Sagrado Coração – Capítulo 07
Sagrado Coração
Escrito por: Marcelo Jr Maia e Silva.
Supervisão de texto: Domingos Santiago.
Capítulo 07
CENA 01 – CASA SANDRA / MANHÃ / EXT.
Dia 26 de dezembro de 2016, às 09:31 da manhã. Está um dia calmo e Sandra está na sala tomando o café quando houve um intenso estrondo vindo do jardim da casa.
Lyza – Meus Deus, o que aconteceu?
Sandra levanta-se apressada e observa da varanda o muro em pedaços. Um dos empregados vem a seu encontro e relata que tratava-se de uma explosão.
Sandra – Isso só pode ser obra da peste ruim – diz ainda em choque.
Lyza – Quem vó… – para pra pensar e lembra que a maior rival de sua avó é Branca e comenta – você acha que foi a Branca vó?
Sandra – E porque não seria? – Assustada, Sandra toma uma decisão – quer saber, vou ligar para polícia sim, eu não sou obrigada a abaixar a cabeça, afinal, alguém tem que parar essa bruxa.
Lyza – pensativa diz – concordo. Chega de passar por isso, vamos denunciar essa megera.
Sandra assustada caminha em direção ao telefone fixo da casa, quando outra bomba de maior impacto explode, destruindo a outra metade do muro e atingindo as vidraças da casa de Sandra. Assustadas, as duas deitam no chão imediatamente e gritam.
Sandra – (gritando) Permaneça no chão! É um atentado!
Lyza – (gritando) SOCORRO!!
Horas depois…
Em frente à casa cena de destruição, entulho para todo lado, foco em carros da polícia se aproximando. Sandra do lado de fora desesperada observa o que houve com o jardim de sua casa e a faixada da casa comenta com sua neta.
Sandra – Olha a merda que fizeram com minha casa. Foi aquela víbora da Branca eu tenho certeza, ela me paga… Eu juro.
Lyza, assustada com todos os acontecimentos comenta com a avó.
Lyza – Não fala assim, a justiça será de deus.
Polícias dessem do carro e começa as perguntas a dona da casa.
Delegado Borges – Bom dia, sou o delegado Borges da quarta DP de Sagrado Coração – se depara com o estrago e se assusta com o que vê. – Lamento o que fizeram aqui senhoras… por favor, quem é a proprietária da casa?
Sandra – Do resto da casa você quer dizer senhor… – abaixa a cabeça revotada e começa a chorar. Comenta – Tudo isso por uma maldita herança.
Delegado Borges – Como assim senhora? – fica curioso.
Sandra – Nada demais – responde sem pensar.
Delegado Borges – Há câmaras de segurança senhora?
Sandra – Sim… Sinceramente não sei se estão funcionando.
Lyza em estado de choque responde a pergunta do delegado, deixando bem claro o que sua avó Sandra não respondeu.
Lyza – Eu sou a neta dela e, sinceramente, eu sei o que houve… – pensando nas palavras que ira dizer.
Sandra – Lyza, você não tem o direito de se meter – interrompe irritada com a interferência da neta no assunto.
Lyza – Eu amo você, mas não é justo passarmos por isso – Dá um abraço em sua avó e decide contar ao Delegado Borges o que está acontecendo – Bom… Minha avó esta em uma partilha de herança, por isso suspeitamos que uma das mulheres do falecido tenha provocado isso.
Delegado Borges – Explica melhor isso. – para o delegado a história era um caso novo, porém intrigante. – Vamos abrir um inquérito, há alguma coisa que não bate nessa história.
Sandra – Com um olhar de mistério e pensativa diz – Claro, vamos resolver isso logo.
CENA 2 – CASA MISTERIOSA / FAVELA DA ESPERANÇA / INT. / MANHÃ.
Surge um novo mistério.
Voz misteriosa – Serviço feito.
CENA 3 – TARDE / PRAÇA DA CIDADE DE SAGRADO CORAÇÃO
Carol e Douglas combinaram de se encontrar na praça da cidade, lugar onde há um pequeno bosque, flores bem cultivadas, um belo lugar e romântico. Douglas chegou primeiro que Carol e permaneceu sentado no local combinado à espera dela. Carol vem chegando, Douglas de longe percebe e solta um largo sorriso.
