Ser Humano- Capítulo 39.

Ser Humano.

Capítulo 39.

Cena 01- Mansão de Úrsula/ Dia.

Úrsula, impressionada: Garota, você tá louca? É impossível que esteja grávida do meu filho…E mais fácil que tenha sido de outro rapaz. Você deve ser dessas que…

Maísa ri: Cala a boca, Úrsula. Deixa de ser ridícula. Querendo ou não, estou grávida sim do Bernardo. Ele foi o único com quem me envolvi!! Acho que agora já posso te chamar de vovó! Dois netinhos com diferenças de meses apenas…

Úrsula, nervosa: Já entendi seu jogo, garota! Muito espertinha você…

Maísa: Do que você tá falando?

Úrsula explica: Você sabe que agora com essa doença, vai ficar fraca, feia, apática, e não vai ser desejada por ninguém, resolveu então se aproveitar do Bernardo inventando essa gravidez! Confessa!

Maísa: Paranoica! É isso que você é, não tem um pingo de sensibilidade e nem sentimento! Querendo ou não estou grávida e posso comprovar com exames, mas se quiser duvidar, fique a vontade. Bem, pelo visto o Bernardo não está, então eu volto outra hora…

Úrsula a pega pelo braço: ESSA CRIANÇA NÃO VAI NASCER, TÁ OUVINDO? Ou meu nome não é Úrsula Malva Alcântara Delfino de Erudith Una Sabel e Andradina! Eu não vou deixar que manchem o nome da minha família, imagina só, um bebê vindo de uma mãe aidética! Isso me arruinaria, eu seria humilhada, e não vou permitir isso por conta de um erro seu!

Maísa tenta se soltar: Tira essas mãos de mim!

Úrsula: VOCÊ VAI ABORTAR ESSE FILHO!

Lilian e Bernardo chegam na hora.

Bernardo escuta tudo: O que você disse, mãe?

Úrsula gela.

Cena 02- Mansão de Sid/ Dia.

Elisafran arruma a mesa do jantar. Sid está sentado à mesa.

Elisafran se senta: Não vai lavar as mãos, Sid? Que coisa feia.

Sid: Mas eu já lavei as mãos. Não precisa lavar de novo.

Elisafran o encara: Não minta que é feio. Eu não vi você lavar a mão, então não serve. Se levante e vá.

Sid, cansado: Vocês mulheres são todas complicadas.

Sid se levanta e sai. Elisafran pega da bolsa um remédio, colocando-a na comida do velho.

Pouco tempo depois, Sid volta.

Sid come uma colherada: Elisafran, eu nunca tinha te visto cozinhar, as empregadas até tiraram folga. E que tempero saboroso! Quais são seus segredos?

Elisafran sorri: Se eu contar deixa de ser segredo. O que eu coloco requer bastante coragem, não é pra qualquer uma. Eu tenho que preparar os temperos por muito tempo, para quando chegar na hora, acertar no ponto. E pelo visto, vou acertar. – Ela faz menção à sua vingança, sem que Sid perceba.

Sid, rindo: Vai acertar? Minha querida, já acertou. Esse tempero está divino!

Elisafran fica radiante: Pelo visto acertei. Eu pensei nele por muito tempo, preparei cada detalhe. Se eu errasse, seria burrice da minha parte, querido.

Sid continua se alimentando e Elisafran adora a cena. Pouco tempo depois, o homem cai com a cara na mesa, com bastante sono.

Sid, zonzo: Seu tempero deu bastante sono. Meu Deus, que tempero potente.

Elisafran, o puxa pelo cabelo: Como você é IDIOTA, SEU VELHO BABACA. ESSA HORA É A QUE EU MAIS DIVIRTO, A QUE EU VOU TE HUMILHAR E VOCÊ VAI CONCORDAR COM TUDO. REPETE COMIGO: EU SOU UM IDIOTA!

Sid, sussurrando: Eu sou um…idiota!

Elisafran ri: VELHO BABACA! IDIOTA! EU TENHO NOJO DE VOCÊ E DAQUELA SUA QUERIDINHA ÚRSULA- Ela o joga com a cara na mesa e busca algo.

Elisafran aparece com alguns documentos.

Elisafran furiosa: ASSINA LOGO ISSO, PALHAÇO. – Ela coloca a caneta na mão de Sid, que, lesado, mal consegue escrever o nome e só completa depois de dois minutos. – Isso. Bom trabalho garoto.

Elisafran derruba Sid da cadeira, que cai dormindo e por ali fica. Ela pega os documentos e vai até o telefone.

