Notas de Um Destino – Capítulos 04 e 05
ATENÇÃO, EM VIRTUDE DE ONTEM TER SIDO FERIADO NACIONAL DA PADROEIRA DO BRASIL, NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO APARECIDA E, COINCIDENTEMENTE, HOUVE PROBLEMAS DE ACESSO À INTERNET NA REGIÃO EM QUE MORO, HOJE DIA 13, EXCEPCIONALMENTE, POSTAREI 2 EPISÓDIOS. PEÇO DESCULPAS PELO TRANSTORNO.
Link da abertura: https://www.youtube.com/watch?v=a4PpA8-8jYE
Edvirgens: Não, Maria de Lurdes, por favor, não bate na Quiterinha. Já me basta de brigas!
Maria de Lurdes: Não se preocupa, mamãe! Eu já sei o que vou fazer. E, vou procurar um jeito de tirar a senhora daí.
Edvirgens: Tá, filha, mas com cuidado, seu pai está louco.
(Maria de Lurdes vai em direção da cozinha, pela porta dos fundos entra Quitéria que pergunta:)
Quitéria: Quer ajuda com o almoço, Lurdinha?
Maria de Lurdes: Não, obrigada, eu não falo com gente que trai os outros.
Quitéria: Tá falando do quê?
Maria de Lurdes: Quiterinha, quem contou pro pai onde o Getulio tava?
Quitéria: Valha! E o pai sabe?
Maria de Lurdes: Tu não me engana não Quiterinha, eu sei que foi tu que contou pro pai onde tava o Getulio. Tu me perguntou pra dizer pra ele. Não foi?
Quitéria: Ele me disse que tava arrependido pelo que fez e que queria dar um jeito nas coisas erradas que ele fez.
Maria de Lurdes: E tu acreditou, Quitéria?
(Antonio vai até os carros, e fala ao motorista:)
Antonio: Tá indo pra Sobral?
Motorista: Tá sim, só esperando lotar.
Antonio: Pois eu vou.
(Antonio entra no carro e pensa.)
Antonio: “Vamos ver se ele não volta comigo. Eu sô teu pai, moleque. Tu aprende.”
Maria de Lurdes discute com Quitéria:)
Maria de Lurdes: Tu ficou doida, foi? Como é que tu faz uma coisa dessa? O pai vai dar uma surra no Getúlio e é capaz até de matar ele.
Quitéria: Não, Lurdinha! O pai é bom! Ele se arrependeu! Ele quer que a gente seja de novo uma família unida.
Maria de Lurdes: De novo? E quando é que a gente foi? Ele te enganou, Quiterinha. Ele quer fazer mal nosso irmão. Ele trancou a mãe na camarinha!
Quitéria: E agora, Lurdinha, o que eu faço agora?
Maria de Lurdes: Depois a gente pensa. Agora eu preciso da tua ajuda. Vai no roçado e chama um trabalhador, mande ele vir aqui, mas não diz pra que é.
Quitéria: Tá, já vou.
(Quitéria sai correndo, Maria de Lurdes vai até a porta do quarto e diz à mãe:)
Maria de Lurdes: Mãe, aguenta só mais um pouco, eu consegui ajuda.
Edvirgens: Não, filha, eu acho que tá… chegando… no fim…
Maria de Lurdes: Não, mainha! Aguenta! Aguenta!
Edvirgens: Cuida… da Quite… quiterinha….!
(Edvirgens desmaia)
(Quitéria chega ao roçado e fala a um dos trabalhadores de seu pai:)
Quitéria: Ei, por favor, o senhor pode me ajudar?
Trabalhador: Que que tu tem, Quiterinha?
Quitéria: Depois eu te explico, vem ligeiro!
(Os dois saem correndo. Ao chegarem na casa, Quitéria diz:)
Quitéria: Aqui tá ele!
Maria de Lurdes: Graças a Deus! Arromba esta porta, por favor, moço!
Trabalhador: O que que tá acontecendo aqui?
Maria de Lurdes: A minha mãe tá trancada aí dentro da camarinha.
Trabalhador: Como isso aconteceu?
Quitéria: Foi o pai.
Maria de Lurdes: Quieta!
Trabalhador: O seu Antônio? E porque ele fez isso?
Maria de Lurdes: Brigas de casal! Mas é que ela tá sem comer. Eu só quero dar alimento a ela antes que ele volte.
Trabalhador: Mas ele vai notar a porta arrombada.
