Noite Adentro Cpt 8 | Depois de tudo… đ€đđ¶đ»đč
NOITE ADENTRO
CAPĂTULO OITO – Depois de tudo.
CENTRAL DE POLĂCIA
DOS REGISTROS DE ĂUDIO – CASO ADAMASTOR FERRAZ
REALIZADO EM: 20/06/2016
SALA DE REUNIĂES DA CHEFIA DO ESTADO DE SĂO PAULO
RESPONSĂVEL: DANTE PASSINI
DURAĂĂO: 40 MINUTOS E 23 SEGUNDOS
Dante- (Voz Over) Gravação do caso de Adamastor Ferraz. Quatro horas e trinta e dois minutos. Conversa com Luana Castanho e Fernanda Castanho. Mãe e filha (Mexe em alguns papéis) Vou fazer perguntas primeiramente pra Luana, depois para Fernanda. Dona Luana? à assim que deve te chamar?
Dona Luana- Isso.
Dante- Dona Luana, a senhora participou do planejamento da morte de Carolina Silva?
Dona Luana- Si-sim… Na verdade, nĂŁo matei ninguĂ©m, sĂł premeditei
Dante- A senhora sabe os motivos dos outros envolvidos? Seu motivo era… (Mexe em alguns papĂ©is) Seu motivo era torpe, pois odiava Carol
Dona Dora- Na verdade, os motivos de todos eram esse…. Odiar Carol… Eu a odiava, Margot tambĂ©m… E Adamastor… Bem… Aquele Ă© um pobre coitado!
Dante- Com ele falamos mais tarde. Então, seu motivo era torpe. Matar alguém por não gostar. Margot Mary Wendice, natural dos Estados Unidos mas vive na Inglaterra. Ela nos deu um depoimento e quero saber se as histórias batem
Dona Luana- Como assim?
Dante- No cemitĂ©rio. VocĂȘs trĂȘs foram ao cemitĂ©rio para planejar o crime! Sua amiga Aparecida de Jesus foi testemunha
Dona Luana- Sim, fomos ao cemitĂ©rio do Campo Grande, planejar a morte de Carol. Na verdade, me recordando agora, nem eu e nem Margot querĂamos a morte da Carol! O Ășnico a premeditar e atĂ© a salivar sobre a morte foi Adamastor!
Dante- Mesma coisa dita por Margot. E por que vocĂȘ se entregou?
Dona Luana- (chora) Por que? Por que meu filho…
(SilĂȘncio 4 segundos)
Dona Luana- Meu filho ficou sabendo de tudo. A Margot disse tudo! Ela estava bĂȘbada. Depois, ele ligou pra mim, disse que sabia de tudo e que ele ia se matar caso eu nĂŁo me entregasse! Foi aĂ que eu me entreguei e Fernanda dançou
Dante- Fernanda Castanho, vocĂȘ sabia desse plano todo?
Fernanda- NĂŁo, eu nĂŁo… (Interrompida)
Dona Luana- (chora) Ela estĂĄ presa hĂĄ mais de um mĂȘs por minha culpa! Eu que fiz errado e nĂŁo ela! Pelo Amor!
Dante- AtĂ© que se prove o contrĂĄrio, ela Ă© suspeita tambĂ©m. Fernanda, onde vocĂȘ estava quando sua mĂŁe foi ao Campo Grande?
Fernanda- JĂĄ disse que nĂŁo tenho nada a ver! Absolutamente! Se quiser perguntar pra minha namorada, irmĂŁ da vĂtima, a JanaĂna. Ou se quiser perguntar pra amiga da minha mĂŁe, a Cida. Ou ainda pra minha amiga Ana Pontes…
Dante- Vou ainda conversar com o Adamastor. Saber o porque dele ter se entregado e outras coisas… VocĂȘs estĂŁo liberadas…
(Fim de gravação)
CENAS DE SĂO PAULO
22/06/2016
CENA UM. DELEGACIA. INT. DIA.