Carol – Oi meu amor, tudo bem? – Se beijam.
Douglas – Sim e você – demonstrado total felicidade comenta – Ontem eu passei o melhor natal da minha vida. Foi uma noite simples, porém perfeita sem futilidades – olhando fixo nos olhos de Carol comenta novamente – uma pena o Alexandre não ter saído conosco, mas em meus pedidos de fé ele logo sairá.
Carol – aperta a não de Douglas e diz – Por isso que eu amo você! A força que você me deu e me dá nesses momentos tristes…
Douglas – Seu irmão é guerreiro e tenho certeza que ele irá lutar o máximo para sair dessa.
Carol abaixa a cabeça e passa um flashback em sua memória.
— Início Flashback —
Anos atrás quando Carol e Alexandre brincavam na garagem de casa e Carol fez um comentário para o irmão.
Carol – Eu amo você meu mano, nunca irei te abandonar. – beija o rosto da criança enquanto toca uma música suave.
— Fim de Flashback —-
Douglas – Cá, o que foi amor? – Questiona assustado por vê-la cabisbaixa.
Carol abraça Douglas. E sussurra em seu ouvindo.
Carol – Me abrace forte, por favor – começa a chorar, pois lembra dos momentos em que passou com o irmão.
Douglas – Tudo ficará bem, tenhamos fé amor – tenta consolar sua amada que continua triste, e se lembra do que ela gosta e a convida – Amor… Vamos numa sorveteria, eu sei que você ama, não estou certo?
Carol – Sim. Vamos, quem sabe eu não melhoro o astral!
Douglas – Antes eu quero dizer… – ficou quieto com um ar de mistério e pensa.
Carol – O que? – assustada com o que Douglas vai dizer, fica sem reação e senta novamente ao lado de Douglas e questiona – Diz logo, por favor?!
Douglas – Se assustou, porque eu amo ver você com cara de susto – novamente se cala e diz – Eu amo você.
Carol – feliz, com um lindo sorriso, ficando envergonhada, olha fixo nos olhos de Douglas e diz – Eu amo suas demonstrações de carinho. – Da um selinho em nele – Eu te amo Douglas.
Douglas – Aproveito e já te convido para jantar comigo. Aceita minha dama? – entusiasmado.
Carol – Claro que eu aceito meu amor – responde não negando a felicidade. – Posso escolher aonde vamos?
Douglas – Óbvio, por você eu bebo o mar de canudinho. – Sorri e abraça Carol, que naquele momento também da um leve sorrido envergonhado com a brincadeira de Douglas.
CENA 4 – RESTAURANTE VITTARELY / CENTRO DE SAGRADO CORAÇÃO./ INT. / CHUVA.
Douglas e Carol entram no restaurante no restaurante conversando e são abordados por um garçom que os oferece uma mesa para casais românticos. Douglas aceita sem titubear.
Douglas – Essa mesa me fará o homem mais feliz desse mundo? – questionando o garçon que naquele momento não pensou e já logo o replicou.
Garçom – Se a gentil moça lhe ama assim como você a ela, certamente será uma noite especial.
Com um super sorriso, Douglas agradece o garçom e os dois seguem para mesa que fica em uma dala reservada, um belíssimo ambiente, quando Carol envergonhada diz.
Carol – Queria entender o porque você me faz tão feliz.
Douglas – Você quem me faz feliz – pensando – posso te fazer uma pergunta? – com receio da resposta de Carol.
Carol – Sim… O que?
Douglas – Apenas curiosidade, na realidade são duas. A primeira, quero saber como foi a reação da sua família quanto eu ter passado o natal com vocês e seu irmão no hospital sem antes formalizar nosso relacionamento?
