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A Sangue Frio

A Sangue Frio – Cap. 31

A Sangue Frio

Episódio – 31
Escrito Por Felipe Lima & Bhrunno Acosta

1ª Cena – AP de Cátia/ Interior/ Dia.

(Continuação imediata do episódio anterior. Cátia fica surpresa com quem ver à sua frente. CÂM mostra os pés da pessoa e sobe vagarosamente, até chegar no rosto da pessoa. CLOSE nela. É Raquel. Ela e Cátia se olham por alguns segundos.)

Raquel – Não vai me convidar para entrar?

Cátia – Entra! Mas o que você quer aqui? Stella não está aqui. Aliás, ela não vem aqui há anos.

(Raquel entra, Cátia senta-se novamente. Raquel fica em frente a janela e olha para a cidade de São Paulo. Logo após, vira-se para Cátia.)

Raquel – Não é com ela que vim falar. Vim falar com você mesmo. Como a senhora teve coragem de fazer o que fez?

(Cátia encara Raquel. A mulher não entende nada. Instrumental de mistério começa a tocar.)

Cátia – Do que você está falando? Eu não estou entendendo.

Raquel – Dinheiro, filho, dois casais. Isso lhe traz alguma recordação?

(Cátia se surpreende, abre a boca e levanta-se rapidamente.)

Cátia – Não pode ser. Você quem é…?

Raquel – Exatamente!

(Cátia está perplexa. Fim do instrumental.)

CORTA PARA

2ª Cena – Mansão Wurttemberg/ Interior/ Dia.

(Fundo: “Би-2 – Молитва”. Otávio está adentrando a sua casa com Marta e Natasha. Ele encara a mansão, uma lágrima rola por sua face.)

Otávio – Finalmente em casa. Aquele cheiro de hospital é horrível.

Natasha – Imagino, pai. Mas o senhor vai ficar bem, iremos viver todos felizes.

Marta – Isso! A partir de agora será tudo diferente.

Otávio – Por isso que vocês são as duas coisas mais importantes da minha vida.

Marta – Agora vamos, você precisa repousar.

Otávio – Ah não, eu fiquei todo esse tempo deitado no hospital e quando chego em casa ainda tenho que deitar?!

Natasha – Para de reclamar, seu Otávio!

(Otávio se apoia em Natasha. Eles se dirigem ao seu quarto. Fim da canção.)

3ª Cena – Galpão/ Interior/ Dia.

(Fundo: “Erva Venenosa – Rita Lee”. Stella e Isabelle se encaram. É possível ver um sorriso cínico na face da primeira, enquanto a segunda exprime um ódio descomunal.)

Stella (sorrindo) – Você pobre tola, pensando que podia me derrotar. Logo a mim, a rainha do mal.

(Stella sorrir diabolicamente. Isabelle segue encarando-a.)

Isabelle – Maldita! Isso não vai ficar assim.

(Stella aproxima-se de sua cunhada. Após, cospe em sua face.)

Isabelle (gritando) – DESGRAÇADAAA!

(Stella se dirige-se à parte exterior do lugar, onde está Fred. Isabelle segue gritando.)
Stella – Hoje você vai acabar com essa vadia. Você vai fazer assim…

(Música toma conta do local, de modo que não se ouve a conversa dos dois. CÂM afasta-se lentamente.)

CORTA PARA

4ª Cena – Hospital/ Sala de Comando/ Dia.

(Música cessa. Dois policiais estão com Ângela e Drummond vendo as imagens da garagem. Eles olham atentamente para o monitor, até que aparece Isabelle sendo sequestrada. Ângela se desespera ao ver aquela cena.)

Ângela (nervosa) Não! Minha filha na mira dos bandidos. Meu Deus, me ajuda! Não deixe que aconteça nada com ela.

Drummond – Se acalme, Ângela! Vai ficar tudo certo.

Policial 1 – Pode ficar calma, senhora. Ao que tudo indica, trata-se de um sequestro. Então, logo, logo entrarão em contato, para pedir o resgate.

(Ângela olha esperançosa para os policiais. Tela escurece.)

5ª Cena – AP de Cátia/ Interior/ Dia.

(Raquel está alterada.)

Raquel – Eu não entendo. Como você teve coragem de vender uma filha? E tudo por dinheiro…

Cátia – Eu te procurei tanto. Você não sabe como me arrependo de ter lhe entregado àquele casal. Me perdoa!