DANTE CONVERSA COM UM POLICIAL SOBRE O CASO DE ADAMASTOR
Dante- (lendo alguns papĂ©is) Margot viajou junto de JosĂ© Roberto, pelo que consta aqui nos autos. Os dois foram para um hotel de JerusalĂ©m, ela estava bĂȘbada e contou toda a verdade… Tudo sobre ela, Adamastor e Luana. Tudo sobre o cemitĂ©rio e todos os detalhes… ZĂ© ficou bravo
Antunes- Também ficaria
Dante- ZĂ© ficou bravo e entristecido com toda a situação… Ele deixou Margot dormindo no hotel, ligou para a policia local e disse que Margot era uma mulher-bomba, ou algo que o valha…
Antunes- Ele que deveria ser preso! Perturbação da ordem pĂșblica e falso alarme de terrorismo. Pelo que eu li na internet, um esquadrĂŁo anti-bombas foi atĂ© o hotel desarmar as tais bombas… Que na verdade era uma mala contendo uma arma de plĂĄstico e um cartucho vazio
Dante- Como ele arquitetou tudo isso?
Antunes- ZĂ© jĂĄ foi localizado?
Dante- Conversei ontem com a Interpol e nenhum sinal de JosĂ© Roberto! (Mexe em mais alguns papĂ©is) Agora, o auto de Adamastor Ferraz…
Antunes- NĂŁo conseguĂamos localizar ele, atĂ© que se entregou de bandeja?!
Dante- Quinze dias depois de Dona Luana se entregar pra policia, Adamastor Ferraz se entregou, alegando arrependimento
Antunes- (ri) Ah, cada elemento que me aparece! Todos sĂŁo de bem, arrependidos e tementes a Deus! Mas na hora de fazer toda a merda!
Dante- (lĂȘ os autos) De acordo com ele prĂłprio, haviam assombraçÔes o atormentando
Antunes- Na minha terra, isso se chama consciĂȘncia pesada!
Dante- Ele alega aqui que via sempre a ex em todas as partes da casa da avó, Dora Ferraz, em Bragança Paulista. E que sonhava com assassinatos de outras mulheres
Antunes- ConsciĂȘncia pesada! Arrependimento! Eu conversei com aquele FĂĄbio, primo de Adamastor, e nĂłs chegamos Ă conclusĂŁo de que Adamastor estava com a consciĂȘncia mais que pesada! Arrependido!
Dante- O mais estranho era que seus sonhos na verdade eram visĂ”es. Ele tinha visĂ”es de assassinatos de mulheres! O prĂłprio FĂĄbio achou isso estranho! Ele diz aqui… “Adamastor sonhou com uma grĂĄvida esfaqueada e no dia seguinte, no jornal do almoço, surpreendi-me com a notĂcia de uma grĂĄvida assassinada a facadas no interior do Rio de Janeiro”. Isso nĂŁo pode ser apenas coincidĂȘncia! Se ele tem visĂ”es de mulheres sendo assassinadas, ele pode nos ser Ăștil!
Antunes- Sei lĂĄ… Acho que vocĂȘ tĂĄ dando corda demais prum assassino barato! Se fosse eu, jogaria Ă s traças
Dante- Bem, nĂŁo sou vocĂȘ. Vou conversar com Adamastor e saber o que aconteceu com ele nesses Ășltimos seis, sete meses depois da morte de Carol Silva!
Antunes- Boa sorte, Holmes!
CENA DOIS. DELEGACIA. INT. DIA. SALA DE REUNIĂES.
AINDA DETIDO NA DELEGACIA, ADAMASTOR CONVERSA COM DELEGADO DANTE SOBRE O ASSASSINATO DE CAROL E SUAS MISTERIOSAS VISĂES
Dante- (adentra a sala) Opa, Adamastor! Como vai?
Adamastor- (desanimado) Bem… Por que eu ainda nĂŁo fui transferido pra penitenciĂĄria?
Dante- Logo mais te conto. (Espalha alguns papĂ©is sobre a mesa que estĂŁo sentados e liga um gravador) Ă de praxe gravarmos as conversas que temos com os detentos. Depois tudo Ă© transcrito, assim como fizemos com Dona Luana e Fernanda. Sobre o assassinato de Carol jĂĄ sei alguma coisa…/
Adamastor- (com peso na voz) Fui eu quem matei ela!
Dante- Calma, amigo! Sabemos que foi vocĂȘ o assassino de Carol. Sabemos do Campo Grande, Dona Luana e Margot… Logo depois do assassinato de Carol vocĂȘ fugiu? Exato?
