Séries de Web
Sete Pecados

O Homem Que Não Tinha Nada (Preguiça).

OS SETE PECADOS

EPISÓDIO 06: PREGUIÇA.

O homem que não tinha nada”

Roteiro: Rodrigo Gomes.

São Paulo, ano de 2016.

Cena 1 – Ponte Octávio Frias de Oliveira. Brooklin.

A lua sai de cena lentamente, permitindo que o sol tome conta do seu lugar: um novo dia se inicia. Os carros, que antes eram poucos, agora formam um trânsito caótico na Marginal Pinheiros.

Cena 2 – Casa de Lígia. Quarto de Lígia. Capão Redondo. Manhã.

Há um álbum em cima de uma cama. Pode-se ver algumas fotos de um bebê com um homem e uma mulher de cada lado. Uma mão enrugada começa a alisar as fotos que estão no álbum. Lentamente revela-se o rosto levemente enrugado de Lígia, que está sentada em sua cama olhando emocionada para aqueles registros do passado.

Lígia: Formávamos uma família tão bela. – Os olhos dela enchem de lágrima. – Por que você se foi meu amor? Por que Jorge? Por que você deixou que o cigarro tomasse toda uma vida de você? Um homem tão bom, tão belo… tão meu.

As lágrimas da mulher caem sobre o álbum.

Lígia: E você meu filho, meu pequeno Adalberto. – Ela acaricia o rosto do bebê na foto. – O que está acontecendo com você? Ultimamente não está se parecendo em nada com aquela criança dócil de anos atrás. – Ela vira a página, revelando novas fotos. – Será que as responsabilidades estragaram você? Eu espero que não, espero que seja apenas algo momentâneo.

O relógio dela começa a alarmar: são oito e quarenta e cinco da manhã.

Lígia: Vamos acordar a fera que um dia já foi lorde. – Ela fecha o álbum, enxuga as suas lágrimas e levanta-se com dificuldade. Mancando, ela se dirige ao guarda-roupas e coloca o objeto lá.

Cena 3 – Casa de Lígia. Quarto de Adalberto. Capão Redondo. Manhã.

As cortinas impedem que a luz do sol invada o quarto pelas frestas das janelas. É possível escutar um ronco auto e tenebroso.

Lígia: Adalberto, meu filho, acorda! – Ela fala ao entrar e abrir as janelas do quarto do rapaz, fazendo com que a luz do dia invada o local. – Já está na hora de você ir para o trabalho. E pelo visto chegará atrasado.

Adalberto: Me deixa, mãe. Não está vendo que estou dormindo? – Ele resmunga ainda deitado. – Eu não vou ir trabalhar hoje.

Lígia: E será que eu posso saber o porquê de você não ir ao trabalho hoje? – Visivelmente irritada. – Você não vai tomar jeito nunca, Adalberto? Tu não é mais criança não. Tá aí com seus vinte anos pelas costas, já é um homem feito. – Ela tira o cobertor de cima do filho. – Vamos levantando dessa cama agora!

Adalberto: Eu concordo com você, mãe: não sou mais criança. Então por favor não se intrometa em minha vida, pois sei muito bem o que eu faço. – Ele pega o

cobertor das mãos de Lígia. – Estou com preguiça de me levantar, por isso não irei ao trabalho e ponto final.

Lígia: Já é a oitava vez que você falta neste mês. Daqui a pouco te mandarão embora por justa causa, sabia? – Ela faz uma pausa, esperando resposta. – E caso você seja demitido, quem é que vai colocar comida dentro desta casa? Só somos eu e você sozinhos nesta vida, Adalberto. Teu pai morreu, eu não posso trabalhar por conta das minhas varizes nas pernas, e você fica aí fazendo corpo mole. Não aguento mais isso, desde o mês passado venho percebendo que você está com uma indisposição fora do comum.

Ele finge estar roncando.

Lígia: Pois bem, depois não diga que eu não lhe avisei. – Ela bate a porta com força ao sair do quarto.

Adalberto: Caramba! Minha mãe é chata demais. Até parece que ela que rala feito louco lá naquela empresa dos infernos, naquele meu trabalho lazarento. – Ele fala ao arremessar o cobertor no chão. – Eu estava num soninho tão bom antes dela me acordar. – O rapaz respira fundo. – Como o meu pai faz falta! Era ele quem sustentava a gente, e eu nem precisava trabalhar… agora pareço mais um escravo. Faço bem ao me dar folga, isto sim. – Adalberto pega o seu celular, o qual está debaixo do travesseiro. – Pra desestressar um pouco, vamos ver se mais alguém curtiu a minha foto no Facebook hoje. – Ele continua a mexer no celular com um belo sorriso no rosto, e meio descabelado.

Cena 4 – Casa de Lígia. Cozinha. Capão Redondo. Manhã.

Lígia: Só pode estar acontecendo algo muito grave com esse menino. – Ela fala consigo mesma, revoltada. – Ele não era tão preguiçoso assim.

Marília: Falando sozinha Lígia? – Ela pergunta ao lavar a louça que está na pia.

