Ser Humano- Capítulo 10.

Ser Humano.

Capítulo 10.

Cena 01- Avião.

 Maísa pega a foto que havia visto de Lilian e guarda em sua bolsa. Ela não tem coragem de ver as outras fotos e guarda o álbum de volta a pasta. Ela volta a observar pela janela, cabisbaixa: Será que…Minha mãe foi capaz? De trair meu pai?

Cena 02- Milão/ Mansão de Acácia/ Quarto de Raquel/ Noite.

Acácia se levanta e pega a menina pelo braço: Foi você, Raquel? E a Lilian culpando o Téo, quando na verdade a responsável por essa desgraça toda é você! Mas que…Que decepção.

Raquel, chorando: Foi por ódio, Acácia! A Lilian ia me expulsar da casa dela, eu ouvi vocês conversando, depois gravei essa conversa e levei ela até a Maísa, plantei a discórdia, pra vocês verem como é ruim o sofrimento de uma pessoa! Foi bom? Foi?

Acácia lhe derruba no chão: Raquel, você não tinha esse direito, você destruiu a relação de mãe e filha cruelmente e nem se arrepende? Lilian não ia te expulsar, acho que não ouviu tudo até o fim! E por causa disso…Você é um monstro, Raquel, jamais imaginei! Quanto rancor, quanta maldade dentro de um ser tão jovem que o faz cometer esses atos. Devia ter VERGONHA!

Raquel se levanta: Eu me arrependi! Mas destruir a relação daquelas duas não é muito difícil, eu só dei um empurrãozinho mesmo…A verdade, Acácia, é que eu tenho inveja da Maísa e da Lilian. Nunca conheci minha mãe, nunca pude brigar com ela, nem beijá-la, nem brincar…

Acácia aponta o dedo em seu rosto: Você teve a Geórgia, ela te criou e merece aplausos por isso, e não ingratidão! Ela te deu amor, sem que ninguém pedisse, fez isso espontaneamente. E você não considera isso?

Raquel: Não é a mesma coisa, não adianta fingir, a Geórgia não é minha mãe e nunca vai ser, portanto nunca vou considera-la! Ela não tem meu sangue, eu não nasci da barriga dela! Isso não é ingratidão, é a realidade. Nunca tive contato com minha verdadeira mãe, e ver o amor entre Lilian e Maísa me machucava, portanto eu sempre dava um jeito de abalar a relação das duas, e essa história do gravador foi só o ponto máximo! Uma hora ou outra, esse segredo teria que vir a tona, eu só agilizei, e sou tão burra…Que ainda me arrependo disso. Bem feito pra elas, bem feito…- Ela cai novamente, dessa vez por conta própria, e fica chorando no chão.

Acácia, enlouquecendo: Você ouviu o que acabou de falar? Que palavras monstruosas, Raquel, você tem de libertar esse sentimento de si antes que faça um estrago maior na vida de outras pessoas, se é que esse estrago já não foi grande! Vai ter de se desculpar com a Lilian e explicar tudo, ela te acolheu junto com a Geórgia, e assim demonstra agradecimento? Arruinando a relação dela com Maísa? Você não tem noção, Raquel? Responde!- Ela lhe esbofeta.

Raquel tenta contê-la: Para, para, por favor…

Acácia escuta a voz da filha Gorete.

Flashback…Muitos anos antes…

Acácia bate em Gorete: Esse vaso era o meu preferido, quantas vezes te falei pra não brincar aqui na sala de visitas? HEIN? RESPONDE!

Gorete, marcada: Para, para, por favor…

Volta a cena.

Acácia para de bater na jovem, que se cobre com a toalha. A mulher está imóvel, relembrando a marcante cena: Gorete…Gorete…

Raquel veste uma roupa, ainda fungando: Olha, dona Acácia…Me desculpa por tudo o que eu falei, estava fora de mim, mas é que…É difícil estar na minha situação…Eu não sei mais o que fazer- Ela abraça Acácia.

Acácia a conforta, achando que está lidando com a filha: Calma…Calma, minha filha, eu te entendo…Vamos falar disso com mais calma, depois!- Ela guarda o gravador no bolso- Tenho certeza que Lilian vai te entender, seus motivos são convincentes. Só…Prometa que vai se libertar dessa coisa ruim- Ela lhe dá um beijo na testa- Eu não queria te ferir, agora se troque- E sai do quarto.

