NATAL DO SÉRIES 2015 – NATAL EXISTE, PAPAI NOEL EXISTE!
NATAL EXISTE, PAPAI NOEL TAMBÉM!
1º DE DEZEMBRO DE 2015 – Terça-feira
Cena 1 – Casa da Família Dias; exterior/tarde:
O Fox prata estacionou em frente à casa de cor alaranjada. A primeira porta se abriu e um garoto, demonstrando curiosidade e alegria, saiu do carro pulando e correndo até a porta da casa. Da porta do motorista saía uma mulher que aparentava trinta anos. A mulher sorridente corria até o garoto e tirou uma chave do bolso e abria a porta enquanto falava com o menino.
Hevilávia: Júnior, gostou da casa?
Júnior: Sim, dona Hevilá…
Hevilávia: O que eu disse?
Júnior: Sim, ma..mãe!
A mulher abraçou o garotinho e juntos entraram na casa. Depois tudo que se ouviu foram gritos e discussões.
HORAS DEPOIS
Cena 2 – Casa da Família Dias – quarto de Júnior; interior/noite:
Hevilávia e seu filho adotivo conversavam sobre o ocorrido a horas atrás.
Júnior: Mas..ele não gosta de mim! Você viu!
Hevilávia: Meu…Filho! Eu te escolhi! Eu te amo e seu novo pai também. É que ele ficou surpreso, só isso!
——————– ———-INÍCIO DO FLASHBACK ————————
Hevilávia entra com Júnior e Lucas, seu esposo estranha.
Lucas: Quem é esse?
Hevilávia tenta disfarçar.
Hevilávia: Meu amor, se lembra que hoje eu iria buscar nosso menino?
Lucas dá uma gargalhada. Júnior observa tudo.
Lucas: Meu? Esse garoto não é meu!
Hevilávia: Agora é. Nosso filho Juninho chegou para nos animar não é?
Juninho concorda com cabeça.
Lucas: Seu filho! Não tenho nada com esse moleque!
O garoto, já derramando lágrimas se agarra as pernas da mulher que tenta consolá-lo.
——————————– FIM DO FLASHBACK ———————–
Hevilávia: Ele vai gostar! Não tem como não gostar do garoto de sete aninhos mais fofo do planeta!
Após apertar as bochechas do menino e arrancar-lhe um pequeno sorriso, a mulher sai. Juninho se levanta e correndo até o baú de cor celeste e abrindo-o retirou um leãozinho de pelúcia, o menino o abraça.
Júnior: Ai Titinho! Só tenho você…
15 DIAS DEPOIS —- 15 de dezembro de 2015
Cena 3 – Shopping Três Rios – Andar 1- Interior/tarde:
Hevilávia e Júnior passeavam pelo shopping com algumas sacolas que continham novas roupas e brinquedos para o garoto. Este que maravilhado, observava a enorme árvore de natal, junto de enormes caixas de presentes e cartazes de promoções natalinas. Juninho sorriu e correu até a mãe que observava uma vitrine.
Juninho: Mãe! Mãe!
Hevilávia: Que foi Juninho?
Júnior: É que…e a nossa árvore de natal?
O semblante da mulher era preocupado, ela se agachou e com a máxima delicadeza falou com o “ filho.”
Hevilávia: Bem, meu filho, seu pai Lucas não acredita nessas coisas! Ele acha que o natal é apenas o nascimento de Jesus e que árvores de natal e Papai Noel são besteiras.
Júnior: O que? Mas..e você? Você acredita?
Hevilávia: Bem…acho que muitas coisas são verdades, mas eu sei que vamos apoiar seu pai não é?
O menino não respondeu e ao desviar o olhar seus olhos brilharam.
Juninho: Mãe! Vamos comprar uma árvore de natal?
Hevilávia: O que? Não!
O menino saiu caminhando e parou em frente a uma loja, onde se via várias árvores de natal. Hevilávia olhou a expressão do garoto, e com um suspiro entrou na loja. O menino a seguiu contente.
Cena 4 – Casa da Família Dias – sala de estar – interior/tarde:
Juninho entra puxando uma enorme sacola maior que ele.
Lucas, o homem que pouco a pouco se acostumara com a criança e que por alguns momentos até gostava de Juninho, entrou na sala e ficou curioso com a enorme sacola preta que com muito sacrifício o menino puxava. Hevilávia, com cara de preocupada, se apoiava na porta e observava a cena.
Lucas: O que é isso?
Juninho: Uma árvore de natal.
Por alguns segundos o silêncio reinou e o casal se olhava indiscretamente.
Hevilávia: O menino queria e eu…
Lucas explodiu.
