Ser Humano- Capítulo 29.

Ser Humano.

Capítulo 29.

Cena 01- Apartamento dos Segata/ Manhã.

Lilian: A Maísa me fez uma pergunta muito estranha ontem, se eu já tinha traído o Fausto, não entendi nada…

Rubem: E o quê você respondeu?

Lilian, meio ofendida: PAI! Respondi que nunca tinha traído ele, porquê é a verdade. Mas achei muito estranha as intenções de Maísa, como se…Sei lá, ela achasse que tenho um amante.

A mesa fica em silêncio novamente, Irene, que costumava falar muito, está quietíssima.

Lilian toma café: Preciso ir ver como minha irmã está, mãe, você chamou um hospício qualquer, sabe se lá como estão tratando a coitada…Mas foi o necessário. Acácia não estava bem.

Irene, desanimada: É um hospício confiável, filha.

Lilian pega em sua mão: Não fica triste. A Acácia vai melhorar, vamos orar pra isso. Foi o melhor- Ela se levanta- Vou escovar os dentes e ir pra esse hospício- Ela pega o endereço- Beijos, e tente se animar.

Rubem come calado.

Na saída do prédio…

O porteiro a alcança: Dona Lilian, dona Lilian, tem um homem procurando pela senhora. Está no saguão.

Lilian, curiosa: Procurando por mim? Bem, então vamos ver quem é.

No saguão…

Lilian chega e não vê ninguém. Téo surge por trás.

Téo, sério: Lilian!

Ela se vira, surpresa.

Cena 02- Mansão de Úrsula/ Dia.

Maísa, Úrsula e Bernardo tomam café na mesa. Em silêncio.

Úrsula, quebrando o silêncio: Você chegou a ver, Maísa, que a Paulinha veio morar conosco? É por conta da gravidez. Você não deve saber, mas a mulher fica frágil durante esse período.

Bernardo, assoprando: Pra quê isso mãe? Às vezes eu penso que você é uma criança que adora provocar os amiguinhos. Será que você não consegue se situar e vê que isso é ridículo?

Úrsula, séria: Eu esperava um pouco mais de educação da sua parte, Bernardo. – Ela se levanta. – Eu achei que o internato em Paris tinha te dado educação suficiente.

Úrsula sai e vai até à sala. Olive está lá, pensativa.

Úrsula se senta e analisa alguns relatórios: Tá pensando na tua morte, incompetente?

Olive desperta: Estava pensando naquele manobrista do shopping. Que homem desastrado, eu nem sei como você não teve coragem de denunciar aquele palhaço.

Úrsula tira os óculos: VOCÊ? VOCÊ? – Ela se levanta. – Eu exijo respeito, sua meleca ambulante. – Depois se senta, coloca o óculos e pega os relatórios. – Por falar no manobrista, eu quero que você descubra coisas sobre ele.

Olive, rindo: Ficou interessada, foi?

Úrsula taca uma almofada na direção dela: Você hoje está muito abusada. – Ela encara Olive. – JÁ FOI OU ESTÁ ESPERANDO EU MANDAR?

Olive, assustada: AIII! – Ela pula. – Não grita, sabe que eu levo susto a toa. Mas já fui para onde?

Úrsula, furiosa: Começar a se preparar para fazer o que eu te mandei. Vai, anda, anda logo. Descubra tudo sobre o manogato, digo, o manobrista.

Olive: SIM SENHORA CAPITÃ SENHORA RAINHA MADAME SENHORA- Ela sai- Eu descobrirei tudo sobre ele, serei como uma espiã!- E sai, marchando.

Cena 03- Hospital Madame Úrsula/ Centro da AIDS/ Dia.

Vittória fica parada em frente a porta do centro onde os aidéticos fazem reuniões. Ela não tem coragem de entrar. Respira fundo. Coloca a mão na maçaneta…E abre.

Algumas pessoas estão lá dentro, um pouco menos de 30. Vittória fica observando eles, até que um homem, de quase sua idade, a vê.

Bruno sorri: Podemos te ajudar?- Todas as pessoas olham pra a publicitária.

