Penúltimo Capítulo – Samara
Cena 1 – Cajamar (Dia). Casa de Gilson.
Samara (Ao celular): Obrigada por tudo João. Espero te reencontrar um dia.
João (Ao celular): Eu que te agradeço Samara. Te agradeço por ter me tirado daquela cadeia, por ter me ajudado a vim para o Rio de Janeiro. Nunca vou esquecer o seu gesto de amizade.
Samara (Ao celular): Imagina, você se arriscou mais do que eu… dirigir o carro onde estavam a Lúcia, Morgana e Silvia, não foi fácil para você.
João (Ao celular): Fiquei com muito mais medo da bomba explodir comigo lá dentro do que elas descobrirem que eu não era o motorista que elas esperavam que fosse.
Samara (Ao celular): Foi uma pena não ter apreciado as cinzas da Lúcia e da Silvia naquela explosão, lamento apenas pela Morgana.
João (Ao celular): Como é que você conseguiu fugir da Amora?
Samara (Ao celular): Tenho os meus contatos e ela se distraiu quando não devia.
João (Ao celular): Qual é o seu próximo passo agora? O que você irá fazer?
Samara (Ao celular): Esse é o meu ultimo passo, João. O ultimo e mais difícil.
Cena 2 – Estrelar (Dia). Mansão Lamburgo.
Pedro: Vim compartilhar minhas tristezas com você. – Ele entra.
Marcelo: É uma pena que sua mãe tenha morrido. Não ia muito com a cara dela, mas sei a dor que você deve estar sentindo.
Pedro: A Lúcia também era uma pessoa muito difícil de lidar, já a Morgana era um doce de menina.
Marcelo: Andei pensando… tantas mortes em nossas vidas, não acha?
Pedro: Te confesso que também estou com muito medo. Primeiro meu pai, agora a minha mãe, será que serei o próximo?
Marcelo: Parece loucura da minha cabeça, mas… será que não há nenhum tipo de ligação nessas mortes?
Pedro: Não creio muito nisso, até por que o assassino do meu pai já foi descoberto, e está preso.
Marcelo: O do meu pai também… quer dizer, estava. Ele fugiu, estava preso na cadeia de Alencar e todos os presos fugiram.
Pedro: Peraí, ele também estava preso lá? O assassino do meu pai também, se não me falha a memória ele se chamava… João.
Marcelo: Isso já não pode ser mais coincidência!
Cena 3 – Cajamar (Dia). Casa de Gilson.
João (Ao celular): Você terá coragem de fazer isso?
Samara (Ao celular): Já não tenho mais nada a perder João. Matei o Augusto, o Arnaldo, agora a Lúcia, a Morgana e a Silvia.
João (Ao celular): Cê sabe o que está fazendo. Agora eu vou desligar. Até algum dia Samara.
Samara (Ao celular): Até João. – Ela desliga e se espanta ao ver que seu pai estava na porta. – Pai? O que o senhor está fazendo ai?
Gilson: Uma assassina. Você é uma assassina Samara. – Ele diz com os olhos cheios de lágrimas. – Por que você fez isso? Por que?
Samara: Pai, pelo amor de Deus…
Gilson: Você vai querer contar tudo para o Marcelo e para o Pedro? Ou eu mesmo farei isso?
Samara: Não pode fazer isso comigo. Cê já se interferiu demais na minha vida ao contar para o Marcelo sobre o Gabriel.
Gilson: O que está acontecendo com você Samara? Quem é você?
Samara: O senhor é o meu pai, me conhece melhor do que ninguém.
Gilson: Desculpa, mas eu não sou pai de um monstro como você. – Ele sai.
Cena 4 – Alencar (Dia). Restaurante.
Amora: Um burro! Isso é o que você é. Um verdadeiro burro. Como pôde deixar o celular perto dela?
Raul: Você desmaiou. Saí correndo para te ajudar sua ingrata.
Amora: Foi só um desmaio, nós podíamos estar ricos agora se você não falhasse.
Raul: Eu admito que errei, mas nós podemos corrigir isso.
Amora: A é? E será que você pode me dizer como?
Raul: Fazendo tudo novamente. Pegando a Samara de novo.
Amora: Eu não quero fazer mais nada com você. Para mim nossa parceria acaba aqui. – Ela pega a bolsa e vai embora.
Cena 5 – Estrelar (Noite). Mansão Lamburgo.
Samara: Meu pai e eu brigamos feio. Ele não aceita o nosso casamento de jeito nenhum. – Ela menti, chorando.
Marcelo: Calma Samara. Por que ele fez isso? Até então ele estava de acordo com tudo.
Samara: Sei disso, mas… ele mudou de ideia. Não duvido nada que alguém esteja fazendo a cabeça dele. – Ela continua a mentir.
Marcelo: Você pode ficar aqui sim, meu amor. Sempre será bem recebida. – Roberto entra cabisbaixo. – No cemitério de novo?
Roberto: Nunca vou me cansar de ir lá todos os dias… jogar uma flor… – Lágrimas escorrem por seu rosto. – Eu a amava Marcelo, muito.
Marcelo: Cara… nem sei o que te dizer. – Ele o abraça. – Só consigo te pedir para que seja forte.
Cena 6 – Estrelar (Noite). Hotel.
Amora: Ora, ora. Quem é vivo sempre aparece! Cadê a sua mãe que nunca mais vi?
Pedro: Você não ficou sabendo? A minha mãe morreu. – Ele fala com a voz triste.
Amora: Oh meu Deus! Mas como isso aconteceu?
