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A Sangue Frio

A Sangue Frio – Cap. 03

A Sangue Frio

Capítulo – 03
Escrito Por Felipe Lima & Bhrunno Acosta

1ª Cena – Grajaú/ Casa de Stella/ Noite.

(Continuação imediata do episódio anterior. Juca permanece com a arma apontada para Stella.)

Stella (desesperada) – Por que você está fazendo isso? A Fernanda não tem nenhum vínculo de sangue com você. Ela nem sabia que você existia.

Juca engatilha a arma e está prestes a atirar. Stella, então, tenta fechar a porta, mas não obtém sucesso. O motorista a empurra e adentra o local.

Nesse instante, Cátia, ao ouvir aquela barulheira, entra na sala e se assusta.

Cátia – Ai, meu Deus!
O que está acontecendo aqui? Quem é você?

Stella – Ele me viu jogar a sem sal da Fernanda escada a baixo. E agora quer se vingar.

(Cátia se aproxima de Juca.)

Cátia – Você quer quanto pelo seu silêncio?

Stella (sem entender nada) – Que isso, mãe? A senhora nem dinheiro tem.

(Cátia ignora Fernanda e aproxima-se de Juca.)

Cátia – Anda, quanto você quer?

(Juca sorrir.)

Juca – Cinquenta mil. Nem mais nem menos.

Cátia – Tudo bem. Espera aqui. Vou pegar.

(Stella continua sem entender nada.)

Stella – A senhora não tem esse dinheiro, mãe!

Cátia – Cala a boca, Stella.

(Cátia sai da sala, entra em seu quarto, pega um pequeno montante de dinheiro e regressa.)

Cátia (Entrega a “sacola” com dinheiro para Juca – Está aqui. Agora desapareça de nossas vidas)

Juca – Será que aqui tem cinquenta mil mesmo?

Cátia – Deve ter até mais. Agora, saia daqui, antes que alguém lhe veja.

Juca – Tudo bem. Foi bom negociar com você. Mas cuidado, pessoas morrem de bala perdida. (Sorrir maldosamente.)

Cátia – Não tenho medo de ameaças!

(Juca sai. Stella fecha a porta. Cátia tenta “sair de fininho”, mas Stella segura em seu braço.)

Stella – EPA! Você só vai sair daqui depois de me dizer de onde a senhora tirou todo esse dinheiro.

(Cátia se solta de Stella. Empurra-a.)

Cátia – Não me enche.

(Cátia entra para seu quarto deixando Stella intrigada.)

CORTA PARA:

2ª Cena – Hospital/ Interior/ Recepção/ Noite.

Estão todos paralisados, esperando o médico falar.

Médico – Bom, o que eu tenho para falar é que a operação foi um sucesso, mas o quadro dela não melhorou, e por algum milagre o bebê não teve nenhuma sequela. Entretanto, resolvemos tirar seu bebê, caso ela não resista. Ele está na incubadora. As próximas horas serão decisivas para ela.

(Marta começa a chorar.)

Marta (aos prantos) – Por que? Por que isso com minha filha? Meu senhor, eu lhe imploro… salva minha filha.

(Marta cai de joelhos e começa a orar ali mesmo.)

Vinícius se agacha e suspende sua sogra.

Vinicius – Calma, Dona Marta. Vai ficar tudo bem.

(Vinícius a coloca num banco que está ao seu lado.

Vinícius – Sente-se aqui.

(Marta, ainda aos prantos, senta-se.)

Médico (p/Drummond e Vinícius) – Deem água a ela. Fica assim não, senhora… Sua filha vai escapar dessa. Ela é forte.

(O médico se retira. A tela escurece.)

3ª Cena – Imagens de São Paulo/ Noite/ Dia

Mostra-se imagens de carros, em câmera rápida. Close na lua. Tela escurece. Close no sol. Amanhece.

4ª Cena – Grajaú/ Casa de Stella/ Cozinha/ Dia.

Stella está na mesa tomando café, quando sua mãe chega.

Cátia (Coloca umas sacolas sobre a mesa) – Você ainda está aqui?

Stella (Revira os olhos) – A senhora queria que eu fosse para onde?

Cátia – A Bruxinha não morreu ainda. Eu estava na casa da Marta, ela acabou de vim do hospital e me falou. (T) Eu quero que você acabe com isso ainda hoje. Desliga os aparelhos, faça o que for possível. Mas mate-a.

Stella – Se você é tão viciada em dinheiro, por que você mesma não faz isso?

(Cátia põe a mão em cima da mesa, enfurecida.)

Cátia – Eu não vou discutir com você. Eu quero que você dê fim nisso ainda hoje. Aquela bruxinha não pode passar do cair do dia.

Stella – Tá, mãe! Como a senhora deseja.

(Stella sai dali, irritada.)

CORTA PARA:

5ª Cena – Morumbi/ Mansão Drummond/ Interior/ Quarto de Juca/ Dia.