Carol – Vou ser sincera Ok… – Observando-o e o encara – Meu pai achou bem precipitado, como sempre. Mas ele é assim, sempre foi assim mesmo. O Roberto nem liga pra estas coisas e até ficou feliz porque eu “desencalhei” – faz gesto de aspas com a mão e sorri – O Alê achou o máximo e ficou tão feliz quanto a minha mãe. – ela põe sua mão sobre a dele – Eles te adoraram! – E continua após um sorriso sincero de Douglas – E o que o senhor achou desta minha família?
Douglas – Amei! Seu irmão, o Alexandre, é o máximo. Mesmo doente, ele me fez sorrir a todo instante. Já meu sogro, dobro aquela fera… Com todo respeito. – sorri e segura a mão de Carol- Você é uma cópia da sua mãe. Gentil, educada, maravilhosa… Amei a noite com vocês. Sabe, há muito tempo não tinha um natal tão especial, onde as pessoas são honestas com seus sentimentos.
Carol – Viu como você é um fofo. -sorri – Te amo!
Douglas – Certeza, eu amo muito mais.
Carol – E a segunda coisa é…
Douglas – Sim… – pensando, coça a cabeça, após leva a mão ao queixo e pergunta – Porque você ainda trabalha na loja da minha mãe?
Carol – Você sabe… – mexe no cabelo. – Eu não sou rica, tão pouco minha família é. Faço o possível para pagar minha faculdade e ajudar meus pais no que for possível. E ainda mais tem a situação do Alê…
Douglas – Mas você sabe que pode contar comigo para tudo, inclusive se precisar de dinheiro…
Carol – De forma alguma Douglas. Sou muito orgulhosa para isso. Estou saudável, tenho condições de lutar pelas coisas que eu quero e jamais aceitaria sua ajuda neste sentido.
Douglas – Mas Carol! É chato ver minha namorada trabalhando na loja da minha mãe. Não pega bem!
Carol – É o seguinte Douglas, você quem me chamou pra almoçar naquele dia que nos conhecemos e sabia que eu era uma mera empregada da sua mãe. Não posso me deixar ser sustentada por ninguém! Não sou dessas alpinistas sociais que ficam atrás de um homem rico, procurando status, alguém que lhe sustente.
Douglas – Calma Carol! Eu não estou dizendo que você é deste tipo, mas que não quero ver minha namorada trabalhando, sendo uma empregada…
Carol – Douglas, você faz eu me sentir muito mal. Como se ser uma empregada fosse algo de baixo valor, alguém inferior a quem está dando ordens. Não sou capaz de manter um padrão de vida dessas it girls como a sua irmã, mas não posso aceitar que você me venha me pedir este tipo de coisa.
Douglas – Ah, Carol eu não gosto e talvez não me acostume a ver minha namorada como uma subordinada da minha mãe…
Carol respira fundo e se levanta.
Carol – Desculpa Douglas se você não está preparado para namorar uma não patricinha.
Carol pega a bolsa e fita o último olhar no namorado que fica sentado à mesa, imóvel. Se dirige à saída.
CENA 5 – CASA DO GABRIEL / FAVELA DA ESPERANÇA / NOITE.
Dona Zélia sentada enquanto a panela de pressão vira fazendo um barulho alto, e panelas no fogão, quando bate na porta Anne e Dona Zélia diz.
Zélia – Quem é? – Assustada.
Anne – Sou eu Zélia, Anne.
Zélia – O que houve minha filha? – Abre a porta e se depara com Anne que estava chorando e logo demonstra preocupação.
Anne – Onde está o Gabriel Dona Zélia?
Zélia – Está no quarto dele minha filha! – Anne chorando vai até o quarto de Gabriel.
Anne sai em direção ao quarto e gira a maçaneta da porta. Chama pelo namorado e percebe que ele está no banho. Anne começa a mexer nas coisas de Gabriel, quando encontra um caderno que nele estava escrito o seguinte texto:
“Espero que um dia ela me perdoe! Eu amo a Anne, porém para amizade. Não é o que quero para minha vida. Eu acredito no amor e ele está no ar. No pior momento de minha vida, a tristeza se mesclou com a felicidade. Hoje pude reencontrá-lo e agradecer pela força que me deu. Obrigado senhor, hoje sinto o que é o amor da minha parte.”
