O Caçula – Capítulo 06 (Último Capítulo)
Capítulo 06 (Último Capítulo)
O Resgate, O Desfecho
“Não são os da consanguinidade os verdadeiros laços de família, e sim os da simpatia e da comunhão de ideias, os quais prendem os espíritos antes, durante e depois de suas encarnações.” – Allan Kardec.
Cena 01 – Sexta-feira. Floresta. Meia-noite.
A tempestade continua, está frio, ventando e escuro, só se é possível ver alguma coisa com o clarão dos relâmpagos seguidos dos trovões tão fortes que parece que o céu está se abrindo. No buraco, João treme de frio, com tanta chuva, a água está entrando no buraco através dos pequenos riachos que se formam com a chuva.
João Pedro, tremendo: Eu acho que não vou conseguir sair dessa.
Não muito longe dali, Miguel está à procura do irmão, o garoto saiu sozinho e escondido da cabana e entrou na floresta.
Miguel chamando: João! João Pedro! Cadê você?
Miguel está todo molhado, seu casaco fechado e com capuz são a única coisa que o protege da chuva, mas são insuficientes.
Miguel, mais alto: João!
Mesmo de dentro do buraco, com a chuva e o vento forte, João ouve.
João Pedro: Miguel?
Miguel, ao longe: João Pedro!
João Pedro, gritando: Miguel? Miguel, eu tô aqui!
Miguel não ouve o grito do irmão.
Miguel: Será que eu perdi ele de vez agora?
João Pedro, ao longe: Miguel!
Miguel, animando-se: João? João é você?
João Pedro, mais alto: Miguel, eu tô dentro de um buraco!
Miguel corre seguindo a voz do irmão. Ele de repente quase cai dentro do buraco. Miguel ilumina o buraco com a lanterna do seu celular e consegue ver seu irmão caído no fundo do buraco, que está enchendo de água.
Miguel, alegre: João? João você tá bem?
João Pedro: Miguel, que bom que você apareceu, eu pensei que fosse morrer.
Miguel: Onde está a sua cadeira?
João Pedro: Eu não sei, eu caí de um barranco e me arrastei até que cai aqui.
Miguel olha pros lados, provavelmente a lama toda que se formou com a chuva soterrou a cadeira debaixo do barranco. Dentro do buraco, a água já bate quase que no pescoço de João Pedro.
João Pedro: Miguel, a água tá subindo.
Miguel: Aguenta firme, eu vou buscar ajuda.
Miguel corre o mais rápido que pode em direção ao acampamento. De repente, ele passa em frente a árvore com a corda amarrada no galho. Com medo de se perder e não voltar a temo, Miguel vai até a corda e desfaz o nó dela no galho da árvore.
Cena 02 – Cabana dos adultos. Quarto de Clara.
Clara acorda no meio da noite. Ela tem um pressentimento estranho.
Clara, assustada: Ah meu deus, tem alguma coisa errada!
Clara coloca seus chinelos e corre para o lado de fora. A menina vai até a cabana dos meninos, até a janela do lado do beliche de Miguel e João Pedro. Ela olha e vê que Miguel não está na sua cama.
Clara: Ah não, isso não é bom.
Cena 03 – Floresta.
No buraco, a água já está quase que cobrindo completamente João Pedro.
João Pedro, tremendo: Rápido Miguel, por favor.
Miguel chega na beirada do buraco e quase escorrega na lama e cai.
Miguel: João, pega essa corda e amarra na sua cintura.
Miguel joga a corda que consegue ir até o fundo do buraco. João Pedro faz uma pequena força e a alcança e a amarra na cintura.
João Pedro: Pronto!
Miguel começa a puxar. Antes que ele consiga, escorrega na lama, solta a corda que cai dentro do buraco.
Miguel fica de quatro na beirada do buraco: João, a corda, Tenta jogar ela pra mim.
João pega a corda e tenta jogá-la, mas ele não joga forte o suficiente.
João Pedro: Não consigo.
Miguel: Você consegue sim, mais forte, vai.
Quase já todo coberto pela água, João Pedro faz um esforço e consegue ficar de pé. Ele joga a corda no alto e Miguel consegue pegá-la.
Miguel, puxando com força e rápido: Dessa vez eu não vou deixar cair.
Miguel puxa a corda com força e rápido. Já quase que fora do buraco, João estende o braço para fora e tenta se segurar na beirada. Miguel corre e ajuda o irmão a sair do buraco. Ele pega na mão direita e no braço esquerdo do irmão e o puxa para fora.
Miguel: João, você está bem?
João Pedro: não sei, eu tô meio zonzo…
De repente, João Pedro desmaia.
Miguel, sacudindo o irmão, desesperado: João!
Cena 04 – Cabana dos adultos.
Clara, Rafael e Melissa estão acordados na sala.
Melissa: E agora?
Rafael: E agora temos dois garotos desaparecidos.
Clara: A gente precisa fazer alguma coisa, não dá pra esperar essa chuva passar, ela vai durar a noite toda.