Lígia: Jesus, Maria e José! – Ela fala assustada, com a mão no peito. – Mas que susto que você me deu, mulher.

Marília: Desculpa, amiga. – Ela termina de lavar a louça. – Não disse que viria lhe dar uma força quando estivesse de folga? Pois então. Vi que a louça de ontem à noite estava na pia ainda, e resolvi lhe dar uma mãozinha aqui.

Lígia: E como foi que você entrou aqui criatura? – Ela sorri.

Marília: E eu não sei onde você guarda a chave reserva? – Ela a abraça. – Como é que você está?

Lígia: Estou o pó! – Ela se senta à mesa. – Minhas varizes provavelmente pioraram, e o meu filho está me dando tanta dor de cabeça que… estou a ponto de explodir.

Marília: Ele não foi trabalhar novamente amiga? Daqui a pouco o seu filho acaba perdendo o emprego. – Ela fala ao se sentar à mesa junto a Lígia.

Lígia: Foi isto o que eu disse para ele. Mas quem disse que Adalberto me escuta? – Ela coloca café na xícara de Marília. – Ele parece não saber o quão foi difícil dele arranjar esse serviço. Ainda mais em uma empresa como a Polarex.

Marília: Pois é. Até hoje o meu menino tenta entrar lá, mas é tão difícil. – Ela faz cara de triste. – Agora o bichinho tá em casa jogado no sofá, desempregado. Vire e meche consegue fazer um bico aqui pela favela mesmo.

Lígia: Meu filho não sabe dar valor ao que tem, Marília. Esta é a verdade. Acredita que mesmo eu me queixando de dores nas pernas, Adalberto não tem nem coragem de lavar a própria cueca? Eu faço tudo aqui dentro de casa, Marília. Ele nunca me ajuda em nada, a não ser com o dinheiro.

Marília: Mas também, você e o falecido Jorge mimaram demais esse menino, Lígia. Ele sempre teve tudo o que quis. – Ela toma um pouco do seu café. – Você precisa pegar mais firme no pé dele. Você não é eterna não. E quando tu morrer? O que vai ser da vida dele? Se o Adalberto continuar do jeito que está, daqui a pouco a vida dará uma rasteira cruel nele.

Lígia: Isso só Deus sabe. – Ela passa a mão pelo cabelo, aflita. – Se esse menino for demitido, como iremos pagar o aluguel desta casa? Como vamos pagar as nossas contas? Comprar comida? As nossas vidas vão se tornar em um verdadeiro inferno, Marília, escute o que estou lhe dizendo.

Marília: Ai, amiga. Como eu queria ser rica e poder ajudar você. – Ela pega nas mãos de Lígia. – Porém, já que não sou rica, a única força que posso lhe dar no momento é te ajudando aqui em sua casa. Tomara que Deus ilumine a cabeça do seu filho e faça com que ele enxergue o que está fazendo.

Adalberto: Estão falando de mim? – Ele aparece apenas de cueca box. – Se preocupem não, podem continuar fofocando. Só vim pegar um copo de leite.

Lígia: O que é isso agora, Adalberto? Não respeita mais a Marília? Além de aparecer aqui de cueca, ainda nos chama de fofoqueiras?

Adalberto: Não me enche o saco, mãe. – Ele pega o seu leite e vai para o quarto.

Lígia: Eu posso com isso? Posso? – Ela pergunta indignada. – Não sei nem como esse menino tem namorada.

Marília: É, a situação aqui está mais do que crítica. – Ela fala preocupada.

Lígia: A situação aqui não é das melhores desde que o meu marido faleceu. – Uma lágrima escorre o seu rosto. – Faz sete meses que o Jorge morreu, e seis que o meu filho está trabalhando. Adalberto praticamente foi obrigado a procurar emprego, ele nunca tinha trabalhado antes. Será que é por isso que ele está tão… tão… diferente?

Marília: Não sei. Só sei que o antigo Adalberto era bastante disposto e mais educado. Acho que o trabalho deve estar sugando as forças dele, por isso tem ficado tão preguiçoso e rebelde. Ou tudo isso pode estar sendo motivado por ele ter sido praticamente obrigado a trabalhar, como você mesma disse.

Lígia: De o mês passado para cá… ele tem se revelado um verdadeiro preguiçoso, e eu sinceramente não sei mais o que fazer. Todos os conselhos que eu tinha para dar, eu dei. Só me resta rezar para que ele não perca o emprego.

Marília pega na mão da amiga.

Marília: Força Lígia, força! – Elas trocam olhares sinceros.

Cena 5 – Relógio do prédio da Estação da Luz. Bom Retiro.

O relógio marca nove e meia da manhã. Os ponteiros se movimentam com certa agilidade: o tempo passa – já são três horas da tarde e alguns minutos.

Cena 6 – Casa de Lígia. Sala de Estar. Capão Redondo. Tarde.

Lígia: Adalberto, você bem que podia lavar aquela louça para mim, não é? Não estou aguentando ficar de pé. Minhas pernas estão doendo tanto. – Ela fala deitada no sofá.