Raquel, soluçando: Ainda bem que ela sempre me ajuda…- Ela se olha no espelho- Eu não podia ter feito aquilo…

Acácia, encostada na porta, se emociona: A Raquel é a Gorete…O jeito, a fala…Minha filha voltou pra mim- Diz, com os olhos cintilando- É ELA!

Cena 03- Recepção do hotel onde Elisafran e Meddeiro estão instalados/ Noite.

Elisafran, já de roupão: Sid, o que houve? O que tá fazendo aqui essa hora? Quando me ligaram da portaria dizendo que estava me esperando, eu estranhei…Aconteceu algo com a Paula? Com a Úrsula?

Sid a tranquiliza: Nada demais, só queria partilhar um pouco mais do meu tempo com você, Fran, eu te amo, temos de ficar mais tempo juntos! Ande…Vá trocar de roupa que sairemos pra um passeio noturno.

Elisafran, constrangida: Agora? Já é tarde, não temos mais idade pra iss…

Sid a interrompe: Eu sou jovem, muito jovem por dentro, vá logo, Fran. Ficarei te esperando, é só um passeio bem rápido, pra me distrair um pouco.

Elisafran sorri: Tudo bem, você venceu, Sid Turner…

No quarto…

Meddeiro, transtornado: Como assim, Elisafran? Eu encomendei um jantar no restaurante pra ficarmos juntinhos aqui essa noite…E você vai me abandonar?

Elisafran tenta se explicar: Eu preciso fazer as vontades do velho idiota, pra me aproximar dele e entrar pra sociedade da qual Úrsula faz parte, quantas vezes terei de explicar isso?- Ela procura uma roupa decente- Tá na hora de você entender.

Uma lágrima cai do rosto de Meddeiro: Esse seu plano contra a Úrsula tem 1% de chance de dar certo, Elisafran!

Elisafran, fria: Já é alguma coisa! E eu vou recuperar o dinheiro que me foi roubado, e aí sim poderemos desfrutar da riqueza…Me entenda! E pare de chorar, Meddeiro, sentimentalismo nunca foi seu forte. Guarde esse jantar pra quando eu voltar.

Meddeiro derruba os alimentos: NÃO NÃO E NÃO, CHEGA! CHEGA, EU ME CANSEI DESSE PLANO TODO QUE SÓ ESTÁ CONSUMINDO A NOSSA RELAÇÃO. EU NÃO QUERO ME ENVOLVER COM UMA PESSOA…BAIXA, FRIA E VINGATIVA COMO VOCÊ! É HORA DE ACABAR COM ISSO TUDO!

Elisafran larga a roupa que ia vestir: O quê? Que história é essa de “ acabar com tudo”? Meddeiro, veja lá o que vai fazer, porque arquitetei um plano perfeito e não é o seu sentimento idiota que vai me atrapalhar. Eu vou fazer justiça, e se não quiser ajudar a mim, não me atrapalhe!

Meddeiro vai até a porta: Eu vou contar tudo pro Sid, agora, nesse momento! Tudo tem um limite e essa sua vingança besta não devia nem ter começado, mas já foi longe demais, minha paciência se esgotou! Durante a viagem, eu fico nesse hotel enquanto você se diverte com seu namorado de mentira e ainda engana a todos dizendo que sou seu irmão como se nossa relação não valesse na…Ai…- Ele respira com dificuldade- Você tá…Me matando, aos poucos, com essa história…

Elisafran se aproxima, compadecida: Calma, Meddeiro, não se esforce!

Meddeiro pega uma estátua decorativa: Não se aproxime…Não se mova mais ou eu quem te mato! Vou contar tudo pro Sid, agora- Ele vai até a porta e a abre.

Elisafran consegue puxá-lo com toda força: NÃO!- Ela rouba a estátua de sua mão e lhe taca na cabeça, fazendo o homem desmaiar- NÃO VOU PERMITIR QUE ESTRAGUEM MEU PLANO- Fala, aos prantos.

Elisafran o olha, caído e se arrepende do que fez: Ai…Meddeiro, fala comigo…- O sangue escorre pela cabeça- Meddeiro, não! NÃO!- Ele nem ao menos se move.

Um pouco depois…

Elisafran aparece toda chique: Desculpe a demora, mas você sabe como uma dama demora pra se produzir- Brinca- As mais velhas, demoram mais ainda!