Elisafran, séria: Imo. Eu consegui fazer o idiota assinar os papéis. O babaca está caído no chão aqui da sala desmaiado de tanto sono. Não vai se lembrar de nada!

Imo, ao telefone, radiante: Agora sim está começando tudo.

Elisafran, com sangue nos olhos: Eu vou conseguir me vingar e pegar o que é meu. – Ela desliga o telefone.

Ela guarda os papéis e o celular e vai até o centro sala.

Elisafran abre os braços: Respeitável público, o espetáculo já vai começar. – E gargalha maleficamente.

Cena 03- Apartamento de Lídia/ Dia.

Marcelly começa a bater na porta: YARA! YARA EU SEI QUE TU TÁ AÍ! ACHOU QUE EU NÃO IA PERCEBER QUE CÊ ME PAGOU A MENOS?- Ela chuta a porta- SE TU NÃO ABRIR EU ARROMBO, EU ARROMBO!

Yara olha pro corpo da mãe perto da porta e pega um pano, depois arrasta Lídia para perto do sofá, assim Marcelly não a veria.

Yara abre a porta, toda suada: O que você quer?

Marcelly cospe o chiclete no chão: Querida, finalmente! Tava ocupada?! Pelo suor, devia ser um trabalho bem pesado- Ela entra- Tem macho aqui no AP? Se for isso, sem problema!

Yara, trêmula: Marcelly eu não te convidei pra entrar, vai lá pra fora que eu dou o resto do dinheiro que falta!

Marcelly senta no sofá: Não convidou mas eu me convidei! Aproveita e trás uma água geladinha, please- Ela vê a picareta- Tá fazendo reforma ou usou isso pra matar alguém? HAHAHAHA

Yara pega a carteira e tira o dinheiro: Pronto, fica com o troco mas me deixa em paz! Sai daqui, agora!

Marcelly se levanta: Nossa, mas que pressa- Ela nota que pisou em algo- Ué, mas o que é iss…- A prostituta vê o corpo de Lídia e o sangue escorrendo- SOCORRRRRRRO!!- Ela vai correndo pra perto de Yara- É a sua mãe, o que ela tá fazendo ali?! E toda cheia de sangue!

Yara, furiosa: Ela sofreu um acidente, agora sai daqui que eu vou chamar a ambulância, me deixa em paz, Marcelly!

Marcelly liga os fatos: Pera aí…A picareta…Você matou sua mãe?! Como pode, Yara?! COMO PODE?!

Yara, já saindo de si: Fica quieta, cala essa boca ou você é a próxima- Ameaça- Sai daqui, e finge que não viu nada, pro seu bem, sua prostitutazinha…

Marcelly, querendo chorar: Você é um monstro, Yara, um monstro nojento…- Ela sai correndo e chorando.

Yara tranca a porta: Agora eu vou ligar pra polícia e relatar o terrível suicídio de mamãe…E ai daquela Marcelly se ousar me atrapalhar- Ela disca no telefone.

Cena 04- Pensão da Marizeta/ Dia.

Iracema aparece nua na sala de jantar. Marizeta fica abismada.

Marizeta se aproxima: Iracema! – Ela corre. – Querida, desculpa, mas você não pode aparecer com esses trajes, ou melhor, sem trajes aqui na pensão. Eu entendo que é sua cultura, mas e quem não entende?

Iracema sorri: Claro, você tem toda razão. Eu tenho que me adaptar os modos. Só vim pegar mesmo uma maçã pra comer.

Marizeta: Ainda bem que você entendeu. E tem uma hóspede daqui que é freira. Imagina se ela te vê dessa maneira, faz um escândalo. Capaz de espalhar que meu estabelecimento é um local profano. Eu não duvidaria. – Ela ri.

Iracema, pegando uma toalha de mesa: Você tem toda razão, eu que esqueci que não estou mais na tribo. E que aqui os costumes são outros. Mil perdões. Eu ando tão atordoada.- Ela se veste.

Marizeta: Eu posso imaginar. Já sabe que dia vai atrás da sua mãe?

Iracema, decidida: Hoje mesmo! Estou pensando ir no tal Ipanema entar achar os Regata…

Marizeta: É Segata, querida. Não se preocupe, Ipanema não é tão grande assim, tenha fé, eu irei contigo e vamos achar sua mãe!

Iracema e Marizeta sorriem.

Cena 05- Mansão de Úrsula/ Dia.

