Penúltimo Capítulo Sublime
CAPITULO: 13
Já se completavam uma semana desde a prisão de Luna.
Para a família Dalcin já não haviam mais motivos para tristeza alguma. Danilo estava a cada dia mais apaixonado por Ellen, e em mais uma manhã, ao acordar comtempla as belas feições da moça enquanto dorme. Começa a acariciar seu belo rosto fazendo com que a mesma acorde gradativamente.
Ellen com voz de sono — Hum já é de manhã!
Danilo cochicha — Já, queria te dar um presente.
Ellen — O melhor presente já tenho, acordando todos os dias ao seu lado.
Danilo — Mas tenho mais um. (Pega um bilhete).
Ellen — O que é isso?
Danilo — Passagens para um cruzeiro!
Ao notar o modo negativo que Ellen reage com aquilo, Danilo logo completa.
Danilo — Você sabe que sempre foi seu sonho, e se da primeira vez não deu certo tudo bem, não significa que vá acontecer de novo!
Ellen — Está bem, você venceu, vamos para esse cruzeiro.
Danilo a beija — Sabia que concordaria.
Ellen — Quando vamos?
Danilo — Partimos esse final de semana!
Ellen — Mas é amanhã, não temos tempo de arrumar tudo!
Danilo — Então vamos começar agora mesmo! Sem pressa.
Ellen — Vou até a casa de Alice, ontem ela me ligou disse que queria conversar comigo, então como viajamos amanhã é melhor ir lá agora!
Danilo — Tudo bem eu te levo.
Ellen — Não precisa, vai arrumando tudo por aqui, volto logo!
Ellen tinha medo daquela viagem, por mais que soubesse que será muito difícil outro acidente como aquele acontecer, tinha receito, talvez Alice poderia dar um conforto como sempre o fez. Não demora muito para que Ellen finalmente chegue a casa de sua grande amiga. Aquela pequena casa a beira mar onde tantas veze lhe deu conforto e abrigo, ali se sentia segura.
Ellen bate na porta — Alice? Está em casa?
Alice — Ellen! Estava esperando, entre!
Ellen — Vim conversa um pouco com você hoje, Danilo me avisou que vamos fazer um cruzeiro amanhã, então queria te ver antes de partir!
Alice — É eu sei, digo, imaginei que iriam, você havia comentado que teriam uma segunda lua-de-mel em breve.
Ellen — Sim, mas você está bem Alice? Parece nervosa.
Alice — Você sabe como eu sou não é Ellen, me conhece muito bem, por isso tenho que te dizer que sinto que ainda tem algo por vir!
Ellen — Como assim Alice, o que quer dizer com isso!
Alice suspira — Eu sinto que você vai ter que passar por algo que poucas pessoas passaram, precisa ser forte, tenha certeza de que depois da tempestade que se aproxima, haverá um tempo calmo onde todos vocês poderão descansar!
Ellen — Está me assustando, sabe de alguma coisa? Tem a ver com Clara?
Alice — Deixe para lá, sabe como sou, também sabe que as vezes falo coisas sem sentido! Na verdade queria lhe dar um presente!
Ellen — Não precisa Alice, tudo o que você fez e faz por mim já é o suficiente!
Alice — Mesmo assim, quero entregar isso!
Diz Alice entregando uma corrente com um medalhão todo sourado.
Alice — É importante que use ele durante o cruzeiro, tudo bem?
Ellen — Logico! Alice, adorei, é lindo! Muito obrigada, nem sei o que dizer!
Alice — Apenas use, já será o suficiente!
Após mais um tempo de uma boa conversa, Ellen adverte Alice de que já está na hora de voltar, pois precisa ajudar Danilo com tudo para a viagem.
As amigas se despedem, porém algo dizia a Ellen que poderia ser a última vez que veria Alice.
O dia avança, e Ellen sente um aperto em seu coração que crescia cada vez mais, porém não podia dizer o que era, afinal tudo estava bem, o que poderia acontecer de errado, Clara provavelmente não voltaria, já que era fugitiva, bem, era o que Ellen queria acreditar.
Naquela noite enquanto todos dormiam despreocupados, o sono de Ellen era povoado por terríveis pesadelos; e nesse via Lorelai, mesmo sem conseguir ver seu rosto como em todos os outros sonhos, sabia que era ela. Estava chorando e lhe dizia para seguir em frente, e não temer, aceitar as vontades de Deus mesmo que fossem contra as dela.
Assustada com aqueles terríveis pesadelos, Ellen acorda gritando.
