MEU RIO – Capítulo 9 (Nova fase)
[Dias Atuais – Madureira – Rio de Janeiro – Noite]
Beatriz olha a pedra e como ela mudou a sua vida.
BEATRIZ – É você mudou minha vida para a melhor.
PILAR – (acenando) Terra para Beatriz.
Beatriz despertar.
ANITA – Estávamos falando de ambição e você parou olhando pra essa pedra no anel.
BEATRIZ – Eu concordo com quem acha que ambição não é pecado.
PILAR – A vida sem ambição é muito chata, imagina você vivendo naquela mesmice sem desejar algo a mais, sabe?!
BEATRIZ – Ambição é para os poderosos como nós que fazemos de tudo para conseguir o que queremos.
PILAR – Tudo e mais um pouco (as duas riem), mas o que você quer mais Beatriz? Já tem quase tudo aqui, olha essa mansão, tudo bem que poderia ser em um bairro melhor que esse subúrbio cheio de pobre, mas você leva uma vida boa.
BEATRIZ – É disso que eu tenho medo, desse quase, ainda não tenho tudo… eu quero tudo.
PILAR – Você fala de seu filho? Ainda andam brigando?
BEATRIZ – Eu não sei o que esse menino tem, faço de tudo por ele, tento ser uma boa mãe, mas de nada adianta.
PILAR – Pode ficar tranquila, que se depender de mim, filhinho e mamãe vão se dar super bem.
BEATRIZ – Por isso acho que meu filho fez uma boa escolha, você me entende, é igual a mim, rica, poderosa, linda e bem vestida. Você tá um espetáculo hoje.
Pilar levanta e dar um giro e as duas riem.
PILAR – Obrigado, mas a rainha aqui é a senhora, sempre muito chique (Beatriz faz o mesmo), mas falando no seu filho onde ele está?
BEATRIZ – Saiu, disse que iria fazer umas fotos e até agora não voltou.
PILAR – Eu não entendo o seu filho, tem tudo aqui ainda fica com essa história de fotografia, já entrou no quarto dele? Cheio de foto de pessoas pobres, carregando lata d’agua, em morros, outro dia ele me contou que quando estava fotografando lá no morro do Vidigal começou um tiroteio e um homem caiu morto do lado dele por causa de uma bala perdida, a senhora precisa conversar com ele.
BEATRIZ – E você acha que não já falei, acha que ele me escuta? Merda nenhuma, mas eu já sei o que vou fazer, ele que me aguarde…
PILAR – Olha lá o que você vai fazer, não vai piorar a situação de vocês. Mudando de assunto e o seu marido? Não vem jantar conosco?
BEATRIZ – Teve que ir em um jantar de negócios para fechar um novo contrato com a nossa joalheria.
PILAR – Não sei como você conseguiu construir esse império que as joalherias Meu Rio é, tem lojas em todos os estados e fora do país.
BEATRIZ – As coisas não são bem assim, hoje em dia as pessoas não querem mais comprar joias, antigamente receber uma joia era tudo que a mulher queria, hoje querem carros, casas, o que nos resta é casamentos e formaturas.
Nesse momento Raimunda entra, ele é empregada da casa.
RAIMUNDA – Senhora o jantar já está posto.
BEATRIZ – Pensei quer era ceia, olha o horário… chame a outra cozinheira, vá chamá-la agora.
RAIMUNDA – Sim! Senhora
Beatriz se volta pra Pilar.
BEATRIZ – Empregado tem que ser tratado na rédea curta, se não isso aqui vira uma favela.
PILAR – A senhora tem razão pagamos muito bem, para ainda falarem mal de nós.
Na cozinha Gilberti chega para comunicar o recado
RAIMUNDA – A patroa está te chamando e tá uma fera.
ABIGAIU – O que a gente fez agora?
RAIMUNDA – A demora do jantar.
ABIGAIU – Mas o que ela pediu demora.
RAIMUNDA – Acho melhor irmos lá.
ABIGAIU – Eta bicho ruim.