Úrsula, nervosa: Bernardo…É a Maísa. Ela tá querendo dar um golpe em você, o clássico golpe da barriga! Essa aí anda vendo muita novela!

Lilian se aproxima da filha: Mas que história é essa, filha?

Maísa revela: Mãe, Bernardo, tenho de contar pra vocês que estou grávida. E claro, Bernardo é o pai.

Lilian fica surpresa: Nossa…Eu confesso que não esperava…- Ela olha para o rapaz- Que coisa…Parabéns.

Maísa: E você, Bernardo, o que acha disso? Sei que tá tudo muito de repente mas…

Bernardo sorri: Maísa, não podia haver felicidade maior pra mim! Ser pai- Ele a abraça- Tenho certeza que essa criança vai nascer muito saudável…

Maísa, animada: Eu só espero que essa doença dentro de mim não faça mal ao meu filho! Mas o Doutor Pierre não falou nada sobre…Não estava nem pensando em ser mãe agora, tão jovem, eu pretendia seguir carreira de modelo, mas depois disso tudo é impossível.

Lilian: Nada é impossível, filha. Essa doença não vai impedir que você realize o sonho de desfilar em uma passarela, nem o sonho de ser mãe.

Úrsula, furiosa: A doença não vai impedir mas eu vou!- Esbraveja- Anotem o que eu digo: Eu não permitirei que esse bebê aidético nojento venha ao mundo, nem que seja a última coisa que eu faça! EU TÔ AVISANDO!

Maísa coloca a mão na barriga: Você não vai me impedir. E por que ao invés de cultivar esse ódio pelo bebê que VAI NASCER, por que não vai se preocupar com seu outro neto, vindo da Paula?!

Úrsula derrama uma lágrima: Quem dera…Mas agora é impossível, já que a Paula tá morta! Ela sim era uma modelo respeitável, exemplo de ser humano, ia me dar um neto saudável, não fruto de um relacionamento relâmpago…

Maísa, arrepiada: MORTA? A PAULA MORREU?- Ela fica horrorizada.

Úrsula limpa a lágrima: Essa sim vai fazer falta. Essa sim o Bernardo amou, já de você Maísa, ele nunca gostou realmente! Tanto que se apaixonou pela sua mamãe tão linda aí do seu lado…Belo amor, não?- Ela sai- ESSA CRIANÇA NÃO VAI NASCER! NÃO VAI!

Lilian, um pouco constrangida: Não liga pra o que ela diz, eu finalmente vou ser avó, a criança vai nascer, você e o Bernardo…- Ela olha pros dois- Vocês vão poder formar uma família. Me desculpa por ter me envolvido com ele, Maísa. Fui besta. O Bernardo e eu…Não somos feitos um pro outro. Eu quase atrapalhei sua vida de novo- Ela fica triste- Me perdoa? Juro que não tem plano de vingança nenhum envolvido, isso foi história da Úrsula!

Maísa a abraça: Não precisa me pedir desculpa, eu sei que foi tudo um engano. Fomos vítimas. Vítimas da vida- Ela puxa Bernardo- Mas agora está tudo bem entre nós!

Bernardo não consegue esquecer o que Lilian disse: Claro…Você vai superar essa doença, e eu vou ser pai!- Ele engole em seco.

Maísa respira fundo: Eu ainda tô impressionada com essa história da morte da Paula…Uma mulher tão jovem. Eu e ela não nos dávamos bem, mas eu jamais imaginaria que…- A voz se embarga- Como isso aconteceu?

Lilian olha no relógio: Melhor irmos pra casa, eu te conto no caminho- Ela vai andando- Tchau, Bernardo.

Maísa dá um beijo no rosto dele: Tchau…Até outro dia…- As duas saem.

Bernardo senta no sofá: Mas eu ainda amo a Lilian- Ele coloca as mão sobre a cabeça- Ela me salvou hoje…Ela é a mulher com quem eu quero ficar.

Cena 06- Botafogo/ Flat de Natália

Natália recolhe os pratos: Tivemos uma noite super agradável. Obrigada Vasco por ter comparecido. Fico feliz. – ela sorri.

Vasco palita os dentes: Eu que agradeço e muita coisa por ter me chamado, Natália. – Ele olha para Onofre. – Não vai falar nada?

Onofre em silêncio se levanta e vai até a sala. Natália vai atrás.

Téo, estranhando: Nossa nunca o vi tão mal educado. Desculpa, é seu amigo, eu sei. Mas acho ele um mala.

