Notas de Um Destino – Capítulo 16 (Antepenúltimo Episódio da 1ª Fase)

Quitéria: Que legal! Vamos rezar pra encontrar meu pai, né?

Perpétua: É, sim, pequenina!

Felicidade: Que orações você sabe?

Quitéria: Sei o Pai Nosso, a Ave Maria, o Santo Anjo…

(Na capela, as freirinhas rezam com Quitéria e são observadas pelo Padre e a Madre)

Padre: Essa é a menina?

Madre: Sim, padre. Ele diz ser filha de José Antonio Garcia, um agricultor em Santa Quitéria, viúvo de Edvirgens Garcia, e pai de Getulio e Maria de Lurdes Garcia. Ela também disse ter uma tia chamada Iracema Garcia, que mora aqui em Sobral, mas não consegui localizá-la, e uma madrinha por nome de Margarida Gusmão, conhecida também por Dona Memê, mas não se sabe onde está essa mulher agora.

Padre: Entendo… Vou fazer o que eu puder.

Madre: Agradeço, senhor Padre. Sua Bênção.

Padre: Deus a abençoe e também a menina e sua congregação.

Madre: Amém.

(Os meses passam. As irmãs ensinam a Quitéria conforme as tarefas divididas e ela se torna uma criança educada. O Padre vem)

Padre: Bem, madre. Já são seis meses desde a chegada da garota.

Madre: Tem alguma notícia?

Padre: Não. Não encontrei nada.

(Quitéria se aproxima)

Quitéria: Com licença, Sr. Padre, mas o Senhor já tem alguma notícia da minha família?

Padre: Não, criança. Não encontrarmos nada.

Quitéria: E então? O que farão comigo?

Padre: Vamos encontrar uma boa família que fique com você por enquanto. Quando encontrarmos seu pai, nós vamos pegar você.

Quitéria: Que boa noticia! Vou contar pras irmãzinhas!

(Quitéria sai feliz da vida)

Madre: Padre, o Senhor já tem alguém em vista?

Padre: Ainda não. Mas conseguirei.

(Enquanto isso, em Santa Quitéria, Clemente e Maria de Lurdes vão falar com Antonio)

Maria de Lurdes: Papai, eu vim aqui para…

Antonio: Eu já imagino, filha… Deixe o rapaz falar!

Clemente: Seu Antônio, eu vim aqui pra pedir a mão da De Lurdes em casamento.

Antonio: Clemente. Tu ama minha filha mesmo?

Clemente: Amo muito, seu Antonio.

Antonio: E vocês querem casar quando?

Maria de Lurdes: Sabe, pai…

Antonio: De Lurdes! Quem fala é o homem! Casa quando?

Clemente: Ainda não decidimos.

Antonio: Pois trata de decidir logo. Pois que, quando vocês casarem, eu quero dar um presente a vocês. Eu dou a casa.

Clemente: É que eu não queria morar aqui… Eu vou comprar um terreno pra construir.

Antonio: Precisa não, homem. A De Lurdes tem terra. Eu dou o pedaço dela, mais um dinheiro que ela merece e vocês fazem a casa!