Adalberto: Mãe, olha bem para minha cara. Cê acha mesmo que eu vou lavar louça? – Ele gargalha. – Mas não mesmo. Vou é deitar novamente porque eu tô cansado demais. E outra, a sua empregada aqui é a Marília, não eu. Ela não veio lavar a louça de manhã? Por que não pode lavar a louça do almoço também? – Ele vai para o quarto.

Lígia: Cansado, cansado. – Ela resmunga. – Não sei do que ele se cansa tanto. Eu, na idade dele, trabalhava feito uma escrava na roça e nunca reclamei. E o pior é que o Adalberto pensa que a Marília é nossa empregada. A coitada não tem obrigação alguma de ficar nos ajudando a todo momento, ela é uma ótima amiga, mas também tem a vidinha dela.

Alguém bate na porta e Lígia levanta com dificuldade para atender.

Lara: Olá, dona Lígia. O Adalberto está aí? – Ela pergunta sorridente.

Lígia: Aquele encosto que tu chama de namorado? Tá sim, minha filha. Tá lá no quarto dele.

Lara: Eu vi que ele não foi trabalhar hoje de novo, né? Passou o dia inteiro no Facebook postando várias coisas reclamando do trabalho dele.

Lígia: Não sei do que ele tanto reclama. Fora que muita gente queria estar no lugar dele trabalhando na Polarex.

Lara: Deixa eu ir falar com ele. Até mais, dona Lígia. – Ela beija a bochecha da senhora.

Cena 7 – Casa de Lígia. Quarto de Adalberto. Capão Redondo. Tarde.

As janelas do quarto estão fechadas, deixando o local assustadoramente escuro. Adalberto está deitado em sua cama, debaixo do cobertor, mexendo em seu celular. O rapaz recebe uma mensagem.

Guilherme: “E aí, cara! Quanto tempo molecote. Hoje a noite vai ter aquela pelada básica lá no campinho. Vamo? O Tiago já marcou presença”

Adalberto: Pelada hoje à noite? Não mesmo. – Ele fala para si próprio. – “Hoje não vai dar, estou trabalhando feito louco aqui na empresa. Deixa para a próxima”

Ele envia a mensagem, e em fração de segundos recebe outra.

Guilherme: “Ah, mano! Sempre isso, tio. Faz o maior tempão que eu não te vejo. Cê não acha que tá trabalhando demais, não?”

Adalberto: Caramba, o Guilherme é insistente demais. – Ele fala com raiva. – “Foi mal, mas não vai dar mesmo. Tô só o pó da rabiola”

Alguém bate na porta e entra acendendo a luz do local.

Lara: Bom dia, dorminhoco! – Ela fala com ironia ao entrar no local e ver que Adalberto está debaixo do cobertor. – Ei, não vai me dar atenção?

Adalberto: Ai, Lara. Por que você chega fazendo tanto barulho? Até parece que tem surdo aqui. – Ele tira o cobertor de cima de si.

Lara: Surdo não tem. Mas tem um cara que só sabe dormir o dia inteiro. – Ela se joga na cama e o enche de beijos. – Como foi o seu dia hoje?

Adalberto: Gostei bastante. Já que passei quase que o dia inteiro dormindo. – Ele olha nos olhos dela. – E você como está?

Lara: Estou bem, muito bem. Até porque hoje é a estreia daquele filme que tanto esperei. E já comprei os nossos ingressos pela internet.

Adalberto: Como é que é? Eu não combinei de ir a lugar algum com você, Lara. – Ele fica irritado. – E nem adianta me chantagear que eu não vou.

Lara: Ah, não. Eu não acredito que você não quer ir. – Ela se levanta. – Mas eu já comprei os ingressos.

Adalberto: Tivesse falado comigo antes. Agora é só cê chamar alguma amiga sua pra te acompanhar e pronto.

Lara: Eu não estou escutando isto. – Ela fica escandalizada. – Por que você não quer ir comigo? Quando é jogo do Corinthians eu sempre vou com você ao estádio, mesmo sem querer. Se bem que já faz uns dois meses que você não vai mais aos jogos do seu time, mas tudo bem.

Adalberto: Você vai porque você quer, ora. Eu não te obrigo a fazer nada. E outra que eu estou muito cansado hoje.

Lara: Quer saber? Eu não aguento mais isso. – Ela esbraveja. – Sempre que eu arranjo algo diferente pra gente fazer na semana, você estraga com tudo. É sempre a mesma coisa: a preguiça inacabável. Quer dizer, tem piorado a cada dia que passa, e você não era assim.

Adalberto: Não é preguiça. Só estou cansado. – Ele se senta na cama. – Tô cansado de tanta coisa nas minhas costas. Não sei se você percebeu, mas agora eu sustento uma casa.

Lara: Cansado de quê? De dormir e ficar no Facebook o dia inteiro? Ah, faça-me o favor. Você nem trabalhou hoje. Como pode estar tão cansado assim?

Adalberto: Lara, eu não quero discutir com você. Parece que não sabe receber um “não” como resposta.