Vittória respira fundo: Eu…Eu…

Bruno: Você?

Vittória toma coragem: Eu preciso de ajuda.

Um pouco depois…

Bruno lhe dá água: Então quer dizer que você vem passando por um momento difícil, Vittória, né?- Ela assente- Posso imaginar quão difícil seja. Mas agora pode se sentir entre amigos, você pode estranhar no começo, mas somos legais. Bem, pelo menos eu acho- Brinca.

Vittória: Eu precisava desabafar com alguém que me entendesse, por isso vim aqui, mas eu também precisei de uma coragem que só Deus sabe, então…

Bruno: Discursa.

Vittória: O quê?

Bruno: Discursa pra gente, acho que todos aqui estão interessados na sua história. Sempre que chega alguém novo, ficamos curiosos. Já tivemos muitos casos aqui, e olha que somos recentes…Um dos nossos participantes não resistiu e morreu…A doença veio com muita agressividade nele.

Vittória suspira: Não sei se estou preparada pra falar.

Bruno insiste: Por favor- Ele a encara.

Um pouco depois…

Vittória conta sua história pra todos:….E foi isso que aconteceu. Depois da publicação da matéria no jornal, eu não tive mais paz. Tive que desligar o telefone de casa, porque as ligações não paravam. Fui atacada. Tentaram me matar. Me veem como um monstro e não tive chance de dar nenhuma declaração sequer. Eu sou a doença pra eles. Só fui ofendida até agora, mas eu faço o possível pra suportar. O pior de tudo é…Meu filho. Ele é só uma criança, e ninguém pensou, ninguém pensou nos sentimentos dele, assustado com todo esse ataque a mim. Me dói muito ver o Breno sofrer. Eu só quero o melhor pra ele. Acontece que essa perseguição vem se tornando insuportável. Eu não sei mais o que fazer. Como já disse, eu preciso de ajuda- Revela.

As pessoas a olham com compaixão.

Cena 04- Clube O Bicho&Eu/ Dia.

Fausto cuida dos bichos e Natália se aproxima.

Natália, receosa: Fausto! – Ele se vira – Será que podemos conversar?

Fausto tenta fugir: Eu estou ocupado. Depois conversamos.

Natália, firme: Não, eu quero conversar agora. Pare de me tratar com essa frieza toda, eu mereço saber pelo menos o motivo dela.

Alguns minutos depois…

Natália e Fausto sentam em uma das mesas do clube.

Fausto, sério: Pronto, agora podemos conversar.

Natália: Ótimo. Será que agora você pode me explicar o motivo de tanta frieza?

Fausto, sério: Eu me separei da Lilian, não sei se você ficou sabendo.

Natália: E agora você vai me culpar pela sua separação?

Fausto: Eu não disse isso em momento algum. O meu casamento com a Lilian já estava desgastado. E isso não tem nada a ver com você. Eu fiquei sabendo do seu noivado com o Onofre. Parabéns! – Ele se entristece.

Natália nota: E é por isso toda essa sua frieza comigo, por que eu fiquei noiva do Onofre?

Fausto: Natália, eu não fiquei triste pelo seu noivado e sim por mais uma vez ter me iludido!

Natália, sem entender: Do que você está falando?

Fausto: Que eu te amo. Eu achei que você fosse notar, mas já que não eu prefiro assumir meus sentimentos, mesmo que isso se torne algo banal. E eu vou confessar que fiquei triste com o seu noivado e eu não sei se suporto ver você com o Onofre por aí. Portanto, eu te digo que estou pensando em sair do Clube.

Natália, assustada: Não, Fausto. Você não pode fazer isso, todos aqui do clube te amam.

Fausto, sorrindo: Menos a pessoa que eu quero.

Vasco, de longe: FAUSTO TEM COMO DAR UMA AJUDINHA AQUI?

Fausto se levanta: Eu vou ajudar o Vasco. Até mais, Natália.

Fausto sai e Natália segura o choro, arrasada.

Cena 05- Em frente ao prédio onde os Segata moram/ Dia.

Lilian o encara: Anda Téo, fala logo o que tem pra falar, tô apressada…Sobre a Maísa eu sei que não é, pois minha filha…Nossa filha está muito bem, e ela é o único elo que nos liga.