Pedro: Ela estava em um carro indo com uma noiva para a igreja… o carro explodiu.
Amora: Peraí. – Ela se lembra da cena. – Por acaso era o casamento da filha do tal amigo do seu pai? O Augusto?
Pedro: Sim, por que?
Amora: Eu vi tudo, estava próxima da igreja quando vi o carro explodindo. Achei até estranho quando o motorista saiu de dentro do carro, ao invés dele abrir as portas ele deu um pulo e correu para bem longe do veículo.
Pedro: Como se ele soubesse que o carro ia explodir. – Concluiu ele. – Como era esse motorista?
Amora: Tinha um nariz fino e grande, era branco, bem branco, não muito alto… quando estava bem longe, ele tirou o chapéu e… ele tinha cabelo loiro escuro, liso.
Pedro: Preciso falar com o Marcelo agora mesmo.
Amora: E vocês se falam? Se envolveram com a mesma mulher.
Pedro: Mulher que você traficou para o Egito, mas olha pelo lado bom… dentro de algumas semanas iremos nos casar. – Ele sai.
Amora: Se casar? Mas eu tinha certeza de que ela estava com o Marcelo. – Ela fala para si. – Foi por isso que eu a sequestrei, para que o Marcelo pagasse o resgate.
Cena 7 – Estrelar (Noite). Mansão Lamburgo.
Samara: Pronto! Agora é só entregar uma para cada um. – Diz ela a si mesma, segurando duas cartas na mão.
Marcelo: O que você está fazendo sozinha ai meu amor? – Diz ele entrando na sala de jantar, Samara esconde as cartas rapidamente.
Samara: Estava apenas pensando na vida. Logo estaremos casados, formaremos uma família.
Marcelo: Estou com muito medo Samara.
Samara: Medo? Medo de quê? Não quer mais se casar comigo?
Marcelo: Não, não é isso. É que eu descobri algo muito estranho. O Pedro veio aqui mais cedo…
Samara: Como é que é? O que ele te falou? – Ela se levanta da cadeira.
Marcelo: Nós descobrimos que o João, para quem você trabalhava lá no Jocks Bar… ele matou os nossos pais. – Ela fica sem reação.
Cena 8 – Alencar (Noite). Rua.
Raul (Ao celular): Me disse quase agora que iria agir por si só e agora já está me ligando para encontros?
Amora (Ao celular): É que eu descobri algo que me deixou muito intrigada.
Raul (Ao celular): E eu com isso? Não disse que preferia fazer as suas coisas sozinha? Então faça.
Amora (Ao celular): Para de ser infantil e me escuta. A Samara não está com o Marcelo, ela irá se casar com o Pedro.
Raul (Ao celular): Quem é Pedro? E… por que ela foi lá na mansão então? Se ela não tem mais nada com o Marcelo ficaria chato ela ir até lá.
Amora (Ao celular): Verdade, eu não havia pensado nisso. Por que a Samara estava lá? E talvez se ela não tivesse aparecido por lá… eu ainda estaria com o Marcelo. Que estanho, ela não iria lá só pela Morgana, tenho certeza disso. E além disso ela não se dava muito bem com a Silvia. Algo está cheirando mal nisso tudo, e eu vou descobrir o que é.
Cena 9 – Estrelar (Noite). Mansão Lamburgo.
Marcelo: Pedro? O que faz por aqui? Está tudo bem?
Pedro: Eu acho que descobri uma coisa Marcelo. Uma coisa importante.
Marcelo: Então desembucha rapaz. – Samara está na sala de jantar escutando tudo por trás da parede.
Samara: Chegou a hora de vocês saberem as suas verdadeiras raízes, meninos. – Ela fala para si mesma, olhando as cartas em sua mão. – Mas como eu irei fazer isso?
Marcelo: Pelo que você me descreveu… é sim o João.
Pedro: Então está tudo resolvido, Marcelo. Foi ele quem matou os nossos familiares.
Marcelo: Como você ficou sabendo disso?
Pedro: Uma amiga minha, que estava presente no casamento, ela disse que viu tudo.
Maria: Seu Marcelo, acho bom o senhor acionar os seguranças, eu vi um vulto passando perto do meu quarto. Fui verificar e não tinha ninguém. – Ela fala espantada.
Marcelo: Ladrões? Será Maria? Pode deixar que eu vou lá agora mesmo, venha comigo Pedro. – Eles saem. E Samara desce a escada.
Samara: Eu ouvi bem o que você disse Maria? Ladrões aqui em casa?
Maria: Não sei direito dona Samara, mas é o que parece. – Ela volta para a cozinha.
Samara: Era eu sua tola. – Ela sorri ao perceber que seu plano deu certo. – Agora eles vão pensar que a tal sombra deixou isso. – Ela coloca as cartas em cima da mesa central e sobe a escada. Alguns minutos depois Marcelo e Pedro retornam.
Pedro: E se tiver ladrão por aqui será muito difícil de encontrar, aqui é muito grande.
Marcelo: Com a quantidade necessária de segu… o que é isso? – Ele diz ao ver as cartas em cima da mesa central. – De anônimo para Marcelo, de anônimo para Pedro? – Ele estranha.
Pedro: Para mim? – Ele pega a carta e abre. Eles leem em uníssono. – Vocês não são filhos de quem vocês pensam ser, foram trocados na maternidade quando ainda eram bebês.
Marcelo: Você é filho do Arnaldo e da Silvia. – Ainda lendo a carta.
Pedro: Você é filho do Augusto e da Lúcia. – Ele se espanta. – Mas o que é isso? – Ele olha para Marcelo, ambos estão espantados.