Lara: Eu não sei receber um “não” como resposta? Você só pode estar gozando da minha cara. – Ela sorri. – O que tu mais me diz é “não” para tudo. Para te

dizer a verdade, nem sei como aguentei por tanto tempo escutar vários “nãos”. E quer saber mais? Pra mim já deu.

Adalberto: Como assim pra você já deu? – Ele se espanta.

Lara: Toma aqui sua aliança de volta. – Ela tira a aliança de seu dedo e coloca na cômoda. – Cê só perdeu dinheiro ao comprá-la, porque na verdade eu nunca tive um namorado. Pois o namorado que eu pensei que tinha, mais vivia ausente do que outra coisa. – Ela sai do quarto possessa de raiva.

Adalberto: Calma aí, Lara. – Ele se levanta. – Ei, vamos conversar.

Cena 8 – Casa de Lígia. Sala de Estar. Capão Redondo. Tarde.

Lígia (Ao telefone): Pode confirmar sim, minha filha. Preciso passar com o cardiovascular o mais depressa possível, não aguento mais minhas dores nas pernas.

Atendente (Ao telefone): Então tudo bem, dona Lígia. A sua consulta de amanhã com o doutor Caio Roberto foi confirmada. Tenha uma boa tarde.

Lígia (Ao telefone): Igualmente. – Ela desliga o telefone.

Lara vem correndo, lágrimas caem de seus olhos e sua face está bastante vermelha.

Lígia: Já vai, minha filha? – Ela estranha

Lara: Já vou sim, dona Lígia. Não tenho mais nada para fazer aqui. – Ela fala com a voz chorosa e se dirige até a porta como um furacão.

Adalberto: Lara, você não vai pra lugar algum. – Ele a pega pelo braço, impedindo-a de passar pela porta. – Nós temos muito o que conversar.

Lara: Eu já disse que não tenho mais nada para falar contigo, Adalberto. Me larga, me larga senão eu chamo a polícia.

Adalberto: Quer saber? Se você quer ir, então vai, vai. Pois o que eu mais tenho é preguiça de gente como você. – Ele fala irritado.

Lara: Você não tem preguiça somente de gente como eu. Você tem preguiça de tudo, completamente tudo que há na sua vida. – Ela olha dentro dos olhos dele. – Cuidado para que não acabe tendo preguiça até de viver a sua própria vida. – Ela vai embora.

Lígia: Cê não vai atrás dela? – Ela observa tudo.

Adalberto: Já fiz demais pela Lara ao levantar da minha cama. Deixa eu voltar a deitar que eu ganho mais. – Ele volta revoltado para o quarto.

Lígia: O que acontece com esse menino, meu Deus? Como pode ter tanta preguiça assim? É o dia inteiro deitado. Nem mesmo lavou a louça que eu pedi. E olha que quem mais sujou foi ele. – Ela passa as mãos pelo rosto. – Senhor, dai-me forças para continuar a suportar isso!

Cena 9 –Estação Capão Redondo. Capão Redondo.

O metrô para e várias pessoas saem dele, outras várias pessoas entram no metrô já desocupado pelos antigos passageiros. Esse movimento repete-se com certa agilidade até que a noite chegue, e após a noite, mais um dia se inicia com uma nova multidão.

Cena 10 – Casa de Lígia. Quarto de Adalberto. Capão Redondo. Manhã.

Lígia: Adalberto, acorda! Já que você não vai trabalhar hoje de novo, ao menos vai ir comigo ao médico. Tenho uma consulta agora pela manhã. – Ela abre as janelas, fazendo com que a luz do sol invada o local.

Adalberto: E quem disse que eu não vou trabalhar hoje? Só tenho mais um atestado falso para justificar a falta de ontem. Preciso ir lá em Santo Amaro comprar mais, senão não poderei faltar. – Ele fala ainda sonolento.

Lígia: Parece que eu tô vendo que isso só vai trazer confusão para o seu lado. Já pensou se descobrem que todos aqueles atestados eram falsos? E que você não vai ao médico de verdade desde bem antes de ter entrado lá?

Adalberto: Vira essa boca para lá, mãe. Parece que gosta de ver a minha caveira. – Ele se levanta rapidamente e parte para o banheiro.

Lígia: Não quero ver a caveira de ninguém. Muito pelo contrário. Quero somente o seu bem. – Ela fala ao arrumar a cama do filho.

Adalberto: Tá, sei que a senhora só quer o meu bem. – Ele joga água em seu rosto para despertar. – Depois traz a minha toalha para mim, mãe. Vou tomar um banho rápido aqui.

Lígia: É mãe pra lá, mãe pra cá… não vive sem mim. – Ela fala ao sair do quarto do rapaz.

Adalberto: Não mesmo. – Ele fala baixinho ao se despir.

Depois de alguns minutos, o jovem aparece em frente ao espelho vestido de social.

Adalberto: Eu sou um gato. Quem é que precisa de Lara? Eu posso ter todas aos meus pés se quiser. – Ele fala ao passar gel em seu belo cabelo castanho claro.

Cena 11 – Hospital. Sala de Espera. Pinheiros. Manhã.

