Notas de Um Destino – Capítulo 47 (Últimos Capítulos)
Evaristo: Isso mesmo, ela nos enganou a todos. Uma charlatã… O que você acha?
Danton: Fantástico! Podemos usar a história sofrida daquela mulher para ganhar mais votos! A vitória está no papo!
(Enquanto isso…)
Quitéria: Infelizmente, os meus objetivos agora são outros.
Baluarte: É… eu tenho lido nos jornais… você agora é uma importante política.
Quitéria: Pois então, deve saber que não posso perder tempo com sentimentalismo…
Baluarte: Nunca pensei que eu fosse escutar uma coisa dessa de você, Quitéria. Você tá com mania de grandeza. Cuidado, a queda pode ser muito grande.
Quitéria: Só vim aqui para sepultar meu pai. Não tenho tempo a perder com amores de infância. Tenho que voltar para Brasília imediatamente.
Baluarte: Pois vá com Deus… E até breve, Quitéria Garcia.
(Quitéria volta para Brasília. Em casa, o celular toca. Ela atende.)
Quitéria: Alô!
Ernesto: Quitéria! Queria te convidar para jantarmos juntos hoje à noite, pode ser? Não, eu busco você! Às 8! Até lá! Tchau!
(À noite, no restaurante.)
Ernesto: Espero que você esteja gostando deste lugar!
Quitéria: Está perfeito.
Ernesto: Realmente não está curiosa porque eu chamei você aqui?
Quitéria: Eu estou, mas como você não quis falar durante o caminho…
Ernesto: Eu quis ver você porque… Quitéria, hoje eu vou abrir meu coração: estou apaixonado por você. Casa comigo?
Quitéria: Você tem certeza dos seus sentimentos?
Ernesto: Tenho! Tenho sim!
Quitéria: Pois eu vou ser franca com você: eu não posso me casar…
Ernesto: Por quê?
Quitéria: Há uma cláusula no testamento de Demétrio que diz claramente que se eu me casasse eu perderia toda a minha fortuna. E eu não quero perder tudo o que conquistei.
Ernesto: Não abriria mão, nem sequer por mim? Não me ama?
Quitéria: Do fundo do meu coração, Ernesto. Por ninguém no mundo eu deixaria de ajudar os pobres de Santa Quitéria, do Nordeste. Além disso, eu amo alguém. Mas esse alguém não merece um sacrifício tão grande.
Ernesto: Quitéria, por Deus! Como pode valorizar mais o dinheiro que as pessoas?
Quitéria: É o dinheiro que move o mundo, Ernesto. Não o amor. Tenho que ter todo este dinheiro para ajudar meus pobres…
Ernesto: Mas e eu?
Quitéria: Consiga uma forma de fazer com que eu possa me casar sem perder o dinheiro e, então…
Ernesto: Acho que sei como. Isso é um sim?
Quitéria: Bem…
(Ernesto chega à sede da ONG no dia seguinte, muito alegre:)
Gertrudes: Olha só, que alegria é essa, hein?
Ernesto: Eu sou o homem mais feliz do mundo, Gertrudes!
Gertrudes: E pode-se saber porque?
Ernesto: A Quitéria aceitou o meu pedido de casamento!