O Anjo Abre Suas Asas – Capítulo 06
Capítulo 06
Cena 01 – Acampamento dos caçadores.
Eduardo: Como assim?
José: Isso mesmo, o filho do fazendeiro desapareceu e parece que foi por aqui pelos lados da floresta, o homem deu ordens que todos os trabalhadores começassem a procurá-lo aqui na mata e pediu sigilo sobre o desaparecimento.
Eduardo, nervoso: Mas que droga! Com tantos homens aqui na mata, é capaz de sermos pegos, se eles encontrarem nosso acampamento e descobrirem todos esses animais aqui nós estaremos ferrados.
João: Pelo menos a polícia não será comunicada para a buscas.
Eduardo: Ouçam bem, eu quero que vocês tenham muito cuidado, não deixem ninguém se aproximar do nosso acampamento. E se encontrarem o garoto na floresta, levem-no imediatamente para a fazenda antes que ele nos descubra.
José: Mas e se o menino encontrar o acampamento?
Eduardo: Aí eu não sei, mas pra sorte dele é melhor que isso não aconteça. Mas o mais provável é que ele seja devorado pelas feras da mata.
Cena 02 – Riacho.
Maria acorda.
Maria, espreguiçando-se: Ah, que noite horrível.
Maria abre a mochila, guarda seu cobertor e pega um pacote com alguns biscoitos.
Maria, de boca cheia: Eu preciso continuar procurando o Gabriel, ele deve estar em algum lugar daqui.
Maria ouve um rosnado. Ela se levanta assustada e se vira, atrás dela está um cachorro e parece selvagem.
Maria, assustada: Cachorro bonzinho!
O animal continua a rosnar, encara Maria com um olhar perturbador.
Maria: Calminha cachorrinho, calma.
O cachorro parece furioso, certamente tem raiva. Maria começa a dar paços pra trás, está nervosa. Maria pega sua mochila, a coloca nas costas, se vira e começa a correr, o cachorro late e começa a perseguir a menina.
Maria, correndo: Meu Deus, socorro!
Maria tenta ser rápida, mas em uma corrida, um cachorro sempre ganha de uma pessoa. Maria tropeça e cai no chão. Antes de poder se levantar, o cachorro está bem perto e avança sobre ela, e morde sua perna.
Maria grita: Socorro!
Maria consegue se soltar e se levanta, mas ela está com a perna ferida e não pode correr. Quando o cachorro está prestes a atacá-la, Maria sente dois braços chegarem por trás e a puxam com força, ela só consegue sentir que está subindo e antes que perceba, ela sai do chão e está mais alto que as copas das árvores da floresta. Sem entender nada, Maria vira a cabeça e olha para trás, é Gabriel quem a está segurando, o garoto voa com a menina em seus braços. Maria fica maravilhada, Gabriel voa por cima da floresta e leva a menina nos braços.
Maria, maravilhada: Que coisa mais incrível!
Cena 03 – Casa dos Oliveira.
Felipe tenta ligar para Maria do seu telefone, sem sucesso.
Felipe, nervoso: Ai que droga, a Maria não atende esse celular de jeito nenhum, caramba. Aquela louca só pode ter ido até a floresta atrás do Gabriel, isso não é amor, é obsessão.
Felipe se deita na cama sem saber o que fazer.
Felipe: Preciso dar um jeito nisso, os dois podem estar correndo perigo naquela floresta. Não tem jeito, eu vou ter que contar o segredo do Gabriel.
FLASHBACK.
Dois dias atrás, manhã.
Gabriel tira a camisa que Felipe o emprestou e a entrega a ele.
Gabriel: Obrigado pela ajuda, e por favor, não contem pra ninguém sobre as minhas asas.
Maria: Pode deixar, seu segredo está a salvo com a gente. Não é Felipe?
Felipe: É sim.
Gabriel abre a janela do quarto e sai por ela. Felipe e Maria ficam olhando. No jardim, Gabriel abre as asas e levanta voo.
FIM DO FLASHBACK.
VOLTA AO PRESENTE.
Felipe: Ah, mas eu não posso fazer isso, ele confiou em mim, eu prometi não contar. Se alguém tivesse que contar seria a Maria, as mulheres é que são fofoqueiras.
Felipe se levanta e começa a andar de um lado pro outro.
Felipe: Não posso ficar de braços cruzados, só me resta uma opção: ir atrás dos dois e convencê-los a voltar!
Cena 04 – Floresta.