Lígia está sentada em uma cadeira no meio de Guilherme e Tiago.

Lígia: Meninos, muito obrigada mesmo pela carona. Ainda bem que encontrei vocês na rua. Não sei se chegaria viva até aqui se eu fosse pegar dois ônibus lotados.

Tiago: O que é isso, dona Lígia? Pode contar com a gente sempre que precisar. – Ele pega nas mãos dela. – A senhora é como uma mãezona pra gente.

Guilherme: Sem falar que é a mãe do nosso melhor amigo. Por falar nisso, por que o Adalberto não veio acompanhar a senhora?

Lígia: O Adalberto anda tão preguiçoso ultimamente que vocês nem imaginam. Mas ele não veio mesmo porque foi trabalhar.

Guilherme: Ele e esse trabalho. Tem uns dois meses que o Bebeto deixou de jogar pelada com a gente por causa do serviço dele.

Tiago: Faz tempo que eu não o vejo. Agora vive entocado em casa, né?

Lígia: Se deixar, aquele lá passa o dia inteiro dormindo.

Tiago: Ele tá com algum problema, dona Lígia? – Ele pergunta preocupado. – O Bebeto nunca foi disso. Era até difícil de encontrar ele em casa.

Lígia: Pois é, meninos. O Bebeto está mudado. – Ela fica triste. – E as coisas começaram a se agravar após a morte do pai dele, pois as responsabilidades do Jorge foram transferidas a ele. Acho que o amigo de vocês não tá conseguindo dar conta do recado.

Guilherme: Mas uma coisa não deve ter mudado nesses dois meses: ele continua corintiano roxo, né?

Lígia: Isso ainda permanece. – Ela sorri. – Não perde um jogo sequer. Tá sempre acompanhando pela tevê, pois no estádio ele não vai mais. Mas e vocês? Por que sumiram?

Guilherme: Eu estou trabalhando demais. E ainda tem a faculdade, que também exige muito de mim. Por isso estou sem tempo de fazer uma visitinha à senhora. – Ele beija o rosto de Lígia. – Mas agora que estou de férias da facul, pode ser que eu apareça mais vezes.

Tiago: A faculdade e o trabalho também estão me consumindo ao extremo. Daí como também tô de férias da faculdade, a senhora conseguiu me encontrar com o Gui lavando o meu carro.

Lígia: É, só o meu filho que não entrou na faculdade. – Ela fica sentida. – Mas quem sabe daqui algum tempo, né? Nunca é tarde para se ir atrás de mais conhecimento.

Guilherme: Acho que ele até iria morrer, dona Lígia. Confesso que quase não tenho tempo para nada, mas sempre encontro. Já o Bebeto só trabalha, e mesmo assim não consegue ter tempo nem para uma pelada com os amigos.

Tiago: Verdade. Ontem mesmo o Gui chamou ele pra ir lá no campinho jogar bola com a gente, mas parece que ele tava bastante cansado.

Lígia: Ontem? – Ela fica surpresa. – Mas o Adalberto não trabalhou ontem. Para falar a verdade, ele vem faltando no serviço mais do que tudo. Tô dizendo pra vocês que ele tá mudado. Ontem mesmo terminou o namoro dele com a Lara.

Guilherme: Pera aí, então ele mentiu pra gente. – Ele fica boquiaberto.

Lígia é chamada pelo médico.

Lígia: Já volto, garotos. – Ela se levanta e vai até o consultório do doutor Caio.

Tiago: Meu, eu não acredito que abri mão da Lara por causa do Adalberto e ele me mete uma mancada dessas de terminar com ela. – Ele fala revoltado.

Guilherme: Precisamos falar com ele. O Bebeto pisou na bola feio com a gente por ter mentido ontem.

Cena 12 – Casa de Lígia. Sala de Estar. Capão Redondo. Tarde.

Adalberto chega em casa cabisbaixo, com uma expressão bastante triste. O rapaz se senta no sofá e olha para o teto com o olhar completamente perdido.

Adalberto: Meu Deus! Minha mãe bem que me avisou. Ela disse que mais cedo ou mais tarde descobririam que aqueles meus atestados eram falsos. – Os olhos dele ficam vermelhos. – Como eu pude ter sido tão burro, tão idiota?

O rapaz pega o controle da televisão e arremessa contra a janela de vidro, que se quebra por inteiro.

Adalberto: Praga de mãe pega, e eu sou a prova viva disso. – Ele se levanta. – Que desgraça! – Ele começa a chutar o sofá com muita raiva. – Eu tô com um ódio tão grande de mim. Como é que eu vou trazer dinheiro para dentro desta casa agora? – Ele se senta no chão e fica pensativo.

Cena 13 – Casa de Lígia. Sala de Estar. Capão Redondo. Tarde.

Lígia: Entrem, meninos. Deixa eu preparar um suco para vocês. Aproveitem que hoje tem daquele bolo que eu sei que vocês adoram.

Tiago: Sério mesmo, tia Lígia? – Ele fala com os olhos arregalados. – Então eu vou ter que entrar para comer nem que seja um pedacinho.