Téo ri: Não é não, antes de tudo aquilo acontecer, nós éramos namorados.

Lilian: Éramos, falou bem, no pretérito. Fala logo, Téo, por favor.

Téo se aproxima: Eu vim aqui…Pra tentar.

Lilian: Tentar?

Téo a pega: Quando nos separamos bruscamente e fui pra Itália, eu me senti muito vazio, porque no fundo, eu te amava demais, e te perdi. E nunca mais depois daquilo tudo, pude me sentir completo. Eu não amo a Yara, nem somos casados na igreja, é uma relação muito complicada.

Lilian não entende: O que eu tenho haver com a sua vida amorosa?

Téo: Tudo. Eu te amo muito, e quando nos reencontramos, meu coração voltou a bater forte, a ter aquela sensação boa de novo…Você foi a única que eu amei realmente- Ela se assusta- Você se separou, e eu também já dei sinais a Yara de que não quero mais ficar com ela…Quer saber Lilian, não tem nada mais pra falar nem explicar, só fazer- Ele a pega pelo pescoço e tasca-lhe um beijo.

Lilian se esquiva depois de um tempo: Você é um louco? UM MANÍACO?! SEU IDIOTA, SAI DE PERTO DE MIM, EU NÃO QUERO MAIS NADA CONTIGO NEM AGORA E NEM NUNCA- Ela sai correndo.

Téo fica satisfeito: Você continua beijando muito bem!- Grita.

Lilian, ofegante: NUNCA MAIS FALA COMIGO- E depois se vira.

Téo fica observando ela ir embora: Eu te amo muito Lilian, e não vou perder essa oportunidade- Ele sai andando, sorrindo a toa.

Cena 06- Shopping/ Dia.

Olive termina de se arrumar dentro do carro que Úrsula lhe emprestara. Ela desce disfarçada com um crachá improvisado, escrito Oli Brown, e se aproxima de um segurança.

Olive, engrossando a voz: Aquele homem ali – Ela aponta para Leblônio. – Mora perto do shopping?

O segurança não responde nada e Olive fica furiosa. Ela percebe que Leblônio sai e decide seguir o rapaz. Ela vai se escondendo atrás de árvores e de carros, até que vê o manobrista entrar em sua casa.

Olive, rindo: Então é ali que ele mora. – Ela anota o endereço em um papel. – Agora é esperar que ele saia novamente ou que alguém se aproxime da casa.

Um pouco depois, Geórgia chega com algo em mãos e Olive corre, quase caindo. Ela se apoia na idosa.

Geórgia se assusta: Minha Nossa Senhora, eu não tenho dinheiro nenhum, mas pode levar esse bolo caso queira.

Olive, arrumando seu disfarce: Eu tropecei na pedra. – ela engrossa a voz- Quer dizer, eu tropecei na pedra. Poderia me informar quem mora nessa casa?

Geórgia, com sua inocência de sempre: Leblônio. Mas…Por que o interesse?

Olive: E sabe me dizer se ele é solteiro, namora ou é casado?

Geórgia: Ele é solteiro, mas menino por que tudo que eu respondo você anota aí?

Olive, guarda o papel: É uma pesquisa com os manobristas do Shopping.

Geórgia: E acabou?

Olive pega seu bloquinho novamente: Tem mais umas perguntinhas. – Ela exala um sorriso e Geórgia estranha a feição de “ Oli Brown”.

Cena 07- Em frente ao emprego de Bernardo/ Dia.

Maísa está em um taxi, Bernardo sai do trabalho: Pronto, motorista, segue aquele homem ali- Ela se abaixa- Aquele com roupa de marca bacana. Hoje eu vou poder descobrir se está acontecendo mesmo tudo o que penso. Afinal, é na lanchonete que tudo acontece…- O motorista acelera.

Motorista: Outro caso de traição…- Cochicha pra si mesmo.

Um pouco depois, Bernardo estaciona na lanchonete.

Lilian e Flávia chegam.