Danilo assustado — Calma! Meu amor, o que aconteceu
Ellen — Foi só um sonho, pode voltar a dormir.
Danilo sonolento — Tem certeza?
Ellen — Sim, está tudo bem.
Ellen demora muito para dormir novamente, porém para ela no momento em que consegue fechar os olhos, já amanhece outro dia, estava na hora de se prepararem para o embarque.
Os dois levantam-se, preparam as poucas coisas que tinham pendentes, e seguem com toda a família para o cais a fim de se despedirem.
Chegando finalmente ao local saem do carro; Ellen continua com um mal pressentimento, ao contrário de Danilo que parecia extremamente feliz com a viagem.
Ellen — Até mais mãe, volto em breve. Catarina, Carlos, espero ver vocês logo. Até mais.
Catarina sorri — Animo Ellen! Parece que vai pra um velório! Tudo vai ocorrer bem!
Carlos sorri — Até mais Danilo! Boa segunda lua-de-mel!
Enquanto Danilo também se despede de todos, Ellen vê um pessoa embarcando no navio. Estava toda de preto, um véu em seu rosto. Ellen não conseguiu ver, de qualquer forma aquela figura estranha lhe pareceu familiar, porém aquele momento não deu muita importância.
Danilo — Então vamos meu amor? O navio já vai partir.
Ellen — Vamos. Um abraço a todos.
Então, finalmente embarcam naquele que prometia ser o cruzeiro que Ellen sempre teve o sonho de participar, porém que da primeira vez algo havia interrompido, mas Ellen não acreditava que tudo aquilo poderia acontecer de novo, mesmo assim sentia que algo não estava no lugar.
O cruzeiro se inicia de maneira memorável. Um pequeno show com música ao vivo acolhe a todos os passageiros, que sentem-se muito bem recebidos.
O camarote de Ellen e Danilo era lindo, muito bem decorado, realmente parecendo ser algo de outro mundo, por outro lado a moça não procurava muito sair do quarto, preferia ficar quase sempre ali, lendo, ou fazendo qualquer outra coisa, sem participar das demais festividade, ou nem ao menos aproveitar o local.
Passavam-se já dois dias desde o início do cruzeiro; Danilo percebia o estado de sua esposa, precisava convencê-la a curtir aquele momento que seria único.
A noite estava começando a cair, Danilo vai até o quarto para conversar com a mulher, a encontra deitada.
Danilo — Ellen, vamos descer, você precisa comer alguma coisa, e a noite está tão linda!
Ellen — Estou bem meu amor, quero só descansar um pouco.
Danilo — Por favor. É uma noite especial, uma coisa que você sempre quis fazer, então fique feliz com isso assim como eu estou. Estamos juntos não estamos? Então?
Ellen sorri — Quer saber? Você está certo, melhor deixar essas paranoias de lado! Vou com você!
Danilo — Fico muito feliz em ouvir isso, espero lá embaixo!
Pouco tempo de espera, Ellen desce deslumbrante, perfeita em todos os sentidos, fazendo Danilo se apaixonar novamente ao vê-la.
Danilo a acompanha até a mesa — Você está linda!
Ellen — Você sempre é muito gentil, sou apaixonada por você!
Um belo jantar, boa música, andar pelo convés e observar o céu, foi uma noite perfeita, inesquecível para ambos, porém, mesmo assim, por mais que não demonstrasse Ellen ainda sentia alguma coisa, algum receio que não a abandonava, mas não conseguia dizer em palavras o que sentia, apenas naquele momento assim como Danilo havia sugerido, pretendia curtir a noite e nada mais.
Ele beija de leve seu rosto, aos poucos se aproxima de seus lábios, suas mãos encontram o macio de suas costas, Ellen sentia-se protegida ao lado de Danilo, como se nada pudesse lhe ferir.
Danilo sussura — Acho melhor subirmos, já é tarde, precisamos descansar ainda tem muito a ver por aqui.
Ellen — Também acho, estou muito cansada. (Assim os dois seguem para o quarto).
Ao entrarem no ambiente, logo após darem alguns passos, notam que o chão estava úmido, tinha cheiro de gasolina ou algo parecido. Então ouvem a porta se fechando com violência e alguém a trancando. Assustados olham para trás a fim de ver que estava ali.
Era aquela mulher, que Ellen havia visto quando embarcava. Ao tirar o véu preto da cabeça e soltando os cabelos negros, Ellen e Danilo logo reconhecem. Era Clara, Estava com um roupa escura nem um pouco parecida com os belos trajes que sempre usou, e também havia uma máscara negra cobrindo metade do seu rosto.