Lígia: E você, Guilherme? Vai ficar de fora? – Ela arqueia a sobrancelha.

Guilherme: A senhora sabe que é um grande pecado dizer não para aquele seu bolo maravilhoso.

Eles entram e dão de cara com Adalberto, que está dormindo no sofá.

Tiago: Olha lá o grande mentiroso. – Ele balança a cabeça negativamente. – Como ele pôde mentir tão na cara dura?

Lígia: Vou pegar o lanche de vocês e já volto. – Ela fala visivelmente desconfortável pelas mentiras do filho.

Guilherme: Acorda aí, molecote. – Ele chacoalha Adalberto, que acorda assustado.

Adalberto: O que aconteceu? Quem morreu? – O rosto dele demonstra surpresa. – O que vocês tão fazendo aqui? Eu já não disse que não irei jogar bola com vocês?

Guilherme: Isto foi ontem. – Ele sorri. – Ou melhor, no decorrer dos últimos dois meses foi o que tu mais disse.

Adalberto: Eu sinceramente não tô entendo o motivo da visita de vocês. E o porquê me acordaram.

Tiago: Acontece que o Gui e eu levamos a sua mãe ao médico. Ela nos viu aqui na rua lavando o meu carro, e perguntou se podíamos levá-la até a consulta.

Guilherme: E nós fomos VERDADEIROS com ela: dissemos que podíamos levá-la. – Ele cruza os braços.

Adalberto: Já sei. Minha mãe deve ter contado que não fui trabalhar ontem, e vocês descobriram a minha mentira. – Ele se senta no sofá. – Vamos realizar uma DR agora? – Ele é irônico.

Guilherme: Nunca esperei isso de você. É assim que a gente conhece as pessoas. – Ele fala com certa tristeza na voz.

Adalberto: Ah, deixa de frescura. Tão parecendo duas mariquinhas aborrecidas.

Tiago: Cara, pra mim já deu. Cê vai ficar aí ainda, Gui?

Guilherme: Não. Eu prefiro ir com você, pois sei que tu é verdadeiro. Não vai pisar na bola comigo.

Tiago: Ah, tem mais uma coisa. – Ele dá um murro na cara de Adalberto. – Isto é por você ter feito eu abrir mão da Lara para que tu pudesse ficar com ela, e no final magoar a coitada. E isto… – Ele dá outro murro em Adalberto. – É por você não cuidar da sua mãe como ela merece. Percebe-se o porquê dela não ser mais a senhora cheia de vida de antigamente.

Eles vão embora.

Lígia: Aqui está, meninos. – Ela não encontra Guilherme e Tiago. – Pra onde eles foram, Adalberto? – Ela estranha.

Adalberto: Me espancaram e foram embora. – O sangue cai dos dois lados de sua boca. Ele anda em direção a mãe. – Pode deixar que eu como isso daí por eles. – Adalberto pega a bandeja das mãos de Lígia. – A senhora já fez muito por mim hoje, sou eternamente grato. – Ele fala com ironia.

Cena 14 – Praça Oswaldo Cruz. Paraíso.

O sol que iluminava uma árvore vai morrendo aos poucos, e de repente já é possível ver a lua e as estrelas por trás dessa mesma árvore.

Cena 15 – Casa de Lígia. Quarto de Lígia. Capão Redondo. Madrugada.

Lígia está em sua cama, dormindo. Ela encontra-se bastante suada e inquieta. Os olhos dela se abrem, está com o corpo mole.

Lígia: Adalberto! Adalberto! – Ela grita baixo, como um sussurro. – Estou ardendo em febre. – Ela se levanta com dificuldade. – Ainda tem essas malditas varizes para piorar tudo. – Ela caminha lentamente e com muita dificuldade.

Cena 16 – Casa de Lígia. Quarto de Adalberto. Capão Redondo. Madrugada.

Lígia entra no quarto do filho, gemendo de dor.

Lígia: Adalberto, acorda! – Ela se aproxima da cama do rapaz. – Levanta, meu filho. Eu preciso que você me leve ao pronto socorro, estou ardendo em febre. – A mulher tenta acordar Adalberto chaqualhando-o.

Adalberto: Uhm? – Ele ainda dorme.

Lígia: Me ajuda, Adalberto. Eu tô passando mal. – A respiração dela está ofegante. Cabelo e rosto ensopados de suor.

Adalberto: Ai, mãe. Vai dormir. Dorme que passa. – Ele permanece com os olhos fechados.

Lígia: Adalberto, pelo amor de Deus. Eu acho que vou desmaiar. – As vistas dela começam a escurecer.

Adalberto: Vê se desmaia lá no seu quarto, na sua cama. Eu tô morrendo de sono, e minha preguiça é tanta que é até arriscado nós irmos para o hospital e eu acabar dormindo no meio do caminho… ou seja, eu e nada é a mesma coisa. – Ele nem sequer vira o rosto em direção a sua mãe.

Em fração de segundos, o rapaz começa a roncar.