Vasco ri: Acho que todos pensam assim. É questão de costume. Ele é uma pessoa super difícil de lidar. Nunca aceita opinião de ninguém…

Téo, preocupado: Eu tenho muita preocupação com o que pode vir acontecer nesse casamento. Natália é muito esquentada, Onofre não aceita opiniões. Pronto…

Vasco, inocente: Ele é uma pessoa muito difícil de lidar. Eu venho tentando e tentando aconselhar a contar para Natália sobre essa doença falsa dele – Téo ergue a cabeça, assustado. – Mas você acha que ele escuta? Escuta nada, não dá nem atenção.

Téo, perplexo: Doença falsa??!! Como é que é?

Vasco percebe o que falara: Ops…

Cena 07- Apartamento dos Segata/ Tarde.

Raquel serve um suco para Leblônio: A festa da alta sociedade vai ser hoje a noite. Eu já tenho o vestido da Lilian pra ir, e espero que ela não sinta falta dele, mas e você?

Leblônio: Acho que eu vou ter de alugar um terno, ou então vou de roupa caseira mesmo!

Raquel, brava: De jeito nenhum, sua anta, eles iriam te barrar na hora! A festa é da ALTA sociedade, não se pode ir vestido com qualquer coisa. Trata de alugar um terno logo, e já que quer ir, vai ter que ajudar. Consegue um veículo pra gente ir pra festa, uma limusine de preferência, mas serve carro também…

Leblônio arrota: Eu vou ver o que arranjo de melhor, um carango qualquer aí já serve mesmo…E o terno, bem, verei se tenho grana pra alugar.

Fausto abre a porta: Opa, desculpa invadir, é porque a porta tava aberta e porteiro me deixou entrar. Vim devolver um livro do Rubem, ele está?

Raquel se levanta: Ele foi caminhar…Mas pode entrar, seu Fausto…

Leblônio o agarra: TIO FAUSTO, QUANTO TEMPO, ACHEI QUE TINHA ESQUECIDO DE MIM!

Fausto dá uma gargalhada: Seu bom humor me contagia, viu Leblônio…Claro que não me esqueci de você, foi essa doença da Maísa que me afastou do mundo.

Leblônio, preocupado: E falando na prima Maísa, ela já está melhor?

Fausto, animado: Está sim- Raquel faz cara de desprezo- Ela não apresentou nenhuma piora, mas não sabemos até quando isso vai permanecer assim… E Maísa também tá grávida, mas vamos deixar isso pra outro dia, até eu estou em choque com a notícia- Ele coloca o livro na mesa- Como tá o trabalho no clube? Você tá se adaptando com os bichos?

Leblônio conta: Eu fui demitido pelo Onofre por conta de uns erros lá que cometi, na verdade ele não me ensinou direito e acabei me atrapalhando…

Fausto: Pera aí, mas a Natália não sabe disso, né?- O jovem nega- Sabia! A Natália jamais te demitiria por um erro bobo, e ela junto com Fleury são os únicos com poder de contratar e demitir. Vamos aproveitar que vou no clube agora e resolver isso! Você tem que voltar a trabalhar lá sim! Vamos, Leb, vamos- Os dois saem- Encosta a porta, Raquel.

Cena 08- Clube O Bicho&Eu/ Tarde.

Fausto e Leblônio chegam ao clube. Fausto vai direto a Onofre, que está cuidando dos bichos.

Fausto, furioso: Onofre para de mexer neles, por favor, porque precisamos ter uma conversa.

Onofre, sem paciência: Quê que foi dessa vez, Fausto? Aconteceu alguma coisa com A MINHA NOIVA? – Ele debocha.

Fausto, nervoso: Eu não estou para gracinhas hoje. – Natália vê de longe e resolve se aproximar. – Quero sabre por que você demitiu o Leblônio. Ele te fez alguma coisa?

Onofre, furioso: Me derrubou. Isso foi o cúmulo.

Fausto, segura Onofre pela camisa, de leve: FOI SEM QUERER. Isso não é motivo para você demitir ele. E outra que você não tem esse poder. Você não é praticamente nada aqui dentro, a não ser uma mosca morta que fica perambulando pelo clube sem vontade de trabalhar! Você não demonstra amor com os animais, nem serve pra ser um biólogo…E ainda acha que tem algum poder? Essa foi boa.

Natália chega: Posso saber o que está acontecendo aqui?

Onofre, fingindo: AI! AI! AI! NATÁLIA ME AJUDA, EU TÔ PASSANDO MAL, EU ESTOU COM UMA DOR FORTE NA CABEÇA.