Sid a beija na mão: Está linda! Vamos?- Ele estende o braço e os dois se dirigem ao carro- E o Meddeiro, seu irmão, como vai?

Elisafran lembra que o deixou caído no quarto: Muito bem…Ele é tímido…Pouco sociável- E engole em seco.

Cena 04- Mansão de Úrsula/ Noite.

Úrsula está lendo um livro, algo de Shakespeare. Olive chega.

Úrsula se levanta: Olive, volte aqui, quero falar com você.

Olive, sem entender: Fiz alguma coisa?

Úrsula, séria: Vai fazer, caipora jovial! – Ela sorri. – Compre minhas passagens para o Brasil, quero chegar lá o quanto antes.

Olive: Certo, chefa- E sai.

Paula chega, feliz da vida.

Úrsula dá um falso sorriso: Paula, amor. Que saudades.

Paula a abraça: Saudades também. Úrsula, eu preciso te contar uma coisa.

Úrsula: Conte, conte.

Paula se senta ao seu lado: Úrsula, eu estou grávida! – Anuncia.

Úrsula, feliz: AI JURA? QUE FELICIDADE, QUE AMOR!?– Ela dá gargalhadas. – Agora a gente consegue tirar aquela garotinha dos nossos caminhos! Chegou o momento, minha querida, eu sabia que não ia me decepcionar!

Elas comemoram, e continuam a conversar.

Cena 05- Aeroporto do Galeão/ Início de noite.

Uma brisa morna corre pelo exterior, Bernardo vai chamar um taxista e Maísa fica a sua espera com as malas, quando alguém se aproxima.

Maísa se assusta: É uma cigana.

A cigana a observa, rindo: Posso ler sua mão?

Maísa recua: N…Quer dizer, pode sim- Ela estende o braço- Pode falar o que quiser, não acredito nessas bobagens, mas se insiste!

A cigana apalpa sua mão, e visualiza bem: Ah! Olha só, mas que pessoa linda- Ela tenta mostrar pra Maísa, que não vê nada- Olha, tá vendo? Um bebê! É seu?- A jovem vai responder mas ela deduz- Não é! Não mesmo! Ainda vai vir… Claro, se sua desgraça não chegar antes, mas creio que não…

Maísa tira a mão: Você tá dizendo muita besteira, meu namorado tá me chamando, licença!

A cigana a impede: Antes que algo de pior aconteça, você deve lutar contra o orgulho, contra o que fez, ou tudo vai por água a baixo! Veja! O que fizeste fora algo muito grave, cuidado!

Maísa, furiosa: Me larga, sua nojenta!- Ela limpa as mãos- Não gosto que roguem praga pra mim, e nem devia ter deixado você ler minha m…- Não havia mais ninguém lá. Apenas Bernardo que se aproxima.

Bernardo não nota o que ocorreu: Vamos?- Os dois caminham até onde o taxi está.

Maísa olha para trás mas não há nenhum rastro da mulher.

Cena 06- BRASIL/ Mansão de Úrsula na Gávea/ Início de noite.

Bernardo pega as malas junto com o taxista, a empregada Janaina e dois seguranças chegam na porta ao ouvir o barulho do carro. Maísa ainda está abalada com o que a cigana lhe dissera.

Bernardo vai entrar com Maísa quando Janaína os barra.

Bernardo, rindo: Oi pra você também, Jana, podemos entrar?

Janaína, receosa: Não…Quer dizer, sim e não. Você sim.

O sumiço no rosto do rapaz desaparece: O quê? Como assim? Explica isso, mulher!

Janaína pigarreia: A dona Úrsula mandou dizer que essa moça que lhe acompanha não pode pisar na mansão, e eu tenho de obedecê-la, ela até mandou eu chamar o segurança caso fosse desobedecida. É isso…

Bernardo, incrédulo: Ela foi capaz de fazer isso? Ah, eu não acredito, a cada dia minha mãe regride nos pensamentos. Mas quando ela ligar, avise que a casa é minha também e eu ainda vou trazer a Maísa pra morar comigo aqui caso ela queira ou não. Só não fico aqui hoje, pra evitar confusões- Ele pega as malas- Vamos, Maísa.

Maísa, perdida: Mas pra onde? Olha, se quiser, tem o apartamento onde vive minha família, eu pretendia ir lá somente amanhã, mas podemos dar um jeito e…

Bernardo: Vamos pra um hotel- Ele se curva pra empregada- Jana, minha mãe não falou que eu não podia usar o carro, né?- Ela faz gesto negativo- Pois bem, pegue a chave, vou sair.