Lígia: Eu não vou aguentar. Não vou aguentar. – Ela desmaia e bate com a cabeça na cômoda.

Adalberto dorme tão profundamente que nem percebe nada. O corpo de Lígia fica jogado no chão em meio a escuridão.

Cena 17 – Casa de Lígia. Quarto de Adalberto. Capão Redondo. Manhã.

O corpo de Lígia permanece no mesmo lugar. A escuridão do quarto é a mesma de outrora, porém, agora são as cortinas que contribuem para que tal cenário permaneça obscuro, já que as mesmas estão impedindo a entrada da luz solar no local. Adalberto meche-se na cama. Ele pega o celular debaixo de seu travesseiro e vê as horas.

Adalberto: Que estranho. Minha mãe ainda não veio me acordar e abrir essas malditas janelas. Será que ela saiu? – Ele vira para o outro lado da cama e olha para o chão. – Meu Deus do céu! – Adalberto se levanta com o susto, seus olhos estão arregalados. – Mãe. – Ele pisa no chão que está encharcado de sangue. – MÃE! NÃO FAZ ISSO COMIGO. – O rapaz se ajoelha perto da mãe e pega a cabeça da mulher, colocando-a em sua perna. – FALA COMIGO, MÃE. – Lágrimas caem dos seus olhos e atingem o rosto de Lígia. – POR QUE, MEU DEUS? POR QUÊ? – Ele chora sofridamente. – VOCÊ NÃO PODE ME DEIXAR, DONA LÍGIA. NÃO PODE! SEM VOCÊ EU NÃO SOU NADA, NÃO SOU NINGUÉM.

É enorme a quantidade de sangue no quarto. O jovem está com as mãos, a calça, a camisa, e parte do rosto cheios de sangue. Ele tenta desesperadamente acordar Lígia, que está gélida, mas é em vão.

Aos poucos tudo vai ficando escuro.

Passam-se dois meses…

Cena 18 – Casa de Lígia. Cozinha. Capão Redondo. Manhã.

Adalberto já não é mais o mesmo de antes: seus belos cabelos agora estão com um aspecto sujo e assustador; a barba cresceu um pouco, e não é mais bem tratada como outrora; sua gordura corporal já não existe mais, o que nos possibilita ver seus ossos; seus dentes esbranquiçados saíram de cena para darem lugar aos dentes amarelados; e até mesmo suas unhas mudaram – estão maiores e sujas –, assim como sua pele.

Adalberto: Essa geladeira tá mais vazia que a minha vida. – Ele abre a geladeira, que está completamente vazia. – Vou ter que sair revirando o lixo dos vizinhos mais uma vez. Se bem que isso já virou rotina. – A voz dele está abatida.

O rapaz caminha até a pia.

Adalberto: A água foi cortada. – Ele gira a torneira, e não sai nem uma gota. – Luz também não há mais. – Ele aperta o botão do interruptor, e as luzes permanecem apagadas. – Mas ao menos consegui carregar meu celular lá na tomada da padaria, ainda posso entrar na minha rede social. – Ele tira o celular do bolso. – Droga! Só tem dez por cento de bateria.

Cena 19 – Casa de Lígia. Sala de Estar. Capão Redondo. Manhã.

Adalberto caminha com dificuldade e se senta no sofá.

Adalberto: Aqui o sinal do Wi-Fi fica melhor. – Ele se deita no sofá e entra em sua rede social pelo celular. – Olha só! – Ele fala com certa surpresa na voz. – Então quer dizer que a Lara está de namorado novo? Pera aí. Não é o Tiago?

Mostra-se uma foto onde Lara e Tiago estão se beijando, aparentemente em um parque de diversões.

Adalberto: “Lara Garcia está em um relacionamento sério com Tiago Albuquerque”. – Ele lê o que tá escrito. – Sorte a deles. – Ele dá de ombros.

O rapaz continua a mexer em sua rede social.

Adalberto: Esses não são Guilherme e Tiago? Eles viajaram para a Atlantic City? – Ele fica boquiaberto. – Mas este era o nosso plano para o futuro quando nós éramos moleques, sempre sonhamos em irmos os três para lá. Pelo visto eles decidiram ir sem mim.

É exibida uma foto de Tiago e Guilherme felizes em uma fila de espera dum brinquedo qualquer: a dupla também estava em um parque de diversões.

Adalberto: Ah, claro. Óbvio que eles levaram a Lara em meu lugar, até porque agora ela é namorada do Tiago. – Ele revira os olhos. – Tomara que caiam daquela roda gigante maneira.

Ele se depara com uma publicação de Marília, a qual compartilha sua felicidade pelo filho estar trabalhando na empresa Polarex.

Adalberto: Então quer dizer que o Fabinho, o filho da Marília… ele conseguiu entrar na Polarex? – Ele fica estupefato. – Nunca ninguém aqui nesta favela tinha conseguido entrar naquela empresa, eu fui o primeiro… percebe-se o quão estão desesperados atrás de gente para trabalhar para eles, contratam qualquer um.

Chega uma nova notificação na rede social dele, dizendo que há lembranças de três anos atrás.

