SAGRADO CORAÇÃO CAP. 02

SAGRADO CORAÇÃO

 

Escrito Por:

Marcelo Junior Maia e Silva

 

 

CAPÍTULO 2

Do outro lado da cidade na favela da Esperança.

Luzia – (gritando) Gabriel…?

Gabriel – Quê?

Luzia –  Onde você estava menino?

Gabriel – Estava com a Tamara na rua, não posso mãe?

Luzia – Filho, me acompanha no hospital, estou passando mal, preciso de sua ajudar.

Gabriel – (Preocupado) Vamos mãe, pelo amor de deus, vamos correndo, o que você tem?

Luzia – (Desmaia)

Gabriel – (desesperado e gritando) SOCORRO!

No Hospital

 

Gabriel – (entra correndo) Enfermeira, socorro, minha mãe esta desmaiada, pelo amor de deus, me ajuda, eu só tenho ela na vida.

Enfermeira –  (corre para ajuda-lo)

Gabriel – (chorando no chão)  Socorro. (sem forças)

Uma horas depois, já acordada Luzia na cama.

Luzia –(sussurrando) Filho…

Gabriel – (sonolento) Oi mãe

Luzia – Pega um copo d’agua para mãe.

Gabriel – Sim senhora. (levanta e sai)

Luzia deitada, no silêncio do quarto, repara uma senhora passando, bem vestida e arrumada, indo em direção ao paciente ao lado, pois não se importou, pensando ser uma visita, até que ela escuta: Não faz isso. (e as máquinas começam a apitar levando o paciente a óbito).

Luzia – (Gritando) socorro, enfermeira, socorro.

De repente passar a suporta pessoa misteriosa.

Luzia – (assustada) VOCÊ?

Pessoa Misteriosa – RI MUITO ALTO.

Luzia – (Fica em choque chorando, e a pessoa misteriosa saí de cena, quando Gabriel entra) Filho, meu deus, eu vi uma assassina.

Gabriel – (assustado) Mãe o que houve? Quem matou ele?

O quarto se enche de enfermeiros e médicos.

CENA V

Na loja, em Cena Soraya chega rápido, com cara de assustada, Carol, Deyse e Lolita que no telefone fala com Soraya

Lolita – Patroa, tem um rapaz no telefone querendo falar com você.

Soraya – Pergunte quem é energúmeno.

Lolita – Sim Senhora, e seu filho, Douglas. (desliga)

Carol – Nossa a Soraya tem mais que um filho, pensei que ela só tivesse a Rússia, que por sinal é um nome muito feio, pena que é igual a peste da mãe (rindo)

Deyse – Meninas (rindo), não fala isso, se ela ouvir a coisa fica preta.

Carol – Ela me assusta ainda, você acredita, ela é estranha suspeita.

Deyse – Tenho total certeza que esta coisa estranha tem rabo prezo por aí, solteira sozinha e já enterrou três maridos, muito estranho.

Carol – Eu vou ficar quieta antes que sobre até para mim. (irônica)

Lolita – Meninas, não quero ser uma cobra, mais acho que isso é de família que a Branca também já enterrou vários maridos por ai. (rindo)

Na faculdade Ale passando por Pré-conceito na sala.

“Preconceito é um juízo pré-concebido, que se manifesta numa atitude discriminatória, perante pessoas, crenças, sentimentos e tendências de comportamento.É uma ideia formada antecipadamente e que não tem fundamento sério.”

Aluno I – Professor, deveria ser proibido um aluno gay na sala, isso mancha a honra da sala.

Professor – Pelo amor de Deus, aonde você aprendeu a se manifestar desta forma, isso é ridículo.

Aluna I – Professor, pelo amor de deus digo eu. (rindo)

Professor – Desculpa mais vocês estão falando de quem, até porque não há nenhuma dreegqueen nesta fala para ter preconceitos, e mesmo se tivesse, qual seria o problema, assim como vocês ele paga essa faculdade trabalha, tem vida social e família, quem somos para julgar?

Ale – (triste, levanta-se e diz) Queridos se vocês estão falando de mim, por favor, diga na minha cara, não me faça passar por isso na frente de cem pessoas.

Ivo – (irritado) Isso que vocês estão fazendo é errado gente, ele é um ser humano, se ele é ou não é problema dele, ele é homem tem respeito e é melhor que muitos por aí, respeito pessoal.

Aluna II – Amor, se a carapuça serviu, sinta-se a vontade de usá-la e da melhor forma.

Ale – Isso é ridículo, eu odeio que aponte o dedo sem se quer ver o próprio rabo, hipocresia é um grande pecado. (levata e sai correndo da sala, se sentindo ofendido)

Ivo – Opa, calma rapaz, não fuja desses mal caráter, continua na sala de aula, continua a ser quem você é, isso é nojento.

Ale – Isso é de ficar indignado, já falei com o coordenador do curso e com o Heitor, eu não agüento mais isso que vem acontecendo comigo, e péssimo você sair de casa cedo e passar por isso, estou muito chateado.

Ivo – Não se mostre fraco, seja forte, seja mais homem que todos os homens do mundo.

