Quarto Capítulo – Vovó Macumba
Capítulo QUATRO
Web de: Igor Cesar Nascimento
(…) “-Olha pra câmera, Val!” – pede Francisco, seu pai, enquanto filmava-a com a sua câmera nova.
Valquíria, ou melhor, Valerie, desfilava no centro da sala enrolada num cachecol de plumas e segurando na mão um microfone. Naquela ceia de natal, após o jantar e os presentes, ela era a atração principal, o centro das atenções de todos os familiares:
- “-Essa será a estrela da família!” – comenta Francisco, enxugando as lagrimas que quase caíram de seu rosto antes que alguém visse. (…)
- [Esse vídeo é uma gravação pessoal da Familiar]
-Era isso o que eu mais temia que acontecesse … – Castidade ainda chorava, vendo a filha desacordada e machucada naquela cama de hospital.
Francisco rapidamente dá um golpe nas pernas de Miguel, fazendo-o cair ao chão com tudo, sobre gramado do jardim. Miguel lhe olhava assustado:
-Ma-Mas … O-Oque .. P-Porque você está fazendo isso? – O efeito do álcool no corpo de Miguel começava a passar conforme a adrenalina em seu corpo aumentava.
-Como ainda tem coragem de me perguntar isso?! – Francisco fica incontrolável, e arqueia a arma em suas mãos, mirando diretamente sobre a cabeça de Miguel – Eu vou acabar com a sua raça, seu drogado! Você irá pagar por tudo o que fez com a minha filha, canalha! – Miguel arregala os olhos ao ver o cano de sua espingarda mirada em sua direção.
-Ele não deve estar muito longe! – Barbara não perde as esperanças. Ela e seu irmão, Kauan, corriam pelas ruas da cidade na moto dele, na tentativa de encontrar Will em qualquer lugar que fosse.
-Maninha, a gente andou praticamente pelo centro inteiro. Não é melhor esperarmos o dia amanhecer? – Kauan gritava para que ela ouvisse do lado do passageiro no transporte – Quem sabe até lá, o ataque de pelanca que deu nele passa?
-Eu não vou descansar até ter a minha filha de volta sã e salva, entendeu? Continua!
–Tá bom, Tá bom, maninha … o seu pedido é uma ordem! – e acelera a moto, tentando empiná-la no ar, mas sem sucesso. Os dois caem no chão.
–Kauan, seu idiota! – repreende-o Barbara, se levantando do chão.
–Foi mau, foi mau maninha … só queria que essa busca fosse que nem naquelas cenas de novela, sabe? – se desculpa, levantando a moto do chão. Barbara revira os olhos.
-Olha aqui, ex sogrinh-… – Miguel ia tentar explicar tudo, mas Francisco o interrompeu:
-Não adianta explicar nada agora, imbecil! Por acaso não percebeu o estado como você deixou a minha filha lá no hospital? Ela está desacordada!
-Como assim “ex-sogrinho”? – Floriano fica curioso – Vocês terminaram?
-No que o senhor está falando? Aconteceu alguma coisa com a Val? – Miguel fica preocupado, tentou se levantar mas Francisco o derruba-o outra vez – Eu preciso ver ela! Preciso ver como ela está!
-Tarde demais! – Francisco aciona o gatilho – Quais serão as suas últimas palavras?
-Pai, não precisa fazer isso … – Floriano tenta convencê-lo, mas percebeu as chamas de ódio que brilhavam nos olhos do pai. Nem nos momentos das suas broncas e discussões familiares viu o pai daquele jeito. Agora compreendia até que ponto um pai é capaz de ir por um filho.
-Eu preciso ver ela, seu Chico! É sério, eu preciso saber como a Val está! – implorava ao sogro. Claro que Miguel não iria apagar em apenas uma noite tudo o que sentia por ela. No fundo do fundo, sentia uma pontada de arrependimento por ter terminado tudo.
-Está bem. – faz uma pausa, olhando fixamente em seus olhos, que estavam esbugalhados de medo deitado no chão – Últimas palavras recebidas. – Francisco estava tão decidido que nem escutou os gritos do filho mais velho pedindo: “Não! Não faça isso, pai!”.
Foi surpreendido pelo filho pulando por cima dele, tentando impedir.
Praticamente pelo quarteirão inteiro ecoou o barulho ocorrido pelo disparo da espingarda.
-1° Intervalo Comercial-
-Maninha, é melhor a gente parar um pouco. – comenta Kauan, terminando de reabastecer a moto no posto de gasolina. Barbara estava sentada no chão, de cabeça baixa. – Ele não está em lugar nenhum!
-Eu já falei que não vou desistir até encontrá-lo. – Barbara levanta o rosto, na qual nele estava a junção de sono e tristeza. – Você me conhece deis de sempre. Sabe o quanto lutei para ter o meu tão sonhado filho. Não vou desistir tão fácil assim, me entendeu?
-Claro que te entendo, maninha. – e se senta ao lado dela, fazendo carinho nos seus cabelos – Vamos pensar numa solução. – ele fica calado por alguns instantes – Olha, Ba, daqui a poucos minutos o dia vai amanhecer. Perdemos muito tempo.
-Oque está querendo dizer?
-Que não vamos conseguir encontrá-lo assim, sozinhos.
-E o que você propõe que façamos?
-Vamos pedir a ajuda da polícia, o que acha?