Adamastor- Isso… De fretado
Dante- Foi pra chĂĄcara da sua avĂł, Dona Dora…/
Adamastor- Eles ainda estĂŁo detidos? Meu primo e minha avĂł?
Dante- Sim, estĂŁo. SĂŁo cĂșmplices do crime, Adamastor. Sabiam do seu crime e em nenhum segundo te denunciaram! Mas calma, jĂĄ tem um advogado trabalhando por eles dois e um outro por Fernanda Castanho. Fique tranquilo!
Adamastor- (chora) Porra! A culpa Ă© minha!
Dante- (toca no braço de Adamastor) Precisamos de vocĂȘ, Adamastor!
Adamastor- Pra que, porra?! Me mandem logo pra Pedrinhas!
Dante- Calma. JĂĄ disse! Preciso que vocĂȘ tenha calma! Responda-me as minhas perguntas com calma e exatidĂŁo! Coopere conosco que cooperamos com vocĂȘ! (Mexe em alguns papĂ©is) VocĂȘ ficou por volta de seis meses foragido, correto?
Adamastor- Isso
Dante- Estava tĂŁo bem escondido e tinha um plano de fuga. Por que se entregou? O motivo de Dona Luana se entregar foi o filho, o ZĂ© Roberto. Ele ameaçou cometer suicĂdio caso a mĂŁe nĂŁo se entregasse pra polĂcia… Foi por causa de Dona Luana que vocĂȘ se entregou? Por que?
Adamastor- (chora) Por amor…
Dante- Por amor? Um homem que mata a ex-namorada a socos ama? Por amor a…/
Adamastor- Eu amava ela! (Se levanta. Fica agitado) Eu amava a Carol!
Dante- E foi por causa dela que vocĂȘ se entregou?
Adamastor- ValĂ©ria… (Chora) Foi por causa da ValĂ©ria…
Dante- Conte mais. JĂĄ conversamos com seu primo, ele nos contou sobre visĂ”es e assombraçÔes e coisas assim…
Adamastor- (bate de punho fechado na mesa) Porra!
Dante- Se vocĂȘ nos ajudar…/
Adamastor- Calma, porra! VocĂȘ nĂŁo tem assuntos espinhosos que prefere nĂŁo abordar?
Dante- Na verdade sim… Na verdade eu tinha. Tinha atĂ© o dia que vi minha filha cometer suicĂdio… Um tiro na cabeça e muito sangue. Eu que limpei o sangue dela… Depois disso, nada mais me assusta. Estou vacinado! E vocĂȘ? O que tem de novo? Me conte!
Adamastor- (engole o choro seco) No-nossa…
Dante- Que tal começarmos desde o inĂcio? VocĂȘ chegou em Bragança dia dezenove de Dezembro. Exato?
Adamastor- Acho que sim
Dante- E vocĂȘ conheceu ValĂ©ria antes ou depois das visĂ”es?
Adamastor- Depois… Eu comecei a ter visĂ”es da Carol me atormentando e das assassinadas uns seis meses depois do acontecido…
Dante- Perfeito. E vocĂȘ conheceu ValĂ©ria quando?
Adamastor- Logo depois de eu ter começado com as minhas visĂ”es. Eu vi uma mulher grĂĄvida sendo esfaqueada…/
Dante- FĂĄbio jĂĄ nos relatou sobre cada visĂŁo. Ele anotou tudo num tipo de diĂĄrio… A sua visĂŁo e ela acontecendo na vida real
Adamastor- Ele nunca me disse
Dante- Pois Ă©… Continue!
Adamastor- Os pais dela trabalhavam na roça perto da casa de minha avó. O João, pai dela, sabia quem eu era mas nunca me denunciou! Por que serå?
Dante- Esse JoĂŁo tinha plantação de maconha – Ă© claro que ele nunca iria te denunciar! Continue!
Adamastor- Nunca nos beijamos, eu e Valéria! Nunca! Ela só me deu uma rosa vermelha como recordação dela! Apenas! Foi uma semana antes dela ser assassinada
Dante- VocĂȘ disse que previa mulheres sendo assassinadas. NĂŁo conseguiu prever a morte de ValĂ©ria?