Juca está em sua cama, descamisado, em suas mãos encontra-se um pequeno caderno e uma caneta. Ao terminar de escrever, ele dobra o papel, põe num envelope que estava em cima da escrivaninha, veste uma camisa social branca, pega duas malas que estava junto à cama e se dirige para a cozinha.

Juca (dentro da cozinha) – Silvina!?

(Silvina aparece.)

Silvina – O que foi?

Juca – Eu quero que você entregue essa carta para o senhor Vinícius, mas não entregue agora. Só entregue se acontecer algo com a dona Fernanda.

(Silvina estranha.)

Silvina (intrigada) – Mas, homem, pra que isso? Você vai aonde com essas malas?

Juca – Vou ter que ir embora. Mas eu lhe prometo, um dia eu volto. Faz isso que eu estou te pedindo, por favor.

(Silvina concorda com a cabeça. Juca entrega a carta para a empregada e sai dali.)

[Passam-se algumas horas.]

CORTA PARA:

6ª Cena – Rodoviária Tietê/ Bilheteria/ Noite.

(CAM foca nas pernas de uma pessoa. Essa pessoa se dirige à bilheteria. CAM foca no rosto da pessoa. É Juca. Ele compra uma passagem, se encaminha para o ônibus. Quando o rapaz está entrando no ônibus, olha pra trás e grita – “Eu irei Voltar”. A frase ecoa por todos os cantos. O ônibus sai do local. Câmera afasta lentamente, mostrando o ônibus ao longe.)

CORTA PARA:

7ª Cena – Hospital/ Recepção/ Noite.

Vinícius, Drummond e Marta estão dormindo. Stella chega e ver os três dormindo, a moça pergunta à recepcionista onde fica o quarto de Fernanda.

Recepcionista – Você é da família?

Stella – Claro, sua imbecil. Eu sou prima e confidente da paciente Fernanda.

Recepcionista – Tudo bem, senhora. Mas…

(Stella interrompe a mulher.)

Stella – Senhora não. Senhorita.

Recepcionista – Sim, senhorita. Perdão! (T) O quarto fica logo ali, no fim do corredor(Aponta para a sala.) Mas a senhorita não poderá vê-la, a paciente não pode receber visitas. Aliás, só seus pais e seu noivo podem vê-la.

(Stella se irrita.)

Stella – MERDA! (T) Tudo bem. Volto amanhã.

(Stella se dirige para a saída, o telefone toca e a recepcionista atende-o. Ao perceber que a mulher está desatenta, Stella regressa e passa desapercebida, dirigindo-se ao quarto em que Fernanda se encontrara. Stella abre a porta cuidadosamente, Fernanda encontra-se deitada, dormindo.)

Stella (Passa a mão pelo corpo da moça) – Ohh, eu sinto muito, amiga. Mas, às vezes, os aparelhos se desligam só.(Sorrir maleficamente.)

(Stella desliga os aparelhos. Fernanda começa a se sacudir, ela está tendo uma convulsão. Aos poucos, a jovem vai “adormecendo” e falece.)

Stella (Empurra o corpo de Fernanda) – Iiih, morreu! Tchau, otária.

(Stella sai do quarto cautelosamente. Ao ver que a recepção encontra-se vazia, dirige-se à saída. Chegando na rua a vilã desaba em risos.)

Stella (Para si mesmo) – MORTA! ELA ESTÁ MORTA. (Risadas maléficas ecoam pela rua deserta.)

8ª Cena – São Paulo/ Hospital/ Amanhece.

(Marta acorda e vai até o quarto de sua filha. No entanto, a cama está vazia, a mulher se desespera e pergunta para um enfermeiro que passava pelo corredor.)

Marta – Eii! Onde está a menina desse quarto?

Enfermeiro – Eu sinto muito. Mas ela não resistiu.

Marta (Desesperada, grita) – NÃOOOOOO! MINHA FILHA NÃOOOOO. Por que, meu Deus? Justo minha filha.

(Marta cai de joelhos e começa a chorar.)

Marta – Eu devo está tendo um pesadelo. Isso não pode ser verdade.

(Marta começa a se bater.)

Marta – Eu quero minha filha. Me leva, meu Deus. Eu quero ir também, não me deixa aqui sem minha filha. NÃOOOOOOO!

O enfermeiro pega um sedativo e aplica em Marta, que adormece.

CAM CORTA PARA:

9ª Cena – Hospital/ Recepção/ Manhã.

Drummond e Vinícius estão dormindo. O Doutor chega e os acorda.

Vinicius (sonolento) – O que aconteceu, Doutor? Alguma emergência?

Doutor – Eu sinto muito!

(Vinícius se altera.)

Vinícius – Não, não… Não vai me dizer que ela…

(O doutor interrompe-o.)

Doutor – Infelizmente. […] Sua noiva faleceu.

(Vinícius começa a chorar.)

Foco em Vinícius. A imagem congela, ganhando tons de vermelho sangue.

Fim do Capítulo.

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