Maria de Lurdes: Eu juro que não digo que foi o senhor.
Trabalhador: Tá bem, saiam da frente… 1, 2, 3: (Trabalhador arromba a porta e encontra Edvirgens caída no chão). Ela tá desacordada!
Maria de Lurdes: O que? Mãe! Mainha! Acorda!
(As meninas tentam em vão reanimá-la)
(Na casa de Dona Iracema, em Sobral.)
Iracema: Você vai ficar no quarto de hóspedes.
Getúlio: Obrigado, tia.
(A campainha toca, Iracema vai atender. É Antonio:)
Antonio: Há quanto tempo, irmãzinha. Eu vim buscá meu filho. E num saio daqui sem ele!
Casa de Edvirgens, o trabalhador tenta reanimá-la, mas vê que é inútil)
Trabalhador: Dona Edvirgens! Dona Edvirgens! Chega, menina, ajuda aqui! Tem que levar pro doutor!
(Eles pegam Edvirgens e a levam para o hospital)
INTERVALO
Antonio: Getulio, vem comigo!
Iracema: Espere, eu posso explicar!
Antonio: Cala a boca! Eu só volto pra casa quando o meu filho for comigo, entendeu?
(No Hospital de Santa Quitéria, todos estão na Sala de Espera. O Médico vem)
Trabalhador: E então, doutor? Como que tá dona Edvirgens?
Médico: Terá que ir para Sobral ou…
Maria de Lurdes: Ou?
Médico: ou Ela Morrerá!
(Casa de Dona Iracema.)
Getulio: Não vai me levar de volta! Não vai me levar de volta!
Antonio: Se não for por bem, vai à força!
Iracema: Getúlio, meu filho, é melhor obedecer seu pai!
Getúlio: Tá bem, eu vou! Não porque ele tá mandando, mas porque é um conselho seu, tia Iracema.
(Os dois entram no carro rumo a Santa Quitéria. Antonio o ameaça:)
Antonio: E tu, seu filho ingrato, eu tenho é pena da tua alma se um dia tu ousar tentar fugir de novo de mim. Nem que seja no fim do mundo, eu vou te buscar!
(Enquanto isso, na ambulância, o Trabalhador leva Edvirgens para Sobral)
Trabalhador: A senhora tem que viver, Dona Edvirgens! Seus filhos não podem ficar sozinhos com o patrão. Ele é ruim demais…
(Antonio chega em casa com Getulio, lá ele vê a porta do quarto arrebentada. Furioso, ele pergunta:)
Antonio: Quem libertou aquela maldita?
Maria de Lurdes: Um dos seus trabalhadores.
Antonio: E por que que ele fez isso? Eu mandei ela ficar trancada? Diz o nome desse animal e eu mesmo mato. Cadê tua mãe?
Quitéria: Tá no Sobral.
Antonio: Ah, foi evitar que eu matasse a cria dela, não é? Pois aqui está o Getulio! Ela que volte, porque com ela vou fazer pior!
Maria de Lurdes: Tarde demais, pai. A mãe… A mãe tá morrendo… na Santa Casa… ela vai morrer de fome, e da surra que o senhor deu nela!
Antonio: Isso não é verdade! Como ela chegou em Sobral?
Maria de Lurdes: Eu pedi pra um dos seus trabalhadores levá ela. Pai, a gente só pode rezar… Ela saiu quase morta daqui.
Antonio: Só que ninguém vai rezar nada não, vão mermo é trabalhar. Já pra roça, todos vocês.
(Os três filhos vão direto para a roça. Antonio pensa:)
Antonio: “Não, aquela miserável não pode morrê. Não pode.”
(No caminho da roça, Getulio chama as irmãs:)
Getulio: Vamos fugir, todos pra Sobral, lá ficar perto da mãe!
Quitéria: Eu também quero ir!
Maria de Lurdes: Tá doido, Getúlio? O pai foi atrás de ti, deixou a mãe trancada na camarinha sem comer nada e agora ela tá lá morrendo e tu quer fugir de novo? Ela tá no Hospital? E se ele invade o Hospital e mata ela?
Quitéria: Ela pode viver também e ficar triste porque soube que ele tá destratando a gente aí ela ia morrer de desgosto.
Maria de Lurdes: A Quiterinha tem razão. Temos que ficar aqui. Eu tenho um plano.
Getulio: E qual é?
Emoções cada vez mais fortes!