Adamastor- Eu via assombraçÔes de Carol e umas mulheres sendo assassinadas. Via elas correndo de seu assassino, sentia o desespero dela, as dores delas… Cheguei a vomitar de dor! Mas na noite do assassinato de ValĂ©ria, nĂŁo senti nada. Absolutamente nada! Dormi como nĂŁo dormia hĂĄ anos! (Segura o choro) Mas quando eu acordei, fiquei sabendo da notĂcia da morte da ValĂ©ria! Uma equipe da Tv local foi atĂ© a represa, onde seu corpo foi achado. Filmou a represa, as manchas de sangue, as mechas de cabelo! E os pais dela chorando perto de um carro do IML! Eu nĂŁo consegui prever a morte dela! NĂŁo consegui ver quem a assassinou! Eu via atĂ© uns dias antes com nitidez e dor mulheres sendo assassinadas! Umas a facadas, outras com tiros e outras…/
Dante- E outras a sangue frio, socos e pontapĂ©s. Foi por causa disso tudo que vocĂȘ se entregou?
Adamastor- (limpa as lĂĄgrimas) Foi sim
Dante- Por amor. E vocĂȘ nĂŁo tem mais visĂŁo nenhuma?
Adamastor- Nenhuma… Me entreguei na esperança de voltar a ter as visĂ”es ou ver o passado. Eu nĂŁo mereço estar livre!
Dante- (mexe em alguns papĂ©is. Mostra um para Adamastor) NĂŁo sei se vocĂȘ ficou sabendo do caso Agenor?
Adamastor- Agenor? NĂŁo, nĂŁo me recordo
Dante- Agenor Santiago matou a mulher com um tiro na cabeça…/
Adamastor- NĂŁo me Ă© estranho este caso! (Puxa da memĂłria) Matou a mulher e foi pro PresĂdio de Santana?
Dante- Exato! Conhece seu caso, entĂŁo?
Adamastor- Na verdade, estive preso com ele. Me lembro dele… Me falava do filho que o odiava
Dante- Estamos falando do mesmo homem. Perfeito! EntĂŁo, Agenor aprontou mais uma. Ele sequestrou a nora e o neto e matou o filho, Adilson
Adamastor- (vĂȘ as fotos de Adilson morto) Deus
Dante- Adilson foi atrĂĄs do pai hĂĄ umas trĂȘs semanas. Foi encontrado dentro de uma mala no meio de Campinas… Alguns amigos reconheceram seus restos mortais
Adamastor- E como vocĂȘs tĂȘm certeza de que foi Agenor?
Dante- Conversamos com dois amigos dele e eles nos relataram que Adilson estava desconfiando do pai. Eles foram atĂ© a casa de Agenor em Diadema, para saber se Ana e seu bebĂȘ estavam bem. NĂŁo acharam nada! Adilson, teimosamente, resolveu seguir os passos do pai. Era um dia de sol quando Adilson seguiu Agenor pelas estradas de SĂŁo Paulo. (Mostra mais algumas fotos para Adamastor) HĂĄ uma semana seu carro foi achado abandonado perto de Vinhedo, interior. E hĂĄ uns cinco dias, seu corpo foi achado no centro de Campinas. Vinhedo e Campinas sĂŁo cidades prĂłximas, entĂŁo deduzimos que Agenor nĂŁo estĂĄ longe e estĂĄ escondido com Ana prĂłximo desta regiĂŁo. E tem outro fator que corrobora para a sua suspeita: hĂĄ pelo menos umas trĂȘs ou duas semanas que ele nĂŁo aparece na casa de Diadema. Por que ele fugiu de Diadema? Se fugiu, fugiu do quĂȘ? De quem? Quem nĂŁo deve, nĂŁo teme!
Agenor- E o que eu tenho a ver com tudo isso?
Dante- Suas visĂ”es, rapaz! VocĂȘ tem o dom! Queremos que vocĂȘ nos ajude a localizar Ana. E, caso nossas suspeitas e teorias estejam certas, localizamos Agenor tambĂ©m!
Agenor- Eu não tenho mais visÔes!
Dante- Se esforce! Por mim, eu te colocava numa prisĂŁo superlotada qualquer. VocĂȘ ainda estĂĄ aqui, preso na Delegacia com todas as mordomias, a pedido de Nadine Pontes, mĂŁe de Ana. Ela ficou sabendo de suas visĂ”es e depositou em vocĂȘ esperança! Esperança de que vocĂȘ tenha uma visĂŁo e consiga encontrar a filha e a neta dela! Eu sei que vocĂȘ tem assuntos espinhosos que prefere nĂŁo tocar, mas lhe garanto que perder um filho Ă© a pior dor que tem! Se eu pudesse ter essas suas visĂ”es pra ajudar Nanide… JĂĄ o teria feito! Podemos contar com vocĂȘ?