As empregadas chegam a sala e ficam em fila um do lado do outro com cabeça baixa
BEATRIZ – Eu não quero saber mais de atrasos, ta entendido.
ABIGAIU – Mas dona…
BEATRIZ – (cortando) Eu não quero saber, não quero um pio (levanta e aponta para as empregadas), vocês são pagas pra cozinhar e não para dar opinião, então não quero escutar o que tens a falar, não vou tolerar mais atrasos, quero a comida servida no horário combinado se não rapidamente irão embora daqui, entendido?
EMPREGADOS – Sim senhora.
BEATRIZ – Agora saiam da minha frente e não me perturbem mais.
Os empregados saem
PILAR – Muito bem sogrinha, assim que se faz.
BEATRIZ – Empregado tem que ser assim, se der uma brecha eles entram com tudo.
Na cozinha.
ABIGAIU – Essa daí deve ter feio pacto com o lá de baixo pra se casar com ele, porque é a mulher do demônio.
RAIMUNDA – Fala baixo que ela pode escutar.
ABIGAIU – Não tenho medo de demônio, tenho Deus comigo (beija o escapulário que está no pescoço)
De volta a sala
PILAR – Nós vamos esperar o Ricardo chegar?
BEATRIZ – Creio que ele não chegará agora, vamos comer que eu já estou com fome.
PILAR – Tudo bem.
As duas se levantam e vão para a mesa, enquanto comem conversam.
***
[Madureira – Rio de Janeiro – Parque de Madureira – Noite]
Uma Mulher encontra-se correndo, olhando para trás como se estivesse sendo perseguida por alguém, ela se encontra na Rua Manuel Marques, a noite era escura e gelada, o lugar é pouco movimentado, após chegar a entrada do Parque Madureira, adentra o espaço e continua correndo com uma afeição desesperada, olha para todas as direções, quando vira para frente acaba esbarrando em um jovem alto de pele morena, aparentava ter uns 30 anos, pela força do impacto ela acaba caindo no chão, vestia uma calça jeans, uma blusa de cetim branco de alcinha, estava bastante suja, com os pés descalços no chão.
O jovem estende a mão para ajudá-la a levantar, mas ela se levanta e continua a correr, ele corre atrás dela e acaba alcançando-a.
RICARDO – Ei garota, está tudo bem?
ANITA – Você poderia ver por onde anda!
RICARDO – Você veio na minha direção correndo feito uma louca
ANITA – Desculpa, não é nada com você (continua andando)
RICARDO – Pera ai, pera ai… você se machucou? Deixa eu ver (Fala pegando no braço dela)
ANITA – Não, to bem, juro, você não precisa
RICARDO – (cortando) Você quer que eu te leve para o hospital?
ANITA – Não precisa
RICARDO – Você quer que eu te leve para algum lugar?
Anita olha para Ricardo, para e fica vidrado nele, depois faz que não com a cabeça e os dois ficam se olhando por um tempo.
RICARDO – Minha moto ta aqui perto, posso te levar pra onde quiser.
ANITA – Eu não tenho para onde ir e preciso sair daqui, então pode me soltar?
RICARDO – Vem comigo, você parece bem assustada, vou te ajudar a sair daqui.
Anita concorda e segue Ricardo, mas ainda olhando para os lados, a noite ainda continuava fria, a sensação de estar sendo observada ainda era muito presente, o anseio por sair logo dali era grande. Eles chegam até a moto…
RICARDO – Meu nome é Ricardo, prazer
ANITA – Anita, obrigada por me ajudar.
RICARDO – Não poderia deixar você sair assim após me atropelar (rir) e percebi que você está nervosa.
ANITA – Estou sim, será que podemos sair daqui?
RICARDO – Tudo bem, para onde?
ANITA – Para qualquer lugar longe daqui.
Atrás de uma árvore um homem pegava o celular, enquanto observava o casal se distancia pela avenida.
HOMEM – Alô temos problemas, ela conseguiu fugir.