Janaina logo volta com as chaves: Aqui. E me desculpe, senhor Bernardo, eu gosto muito de você mas foram ordens dela.

Bernardo ri: Tudo bem, eu sei que a culpa não foi sua, fique tranquila.- Ele beija a empregada na bochecha e sai com Maísa rumo ao carro.

Janaína acena: Esse aí é gente fina, Couve-Flor! Sabe tratar a gente bem, diferente da broaca da mãe. Mais um dia, eu saio daqui. Agora queria saber quem é essa mulher com ele. E a Paula?

Couve-Flor, o segurança, ri: Nenhum homem se prende muito tempo a uma mulher, aprende isso.

Janaína debocha dele: Ah é? Conheço caso de patrão casado com mulher há mais de décadas, décadas, quer que eu soletre? D-K-D-A-S!- Ela acena pra Bernardo enquanto o carro parte- Se ele fosse um pouco mais velho, investiria pesado.

Couve-Flor debocha: Se coloque no seu lugar, que é melhor, querida.

Janaína resmunga algo e sai pra cozinha.

Cena 07- Apartamento dos Segata/ Noite.

Irene e Rubem conversam.

Irene, cabisbaixa: Maísa descobriu tudo sobre a paternidade, pense na confusão que isso vai gerar, Rubem.

Rubem fecha o livro Memórias Póstumas de Brás Cubas: Eu sempre avisei que isso não ia terminar bem. Mas a Lilian sempre foi durona, nunca me escutou. Sempre se achou a dona da razão, agora arrumou esse problema contínuo.

Irene, séria: Tudo estava indo tão bem, ag/ – ela é interrompida por Fausto, que chega.

Fausto, sorrindo: Família, oi! Que caras são essas?

Irene coça a cabeça: Nada demais. – Ela sorri disfarçadamente.

Fausto, feliz: Ah, que bom. É eu queria apresentar para vocês a Natália, ela é minha parceira lá do clube. Natália, Irene. Irene, Natália.

Ambas se cumprimentam.

Fausto: Natália, Rubem. Rubem, Natália.

Rubem beija a mão da mulher.

Fausto, entusiasmado: Olha, eu tenho aqui uma mamadeira pra gato, vou procurar, enquanto isso sente aí e converse com eles…A gente teve um gato aqui, na verdade ainda era filhote, como esse daí.

Irene lembra: Mas o Rubem jogou ele no lixo sem querer, porque tava sem óculos…Mas não vale a pena contar essa trágica história, nos fale de você e desse adorável bichano.

Natália o mostra: Ai, eu preciso de um nome pra ele, por enquanto só chamam ele de gato ou bichano…Fred é bom!

Irene sugere: Fagundes é um bom nome, em homenagem ao meu eterno galã.

Natália ri: Prefiro um nome mais comu…

Rubem as corta: Jobim- Sugere- Em homenagem ao grande ícone da bossa nova, que inclusive eu tenho o sonho de conhecer…

Natália aprova: Gostei. Jobim é seu nome- Ela acaricia o gato.

Cena 08- Clube O Bicho&Eu/ Noite.

Onofre chega, suado: Finalmente terminei o trabalho, aquela baleia da piscina, que todos chamam de Betty, nossa, aquele monstrengo dá muito trabalho!

Vasco ri: Você nem parece biólogo, tem de amar mais os animais, cara!

Onofre lembra: Fui biólogo por obrigação, Vasco, de animais já basta conviver com certos seres que me rondam- Ele limpa o rosto- Cadê a Natália? Tô esperando ela pra irmos.

Vasco mostra o chave: Ela foi com o Fausto, mas deixou a chave do carango pra irmos. Eu dirijo, quero sentir a adrenalina do volante novamente tomando posse de mim! Se bem que meu tarô diz pra eu nunca dirigir em lua minguante, mas eu arrisco, vai…

Onofre o interrompe: Quê? Ela foi embora com o…Fausto? Aquele ridículo está mesmo me desafiando? Achando que vai conquistar a Natália, sendo que é casado, ele não tem noção do ridículo? Ser humano nojento! Vou dar um jeito de afastar os dois, e sei como!

Vasco, preocupado: Para de falar como um maníaco. Lembre-se. Peace and Love.