Rafael: Calma querida, a gente vai encontrar os seus amigos!
De repente a porta se abre e Miguel entra todo molhado carregando João Pedro desmaiado em seus braços.
Miguel, entrando desesperado: Gente, alguém me ajuda, ele tá inconsciente.
Clara: Miguel?
Melissa: O que aconteceu?
Miguel: Ele caiu dentro de um buraco, liguem pra uma ambulância rápido, ele tá tremendo muito.
Rafael: Espera, eu vou pegar a chave do meu carro e eu levo vocês dois pra cidade, ele precisa de um médico urgente.
Rafael corre para seu quarto. Miguel deita João Pedro no sofá.
Clara: Vamos pegar uns cobertores, temos que aquecê-los.
Cena 05 – Hospital da cidade. Horas mais tarde.
Já são quase 14h. Miguel está falando com Clara no telefone.
Clara: Vocês estão bem?
Miguel: Eu já tô melhor, o João tomou uns soros e tá descansando, parece que ele corre risco de pegar pneumonia.
Clara: Puxa. Mas e os seus pais?
Miguel: Já vieram. Não desgrudaram do João um minuto sequer, nem sequer ligaram se eu estava bem.
Clara: Sinto muito.
Miguel: Tudo bem, eu já esperava por isso.
Clara: Eu queria poder estar aí com vocês agora.
Miguel: Eu sei, o João ia gostar de te ver, acho que isso vai levar tempo pra acontecer de novo.
Clara: É, mas a gente vai se ver de novo, eu sei.
Miguel: É, eu só não tô muito feliz com uma coisa.
Clara: O que foi?
Miguel: Eu acho que agora sim eu e o João estamos mais afastados do que nunca.
Cena 06 – Dias depois. Casa dos Alves.
Com o passar dos dias, João Pedro melhorou e voltou para casa. Mesmo depois de tudo que aconteceu, nada mudou na vida familiar, Miguel e João Pedro voltaram a se distanciar, Gilberto e Laura continuaram a ter preferência por João e a tratar Miguel como um bastardo.
Certo dia, Miguel chega em casa depois de um passeio com seus amigos. João Pedro o encontra na sala, animado.
João Pedro pega no braço do irmão: Miguel, vem comigo.
Miguel: O que foi?
João Pedro: Vem logo!
João Pedro leva Miguel até seu quarto, quarto que antigamente os dois dividiam. Miguel entra no quaro do irmão e fica surpreso, sua cama e suas coisas estão nele.
João Pedro: “Tadã”.
Miguel: Ué, eu não entendi nada!
João Pedro: Como assim? São as suas coisas.
Miguel: Isso eu já sei, eu não entendi porque elas estão aqui.
João Pedro: Eu falei pro pai e pra mãe que queria que você voltasse a dormir no meu quarto e eles trouxeram sua cama pra cá.
Miguel: Como assim?
João Pedro: Há alguns dias no hospital os nossos pais estavam falando comigo e disseram que iam te mandar de volta pro orfanato. Eu disse que não queria que te mandassem embora e fiz certas exigências.
Miguel: Como você conseguiu convencê-los?
João Pedro, alto e claro: Eu fui bem firme!
Miguel: Você fez birra e carinha de anjo, não foi?
João Pedro, sem jeito: É, só um pouquinho.
Miguel: (risos), sabia. Tá, mas por que isso agora?
João Pedro: Ah qual é Miguel? Você ainda tá com raiva de mim por eu ter contado pra Clara que…
Miguel: Não, imagina, aquilo eu falei porque eu tava nervoso.
João Pedro: Que bom. Miguel, a gente se deu tão bem naquela semana no acampamento, eu achei que talvez pudéssemos…
Miguel: Não sei se é uma boa ideia.
João Pedro: Miguel, éramos tão próximos, nós podemos ser outra vez.
Miguel: Eu realmente não entendo você. Como você pode continuar gostando de mim se é minha culpa você estar assim?
João Pedro: Somos irmãos…
Miguel: Não somos irmãos de verdade!
João Pedro: Mesmo assim, a gente tem que saber conviver junto, eu nunca entendi porque você se distanciou tanto de mim.
Miguel: Eu disse uma vez João, eu tive meus motivos, talvez um dia eu te diga.
João Pedro: Mas eu não tenho motivo algum, eu só queria que as coisas entrenós voltassem a ser como antes, que além de irmãos fossemos amigos.
Miguel fica de joelhos na frente do irmão: No fundo, eu nunca quis me afastar de você, eu sempre tive você como meu irmãozinho, você não imagina o quanto eu sofri quando vi você naquela cama depois de cair da árvore, ou quando você desapareceu naquela mata, eu acho que pra mim, o passado nunca realmente foi “passado”.
João Pedro estende a mão para um cumprimento: Amigos?
Miguel aperta a mão do irmão: Amigos!
Os dois se encaram.