Raquel – Perdão? Uma mulher que vendeu a filha? Jamais! Eu só te procurei porque eu queria ver quem era a mulher que me colocou no mundo. E olha quem é… A mãe da Stella. Por isso somos tão parecidas. (gritando) VOCÊ É UM MONSTRO! UM MONSTRO!

(Cátia se aproxima de Raquel, que se afasta de sua mãe.)

Cátia – Eu não fiz porque eu queria. Eu tinha meus motivos, eu estava sem dinheiro, era jovem, não sabia o que era certo e o que era errado.

Raquel – Sabia sim. Sabia! Me vendeu e sabia que isso lhe daria dinheiro. Sabe por que? Porque para você só isso importa. Você é uma mulher fria, sem sentimento. Merece estar sozinha.

(Cátia se irrita, corre até Raquel e segura fortemente em seus braços.)

Cátia (gritando) – QUER SABER? QUER SABER MESMO? EU NUNCA TE QUIS. Você desde pequena foi um estorvo pra mim. Seu pai foi o pior homem da minha vida. Eu te odiava, só te suportei até os 3 anos porque eu não sabia o que fazer. Aí apareceu esse casal e te vendi. E venderia novamente.

(Raquel esbofeteia Cátia. CÂM foca em seu rosto, é possível ver sua tristeza.)

Raquel – Eu tenho nojo de você!

(Raquel deixa o ambiente. Cátia fica pensativa.)

6ª Cena – Hospital/ Interior/ Dia.

(Thomaz está na sala do médico, que adentra em seguida.)

Thomaz (apreensivo) – Então, doutor, o que meu pai tem?

Médico – Não se preocupe, ele está bem. Logo, logo irá recuperar sua memória, isso normalmente acontece. Talvez, na hora da queda, ele tenha batido forte a cabeça. Mas não se preocupe, ele vai ficar bem.

Thomaz – Ainda bem, doutor. Não sabe como isso me deixa aliviado. Obrigado, doutor!

(Thomaz se retira.)

CORTA PARA

7ª Cena – RJ / Shopping/ Interior/ Dia.

(Fundo: “Bom – Ludmilla”. Bruno, Gabriel e Glalber caminham pelo shopping. Eles olham atentamente para as vitrines.)

Bruno – Não sei o que eu vim fazer aqui. Eu estou acabado.

Gabriel – Estamos! Mas viemos para o Rio para aproveitar. Se fosse para ficar dormindo, teríamos ficado em Sampa.

Bruno (girando a cabeça) – Epa! Epa! Epa! Eu não fico dormindo em SP, linda. Tenho trabalho, não sou você que só fica nesse tal de “Binsher”.

(Glalber e Bruno começam a sorrir. Gabriel se zanga.)

Gabriel (debochando) – HA HA HA. Cale-se! (T) Verei o “bophe” do “Binsher” agora. Marcamos num restaurante aqui no shopping. Quero vocês numa mesa ao lado.

(Bruno e Glalbrr se olham, batem as mãos e gritam.)

Bruno/Glalber – OLHA ELAAAA!

(Os três riem. Música invade o local.)
7ª Cena – Estrada/ Dia.

(Ao som de um instrumental de suspense, CÂM aérea mostra um carro em meio a uma estrada desarta. CÂM adentra o veículo, lá dentro estão Isabelle – com as mãos amarradas – e Fred, dirigindo.

Isabelle (nervosa) – Pra onde você está me levando?

Fred – Cala a boca! Você vai para o inferno.

Isabelle – PARA ESSE CARRO! AGORAAAA!

Fred – Garota, não adianta relutar mais. Seu fim chega hoje.

(Isabelle tenta de soltar, mas não obtém êxito. CÂM se afasta rapidamente. Música “Ego – Beyoncé” começa a tocar.)

8ª Cena – São Paulo/ Rua/ Dia.

(Stella está dirigindo, quando o seu celular recebe uma ligação. CLOSE na tela do aparelho, aparece o nome “Desconhecido”. Música cessa. Instrumental da cena anterior volta a tocar.)

Stella – Alô!?

(A pessoa do outro lado fica em silêncio.)

Stella – Alô?! Quem está falando?

(CÂM CORTA PARA a pessoa, mostra-se apenas sua boca rente ao seu telefone. Ela diz…)

Pessoa – Oi, vadia. Sabe quem sou eu?! A verdadeira senhora Drummond.

(A pessoa desliga. Ouve-se o barulho “Tu…tu…tu…tu…”. Stella se assusta.)

Foco em Stella. A imagem congela ganhando tons de vermelho sangue.

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