Ellen extremamente assustada — Clara? Meu Deus, o que faz aqui?
Clara aponta uma arma para Danilo ao vê lo tentar fugir com Ellen— Fica parado ai!
Danilo — O que você colocou aqui?
Clara grita — O que parece? Gasolina, e o que quero fazer? Hoje vou terminar a minha vingança, e vamos morrer aqui os três!
Ellen olha seu rosto — O que aconteceu com você.
Clara grita arrancando a máscara — Comigo, foi isso! Isso aconteceu, Luna conseguiu o que queria contra mim, tirou aquilo que eu mais presava! A minha beleza acabou, e eu não quero viver assim pro resto da minha vida! Então vou acabar com isso agora! (Ascendende um isqueiro).
Danilo implora — Não faça isso! O que vai ganhar Clara, por favor!
Ellen — Clara, a gente pode conversar fora daqui! Você não vai querer fazer isso, por favor, solte isso e vamos conversar!
Clara — O que tinha pra dizer já disse, nessa e em outras vezes, não quero mais conversar, está na hora! Adeus família! (Diz Clara soltando uma daquelas gargalhadas que estava costumada a dar. Então, sem mais pensar, solta o isqueiro no chão, incendiando instantaneamente o quarto).
Logo ficam separados entre as chamas, Clara fica aos gritos, sente o calor se aproximando cada vez mais.
Danilo olha para trás de si e vê a janela, então rapidamente quebra o vidro, não era muito alta, machucaria se saltasse, porém não tinha o que fazer.
Danilo diz rapidamente — Meu amor, vou descer por aqui, pelo parapeito da janela, vou me segurando, e quando chegar lá em baixo quero que salte, vou segurá-la!
O fogo se aproximava, Danilo desce pela janela com cautela, então quando está em uma pequena altura após descer o máximo que pode, ele salta. Felizmente não se machuca; Danilo levanta-se olhando para janela, pedindo para que Ellen salte o mais rápido possível.
Por mais que Ellen desejasse salva a irmã, não havia como, Clara gritava entre as chamas, o fogo tomava conta de seu corpo, quanto a Ellen, precisava se salvar, então sobe na janela, de modo que ficasse de frente para Clara, olhando-a com extremo pesar.
Danilo grita — Pula Ellen!
Ellen se prepara para saltar, mais antes de conseguir, Clara em um último suspiro lhe aponta o revólver.
Clara grita — Você não sair daqui viva! ( Então atira, fazendo com que a bala acerte em cheio seu coração, Ellen cai pela janela, exatamente nos braços de Danilo, mas não como ele desejava ).
Danilo chora segurando Ellen no chão ensanguentada — Ellen! Não meu amor, fique acordada, por favor fique comigo!
Ellen diz com dificuldades — Eu te amo Danilo! Me perdoa por não poder ficar com você, e não ter a chance de te fazer feliz.
Ellen deixa a vida naquele instante, abandonando aquele que tanto a amou e ainda amaria.
Uma intensa luz toma o local, uma luz que ninguém poderia ver, a não ser uma pessoa. Ellen levanta-se de seu corpo, olha para traz e vê a si mesma, sem vida nos braços de Danilo; tinha muita vontade de voltar, mas um desejo ainda maior lhe dizia para seguir em frente, na direção daquele imensa luz, ora branca ora dourada.
Ellen segue em sua direção, logo notando que não estava mais naquele navio, mas em um lugar diferente, era todo branco sem nada a sua frente; Ellen se sentiu agoniada em não ver ninguém ao seu redor, mas em pouco tempo ali, sem que perceba alguém se aproxima. Glorioso e majestoso, algo que encantava qualquer um que o visse, era um belo anjo com um olhar profundo de amor e compaixão, voz doce e suave, tocando de leve seu ombro lhe disse:
Anjo — Estávamos esperando por você.
Ellen um pouco tonta — Por mim? Você é um anjo? Eu morri? O que aconteceu?
Anjo — Calma, vai ter todas as respostas que procura, todas as perguntas que teve durante a vida serão saciadas, e agora também terá seu descanso.
Ellen — Clara, onde está?
O anjo desvia se olhar por um instante dizendo:
Anjo — Como disse, para tudo terá respostas, mas preciso que me acompanhe a certos lugares, e para isso precisa ter muita coragem, é algo pelo qual você terá que passar.