Agenor- (lacrimeja e pensa) Posso pensar?
Dante- Cada segundo conta, rapaz. Ă de uma vida que estamos falando e nĂŁo de um amor platĂŽnico! (Ao gravador) Fim de gravação. (O desliga. Se levanta da mesa) VocĂȘ tem um dia pra pensar. Ou ajuda ou Pedrinhas. (Momento tenso)
CENAS DE SĂO PAULO
CENA TRĂS. APARTAMENTO DE JANA. INT. DIA.
JUAREZ DISCUTE COM JANA SOBRE SEU AMOR POR FERNANDA.
Juarez- Ela Ă© filha de uma assassina! E vocĂȘ vai pagar um advogado pra elas?! Burra!
Jana- Ă apenas para Fernanda! NĂŁo pra Dona Luana!
Juarez- Olhe, menina! Eu sempre fui tolerante com vocĂȘ e Carol! Deveria ter separado sua irmĂŁ daquele malaco do Adamastor quando tive oportunidade! NĂŁo fiz por burrice! Mas agora, que estou vendo um outro desastre na minha frente, devo intervir!
Jana- NĂŁo irĂĄ! Eu amo a Fernan…/ (Leva um tapa na cara)
Juarez- Fui tolerante demais com vocĂȘ! NĂŁo vai mais se encontrar com essa vagabunda assassina!
Jana- (dĂĄ um tapĂŁo na cara do pai) Seu velho safado! CHEGA DE TANTA TIRANIA! Eu amo a Fernanda e vocĂȘ nĂŁo tem nada a ver com isso! VocĂȘ se acha no direito de me julgar sĂł por causa da minha sexualidade!? Pois vocĂȘ, o arauto da moral e bons costumes, sempre pulou a cerca! Sempre viveu cheio de amantes!
Juarez- Olha lĂĄ!
Jana- Me diz se Ă© mentira?! Graças a Deus Carol morreu sem saber das tuas aventuras sexuais! (Juarez lhe bate de novo, recebendo um soco de volta) Maria de Lourdes Campos, conhece? Pela tua cara de medo, vejo que vocĂȘ a conhece sim! HĂĄ uns dois ou trĂȘs anos, Lourdes foi atĂ© Osasco saber de vocĂȘ! Me contou tudo! AtĂ© sua posição sexual favorita! E que vocĂȘs eram amantes atĂ© antes da mamĂŁe morrer! VocĂȘ nĂŁo tem moral alguma pra me julgar! Vou defender Fernanda sim, pois eu a amo! Agora, sai dessa casa! Vamos! Fora! (Enxota o pai pra fora do apartamento) Velho maldito! (Chora)
CENA QUATRO. CASA DE GILDO. INT. DIA.
GILDO, LORENA, NADINE E DANTE CONVERSAM SOBRE ADAMASTOR E O DESAPARECIMENTO DE ANA.
Nadine- Ele nĂŁo quis cooperar?
Dante- Na verdade, ele estĂĄ apreensivo
Nadine- SerĂĄ que ele nĂŁo entende que a dor da perda de um filho Ă© algo desumano? Eu perdi a minha filha, ninguĂ©m sabe onde ela estĂĄ! Se ela estiver mesmo com esse Agenor…/
Dante- Coisa que suspeitamos fortemente!
Nadine- Se ela estiver com esse psicopata, ela estå perdida! Eu perco totalmente as minhas esperanças! Se um pai conseguiu matar o filho daquela maneira!
Gildo- Temos certeza de que Ana vai ser encontrada
Lorena- Serå que Gildo não pode conversar com Adamastor? Ele é pastor e pode mudar a cabeça dele, convencendo-o a ajudar nas investigaçÔes!
Dante- Somente eu posso falar com ele. Eu e o advogado oferecido pelo Estado
Nadine- SerĂĄ que eu posso falar? (Emocionada) Por favor?
Dante- Vou conversar com a promotoria. Mas acho que nĂŁo…/
Nadine- Eu quero falar com ele como mĂŁe! O senhor sabe como Ă© perder um filho!