Lucas: E você comprou! Sabe que essa baboseira não existe! Tire isso daqui.
O menino, que já retirara o objeto da sacola, se agarrou a árvore tristemente.
Juninho: Existe sim. Eu sei que existe!
Lucas se abaixou até o garoto. Hevilávia chorava.
Lucas: NÃO EXISTE!
Júnior: Natal existe, papai Noel também!
O menino já chorando começou a subir as escadas quando o pai o chamou.
Lucas: Júnior!
O menino voltou e se apoiou no corrimão enquanto escutava o homem.
Lucas: Se você acredita tanto nisso, então prove! Me traga provas de que existe um velho barbudo vestido de vermelho que sai por aí dando presentes!
O garoto concordou com a cabeça e se agarrou a árvore de natal e depois de alguns minutos conseguiu colocá-la em seu quarto. Lá, silenciosamente, arrumava seu cantinho de natal, colocando os enfeites que compraram pouco a pouco na árvore.
Cena 5 – Casa da Família Dias; cozinha; interior/noite:
Enquanto o garotinho dormia, os pais tomavam chá e conversavam na cozinha.
Hevilávia: Você não entende! Ele é uma criança, não sabe nem o que é provar! Coitado do garoto!
Lucas: O Juninho precisa aprender que essas coisas não existem.
Hevilávia pensou em algo e ficou preocupada. Lucas percebeu.
Lucas: E agora? O que foi?
Hevilávia: Estou pensando como vai ser quando ele se deparar com a verdade…
Lucas: Mas esse é o propósito! Ele desiste de procurar e aceita para sempre que essas coisas não existem.
Hevilávia olha com desprezo para o marido e sai; Lucas lava sua xícara.
DIA 20 DE DEZEMBRO DE 2015
Cena 6 – Casa da Família Dias – quarto de Júnior; interior/manhã:
Hevilávia entra no quarto com uma bandeja de café da manhã e não vê o garoto. Ela olha pelo cômodo e encontra um bilhete.
Ela lê: MAMÃE…FUI PRUCURAR O PAPAI NOEL.
VOLTO DAQUI A POUCO. TI AMO.
JUNINHO.
Um sorriso despontou em Hevilávia. Ela colocou o bilhete na cama e sai do quarto.
Cena 7 – Agência dos Correios – recepção; interior/manhã:
A atendente Natália atendia sozinha naquele dia em que o correio estava pouco movimentado.
Natália: Obrigada você! E o próximo. O que desej…
Ela parou de falar quando avistou a cabecinha de Juninho que mal chegava no balcão.
Natália: Oi lindo! O que você quer?
Júnior: O endereço do Papai Noel!
A moça sentiu algo estranho e tentou falar com o garotinho.
Natália: Meu amor, o Papai Noel mora bem longe! Ninguém sabe onde é!
O menino se entristeceu e saiu de lá arrastando os pés.
Cena 8 – Rodoviária – Guichê de passagens – exterior/manhã:
O garotinho surgiu como num pulo na frente do funcionário.
Pablo: Oi! O que quer garotinho? Cadê sua mãe?
Juninho:Minha mãe antiga? Tá morta.
O homem quis enfiar a cabeça num buraco.
Pablo: Bem…e…o que você faz aqui?
Juninho: Eu quero uma passagem pro Pólo Norte!
O homem riu.
Pablo: Pro pólo norte? Por que?
Juninho: Quero falar com o papai Noel!
O homem entendeu tudo e deu uma risada.
Pablo: Ah claro! Mas aqui não vende passagens para o pólo norte! Desculpa.
O menino agarrou seu leãozinho e saiu com raiva. O homem o observou de longe com um sorriso.
Cena 9 – Casa da Família Dias – sala de estar; interior/tarde:
A porta se abre e Júnior entra esgotado. Ele se joga no sofá e se alegra coma chegada de Hevilávia que vem da cozinha.
Júnior: Oi mamãe!
Hevilávia: Meu amor! Você é muito novo para sair por aí sozinho ok? Dá próxima vez que quiser passear eu vou também é só me chamar.
O garotinho concordou com a cabeça e com expressão de cansaço, subiu para o quarto.
Hevilávia: Esse menino! Ainda tem fé nesse bom velhinho.
Ela dá um sorriso e volta a lavar a louça.
DIA 22 DE DEZEMBRO DE 2015
Cena 10 – Viaduto João Simões;exterior/tarde:
Enquanto o sol de uma da tarde brilhava o garotinho Júnior, junto de seu leãozinho, passava pelo viaduto depois de mais um dia de buscas pelo Papai Noel. Enquanto limpava seu bicho de pelúcia olhava os mendigos quando avistou um senhor de peso, com barba branca e um moletom vermelho que se deitava em cima de um saco. O menino sorriu alegremente e saiu correndo na direção do velhinho.