Ellen o segue, aos poucos o caminho começa a ficar desagradável, o odor muito forte de enxofre era perceptível, gritos horríveis estava sendo ouvidos; Ellen começava a ficar cada vez mais assustada com aquele lugar que se aproximava. Se segurava com força na roupa daquele ser celestial, em uma tentativa de fugir daquele local.
Ellen — Aqui é o…
Anjo — Você sabe que local é esse. Não se preocupe, eles não poderão tocar em você enquanto estiver comigo. (Diz o anjo pacificamente se referindo as terríveis criaturas que lá se encontravam. Criaturas responsáveis por causar o tormento e torturas eternas aquelas almas).
Ellen horrorizada — Porque me trouxe até aqui? O que devo fazer!
Anjo — Isso tudo será essencial para seu próprio aprendizado. Não quer respostas para suas perguntas?
Antes que pudesse responder, Ellen para em um determinado local, se deparando com um moça a sua frente, que estava sendo atormentada por todas aquelas criaturas e entre chamas ardentes. Ellen a reconheceu, mesmo com todo aquele sofrimento, arrependimento e terror em sua face, era visível que se tratava de Clara.
Ellen abismada — Clara?
Ao ouvirem, os demônios que ali estavam deixam Clara por um pequeno instante, mas ainda sofria por entre as chamas próximas a ela.
Clara de cabeça baixa — Ellen! Você não sobreviveu.
Ellententa tocar na irmã, mas é impedida pelo anjo — Você não pode ficar aqui! Não pode!
Anjo — Ela não pode! Clara fez coisas terríveis em vida, coisas que jamais se arrependeu. Todas as almas que estão aqui se arrependem dos pecados que cometeram, porém esse arrependimento foi tardio. A misericórdia de Deus é imensa, se Clara tivesse se arrependido de tudo que fez, mesmo que fosse no seu último instante de vida, sua alma poderia ser salva, mas isso não aconteceu, seu ódio foi tão imenso que a trouxe aqui, nada mais podemos fazer.
Ellen chora — Deus é misericordioso, por favor lhe peço, tire-a daqui, ela não merece!
Anjo — A misericórdia é grande, mas é isso que a justiça exige! Sinto muito Ellen, por ela nada mais poderemos fazer!
Clara chora — Me arrependi Ellen, de tudo, e sinto muito ter acabado com sua vida! Mas sei que daqui não sairei mais As pessoas precisam saber o que acontece depois, para que não cometam os mesmos erros que cometi.
Anjo — Precisamos ir logo! Não há muito tempo, venha comigo. (Diz o anjo saindo pelo lado oposto ao qual haviam entrado. Ellen olha com pesar para Clara, observando aquelas criaturas novamente se aproximando da irmã, mas precisa deixá-la e segui-lo).
Ao andarem mais um pouco, toda aquela tenebrosa paisagem em que estavam fica para traz; começam então e entrar em outro ambiente. Ellen ouve murmúrios, lamentações e orações, uma espécie de fumaça branca estava em todo o local. Definitivamente aquele local era muito melhor do que o anterior, mas não era um local indicado para se passar a eternidade.
Ellen — Onde estamos?
Anjo — Existem muitos nomes para esse local, mas creio que você conheça por purgatório ou umbral. Aqui é onde todas as almas que morrem em Cristo, passam um tempo de purificação, até que possam entram no céu, ou paraíso como dizem.
Ellen olha para todos os lados, muitas pessoas rezavam, andavam pelo local. O anjo lhe explicava que as orações daquela pessoa já não poderia mais ajuda-las, afinal já não poderiam fazer nada mais por si mesmos, mas aqueles que ainda estavam em vida muito poderia fazer com suas orações, para auxiliá-los em seu caminho de luz.
De repente Ellen sente que alguém se aproxima, colocando a mão sobre seu ombro, Ellen olha vagarosamente para traz. Sim, era aquele que a muito tempo lhe deixara muita saudade, seu pai.
Um abraço longo e demorado. Heitor olha para a filha dizendo:
Heitor — O que faz aqui? Não esperava te ver ainda!
Ellen — Isso não importa pai! Como você está?
Heitor — Logo sairei daqui, estou feliz, muito feliz! Como é bom te ver minha filha!
Ellen olha para o anjo — Ficarei aqui não é?
Anjo — Ainda não terminamos, tem mais um lugar que tem que conhecer e mais uma pessoa para ver.
Ellen — Que pessoa, onde ela está?
Anjo — Não está aqui. Temos que ir agora!