Dante- Eu sei… Mas temos normas a serem seguidas
Nadine- Enquanto seguimos as normas, Agenor age livremente! Ele deve ser detido o quanto antes! (Pega na mĂŁo de Dante) Por favor!
CENA CINCO. DELEGACIA. INT. DIA.
JANA VISITA FERNANDA COM A COMPANHIA DE UMA ADVOGADA. MUITA EMOĂĂO.
Jana- Meu amor! (A beija)
Fernanda- Desculpa! Desculpa por tudo isso!
Jana- NĂŁo tem que pedir desculpas nada! NĂŁo foi vocĂȘ que errou!
Fernanda- Desculpas por minha mĂŁe!
Jana- JĂĄ disse que nĂŁo Ă© pra se desculpar! Esta Ă© Renata Maria da Silva, a advogada do seu caso
Renata- Vamos te tirar daqui
Fernanda- Quero ir embora o quanto antes! Eu e minha mĂŁe fora daqui
Renata- Sua mĂŁe vai ser um pouco mais difĂcil
Jana- Que tal sentarmos e colocarmos todos os pingos nos I’s? (Ficam conversando sobre o processo de Fernanda)
CENA SEIS. CASEBRE NO INTERIOR DE SĂO PAULO. INT. DIA.
ANA ESTĂ DESESPERADA NO POĂO. AGENOR A PROVOCA.
Ana- Seu desgraçado! Filho da puta!
Agenor- O que vocĂȘ quer?
Ana- Eu tenho dinheiro! Minha famĂlia pode te dar muita grana! Me tira daqui!
Agenor- Te tirar agora? Claro que não, amor! Eu vou preparar uma janta especial hoje! Por isso, não vai ganhar café da manhã, nem almoço e nem ågua!
Ana- (chora) Me tira daqui!
Agenor- Ah! Sabe quem veio te visitar?! (Mostra Bruninho dormindo)
Ana- (feliz) FILHO!
Agenor- Cala a boca! Sua lesada! VocĂȘ nĂŁo sabe que nĂŁo se pode falar alto enquanto uma criança dorme? Sua lerda! O Bruninho. Lindo, nĂ©? E imaginar que vocĂȘ achava que ele estava morto… (Rindo) Era muito divertido ver vocĂȘ chorar, espernear… NĂŁo se preocupe, ele nĂŁo virou Baby Beff! Ele ainda estĂĄ vivo!
Ana- Me tira daqui! (Chora) Eu amo o meu filho
Agenor- E eu amo o meu neto! Que tal formarmos uma famĂlia? Uma famĂlia perfeita? Eu, vocĂȘ e o Bru! Que tal?!
Ana- Perfeito! Mas pra isso, preciso sair daqui!
Agenor- Vai sair hoje Ă noite dessa fossa! Estou a preparar uma receita mĂĄgica! Vi no Mais VocĂȘ! Agora, vou deixar o Bru no quarto dele… Dormindo… E vĂȘ se fica quieta, sua pulha! (Sai de cena)
Ana- (senta no chĂŁo e chora) Deus! Meu Deus!
CENA SETE. DELEGACIA. INT. DIA.
CIDA CONVERSA COM DONA LUANA EM UMA SALETA PARTICULAR. DONA LUANA RECLAMA DE TUDO.
Dona Luana- Vagabunda! Vagabundas!
Cida- Fica fria! JĂĄ conversei com um sobrinho meu, advogado
Dona Luana- à aquele que tentou processar a fåbrica de cotonetes e acabou sendo processado por difamação?
Cida- (toda sem jeito) Cla-claro que na-nĂŁo! VocĂȘ acha?!
Dona Luana- NĂŁo acredito que Jana vai pagar um advogado sĂł pra Fernanda. E eu?
Cida- Temos o meu sobrinho!
Dona Luana- Que Ăłdio dessas vagabundas!
Agente- Senhoras, tempo de visita acabou
Cida- Vou dar o endereço daqui pro meu sobrinho conversar contigo. Pode ser?
Agente- Senhora!
Cida- Vamos nos falando… (Sai de cena)
Dona Luana- Vagadias!
CENA OITO. DELEGACIA. INT. DIA.
EM OUTRA SALA DE REUNIĂES, ADAMASTOR CONVERSA COM NADINE.