BASIILEU – Você é muito incompetente mesmo, dê um jeito de concertar sua burrada se não quem vai rodar é você, entendido?
HOMEM – Sim, compreendido;
BASILEU – tem até o fim da semana.
***
Ricardo pilota a moto pelas ruas de Madureira, após alguns minutos ele chega a um hotel, onde estaciona em sua entrada, Anita desce da moto, em seguida o rapaz faz o mesmo, os dois adentram o hotel e se dirigem a recepção.
RICARDO – Boa noite, queria um quarto por favor.
RECEPCIONISTA – De solteiro ou casal?
RICARDO – (olhando para Anita responde) de solteiro
RECEPCIONISTA – (apontando) terceiro andar, quarto 306.
RICARDO – Muito obrigado.
Os dois jovens pegam o elevador, enquanto isso Anita estava de cabeça baixa, olhando para os seus pés com as mãos juntas a frente de seu corpo, estava pensativa.
RICARDO – 1 real pelos seus pensamentos.
ANITA – (rir) nada tão importante, só estava pensando em tudo que já vive desde que cheguei aqui.
RICARDO – Você é de onde?
ANITA – Melhor conversarmos quando estivermos no quarto, ah obrigado novamente (abraça Ricardo)
O bipe do elevador faz com que os dois se separem, eles saem e se dirigem ao quarto, Ricardo abre a porta e adentra com Anita.
RICARDO – Então vai me contar quem é você agora?
Close no rosto pensativo de Anita e retornar a sua vida antes de chegar no Rio de Janeiro
Inicio do Flashback
[5 meses atrás, São Luís do Maranhão – 8:00]
ANITA- Bom dia turma, hoje iremos falar sobre o reino vegetal.
PEDRO – (levantando a mão) professora, mas eu não gosto de comer vegetais
ANITA – (indo até o menino de 7 anos) mas para você crescer e ficar forte tem que se alimentar, comer os vegetais, não quer ficar forte igual ao super-homem?
PEDRO – não gosto do super-homem
ANITA – E de quem você gosta?
PEDRO – Eu gosto mesmo é do Batman ele é superinteligente
ANITA – então tem que comer frutas, legumes, pra ficar que nem ele.
Anita volta para sua mesa
ANITA – Vamos todos abrir no livro na página 64 e vamos pintar o que vocês acham que é do reino vegetal e o que não é.
Anita passa o dia na escola, que fica no bairro da Liberdade, em seguida volta para a sua casa que ficava no centro histórico de São Luís, na Rua da Palma, perto do Convento das Mercês.
SUSANA – Anita? É você? (fala do quarto)
ANITA – Sim mãe
SUSANA – Olha teu namorado veio ai e disse que quando chegasse é para você ligar para ele.
ANITA – Já ligo mãe (fala colocando a bolsa no sofá da sala).
Susana sai do quarto e vai para a sala.
SUSANA – Quantas vezes eu tenho que te dizer para não deixar jogada sua bolsa no sofá?
ANITA – Quando a senhora vai parar de me tratar como se eu tivesse 10 anos?
SUSANA – Quando você parar de agir como se tivesse (senta no sofá)
ANITA – (pegando sorvete na geladeira e indo para o sofá) ah! Eu não esqueci do que lhe perguntei ontem… Quem é o meu pai?
SUSANA – Eu já lhe pedir para você esquecer isso
ANITA – Quem sabe ele não possa nos ajudar, possa vir aqui e ver a nossa situação
SUSANA – Ele não vai nos ajudar, ele não vai voltar, ele morreu, aceita que dói menos
Fim do Flashback
RICARDO – E então vai me falar quem você é?
ANITA – Eu não sou daqui do Rio, morava em São Luís, no Maranhão com minha mãe, lá eu trabalhava de professora em uma escola e cuidava da dela.
RICARDO – E por que você veio para o Rio?
ANITA – Para falar a verdade minha mãe ficou doente, não queria depender do meu namorado e o salário que eu recebia não dá para cobrir o tratamento, mas também vir ver se consegui alguma informação sobre o meu pai.