Flávia sorri: Olha quem tá ali…

Lilian o vê: Não quero mais falar com o Bernardo, eu me sinto mal! De certa forma, sinto que ele vem se aproximando de mim com outros objetivos e…Eu ainda sou casada tecnicamente, apesar de minha relação com Fausto ter acabado.

Flávia: Deixa de ser idiota, amiga! Aproveita as oportunidades que a vida te traz, tudo bem, ele é um pouco jovem, mas gosta de você, eu percebi isso! Invista em si mesma, ou vai ficar se guardando pra outro homem?

Lilian pensa no beijo que Téo lhe deu: Eu não me sinto preparada pra outro relacionamento, ainda mais com um rapaz que deve ter a mesma idade da Maísa- Ela morde o lábio- Eu pareço uma tarada, Flávia. Fora que isso é ridículo, ele podia ser meu filh…

Flávia a corta: Mas não é. Amiga, o amor é ridículo, se você ainda não percebeu. Para de ser boba! Curta esse gato, ele é culto, charmoso, não é playboy. Prato cheio, dear, prato cheio!

Lilian sorri: Que idiotice, eu vou embora que é melhor. Na verdade nem sei se…- Flávia grita pra Bernardo, que as vê- Flávia, eu nunca vou te perdoar por isso.

Flávia: Vai sim, no dia do casamento de vocês, eu quero ser a madrinha. Beijos, vou indo- Ela sai.

Bernardo se aproxima de Lilian: Oi…- Ele parece sério.

Maísa observa os dois do taxi, chorando: Ele mentiu pra mim. ELE É UM CANALHA!- Ela se apoia no banco, furiosa- INFELIZ! IDIOTA! ELE ME PAGA!

O motorista segura o riso: Sabia que era caso de traição- Ele acende o cigarro.

Maísa, descontrolada: VAMOS PRA O LEBLON, POR FAVOR! SAIA LOGO DAQUI- Ele acata e acelera- Se encontrando com outra mulher desde Milão…E o pior, minha própria mãe…Meu Deus, será que ela traiu meu pai? Ontem ela disse que não. Ela jurou que não. EU TÔ SENDO ENGANADA, ENGANADA!

Na Mansão de Úrsula…

Maísa vai correndo para o banheiro, ela tenta limpar as lágrimas mas cada vez seu sofrimento parece aumentar. A garota acaba tendo um ataque e vomita sangue. Ela se escora na parede e cai no chão.

Cena 08- Botafogo/ Flat de Natália/ Tarde.

Téo chega, Yara assiste televisão, mas tem de mexer na antena pois o sinal não está bom.

Téo, abatido: Será que dá para a gente conversar, Yara?

Yara para o que está fazendo: É o que a gente não faz há muito tempo, não é mesmo? Já até desaprendi. – Debocha.

Téo, sério: Eu não gostei da sua postura no jantar de ontem. Fiquei muito decepcionado com você. Aliás, você só vem me decepcionando.

Yara: Ah para, Téo. Eu fiz um comentário nem tão maldoso assim. Eu apenas relatei a verdade.

Téo: Mas não foi só a sua atitude de ontem que me deixou decepcionado. Você anda maltratando constantemente o Jobim. Até a Natália já está ficando de “saco cheio”.

Yara, furiosa: Que esvazie, oras. Eu não vou ficar acariciando um gato que me detesta para deixar a Natália feliz. Eu não estou nem aí para o que ela pensa.

Téo: Esse é o seu problema! Não estar nem aí para o que os outros pensam. Você é egoísta. Uma pessoa centralizada que acha que o mundo gira em torno de você.

Yara, virando os olhos: Para de enrolar e chega logo aonde você quer. É o que? Me dá sermão, me deixar de castigo, é isso que você quer?

Téo, firme: Não, Yara. EU QUERO A SEPARAÇÃO.

Yara cai sentada.

Cena 09- Mansão de Úrsula/ Dia.

Maísa arruma as malas, chorando. Úrsula nota a barulheira e vai ver o que se passa.

Úrsula fica radiante, mas disfarça: O que aconteceu, fedelha, digo, Maísa?! Está indo embora daqui, cherrie?