Onofre, perdendo o controle: Paz e amor uma ova, Vasco, tudo tem limites! Eu vou acabar com aquilo porque vou pedir a Natália em casamento, vou explicar da minha doença. E ela vai ser minha, como sempre desejei, e o Fausto…Será só uma figurinha do passado- Promete- Eu vou acabar com aquela relação idiota dos dois.

Cena 09- Casinha de Leblônio/ Noite.

Leblônio está conversando novamente com sua bola mágica, Edwiges.

Leblônio, sério: Edwiges, agora que eu estou desempregado e preciso falar com o tio Fausto, você não pode me ajudar? Me diz os números da mega-sena, anda! Eu tô com o caderno aqui, pronto pra anotar, fala, são só seis números!

Ela agita a bola e não obtém respostas.

Leblônio a larga: Esqueci que você só fala “sim, não, pergunte mais tarde”. Bola incompetente.

Geórgia, que já observa ele um tempinho, se aproxima.

Geórgia, séria: Falando com essa sua bola Edwiges, de novo, né?

Leblônio se assusta: Geórgia, nem sabia que você estava aí, também, eu deixo a porta aberta…Tá aí faz tempo?

Geórgia se senta de frente para ele: Tempo suficiente para ver você conversando NOVAMENTE com essa bola. O que aconteceu dessa vez?

Leblônio, triste: Fui demitido. E eu já cansei de falar essa palavra, parece que ela já faz parte do meu vocabulário. Eu estou cansado até de viver.

Geórgia, o compreendendo: Não fique assim. Na vida nem tudo são flores, às vezes precisamos errar para acertar. Faz o seguinte, vou eu vou ficar de olho nos anúncios para você, e qualquer novidade eu lhe aviso. Pode ser?

Leblônio a abraça inesperadamente, e ela fica surpresa: As vezes você é como uma…Mãe, que eu nunca tive.

Geórgia ri: Então a mãezona aqui trouxe o seu bolo favorito, de aipim!- Ela tira da sacola, Leblônio fica contente.

Cena 10- MILÃO/ Mansão de Acácia/ Noite.

Lilian arruma as malas: A Úrsula me ligou, achou o nosso número não sei como…Disse que a Maísa viajou, com o filho dela.

Acácia, surpresa: O quê?

Lilian, apressada: E eu vou comprar as minhas passagens e as da Raquel amanhã mesmo, não tenho mais nada pra fazer aqui. Gostaria de ter explorado mais a Itália, que é tão bonita, inclusive com a Raquel que quase não saiu, coitada. Mas enfim, espero que tenhamos outras viagens, menos desastrosas que essa. E espero conseguir falar direito com a Maísa no Rio. Ou então…- A voz se embarga- Eu não vou mais saber o que fazer.

Acácia a apoia: Não diga isso, minha irmã, ela vai te escutar. Aquele tapa…Foi ódio do momento, ela jamais faria isso se estivesse em sã consciência.

Lilian: Chega desse drama. Vamos ter de encarar a situação com fibra, chorar só alimenta mais a tristeza, e só nos aproxima mais do passado. Vamos ser fortes, e falar de coisas melhores…Vem comigo pro Rio?

Acácia responde: Sim, hora de me livrar das lembranças que cercam essa casa aqui…E quero levar o Pascoal comigo, se ele quiser, obviamente. Se eu não me engano, ele é do Rio também- Ela pega na mão da irmã- Vou voltar pro Brasil depois de anos.

Lilian bate palmas: Ainda bem, eu consegui te convencer, mamãe me deve uma barra de chocolate caseira que só é encontrada num mercado lá em Petrópolis e que eu adoro!

Acácia: Vocês…Apostaram uma barra de chocolate caso me convencesse? Ai, safadas!- Ela abraça a irmã- Então conseguiram! Vou voltar pro Brasil e…Com um propósito- Ela lembra de Raquel.

Lilian: Hum, e que propósito é esse? Deixou algum amor lá, por acaso?

Acácia tira o casaco e o gravador cai: Para com iss…- O áudio começa a vazar.

Lilian se vira e vê o objeto: Acácia…- Ela fica paralisada- Acácia, o que você tá fazendo com esse maldito gravador? Ele é seu?- E fica furiosa- É ISSO, ACÁCIA? VOCÊ É A RESPONSÁVEL POR ESSA GRAVAÇÃO?

Acácia fica sem saber o que fazer.

https://youtu.be/XXC24x-d2QI

Termina o capítulo 10.