Natália, desesperada: Onofre, calma meu amor, eu vou pegar seu remédio! – Ela olha para Fausto e Leblônio. – OLHA O QUE VOCÊS FIZERAM!

Leblônio, boquiaberta: Mas, mas, mas esse homem é um fingido! Ele tava bem até agora e começou a fazer essa cena quando você chegou. Fingidoooo– Ele canta pra Onofre.

Onofre tira as mãos da cabeça, mais calmo.

Natália, mais calma: Tá melhor, Onofre? – Ele faz que sim. – Leblônio, você pode voltar a trabalhar no clube, na verdade o Onofre não devia ter te demitido sem falar comigo, ainda mais por uma besteira dessas. Seja bem-vindo novamente.

Leblônio fica radiante e Onofre furioso.

Cena 09- Hospital Madame Úrsula/ Noite.

Maísa e Lilian se aproximam da porta do centro de ajuda para pessoas com AIDS, no hospital.

Lilian: Eu não gosto desse hospital e muito menos da dona dele, mas como a Vittória te convidou pra uma reunião aqui, faço esse sacrifício. Vamos entrar.

Úrsula as vê de longe e se aproxima: Aonde as senhoritas pensam que vão?

Lilian não olha pra ela: Boa noite, Úrsula. Quanto tempo…Desde hoje a tarde – Ela sorri, falsa.

Úrsula, furiosa: Vocês podem sair dessa ala agora. Eu não vou permitir a entrada das duas aqui. Se depender de mim, vocês morrem sem apoio de nenhum centro como esse…E como o hospital é meu, tenho esse direito. Andem logo, saiam, ou eu chamo o segurança.

Maísa, furiosa: Cala esse esgoto que você chama de boca, Úrsula. Existe uma palavra chamada LIMITE e o meu já acabou há muito tempo com você. Fica longe de mim!

Úrsula, venenosa: Só de você? Tadinha da Lilian! Será que ela te fez algo pra te deixar assim, Maísa? Santo egoísmo!

Lilian, puxando Maísa: Não dê atenção a essa cobra. Você vai morrer engasgada no seu próprio veneno!

Úrsula, rindo: Falar essas frases criadas é a cara da pobreza. – Ela segura as duas, cada uma por um braço. – Eu não permitir vocês de entrarem aqui. Saiam já!

Vittória chega na hora: Quem vai tirar elas?– Úrsula solta as duas. – É uma pena mesmo saber que a sua ignorância consegue chegar a um nível tão alto. Você além de ignorante é mais o quê?! Será que é forte o suficiente? Porque se quiser tirar as duas daqui, vai ter que passar por cima de mim.

Úrsula murcha.

Cena 10- Hospício/ Noite.

Dalva se aproxima de Acácia: Tá tudo combinado, daqui a no máximo quatro noites vamos ter a fuga! Mas não conta isso pra ninguém, ou podem descobrir a gente.

Acácia sorri: Pode deixar. Vou ficar de boca zipada. Ninguém vai atrapalhar a nossa fuga…E eu finalmente vou rever a minha Gorete…

No bairro de Ipanema…

Jornaleiro: Vão por mim, eu conheço praticamente todos os moradores desse bairro, moro em Ipanema há 30 anos! Os Segata moram naquele prédio amarelo ali, o Rubem Segata, o patriarca, vem comprar jornal e livro velho aqui de vez em quando, podem confiar!

Iracema, animada: Então vamos lá Marizeta, vamos lá!! O cacique Peri ia ficar tão feliz, pena que teve de ficar por conta da indisposição…Mas vamos logo nesse prédio, eu quero conhecer minha família! Foram tantos anos ansiando esse encontro…

Marizeta torce a boca: Eu vou confiar nesse jornaleiro, vamos no prédio. É agora ou nunca- As duas vão até lá.

Raquel atende o interfone: Fala logo, seu Moreira- Ela suspira- Como é? Uma senhora e uma mulher na recepção? Estranho…Devem ser amigas da idosa-mór Irene…Elas se identificaram?…Ah, quer saber, eu vou aí embaixo e verificar quem são…Manda elas esperarem…

Minutos depois…

Raquel aparece, Marizeta e Iracema se levantam.

Raquel: Pois não? Quem vocês procuram?

Iracema, ofegante: Eu procuro Acácia Segata…Ela é…Minha mãe.

Raquel não acredita: O quê?

Iracema respira fundo: Meu nome é Gorete.

Raquel fica abismada: GORETE?

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Termina o capítulo 39.