Chateada com o que acabou de ler, Anne senta na cama e chora no aguardo de Gabriel sair do banho.
Gabriel saindo do banho enrolado em uma toalha azul vê Anne chorando e o caderno no qual escreveu aberto em cima da cama e lhe diz – O que houve Anne?
Anne – em um momento de desespero levanta e o ataca batendo em seu peito e gritando – porque você fez isso comigo? – indignada senta no chão e chora.
Gabriel – Calma! Eu posso te explicar – responde assustado.
Anne – Ridículo! Se você não quer ter nada comigo, seja macho e diz na minha cara. Quando você ia dizer sobre este romancezinho com um… Um cara! – joga o papel no chão. – Você tem vinte e cinco anos e age igual um moleque.
Gabriel – Anne, o que você leu é o que queria te dizer há certo tempo… É um jeito péssimo de você descobrir e tenho tentado encontrar uma maneira pra dizer a você que a gente não tem mais…
Anne – Chega! Pra mim, chega Gabriel. Não consigo ouvir mais nenhuma palavra.
Anne levanta chorando e sai do quarto soluçando e passa correndo pela sala da casa, vê Zélia e não a cumprimenta. Sai da casa.
CENA 6 – NOITE / HOSPITAL/ QUARTO.
Horário de visita Carol decide visitar seu irmão, pois a mesma estava triste devido o acontecido no restaurante e bate na porta.
Alexandre – Cá… Que felicidade te ver – feliz com a visita da irmã Alexandre solta um longo sorriso.
Carol – Eu gosto de te ver assim… Feliz e com esse lindo e perfeito sorriso.
Alexandre se emociona com a declaração da irmã e diz – Você é o máximo, mas sinto a tristeza em seu olhar mana, o que houve?
Carol – Tive um dia pesado… Só isso. – Dá um beijo no rosto do irmão, deixa a bolsa no sofá e senta ao lado dele na cama.
Alexandre – Você está mentindo, eu te conheço.
Carol – Você realmente me conhece. – sorrindo.
Ale – Muito mais que você imagina – Pega na mão da irmã. Sorri, passa-se minutos e os dois continuam conversando. E demonstrado carinho um pelo outro.
Entra uma enfermeira e diz – Licença… Horário de visita da Senhora já acabou.
Carol – Jura? – Demostra tristeza e se despede do seu irmão inconformada com a passagem do tempo e diz – mano… Eu amo você, fique bem!
CENA 7 – CORREDORES DA UNIVERSIDADE SAGRADO CORAÇÃO / INT. / MANHÃ.
Um grupo de pessoas acumulados no corredor rindo e fazendo diversas brincadeiras, conversas paralelas de diversos temas, Ivo se aproxima do grupo em passos lentos, pois o mesmo está pensativo, quando Rússia contra ataca dizendo.
Rússia – Seu gay – debochando.
Ivo – Você tem noção do que você esta dizendo sua pirralha mimada – altera a voz e demonstra irritabilidade.
Rússia – Você me respeita seu enrustido – solta um riso de deboche.
Ivo – Realmente você é uma criança… Debocha da homossexualidade do rapaz que hoje se encontra internado com uma doença… Realmente você é insuportável, ou melhor você é baixa, uma menina mimada e mau amada para não dizer outra coisa. Se eu fosse você teria mais respeito. Você não tem mais o que fazer além de ser fútil e cruel. Vejo você imagino um tronco oco, um vazio…
Rússia respira fundo após ouvir as palavras de Ivo e engole um choro. Se esquiva dele e sai em direção à sala evitando demonstrar seu estado de espírito.
CENA 8 – CASA DE BRANCA / INT. / TARDE / QUARTO.
Branca de costas com o celular, um vestido preto curto com um novo tom de cabelo, ordena algo.
Branca – Eu mando, você faz… OK? Espero que você entenda, pelo bem, ou por mal! – ri.
CENA 9 – HOSPITAL / MANHÃ/ QUARTO / INT.
Entra o médico com umas fichas trazendo novidades e diz.
Médico – Bom dia senhor Alexandre, tudo bem? Trago boas notícias! – sorri para o paciente.