Ellen abraça Heitor — Adeus pai. Um dia vamos ficar todos juntos!
Heitor sorri — Vá Ellen, sentirei muita saudade também.
Assim então segue o anjo mais uma vez, aos poucos aqueles murmúrios e aquela paisagem também ficavam para traz, e logo um belo som se ouvia, uma música tão linda que era impossível reproduzi-la na terra, o aroma era esplendoroso, então, ao entrar no local desejado, seus olhos se enchem de paz, com tanta beleza que se via. Aquele não era um simples jardim, era algo que ia muito além. Por um instante Ellen esqueceu de todos que estavam na terra, queria apenas ficar ali, para sempre. Tinha certeza de que o local era aquele, só poderia ser o paraíso.
Tudo ali era perfeito, especialmente a paz que sentia todos aqueles que ali se encontravam. Ali Ellen desejava ficar para sempre.
Enquanto caminhavam pelo majestoso jardim, observava muitas pessoas, vestidas de branco, todas muito contentes cantando canções em homenagem a Deus que os criara. Mas uma certa pessoa em especial lhe chamou a atenção. Uma bela moça ainda distante, estava diferente, cabelos escuros muito bonita, começou a se aproximar com um belo sorriso.
A surpresa é inevitável! Ao encará-la, Ellen quase fica sem voz, mas a moça a encara como se não se surpreendesse ao ver Ellen ali. Um pouco assustada ao ver aquela mulher, Ellen a chama pelo nome.
Ellen — Alice?
Alice — Alice, ou quem sabe pode me chamar pelo verdadeiro nome, Lorelai! Como é bom te ver, e poder dizer toda a verdade finalmente.
Ellen sem palavras — Mas, como, você…
Alice — Eu sou a Lorelai, que apareceu tantas vezes em seus sonhos, e também aquela que lhe mandou todas as mensagens, pois foi o único modo que encontrei para que você seguisse um destino diferente do meu.
Ellen — Mas quem é você?
Alice — Digamos que sou uma parente sua, muito distante. Um antepassado de certa maneira! Vivi a muitos anos, e como você também tive um grande amor que foi tirado de mim! Isso foi em 1910. Minha vida foi muito difícil, até que envelheci e morri anos depois! Mas ganhei uma missão, deveria impedir que o mesmo acontece com outra geração de minha família! Então, quando vi o que você pensava em fazer, pretendendo se jogar daquele edifício, deixando a vida, tive entrar no seu caminho, e ficar com você, até que compreendesse todo o sentido que o tempo tem em nossas caminhadas pela vida, assim então eu poderia descansar! E você conseguiu Ellen, isso e muito mais!
Ellen — Porque nunca me disse nada? Porque nunca disse se sabia que tudo isso iria acontecer? Se era você que me mandava aquela mensagens e sabia como eu ficava depois de recebê-las?
Alice — Existem coisas na vida que não devemos mudar ou interferir! Era necessário que você passasse por tudo aquilo, todas aquelas transformações.
Ellen — E agora? Para onde devo ir?
Anjo — Você vai voltar!
Ellen olha em volta — Voltar? Mas quero ficara aqui.
Anjo — E sua missão?
Ellen — Não acabou? Não aprendi tudo o que tinha a aprender?
Anjo — Ainda não, sua missão começara agora! (Diz o anjo empurrando Ellen de leve, fazendo com que a mesma caia vagarosamente nas nuvens).
Logo em seguida Ellen acorda, está dentro de um bote salva vidas, nos braços de Danilo, o mesmo não quis largar seu corpo no navio, mesmo vendo que sua paixão estava sem vida, a levou consigo.
Ellen acorda vagarosamente — Danilo.
Danilo sorri emocionado sem acreditar — Ellen? Você está viva? Meu Deus, está viva! Calma não se mexa, está ferida, perdeu muito sangue!
Ellen — Não me sinto ferida. (Responde ela colocando a mão dentro da roupa e arrancando o medalhão que Alice, agora Lorelai tinha lhe dado).
Uma grande surpresa toma a todos, a bala havia batido no objeto, quanto a Ellen não havia nenhuma ferida, pois todo o sangue que saiu veio do interior do medalhão. A missão de Ellen era viver, viver intensamente e ser feliz, assim poderiam tornar realidade todos os seus sonhos, e todos os bons desejos que tinham, desejos que seus antepassado jamais concretizaram.
Afinal, já não haviam mais segredos nem mistérios, nada mais que fizesse a família Dalcin se sentir insegura. Tudo finalmente ficaria bem.