RICARDO – E você sabe o nome dele? Onde ele mora?
ANITA – Não sei, minha mãe não me fala nada sobre ele.
RICARDO – Sua situação está bem complicada, mas por que você estava correndo como se alguém tivesse lhe perseguindo?
ANITA – (faz um silêncio breve e depois fala) Por que tinha acabado de ser assaltada, levaram tudo que eu tinha, malas, celular, dinheiro e ainda queriam abusar de mim, só que escapei e eles estavam me seguindo quando esbarrei em você, obrigado por me salvar.
RICARDO – Você não quer ir na polícia denunciar?
ANITA – Agora queria descansar, a viagem foi longa e psicologicamente foi muito impactante.
RICARDO – Tudo bem, vou deixar você descansar, pode ficar aqui o tempo que quiser (procura um papel e uma caneta em cima da estante) aqui está o meu telefone e endereço, se precisar me ligar só usar o telefone da recepção, eu vou voltar amanhã pra acertar o pagamento de sua estadia aqui.
ANITA – Claro que não, eu dou o meu jeito de pagar.
RICARDO – Como se nem emprego você tem? Sem documentos vai ficar mais difícil, façamos assim quando você começar a trabalhar você me paga, pode ser?
ANITA – Você é um anjo (abraça Ricardo)
***
[São Luís – Maranhão – Noite]
Susana encontrava-se sentado assistindo televisão
SUSANA – Minha filha onde será que você está? Será que está bem? Por que não entra em contato?
E volta no tempo a 30 anos atrás.
Inicio do Flashback
[São Luís – Maranhão, Penitenciária Feminina do Complexo de Pedrinhas]
Em uma cela encontra-se quatro mulheres, uma delas está gravida de 9 meses, quando começa a sentir as contrações para o parto, a bolsa estoura e ela se desespera, as demais mulheres tentam acalma-la, enquanto uma tenta chamar a carcereira.
DIVA – Vamos deita-la na cama.
INGRIDE – Tente se acalmar Susana.
SUSANA – Eu não posso ter minha filha aqui, ela não merece nascer em um lugar assim (fala urfando e gemendo de dor)
PAULA – Ninguém vem.
DIVA – Pega dois lençóis limpos para mim, Paula.
PAULA – Ta bom.
DIVA – Ingride continua chamando alguém.
Ingride vai para a grade e Paula volta com o lençol, Susana ainda grita de dor
DIVA – Paula, ajude-me a tirar a roupa dela. (Diva vai até onde Susana)Querida vamos ter que tirar essa roupa.
SUSANA – Não quero que minha filha nasça aqui.
DIVA – Infelizmente não vai dar tempo e será pior se ela não vier logo, pode morrer sufocada.
As duas detentas tiram as roupas de Susana, ela sente muitas dores, o espaço pequeno com duas camas beliches, parece menor a cada gemido da grávida, a lâmpada que pendia do teto iluminava o rosto suado de Susana, que neste momento só pensava em orar para que desse tudo certo naquele momento.
SUSANA – (diz baixo) Pai, ajude a minha filha a vir ao mundo em paz, te peço por intercessão e Nossa Senhora Aparecida, que intercedeu pela minha vida quando eu nasci.
DIVA – Pronto agora pode deitar (fala terminando de ajeitar o lençol branco sobre o colchão), fica de pernas abertas para poder ela vir ao mundo
Susana geme de dor, mas faz o que a amiga lhe fala, o suor pingava de seu rosto o espaço se fechava a cada gemido seu, e a luz parecia ficar cada vez mais forte, como se fosse o sol a iluminar aquele momento, mas tudo que ela queria era ter sua filha em outro local, não naquele ambiente de repressão, que nada ajuda o ser humano.
SUSANA – (gritando e segurando a mão de Diva) Não deixe que minha filha morra (olhando nos olhos de sua amiga) não deixe por favor!
DIVA – Ela não vai querida só tenha calma, Paula e Ingride venham me ajudar aqui.
INGRIDE – O que devo fazer?