Maísa a olha: Você deve estar explodindo de felicidade, não é mesmo? Pois conseguiu o seu objetivo. Tô vazando! Me arrependi de ter tido qualquer relacionamento com o porco do seu filho, e descobri isso agora!

Úrsula, revoltada: Porca é você, sua nojenta que bate na própria mãe! Escuta, quem você acha que é pra falar assim do meu filhinho? Dobre a língua!

Maísa: Eu não admito que você venha levantar o dedo pra mim!- Ela empurra Úrsula, que bate as costas no guarda-roupa- VAI EMBORA DAQUI, ME DEIXA EM PAZ, SÓ MAIS ALGUNS MINUTOS E VOCÊ SE LIVRA DE MIM!

Bernardo chega: O que tá acontecendo?

Úrsula, dramática: Essa sua namorada é uma violenta, ela me bateu, filho! Vai deixar? A pessoa que te criou, vulgo eu, merece total respeito nesse lar, que me pertence, inclusive!

Bernardo: Calma, mãe. Vai pra sala ou pro seu quarto, sei lá, mas me deixa conversar aqui com a Maísa, a sós.

Úrsula fita a rival: Claro, mas isso não vai ficar assim, Maísa. Ninguém encosta em mim a menos que eu permita, e nunca vou permitir que você com essa sua mão nojenta encoste na minha sedosa pele- Ela sai.

Bernardo e Maísa, ao mesmo tempo: Preciso falar com você.

Bernardo: Pode falar.

Maísa: Nada disso, fala você primeiro, eu quero ouvir o que você tem a me dizer, depois de tudo- Ela tenta esconder a raiva.

Bernardo suspira: Maísa, eu não mando no meu coração. O fato é que…Eu me apaixonei por outra. Não te amo mais.- Ele engole em seco.

Maísa fica estática.

Cena 10- Botafogo/ Flat de Natália/ Tarde.

Yara, furiosa: Você não pode estar falando sério, Téo. DIZ QUE NÃO É VERDADE.

Téo: CHEGA YARA. Acabou o grande teatro que era nosso casamento, era tudo muito superficial. Eu nunca te amei de verdade, eu só gosto muito de você, só isso. EU QUERO A SEPARAÇÃO. É o mais sensato a se fazer.

Yara fica com os olhos vermelhos, ela dá um grande tapa em Téo, que quase cai pra trás.

Yara lhe bate e distribui chutes: INFELIZ, CRETINO, BABACA. VOCÊ ME ENGANOU DURANTE ESSE TEMPO TODO ME FAZENDO ACREDITAR QUE ME AMAVA.

Téo, tentando contê-la: PARA DE SER LOUCA. EU NÃO VOU FICAR COM VOCÊ POR PENA. EU NÃO TE AMO! – Ele grita e Yara se afasta, chorando. – EU AMO A LILIAN!- Dispara.

Yara chora mais e corre para o quarto, onde Jobim está. Ela bate a porta com força e a tranca.

Téo, correndo: Yara abre essa porta, precisamos terminar essa conversa. Você não é capaz disso?

Dentro do quarto, o gato não para de miar e Yara se irrita com ele.

Yara lhe dá um chute: FICA QUIETO SEU MALDITO! – Ela começa a dar vários tapas no gato que mia ainda mais e se afasta, com medo.

Do lado de fora…

Téo, gritando, desesperado: Yara, o que você está fazendo? ABRE ESSA PORTA, AGORA!

Dentro do quarto, Yara ainda chuta o gato que tenta se esconder.

Yara, furiosa: Vem aqui seu infeliz, eu vou te dar motivos para você ficar gritando ainda mais.

Ela começa a tacar os jarros e quadros do quarto no chão e o gato mia ainda mais.

Yara enforca Jobim: CALA ESSA BOCA. – Ela arremessa o gato pela janela, furiosa. – MALDITO!!

Poucos minutos depois, ela cai na real e se aproxima da janela, percebendo a loucura que acabara de fazer.

Yara olha para baixo e vê o bichano caído: Eu sou uma louca. Meu Deus… O que eu fiz?!

Termina o capítulo 29.