Depois do voo, Gabriel e Maria pousam próximo a uma clareira. Gabriel descansa as asas e Maria se encosta em uma árvore tomando um gole de água de sua garrafinha. Os dois começam a se olhar.
Maria: Essa foi a experiência mais fantástica de toda a minha vida!
Gabriel, direto: Maria, agora que tudo já se acalmou, quer me dizer o que você veio fazer aqui nessa mata?
Maria: Sabe Gabriel, depois que você fugiu, eu fiquei muito preocupada com você, como você estaria, como faria pra viver aqui, então…
Gabriel: Garota, não vai me dizer que você também fugiu pra cá e por minha causa.
Maria, sem jeito: É… É!
Gabriel, nervoso: Meu Deus, eu achava que meu pai exagerava quando dizia que mulheres são loucas, mas ele nunca teve tamanha razão.
Maria: Eu não acredito Gabriel, até você é machista?!
Gabriel: Garota, você tem ideia da loucura que fez? Viu o que acabou de acontecer? Você foi atacada por um cachorro raivoso!
Maria: Mas você me ajudou, eu te encontrei… Quer dizer, você me encontrou.
Gabriel: Olha, o que eu não entendo é porque você se arriscou desse jeito por minha causa.
Maria: Porque é pra isso que servem os amigos, pra gente ter com quem contar em dificuldades.
Gabriel: Amigos? E desde quando somos amigos?
Maria: Desde que o Felipe e eu te ajudamos e você confiou a nós dois a sua história, se bem que não tinha jeito, a gente já tinha visto tudo.
Gabriel: Você contou pra alguém que ia fugir?
Maria: Não, nem mesmo pro meu irmão.
Gabriel, nervoso: Você não percebe? Agora que você fugiu o Felipe vai contar tudo.
Maria: Não vai, ele prometeu que não contaria.
Gabriel: Você acha mesmo que o Felipe seria tão fiel a mim sendo que nós nem nos conhecemos direito? E ainda mais com você correndo perigo?
Maria: Gabriel, eu conheço o meu irmão, eu sei que ele pode ser um completo idiota, mas ele não é linguarudo, muito menos liga pra mim. E tem mais, eu vim pra te avisar que o seu pai e todos estão a sua procura.
Gabriel: O quê? Como assim?
Maria: Eu ouvi o meu pai dizendo que o seu Paulo colocou todos os empregados da fazenda pra te procurar aqui dentro da floresta.
Gabriel, aflito: Ah, não pode ser. Maria, já chega, vamos, eu te ajudo a voltar pra casa.
Maria, decidida: Pode esquecer, eu não vou te abandonar aqui!
Gabriel, irritando-se: Maria, não complica, eu não quero você e a sua família envolvidos em problemas com o meu pai.
Maria: Eu não vou te deixar aqui, e se você me pegar e me carregar no céu de novo, eu te faço ter uma turbulência.
Os dois ficam se encarando, Gabriel está vedo que não vai conseguir convencer a amiga a voltar pra casa. Ao mesmo tempo, o garoto se preocupa por ter acabado envolvendo mais pessoas em sua história.
Cena 05 – Casa dos Oliveira. Quarto de Maria e Felipe.
Felipe termina de arrumar sua mochila para a fuga.
Felipe, colocado algumas roupas na mochila: Minha mochila tá pronta, essa noite mesmo eu vou atrás daqueles dois.
Laura, ao longe: Felipe, o almoço está na mesa.
Felipe: Eu acho melhor perguntar ao meu pai se ele não tem nenhuma notícia dos dois.
Cena 05 – Cozinha.
Felipe olha para seu preto, não conseguindo comer de tão nervoso que está.
Felipe: Pai, você tem alguma novidade sobre o sumiço do Gabriel e da Maria?
Antônio: Não Felipe, nada. Já procuramos em certas partes da floresta e nada do Gabriel.
Felipe: Ah meu Deus, será que eles dois estão bem?
Laura: Felipe, por que está falando como se a Maria e o Gabriel tivessem fugido juntos?
Felipe, nervoso: O quê? Como assim?
Laura: É, você só pergunta pelos dois, como se tivessem fugido juntos.
Felipe, nervoso: Não, não, não… É porque os dois sumiram quase ao mesmo tempo, eu me preocupo com os dois, onde quem que estejam.
Laura: Entendi. Antônio, é melhor comunicarmos a polícia sobre o sumiço da Maria.
Antônio: Eu também acho, mas nada sobre o sumiço do Gabriel.
Felipe, pensando: Ah não, eu preciso agir rápido!
Estou precisando de autores.
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