Júnior: Papai Noel! Papai Noel!
O velho se surpreendeu ao ser abraçado e puxado pelo menino.
Tunico: Mas..menino…
O senhor era interrompido.
Juninho: Vamos papai Noel! Preciso que você apareça pros meus pais! Vamos.
Diversas pessoas pararam e observavam o espetáculo do garoto inocente.
Tunico: GAROTINHO! EU NÃO SOU O PAPAI NOEL!
Enquanto alguns riam, Júnior se sentava no chão e começava a chorar perto do mendigo. A multidão começou a se dispersar.
Júnior: Puxa vida…
Tunico: Menino! Quem é você?
Júnior: Eu sou o Juninho. E você? Não é o Papai Noel ?
Tunico sorriu.
Tunico: Não. Meu nome é Antonio Rico, mas me chamam de Tunico. : Júnior: Mas se você se chama rico por que você mora na rua?
O homem ficou sem graça e mudou de assunto.
Tunico: Por que precisa mostrar o papai Noel pros seus pais?
Juninho: É que eles não acreditam!
Tunico: E você precisa provar pra eles que ele existe é isso?
O menino sorriu.
Júnior: Isso!
Tunico: Tudo bem! Você só precisa acreditar! Você acredita em Deus?
Júnior: Sim! Claro!
Tunico: Então! Você já o viu?
Juninho: Não…
Tunico: Pois então! Acredita no papai Noel! E quem não quiser acreditar você deixa pra lá!
O menino ficou meio contente e foi para casa; após se despedir do garoto, o mendigo se deitou novamente.
Enquanto isso, um pouco adiante, Júnior chorava enquanto se aproximava de casa.
Júnior: Eu preciso provar que ele existe.
DIA 24 DE DEZEMBRO DE 2015
Cena 11- Casa da Família Dias – Sala de Estar; interior/noite:
A ceia já estava no fim e todos os três componentes tomavam suco e terminavam o pernil. O relógio bateu 21 horas. Lucas se levantou e abraçou os dois.
Lucas: Feliz Natal! Que a paz e o amor de Jesus abençoe-os.
Hevilávia e Júnior: Amém!
O casal vai para cozinha logo após desejarem boa noite a Juninho. Este que se prepara para ir ao quarto quando tira do bolso um papel. Ele pega o papel e o coloca na árvore de natal que ele convencera os pais a colocar na sala de estar. Ele sorri e sobe para o quarto.
DIA 25 DE DEZEMBRO DE 2015
Cena 12 – Casa da Família Dias – Sala de Estar; interior/madrugada:
Enquanto os sinos das igrejas badalavam doze vezes e muitas famílias vizinhas comemoravam. Juninho descia as escadas para ver se o bom velhinho passara,pegara a cartinha e deixara o pedido. Ao ver o papel intacto, o menino se desabou em lágrimas e do lado oposto ao da árvore, se agachou em prantos.
De repente, a porta principal é aberta e uma barulho forte de botas adentra o local.
Júnior ( pensando): Ladrão!
O garotinho saiu correndo para a cozinha enquanto alguém fazia algo na sala. De repente a porta se fecha e Lucas e Hevilávia descem as escadas correndo. Júnior vai para a sala.
Hevilávia: Meu filho o que aconteceu aqui?
Lucas: Eram ladrões?
Júnior formulou sua resposta rapidamente.
Júnior: Acho que eram mas…
Ele fixou o olhar em algo e percebendo, os pais fizeram o mesmo. Lá estava, uma árvore de natal, sem cartinha mas com uma caixa de presentes.
O garotinho correu até lá e abriu a caixa diante os olhos apavorados de Lucas. Ao desembrulhar, o garotinho encontrou uma leoazinha de pelúcia.
Juninho: O que eu pedi!
Ele abraçou os dois bichinhos de pelúcia e junto dos pais correu até a porta, onde avistaram algo lá longe.
Perto dali, ia andando um velhinho de peso, barba grande e branca e com roupas vermelhas e um saco de mesma cor. Sorriso no rosto e presentes na mão.
A família Dias se entreolhou e todos se abraçaram.
_______________———- FIM ———_______________
Eu, o autor Hugo Závoli desejo a todos da equipe do Séries de Web e a todos os leitores, visitantes e usuários um Feliz Natal( mesmo que atrasado rsrs) e um Belo 2016 cheio de paz e amor. E que venham mais anos cheios de histórias como esse.
FELIZ NATAL e FELIZ ANO NOVO!!!