Adalberto: Que lembranças serão essas? – Ele então clica na notificação, e abre-se na tela uma foto dele com seus pais. – Olha só! Aquele churrasco que teve aqui em casa e os meus pais quase chamaram a favela toda. – Ele se emociona. – Que falta vocês me fazem! – Uma lágrima escorre o rosto dele.

Outra notificação chega, dizendo que alguém curtiu sua foto.

Adalberto: Qual será a foto que ela curtiu? – Ele clica na notificação, mas não carrega. – Não acredito. O maldito do vizinho mudou a senha do Wi-Fi.

A campainha toca. E Adalberto vai atender.

Telmiro: E aí, Adalberto? Já dei o tempo que tu pediu. Você me prometeu que pagaria hoje o aluguel do mês passado e deste mês também. Cadê a bufunfa? Seu pai nunca atrasou um mês sequer, e só te dei essa colher de chá porque sei que não deve ter sido fácil para você perder sua mãe também.

Adalberto: Então, seu Telmiro. – Ele coça a cabeça e fica sem jeito. – É que eu ainda não consegui o dinheiro.

Telmiro: Desculpa, mas eu não posso fazer mais nada por você. Eu preciso das chaves da casa para que eu passe pra outra pessoa.

Adalberto: Mas Tel, será que não…

Telmiro: Por favor, as chaves. – Ele estende a mão em direção a Adalberto.

Adalberto: Tudo bem. – Ele tira as chaves da porta. – Aqui estão. – Ele sai, e Telmiro tranca a porta do local.

Cena 20 – Ponte Octávio Frias de Oliveira. Brooklin. Tarde.

O céu está nublado, cai uma garoa fina, e está frio. É possível ver pés descalços e sujos caminhando pela ponte, eles param. Aos poucos conseguimos identificar Adalberto muito abatido, andando por entre os carros que estão em movimento.

Adalberto: Perdi minha namorada. – Ele fala com dificuldade. – Perdi meu emprego, meus amigos de infância, minha mãe, minha casa. – Ele fecha os olhos e engole seco. – Perdi tudo por conta da minha preguiça de viver a vida, minha preguiça de aproveitar os meus momentos ao lado deles. Acabei sendo tomado de corpo e alma por esse pecado infernal, e aos poucos perdi tudo o que tinha. Agora sou um homem que não tem nada. Já vejo as notícias sobre minha morte nos jornais: “morreu nesta segunda-feira o homem que não tinha nada, nem mesmo um nome para colocarmos aqui nesta matéria” – Ele sobe no muro da ponte e abre os seus braços lentamente. – A Lara previu que eu acabaria tendo preguiça da minha própria vida, e a verdade é que eu não aguento nem mais respirar. A conclusão que tenho desta minha vida miserável é que a preguiça tirou tudo que eu tinha, até mesmo a minha vontade de viver. – Adalberto se joga da ponte atingindo o rio Pinheiros em cheio.

Espera-se que após ter imergido nas águas, o corpo do jovem apareça novamente na superfície do rio, porém, não é o que acontece. E o que ocorreu depois daqui nós nunca iremos saber, pois a preguiça também me atingiu e é impossível continuar a escrever.

FIM

Victor Morais

Escrevi as webs novelas Beira-Mar e Filho Amado que foram publicadas no portal. Atualmente escrevo " Ser Humano", que se passa nos anos 80 e trata da relação complicada entre mãe e filha. Drama, emoções, cotidiano, conflitos familiares...Esse é o meu estilo.

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6 comentários sobre “O Homem Que Não Tinha Nada (Preguiça).

  • Ual Rodrigo, que historia foi essa? …Até o inicio eu estava com certa raiva de Adalberto, mas este final, o fim do personagem, nossa estou sem palavras, Parabéns, sucesso sempre e até a próxima!

    • Pois é, menino! Confesso que o Adalberto foi construído para ser odiado mesmo, esta era minha intenção desde o início kkk
      Espero te deixar sem palavras futuramente com novas histórias, pois nada melhor do que evoluir o seu próprio texto com o passar do tempo.
      Muito obrigado pelo comentário, Vinícius. E sucesso a nós todos. Até a próxima!

  • Parabéns, Rodrigo! Achei muito bom o castigo para o Adalberto! Nem coragem de passar uma água no rosto ele tinha, pois a preguiça o corroeu por inteiro. Só vou te dar um aviso: não acho muito agradável dizer o nome de redes sociais, etc numa web. Mas mesmo assim meus parabéns!

  • Um ótimo episódio, Rodrigo, você também explorou muito bem o pecado que lhe foi destinado. Adalberto perdeu tudo por conta de sua preguiça, e teve esse final trágico. Triste cena a da morte de Lígia. O episódio foi muito bem escrito, meus parabéns 😀

    • Primeiramente, gostaria de lhe agradecer pelo convite para compor o time de autores da web.
      Estou feliz por você ter gostado do episódio, e confesso que também achei triste a morte da Lígia. Já Adalberto teve apenas o que merecia. Fico grato pelo seu valioso comentário 😀

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