Miguel: Quer saber? A gente pode mais que isso!
Miguel abraça João Pedro com força, emocionado, como se esperasse para fazer isso há anos. João abraça o irmão com tanta força que quase não consegue chorar.
João Pedro, chorando: Irmãos?
Miguel aperta João mais forte: Irmãos!
Cena 07 – Dias depois.
As coisas na casa da família mudaram radicalmente agora. Depois que João Pedro e Miguel se acertaram, a família voltou a conviver em paz. Gilberto e Laura começaram a ter Miguel como um filho de verdade, dando mais atenção e carinho a ele. A família também conseguiu contratar uma enfermeira para ajudar João Pedro, todos os dias o garoto faz exercícios e aos poucos ele está recuperando o movimento de suas pernas.
João e Miguel estão no quarto. Miguel está ajudando João Pedro com os exercícios, o garoto já quase consegue andar normalmente, já até deixou a cadeira e está usando muletas.
Miguel: Pelo jeito você está se recuperando bem rápido.
João Pedro: É, mal vejo a hore de me livrar dessas muletas também.
Miguel: Sorte que seus músculos não atrofiaram enquanto você ficou na cadeira.
João Pedro: É, foi mesmo.
Os dois ouvem um caminhão do lado de fora.
João Pedro: Que barulho é esse?
Miguel: Acho que é um caminhão de mudanças, ouvi dizer que tem gente nova chegando pra casa do lado.
João Pedro: Novos vizinhos? Vamos lá conhecê-los.
Miguel: Ah, pra quê?
João Pedro, puxando Miguel pelo braço: Vamos, vem, eles devem ser legais.
Miguel: Ah, tá bom, tá bom.
Cena 08 – Rua.
Na rua, o caminhão de mudanças está descarregando as coisas dos novos moradores da rua.
João Pedro: Pelo jeito a nova família não é muito grande.
Miguel: É, eu acho que não!
Os dois veem uma menina ajudando com as caixas.
João Pedro: Ei, menina!
A garota se vira para eles e os dois se surpreendem, é Clara. Logo que revê a amiga, os olhos de Miguel brilham. Clara dá pulos, deixa a caixa no chão e corre para abraçar os dois.
Clara, alegre: Eu não acredito nisso, vocês dois por aqui?
Miguel: É, e você, o que tá fazendo aqui?
Clara: Estamos nos mudando, ah eu não acredito que vamos ser vizinhos!
João Pedro: É, é ótimo. Não é Miguel?
Miguel, meio bobo: É sim!
Clara, surpresa: Olha só João, deixou a cadeira?
João Pedro: É, eu já tô quase conseguindo andar.
Clara: E vocês dois, como estão?
Miguel, passando o braço nos ombros de João Pedro: Mais unidos do que nunca.
Clara: Que bom! Bem, eu não tô fazendo muita coisa aqui, eu queria saber se vocês dois podem me levar pra dar uma volta pelo bairro, me apresentar os seus amigos.
Miguel: Demorou, vamos!
Clara, sai andando: Espera que eu vou avisar a minha mãe.
João Pedro, sussurrando no ouvido de Miguel: Acho que agora você arranja uma namorada!
Miguel: Acho que sim, será que ela tem uma irmãzinha pra você?
Os dois riem. Clara volta e os três saem juntos para passear pelo bairro.
le omenezes eu vou criar uma conta no google me dar 2 dias apenas não me abandona por favor eu ti pesso n escrever uma web novela sem min me espera para nos fazemos juntos
leo eu n tenho watsapp nem fecebook mas vc pode mandar uma solicitação para o fece da minha prima que eu uso o fece dela o nome do fece dela e clara miranda
Failon, eu acho que se desse talvez você podia criar outra conta no Google pra gente poder conversar porque eu encontrei muitos resultados no Facebook com esse nome que vc me passou, se não der, me avise quando o problema do seu e-mail se resolver porque enquanto isso eu já estou com algumas ideias pra minha próxima web.
leo desculpa eu estou com poblemas no meu email e não tenho como enviar a sinopse para vc como vamos fazer agora
Tem whatsapp ou Facebook?
leo vamos escrever uma web ja tenho a sinopse dela vc me ajuda a desenvolver personagens deixa seu email para a gente conversar vc aceita me ajudar a escrever sim ou não deixe a resposta
Eu topo.
E-mail: leo.menezes.medeiros@gmail.com
leo quem sabe a gente pode escrever uma web juntos
Seria uma boa ideia!
leo muito boa a historia como todas as suas webs são boas que vc continue com sucesso e que logo tenha uma nova web parabens e sorte
Obrigado Failon, fico feliz por minhas histórias serem tocantes para alguns leitores, agradeço pelo elogio e por ter acompanhado.
Lindo o último capítulo. Espero acompanhar mais webs suas, Léo!
Obrigado Pedro, fico feliz por ter gostado da minha web, por enquanto não tenho uma ideia para minha próxima história, mas pretendo começar uma logo. Obrigado!