Enfermeiros terminavam de colocar o corpo de Miguel em uma maca na ambulância de pronto atendimento, ao concluir o trabalho, o veículo sai em disparada para tentar socorrer o ferido.
As sirenes da ambulância se misturavam com as sirenes da viatura de polícia, ambos corriam em alta velocidade pelo quarteirão. Alguém havia feito uma denúncia, procuravam os principais suspeitos dessa tentativa de homicídio.
Francisco e Floriano se escondem nos arbustos, assim que um dos carros de polícia se aproximou deles:
-Precisamos dar um jeito de fugir daqui! – Francisco sussurra ao filho. Após uma distância, retornam a correr.
-O que aconteceu? – pergunta Branca, assim que chegou ao hospital, indo para o lado da amiga. -Meu deus! É a pequena Val! – se assusta, ao ver Valerie totalmente ferida deitada sobre a cama daquela ala da UTI.
-Ela foi estrupada e agredida. – explica Castidade, não chorando mais, já que as lágrimas se cessaram. – Obrigada por ter vindo, amiga. Não aguentava mais ficar neste lugar sozinha.
-Claro que eu viria de qualquer forma! Nunca te deixaria aqui. – Branca abraça ela. – Fiquei muito preocupado por você ter me ligado a essas horas da madrugada falando que estava num hospital.
-Você veio sozinha?
-Peguei o carro escondido do Zé. Tentei acordá-lo, mas ele devia estar em seu sétimo sono. Não acordava de jeito nenhum.
Nessas horas, começa um tumulto no salão do hospital. Outros enfermeiros entraram correndo com uma maca, trazendo mais um ferido:
“Saiam da frente, por favor!” gritavam, para as pessoas que estavam com algum paciente abrissem espaço no corredor.
Castidade e Branca fazem o mesmo. Eles passam na frente delas. Ficam surpresas ao ver o corpo:
-Meu deus! É o Miguel ali! – berra Branca surpresa, Castidade logo fica com uma feição séria, adivinhando o motivo de seu marido ter saído.
-Com licença, queremos falar com o delegado. – pede Kauan para um dos guardas, assim que entraram no posto policial.
O guarda os direciona até a sala dele, que o mesmo se encontrava mexendo em algumas papeladas espalhadas por sua mesa:
-Boa noite – Kauan tenta chamar a atenção dele, que nem percebeu a presença de outras pessoas no local.
-Bom dia eu acho que é o mais apropriado, já que é cinco e meia da manhã. – corrige o delegado, jogando os papeis de suas mãos, lançando um olhar sério para o casal de irmãos a sua frente:
-Queríamos fazer um boletim de ocorrência – começa Barbara, dando um passo a frente – O meu marido, Will, ele é bipolar. E … – decide ir logo ao ponto ao perceber a feição de desinteresse em sua cara – Ele sequestrou a nossa filha.
-Quanto tempo já faz?
-Em torno de duas duas horas e meia.
-Minha senhora, só podemos entrar em ação quando o prazo é plenamente maior. E além disso, ele é o pai. Vai saber apenas saiu para um passeio?
-Na situação que ele deixou a gente, é mais provável que ele tenha ido dar um passeio pelo inferno. – Kauan comenta, recebendo os olhares de reprovação deles – Tá bom. Calei. – e se encolhe.
-Vocês não poderiam nos ajudar?
-No momento não. Todas as nossas viaturas foram para caça de uma denúncia de tentativa de homicídio num dos bairros próximo do centro da cidade. Terá que esperar.
Kauan e Barbara se olham desesperançosos:
-Não quer se sentar? – brinca o delegado, empurrando uma cadeira.
-Corre, moleque! – Francisco apressava Floriano, que já estava exausto de tanto correr.
-Estou correndo o mais rápido que posso pai!
Já haviam tomado grande distância da casa, se aproximavam de uma das avenidas principais do estado que cruzava a pequena cidade de Santa Maria:
-Acho que despistamos eles – comenta Floriano, olhando para trás e não avistando nada.
-Vamos pegar essa trilha aqui! ela nos levará diretamente até a avenida – aponta Francisco para uma estrada de terra no meio da vegetação.
Os dois entram nela, continuando a correr. Chegavam ao seu final, sorrindo alegremente ao pisar no asfalto.
Sorriso esse que não durou muito tempo, ao encontrarem uma barreira de polícia no final:
-Pretendiam ir para algum lugar? – pergunta um dos policiais, apontando uma arma para eles.
-CONTINUA-
Olha, confesso que essa web está pura adrenalina!! Estou adorando todas essas coisas que estão acontecendo.
Finalmente Barbara e Kauan foram até a polícia, mas pelo visto não adiantou muita coisa com esse delegado fazendo pouco caso da situação.
Estou perplexo!! Não acredito que Francisco teve mesmo a coragem de atirar no rapaz, pensei que ele acabaria desistindo nos 45 do segundo tempo, porém, não foi o que aconteceu.
Castidade não é nada boba, já sabe quem foi que fez essa brutalidade com o pobre do Miguel.
O que virá nos próximos capítulos?? É o que verei!!!
Ehh, até eu em alguns momentos vou no embalou desta adrenalina.
Espero que esse clima dure até o final, porque normalmente minhas histórias são cômicas,
tentando mudar um pouquinho. Continuem comentando, valeu!!
Como vocês acabaram de ler, a nossa web está pura adrenalina!
O quinto capítulo já está publicado, corre lá!
Só não esqueça-se de comentar e VOTAR que também é super-importante!
Valeu!