva sai.

Cena 08- Apartamento dos Segata/ Tarde.

Geórgia dorme na poltrona e Raquel estuda. Maísa chega de repente.

Raquel continua a escrever: Não tem ninguém em casa, aliás, além de mim e da criada tem o seu avô maluco. Veio visitar ele?

Maísa, irritada: Não é da sua conta, não se preocupe que só vou tomar um banho.

Raquel, irônica: Achei que não morasse mais aqui…Depois daquelas brigas todas com sua mãe, pensei que tivesse a decência de não pisar mais os pés no apartamento dela.

Maísa: Raquel, Raquel, pobre Raquel. Vive tentando tirar proveitos de fatos do passado, não se dá conta do quanto é ridícula e medíocre. Tá achando que é quem pra me chamar de indecente? Você aprontou tudo aquilo em Milão e continua morando aqui, tá certo que sem nenhuma relevância…

Raquel a encara: Cala essa boca. Pelo menos não fui eu quem bati na minha própria mãe…Aliás eu soube que ela se apaixonou pelo seu ex-namorado, e torço muito pelo romance dos dois. A dona Lilian merece ser muito feliz, ao contrário de você!

Maísa: Eu e o Bernardo estamos juntos de novo, e minha mãe não se interessa mais por ele, para de destilar seu veneno!

Raquel se levanta: Vocês já voltaram? Nossa esse Bernardo deve ser louco de preferir uma jovem apática e com AIDS do que uma mulher experiente e elegante…Ele é cego?

Maísa a pega pelo braço: Raquel, eu vou ter que partir pra ignorância!

Raquel: Acontece que você sempre parte pra ignorância, até com sua própria mãe. Merece estar sofrendo, merece estar com essa doença. Tá achando que isso veio atoa? Aqueles seus amiguinhos drogados da casa abandonada que você me levou uma vez não estão doentes, já você, está! Castigo, isso é castigo! E agora ainda quer impedir a felicidade da mãe.

Maísa lhe lança contra a parede: Você morre de inveja da minha relação, não é mesmo, Raquel? Porque é uma pobre órfã, nunca pode sentir o acalento de sua mãe…Deve ser difícil.

Raquel lhe dá um tapa na cara: INFELIZ! EU NÃO TÔ ROUBANDO O AMOR DA MINHA MÃE PELO MENOS.

Maísa lhe dá outro tapa: ORDINÁRIA, INVEJOSA E RANCOROSA!- Ela lhe dá mais tapas- EU TE ODEIO, TE ODEIO! VOCÊ NÃO VALE NADA, E NÃO MERECE ESTAR AQUI, ALÉM DE TUDO SÓ DÁ DESGOSTO PRA COITADA DA GEÓRGIA. NÃO ME DIRIGE A PALAVRA DE NOVO, OU EU TE MATO- Ela sai.

Raquel fica caída, furiosa.

Cena 09- Clube O Bicho&Eu/ Tarde.

Onofre vai até a parte das cobras e consegue pegar uma venenosa. Ele a prende dentro de uma caixa escura e coloca na sala dos medicamentos.

Onofre, rindo: Esse idiota vai ter uma bela surpresa. Pra aprender a não me afrontar e me chantagear…

Ele força a maçaneta da porta para que quebre, e quase consegue. Depois vai até Leblônio

Onofre, se aproximando: Eu preciso de um favor seu.

Leblônio, sem paciência: Eu não faço mais favor para você. Quem dita às regras agora sou eu. Pega você e faça.

Onofre, rindo: Mais é muito abusado mesmo. Eu não estou de gracinhas. Eu tenho fobia a papagaios e tem um que está ferido. Preciso que você pegue os remédios na sala e dê para o bicho.

Leblônio, cismado: Fobia de papagaio? Conta outra, Onofre.

Onofre: Eu tenho. Pode perguntar a Natália. Dessa vez eu não estou mentindo. Se um papagaio morre a Natália não vai te perdoar nunca.

Leblônio: Tudo bem, eu vou.

Leblônio sai. Onofre o segue, sem que ele perceba. Leblônio entra na sala e Onofre bate a porta.

Leblônio leva um susto: Credo. Nem está ventando assim.

Ele acende a luz e procura o remédio. Ele pega o remédio e quando vai sair, vê um caixa no canto da sala.

Leblônio, cismado: Que caixa é aquela?- Ele abre.

No instante, a cobra começa a sair da caixa. Leblônio se desespera.

Leblônio, tentando abrir a porta: MEU DEUS A PORTA ESTÁ EMPERRADA. ALGUÉM ME AJUDA. SOCORRO! – Ele tenta abrir, em vão.

Onofre, dissimulado: Nossa, Leblônio, calma!- Ele força a maçaneta que cai de vez- Ops, caiu! Espera aí, eu vou chamar ajuda, fica longe da cobra!

A cobra vai saindo com mais rapidez da caixa. Leblônio se apavora.

Onofre se distancia e começa a rir.

Cena 10- Casa de Vittória/ Tarde.

Téo fecha os livros: Então é isso, Breno, você faz o artigo de opinião que eu te pedi. Amanhã eu dou uma olhada, mas por hoje é só. Eu vou indo porque quero encontrar minha namorada logo.

Breno ri: Tá doido pra namorar, né?

Vittória chega: Breno, não seja indecente por favor!- Ela abre a porta pra Téo- Até amanhã.

Téo assente com a cabeça: Até amanhã. Tchau Bruno- Ele não obtém resposta- Tudo bem…Eu vou indo então…

Na futura clínica de Lilian…

Flávia abre a janela: Aqui Iracema, tem vista pro mar, veja que lindo!