Ale – Impossível, como ser assim, no século vinte e um e as pessoas com cabeça de primários.

Ivo – Não se desespera.

Ale – Eu vou vencer tudo isso, a cada um que se manifesta contra mim, eu juro cara, não sei como, mais vou conseguir.

Ivo – Assim que se fala rapaz.

Ale – Obrigado pelo apoio Ivo, você é uma boa pessoa.

Ivo – Boa pessoa é você, fique em paz e conte comigo, vamos acabar com o pré-conceito, se não no mundo, mais pelo menos dentro da nossa sala de aula, já é o primeiro passo.

Ale – Fico feliz que tem alguém do meu lado.

Rússia – (entra) Pena que pessoas como vocês estudam aqui só estraga a turma, um gay e um lixo que apoio a gay.

Ale – Cala a boca sua baixa, seu lixo.

Ivo – Calma, Alexandre.

Rússia – Segura seu macho ele esta bravo. (rindo, e sai)

Ivo – Sai daqui patricinha nojenta.

 

No Hospital, Gabriel e Luzia no Quarto.

Gabriel – Mãe, vou em casa buscar algumas roupas para a senhora.

Luzia – Ta meu filho, me dê um beijo.

Gabriel –  (dá um beijo em sua mãe e diz) Eu amo você!

Luzia – Eu amo você (chorando)

Gabriel sai de cena, minutos depois, entra uma enfermeira com o médico.

Médico – Boas noticias dona Luzia, a senhora está de alta, olha que boa noticia, você pode passar o numero de um familiar para ligarmos.

Luzia – Nossa doutor (feliz) fico muito feliz, mais estou sem o contato, meu filho foi em casa e esqueceu o celular comigo.

Médico – Que quê ligamos para ele?

Luzia – Se possível.

Na loja.

Carol – Meninas, eu vou almoçar, estou azulada de fome.

Lolita – Carol, saí correndo antes que a digníssima patroa linda e bela, cheia de jóias chega (rindo)

Carol – Eu vou mesmo, antes vou atender aquele cliente entrando… (vai em direção ao cliente)… Posso ajudar.

Douglas – Claro que sim.

Carol – Pois não senhor.

Douglas – (olhando para Carol, admira e diz) Moça como você se chama? … você é linda!

Carol – Desculpa, mais não estou entendo, o que eu posso ajudar é referente a loja.

Douglas – Mil perdão, desculpa mesmo (envergonhado)

Carol – O que o senhor gostaria?

Douglas – A Soraya está?

Carol – Não senhor, ela saiu dizendo que iria almoçar com um dos filhos.

Douglas – (surpreende Carol) – Prazer eu sou um dos filhos que acaba de levar um chá de espera da minha mãe que sumiu.

Carol – (derretida de amores) Nossa, desculpa senhor.

Douglas – Primeiro, senhor não, por favor, me chamo Douglas, e você linda moça?

Carol – Prazer, me chamo Caroline, mais todos me chama de Carol.

Um da o beijo no rosto do outro.

Douglas – Carol, você sabe me dizer onde minha mãe foi?

Carol – Não senhor.

Douglas – Senhor de novo moça linda.

Carol – Me desculpe Douglas, eu não sei onde a dona Soraya foi, mais pode perguntar para a Lolita, a loirinha do caixa, provavelmente ela saberá.

Douglas – Muito Obrigado, irei até lá.

Carol – Fique a vontade a loja a seu.

Douglas – Obrigado… Já vou até lá.

Carol – (rindo) Claro, bom agora eu vou almoçar.

Douglas – Já que levei um chá de cadeira da minha mãe, você não aceita almoçar comigo?

Carol – Como assim?

Douglas – Podemos sair para almoçar, o que acha? Não quero dar viajem perdida.

Carol – Não sei.

Douglas – Porque? Sua mãe ensinou você a aceitar nada de ninguém não foi?

Carol – (Rindo) Também, mais não nos conhecemos direito para sairmos.

Douglas – Só quero a sua bela companhia para um almoço, tenho certeza que a tarde ficará perfeita.

Carol – Você é demais. (rindo)

Douglas – Vamos?

Carol – Vamos, só aguarde eu pegar minha bolsa. (vai buscar a bolsa)

Douglas – (Sussurrando) Meu deus, que mulher linda é essa.

Casa de IVO e EVA – Cozinha

 

Ivo – OI meu amor, você está ai?

Eva – Oi amor, estou sim na cozinha com a Marta.

Marta – Oi Ivo, tudo bem?

Eva – O que foi meu amor? (da um selinho em Ivo)

Ivo – Hoje fiquei muito triste com uma atitude na faculdade, alunos, colegas de classe manifestando pré-conceito, achei ridículo, isso não se faz.

Marta – Eu odeio essa palavra, não gostaria de ver ninguém que eu gosto passar por isso.

Eva – Mas hoje em dia é impossível Marta, em todo lugar há isso.

Marta – Infelizmente.

Ivo – Pois é o Ale não merecia isso.

Marta – (Deixa as bandejas caírem no chão e se desespera) O meu Alexandre Ivo?

Ivo e Eva com cara de suspense.