DIVA – Fique perto dela, segure a mão e tente acalmá-la, Paula venha aqui e fique segurando esse lençol limpo, para quando a criança nascer nós colocarmos ela perto aqui dos pés de Susana, pois, não tem como cortar o cordão umbilical.
SUSANA – (Olhando para Ingrid) Me ajuda, por favor!
DIVA – Querida force para a criança sair, ela já ta quase chegando, já estávamos vendo a cabeça da criança.
Tudo o que se escutava naquela sela era o gemido de Susana, a luz do teto insidia em seu rosto molhado pelo suor, o lençol branco, agora estava manchado de vermelho vivo do sangue, em algum momento daquela noite o mundo pareceu calar-se e só o que se escutava era o choro da menina que tinha vindo ao mundo, no mesmo momento uma chuva grossa caia em São Luís.
Fim do flahsback
O telefone da casa de Susana toca e ela vai correndo atender
SUSANA- Alô!?
ANITA – Mãe!
SUSANA – (Fala preocupada) Minha filha, onde você está? Está bem? Demorou para mandar noticia filha.
ANITA – Eu sei mãe, mas tive alguns problemas aqui no Rio de Janeiro, mas agora estou bem.
SUSANA – Não seria bom você voltar minha filha?
ANITA – Já lhe disse que não irei voltar enquanto não tirar a limpo aquela história.
SUSANA – Eu nunca deveria ter lhe contado isso.
ANITA – Pois é, agora eu vou ter que desligar porque esse celular não é meu.
SUSANA – Filha dê notícias, já faz um mês que você foi para ai com a promessa de conseguir emprego e só agora está ligando.
ANITA – Tudo bem mãe, agora vou dormir que estou cansada.
SUSANA – Deus te abençoes meu anjo
Desliga o telefone e Susana fica pensando na sala em penumbra
***
[Madureira – Rio de Janeiro – Noite]
ANITA – Obrigado mais uma vez Ricardo.
RICARDO – Sempre que precisar.
ANITA– Você é um anjo
Os dois estão sentados na cama do quarto, Ricardo chega mais perto de Anita
RICARDO – Estou aqui para te proteger, só não prometo que nunca vá me apaixonar.
Ele pega a mecha de cabelo que estava caindo no rosto dela, e se aproxima para beijá-la.
ANITA– Amanhã a gente se fala (Levanta), estou mesmo cansada.
RICARDO – (levanta) Tudo bem, amanhã eu passo aqui (indo pra porta) Boa noite Anita.
ANITA – Boa Noite, Ricardo.
***
[São Luís – Maranhão – Reviver – Noite]
MARCELO – São Luís do Maranhão fundada no dia 08 de setembro de 1612 é a única capital do país que foi fundada por franceses e posteriormente foi colonizada pelos portugueses é considerada patrimônio da humanidade, seu belo conjunto arquitetônico fez com que levasse esse título no ano de 1998, com centenas de casarões, ruas e becos de paralelepípedo é um grande centro turístico o bairro da Praia Grande, mais conhecido como reviver que foi um projeto feito para recuperar os casarões e urbanizar o centro histórico.
Com os seus ritmos, na noite encantada de São Luís o Tambor de Crioula é uma grande expressão da cultura local, de origem Africana é uma forma de louvor a São Benedito, um santo bastante popular entre os negros, por isso que este prato foi batizado de cultura ludo africana por essa manifestação cultural que temos em nossa ilha.
Os clientes aplaudam a apresentação do prato, Marcelo é cozinheiro de um grande restaurante no Centro Histórico da Ilha Magnética, um rapaz educado e com grande ambição nos negócios.
Marcelo volta para a cozinha.
PIETRO – Iai Marcelo, parece um pouco nervoso hoje à noite.
MARCELO – É meu amigo, hoje faz um mês que a Anita foi para o Rio de Janeiro e até agora nenhuma noticia.
PIETRO – Marcelão você precisa sair, conhecer novas mulheres, tenho certeza que a Anita já deve estar com outra pessoa lá no Rio.