Iracema, deslumbrada: É lindo mesmo, Flávia, o mar nos hipnotiza…

Irene anda pelo espaço: Bem arejado, amplo. Quando pretendem inaugurar?

Lilian conta: Já chamamos os médicos, temos quase tudo pronto, agora o marceneiro está colocando as portas…No fim do mês já podemos inaugurar, ou antes até.

Flávia, animada: Isso mesmo! Venham conhecer a minha sala, eu mandei pintar de roxo- Iracema e Irene a seguem. Lilian fica.

Um marceneiro se aproxima: Boa tarde, dona. Só falta uma porta pra terminarmos o serviço. E eu vou terminar de colocar ela agora- Ele coloca o último prego- Pronto! Quer entrar e testar?

Lilian entra na sala: Claro! Essa vai ser a minha sala- Os dois entram e ele fecha a porta.

Lilian sente a brisa do vento em seus cabelos e fica com eles bagunçados. O marceneiro tenta abrir a porta mas não consegue.

Marceneiro: Não tá querendo abrir- Ele força a maçaneta- É impossível, a porta tava boazinha até agora…

Lilian tenta ajuda-lo: Ah não!- Ela força muito e com a ajuda do homem, a porta é aberta.

Téo chega no mesmo instante e vê a cena. Ele repara que Lilian havia feito um esforço e que seus cabelos estavam bagunçados: MAS QUE SEM VERGONHIÇE É ESSA AQUI?- Grita.

Lilian, sem folego: Téo, não é nada disso, a porta emperrou e…

Téo a puxa violentamente: A PORTA EMPERROU? VOCÊ ACHA QUE EU CAIO NESSA? VOCÊS DOIS ESTAVAM SOZINHOS NA SALA! SUA…SUA…

O marceneiro tenta explicar: Calma, companheiro, eu posso garantir que…

Téo larga Lilian e derruba o homem no chão com um golpe: VAGABUNDO! EU VOU TE MATAR- Ele dá um soco no rosto do marceneiro.

Lilian, horrorizada: PARA COM ISSO, TÉO- Ele a joga no chão também.

Irene chega na hora: O que significa isso?!

Téo fica paralisado.

Termina o capítulo 46.

Victor Morais

Escrevi as webs novelas Beira-Mar e Filho Amado que foram publicadas no portal. Atualmente escrevo " Ser Humano", que se passa nos anos 80 e trata da relação complicada entre mãe e filha. Drama, emoções, cotidiano, conflitos familiares...Esse é o meu estilo.

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5 comentários sobre “Ser Humano- Capítulo 46.

  • Leblônio colocou mesmo o Bocófre contra a parede, mas ele deu logo um jeito de dar um susto no Leb.
    Maísa passando mal novamente. Oh meu Deus!! E olha que ela acordou revigorada. Deu até uns tapas na cretina da Raquel kkk
    Elisafran e Imo estão prestes a roubarem as empresas de Sid e Úrsula. O negócio tá começando a pegar fogo!!
    Pierre fica ai tentando ser amigo, depois do que aprontou com o velho casal u.u fez certo em cortar o mal pela raiz, Irene.
    Ainda não consigo imaginar Úrsula sem a sua caipora jovial 🙁
    Gente, será que o Téo não deixará de ser agressivo nunca? Deixa logo esse homem de lado, Lilian.

  • Maísa desmaiando. Difícil ficar numa situação instável dessas. Ainda bem que pode contar com o apoio de Lilian. Já Raquel, só serve para ser seu saco de pancadas mesmo. Mas ela vem se tornando insuportável! E pensar que cheguei a torcer por ela no começo.
    No começo também torcia pela Elisafran, mas não mais. Úrsula já sofreu demais, não tem nenhuma dívida a acertar com ela. Nem o coitado do Galvão. Mas é assim que as coisas funcionam: ou faz ou morre.
    Agora Téo resolveu seguir essa tese também, só que de um jeito menos violento. Ou mais. Não deixou nem a Lilian se explicar, como quer um namoro assim? Eu não acredito que ele já tenho se libertado do Téo agressor de antigamente, e até fazê-lo, melhor que se afaste da “amada”.

  • CHEGA, Onofre já era indo longe, muito longe com essa falsa doença, agora até prendeu o Leblônio junto com uma cobra venenosa, que homem ridículo!
    Elisafran e Imo, essas duas, sinceramente, são duas najas, bandidas. Credo. do sabe resolver tudo com arma na mão.
    Parece que Olive e Úrsula vão se separar mesmo agora.
    Já Raquel continua a implicar com a Maísa e não deu outra, ganhou tapa na cara. Bem feito….
    Agora essa, Téo louco de ciúmes, agredindo Lilian e o marceneiro, creeeeduuuuu….

    • Será que algo de ruim vai acontecer com o Leb?! Ele está correndo um grande risco. Elisafran e Imo são bem perigosas, bastante até. E parece que elas usam a arma para tudo. A arma é uma grande aliada delas. Maísa parece que não está mais suportando mais as implicâncias de Raquel, tanto que lhe deu um tapa. Téo é bem agressivo, resolve tudo assim, na briga. Obrigado por comentar, Wagner!! 😀

  • Maísa ou Raquel? Quem está certa?
    Leblônio e a cobra.O que acontecerá?
    Lilian e Téo. Até onde essa situação vai chegar?
    Não percam o próximo capítulo, comentem, e até amanhã com mais Ser Humano 😀

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