Dante- Adamastor? Essa daqui Ă© Nadine Pontes, mĂŁe de Ana. Ela quer trocar umas palavras com vocĂȘ
Nadine- (adentra a sala) Como vai?
Adamastor- Como vai?
Dante- Estarei aqui ao lado. Sem tentar gracinhas! (Sai de cena)
Nadine- (segura o choro) Ele Ă© meio bravo
Adamastor- Pois Ă©…
Nadine- Eu acho que vocĂȘ sabe o porque d’eu estar aqui. Quero pedir que me ajude a…/
Adamastor- Não tenho mais visÔes, Dona! Infelizmente! (Ela pega em suas mãos e chora)
Nadine- Eu nĂŁo durmo mais! Eu nĂŁo como mais! Pelo amor de Deus! VocĂȘ Ă© a Ășnica pessoa que pode calar dentro de mim todo o meu sofrimento! Me ajude! Eu vou contratar um bom advogado! Um dos melhores de SĂŁo Paulo. Vou tirar vocĂȘ daqui! VocĂȘ quer sair daqui?
Adamastor- Olha, Dona… Eu nĂŁo…/
Nadine- Quer ou nĂŁo?! Eu pago! Eu pago pra vocĂȘ um advogado decente!? Pago pro seu primo e pra sua avĂł! Eu preciso de vocĂȘ! (O abraça e chora) Eu preciso que vocĂȘ veja onde estĂĄ minha filha!
Adamastor- Não consigo mais! (Se levanta e ameaça sair da sala) Chega disso!
Nadine- Eu pago um detetive particular pra descobrir quem matou Valéria! (Adamastor congela) Eu ligo assim que eu sair daqui! Mas eu preciso de reciprocidade!
Adamastor- (enche os olhos d’ĂĄgua) Vou me… Vou me esforçar ao mĂĄximo!
Nadine- (o abraça) Muito obrigada!
Adamastor- Mas eu nĂŁo garanto nada! (Sai de cena)
Dante- Adamastor, vå até sua cela junto do Agente! (A Nadine) E a� Negativo?
Nadine- Prometi a ele descobrir quem matou Valéria
Dante- Mas nĂłs jĂĄ descobrimos!
Nadine- Pelo visto, ele nĂŁo sabe disso. Eu prometi e vou cumprir – mesmo que seja um teatro bem encenado. Ele vai descobrir onde estĂĄ minha filha!
Agenor- (Voz Over) Pra esse jantar, Ana, vocĂȘ vai vestir este vestido vermelho lindo, estes sapatos e estas algemas nos seus calcanhares! Caso faça alguma gracinha, Bruno morre!
CENAS DO SOL SE PONDO
CENA NOVE. CASEBRE ESCONDIDO. INT. NOITE.
ANA ESTĂ SENTADA Ă MESA JUNTO DE AFENOR E BRUNO. TODOS ESTĂO BEM VESTIDOS. MOMENTO DE GRANDE TENSĂO.
Ana- (cansada) Bela mesa
Agenor- Obrigado! Vi no Tudo a Ver e me apaixonei!
Ana- Serå que eu posso tirar essas algemas dos meus pés? Estão coçando
Agenor- Claro que não, né amore! Vai ficar com elas até a hora que eu decidir!
Ana- Posso pegar Bruno?
Agenor- Pega-lo? Claro que nĂŁo! Ele Ă© o meu filho! Ah! Antes que eu me esqueça! Se vocĂȘ tentar alguma gracinha… (Passa a mĂŁo no pescoço do neto) Eu mato ele pra valer! Um jantar civilizado, pode ser? (Um momento tenso se instaura. Agenor e Ana jantam civilizadamente tensos)
CENAS DE OSASCO
CENA DEZ. CASA DE JUAREZ. INT. NOITE.
JUAREZ FALA AO TELEFONE, COMBINANDO DE SAIR COM MARIA DE LOURDES.
Juarez- (ao telefone) Jantar? Perfeito! Ătimo! Na sua casa? Ok! Daqui uma hora estarei aĂ… Vou levar aquele vinho que vocĂȘ ama! Ok… Tchau, amor! (Desliga o telefone) Vagabunda! (Pega uma faca bem afiada) LĂngua grande morre cedo! (Enrola a faca em um pano) Vai ter o que merece!
FIM DE CAPĂTULO