Notas de Um Destino – Capítulos 42 e 43 (Últimas Semanas)
Maria de Lurdes: Eu estou muito confusa. É melhor não nos vermos mais.
Dona Memê: Seja como você quiser. Mas saiba de uma coisa. Mãe só temos uma.
Maria de Lurdes: E a minha foi Edvirgens Garcia!
Dona Memê: Com licença.
(Dona Memê vai embora.)
Rosa Maria: Finalmente nós vamos ficar todos juntos e nada nem ninguém vai nos separar.
(Dona Memê chega em sua antiga casa e fica surpresa ao ver que o Pistoleiro está esperando ela)
Dona Memê: Você? O que faz aqui?
Pistoleiro: Não preciso mais dos seus serviços… porque é uma inútil: falhou em atrapalhar a vida do Antonio e da Maria de Lurdes. Mas isso… isso acaba aqui.
Dona Memê: O que vai fazer?
(Pistoleiro atira no coração de Dona Memê, que morre imediatamente)
Rosa Maria: Bem, agora eu tenho que voltar para Brasília. Resolver uns assuntos que eu tenho por lá, depois eu prometo que voltarei para morar com vocês aqui em Santa Quitéria.
(O celular de Rosa Maria toca. Ela atende)
Rosa Maria: Alô!… O que quer Ernesto?… Morta? Como assim?… Tá, entendi! Obrigada!
(Rosa desliga o telefone)
Antonio: Algum problema, filha?
Rosa Maria: A Dona Memê acabou de ser assassinada pelo Pistoleiro.
Maria de Lurdes: Ai, meu Deus! Não! A minha mãe tá morta! Morta! Não pode ser! Não pode ser! (começa a chorar) Mas isso não vai ficar assim!
Getulio: Espere, o que vai fazer?
Maria de Lurdes: Acho que sei onde ele vai me procurar. Eu vou fazer uma surpresinha pro meu papai.
Getulio: é perigoso.
Maria de Lurdes: Acontece que eu não tenho mais medo desse cara!
(Maria de Lurdes vai à sua casa. Lá, ela tranca a porta e acende um cigarro. Batem na porta. Ela vai abrir. É o Pistoleiro.)
Maria de Lurdes: Eu tinha certeza que ia encontrar o senhor aqui… Entre, temos muita coisa pra conversar.
(Enquanto isso, Rosa Maria liga para a polícia)
Rosa Maria: Alô, é da Polícia? Por favor uma viatura. É uma emergência.
(Enquanto isso:)
Pistoleiro: Eu esperei tanto por esse momento, filha!
Maria de Lurdes: Não encosta em mim!… Eu, filha de um assassino! Tem ideia de todo o mal que você me fez?
Pistoleiro: Foi pra tentar compensar a dor que eu estava sentindo… você não sabe o quanto mata por dentro um pai não poder amar sua filha. Então eu pensei: se eu não posso amá-la, então ninguém mais pode.
Maria de Lurdes: E você lá entende de amor? Que tipo de pai é você? Você matou meus pais adotivos… você matou meu noivo Clemente… você matou a minha mãe Memê.
Pistoleiro: E pra conquistar o seu amor de filha eu juro, eu seria capaz…
Maria de Lurdes: De que? De que, meu senhor? Também vai me matar? Não, não precisa. Já me matou por dentro com tudo o que fez. Não me interessa mais viver. Nada pra mim tem sentido.
Pistoleiro: Não, não diga isso…
Maria de Lurdes: O senhor faria um grande favor se disparasse em mim…
Pistoleiro: Não pede uma coisa dessa!
Maria de Lurdes: Termina logo com isso! Atira!
(O Pistoleiro saca a arma, mas no momento em que ele vai atirar, a casa é invadida pela Polícia)
Policial: Quieto! Não faça mal à mulher ou vai se dar muito mal.
Pistoleiro: Podem até me prender. Mas não vou ficar muito tempo… Tenho amigos políticos… eles vão livrar minha barra. E quando eu tiver solto: eu vou me vingar.
(O pistoleiro é algemado e levado preso. Rosa Maria abraça Maria de Lurdes)
Rosa Maria: Pronto, minha irmã, agora tudo vai ficar bem…
(Dias depois, Rosa Maria vai pegar um ônibus para voltar a Brasília. Maria de Lurdes e Getulio se despedem dela:)
Maria de Lurdes: Você tem mesmo que ir?
Rosa Maria: Tenho… mas será por pouco tempo! Logo que eu resolver a minha vida lá no Distrito Federal eu volto pra morar aqui com vocês. E dessa vez é definitivo.
Getúlio: Se cuida, mana!
Rosa Maria: Até mais!
(Rosa Maria sobe no ônibus e vai embora. Durante a viagem, ela recorda as palavras do Pistoleiro:)
“Podem até me prender, mas meus amigos políticos vão limpar a minha barra e aí… eu vou me vingar!… vocês vão ver!”
(Rosa Maria chega em Brasília. Na sede da ONG:)
Gertrudes: Rosa Maria! Achamos que não ia voltar mais.
Rosa Maria: Já viu que se enganaram… Onde está o Ernesto?
Gertrudes: Deve estar chegando!
Rosa Maria: E como foi tudo por aqui durante a minha ausência?
Gertrudes: Ah, foi calmo! Nada de especial! Só o que eu estranhei foi a Dona Berenice vir aqui.
Rosa Maria: E o que ela queria?
(Ernesto chega)
Gertrudes: Ah, olha o Ernesto aí.
(Gertrudes sai.)
Ernesto: Com vocês, “A VINGATIVA DE SANTA QUITÉRIA”
Rosa Maria: Não deboche, Ernesto.
Ernesto: Ah, qual é? Diga lá! Você se vingou mesmo da Dona Memê e da sua irmã De Lurdes?
Rosa Maria: É… me vinguei…
Ernesto: E como você se sente?
Rosa Maria: Mal! Muito mal… Sabe, Ernesto, eu não imaginava que esse país precisava tanto de segurança. Depois eu falo sobre isso, por favor, vamos mudar de assunto: Ernesto, você soube que a sua ex-esposa esteve aqui?
Ernesto: A Berenice?
Rosa Maria: E tem outra?
Ernesto: Sim… eu soube.
Rosa Maria: E o que você vai fazer quanto a isso?
Ernesto: Não se preocupe… eu já tomei uma decisão.
Rosa Maria: E qual é ela?
Ernesto: Na hora certa você vai saber… Lembre-se: Tudo a seu tempo!
Rosa Maria: E o Evaristo? Soube dele?
Ernesto: É mesmo, ele tá muito quieto pro meu gosto. Acho que você devia ver o que ele está tramando.
Rosa Maria: Vou falar com ele.