MEU RIO – Capítulo 7
Aviso
Este capítulo contém descrição de estupro. Meu Rio é uma web de ficção que fala sobre problemas reais e sérios como estupro, depressão, bullying, suicídio etc. Por colocar esses assuntos em debate, esperamos que nossa web ajude a audiência a iniciar uma conversa. Mas se você está lidando com algum tipo de problema, essa web talvez não seja para você ou talvez queira ler com uma pessoa de confiança. Caso você tenha sofrido assédio sexual ou estupro peça ajuda através do número 180 e procure uma delegacia especial da mulher, porque no minuto que começar a falar, as coisas ficarão mais fáceis
[Início dos anos 90 – Cidade de Mororó – Maranhão – Casa de Susana – Fim da tarde]
Josaniel coloca Susana de bruços na cômoda que está ali, ela grita.
JOSANIEL – Pode gritar, que com essa chuva ninguém vai te escutar mesmo. (levanta o vestido e tira a calcinha dela)
SUSANA – Por favor, não faça isso, por favor (chora)
JOANIEL – Você é muito bonita e muito apanhada, hoje eu acabo com minha sede de meses por causa da gravidez daquela vagabunda.
SUSANA – Por favor não faça isso.
JOSANIEL – Só você não se mexer muito, prometo que não vai doer tanto.
Josaniel coloca seu órgão masculino dentro das partes íntimas de Susana.
SUSANA – Para por favor (chora).
JOSANIEL – Calma que está gostoso
Algum tempo depois Josaniel solta Susana e veste a sua roupa.
JOSANIEL – É bom você se limpar antes de voltar para a Fazenda daquele maldito, que também vou matar logo, logo… ah! E nem tente falar para alguém o que aconteceu aqui, eu vou desmentir e em quem você acha que vão acreditar, eu vi que sua mãe te castigou da última vez que estive aqui.
Josaniel sai e Susana fica chorando.
***
[Cidade de Mororó – Maranhão – Fazenda dos Araribe – Fim da Tarde]
Beatriz se afasta de Teodoro
BEATRIZ – Você não deveria ter feito isso
TEODORO – Por que não?
BEATRIZ – É errado
TEODORO –Gostar de alguém é errado agora?
BEATRIZ – Dona Eva e minha vó Sebastiana não vão gostar nada dessa história.
TEODORO – E quem disse que elas precisam saber?
BEATRIZ – Eu não acho certo fazermos isso.
TEODORO – Você não gosta de mim?
BEATRIZ – Gosto, mas sabe que não podemos, o seu pai ia nos separar e já estou cansada de tantas separações.
TEODORO – Mas eu não deixarei nada nos separar, você confia em mim?
BEATRIZ – Claro que sim, mas…
TEODORO – (cortando) Sem mais, não vou deixar ninguém nos fazer mal, agora tenho outro pedido, desde que cheguei ainda não fui no Rio, não queres me acompanhar?
BEATRIZ –E se alguém nos ver?
TEODORO – Olha nada, confias em mim, então vamos?
BEATRIZ – Ta bom.
***
[Cidade de Mororó – Maranhão – Igreja – Noite]
SUSANA – Padre, sua benção.
PADRE JOÃO – Deus te abençoe, o que deseja minha filha?
SUSANA – Eu nem sei como falar, aconteceu algo horrível (começa a chorar)
PADRE JOÃO – Calma, eu não vou lhe julgar, estou aqui para ti dar um direcionamento.
Susana conta o que aconteceu, porém não diz o nome.
PADRE JOÃO – E quem foi o homem que fez essa barbaridade com você?
SUSANA – Não quero falar padre, eu só precisava contar pra alguém.
PADRE JOÃO – E porque não conversa com sua mãe?
SUSANA – De jeito nenhum, ela não vai acreditar em mim, principalmente se eu contar quem foi.
PADRE JOÃO – Então deve ser alguém próximo e conhecido na cidade.
SUSANA – Deixe pra lá padre.
PADRE JOÃO – Se quiser podemos contar juntos para ela.
SUSANA – Melhor deixar do jeito que está, agradecida.
PADRE JOÃO – O melhor seria você contar para a sua mãe e procurar a polícia, eu vou com você, mas só depende de você.
***
[Cidade de Mororó – Maranhão – Fazenda dos Araribe – Cozinha – Noite]
MARIA HELENA – Eta que demorou em filha!
SUSANA – Fui a igreja me confessar com padre João, se a senhora não se importar eu vou para o meu quarto, estou cansada.
MARIA HELENA – E não vai jantar?
SUSANA – Eu só quero me deitar.
MARIA HELENA – Tudo bem, pode ir.
No quarto Susana chora.
MARIA HELENA – (indo ao encontro de Beatriz) Bia, sei que é muito amiga de Susana, ela me parece um pouco aborrecida, podes ir falar com ela?
BEATRIZ – Claro Dona Maria, mas aconteceu algo?
MARIA HELENA – Eu não sei, mas converse com ela.
BEATRIZ – Tudo bem, vou conversar.
MARIA HELENA – Obrigado.
No quarto de Susana
BEATRIZ – (bati na porta) Posso entrar Susy?
SUSANA – (enxugando as lágrimas) pode sim.
Beatriz senta na cama perto de sua amiga.
BEATRIZ – O que aconteceu?
SUSANA – Nada Bia
BEATRIZ – Se foi nada, por que está chorando? Não confia em mim? Sou ou não sou sua amiga.
Susana volta a chorar.
BEATRIZ – Vem aqui, deita no meu colo e desabafa.
SUSANA – Eu só quero parar de existir.
BEATRIZ – Nunca mais fale isso, me diga o que aconteceu.
SUSANA –Eu não posso te contar
BEATRIZ – Eu não vou sair daqui até que me diga o que ta acontecendo.
SUSANA –Abusaram de mim
BEATRIZ – Abusaram como?
SUSANA – Me forçaram a fazer sexo, hoje.
BEATRIZ- Quem foi ele? Eu capo.
SUSANA – Deixa pra lá.
BEATRIZ –Deixo não, me conte logo.
SUSANA – Eu só quero esquecer, não me faça lembrar daquela cena horrível.
BEATRIZ – Tudo bem, mas eu vou querer saber. Eu também tenho uma coisa pra ti contar.
SUSANA – Pois fale.
BEATRIZ – O Teodoro me beijou
SUSANA – (gaguejando) onde, como?
BEATRIZ – Hoje de tardinha no jardim.
SUSANA – A mãe dele não vai gostar nada disso
BEATRIZ – É segredo
SUSANA – De mim não vão saber, só quero que você seja feliz.
***
[Dias depois – Igreja de Nossa Senhora Aparecida – 12 de outubro – Dia da padroeira – Noite – Pátio]
TEODORO – Foi uma linda procissão
BEATRIZ – E como deu gente, nunca vi essa Igreja lotada
TEODORO – Susana, você tem andado tão calada esses últimos dias.
SUSANA – Nada não
TEODORO – Muito estranho isso.
BEATRIZ – Deixe ela Teo, soube que seu pai vai fazer um discurso.
TEODORO – É, ele não perde o momento para fazer política, não respeita nem o templo sagrado.
Sebastiana chega
SEBASTIANA – Muita gente este ano, me perdi de vocês.
BEATRIZ – Estava comentando isso com Teo (pigarreia) Teodoro ainda pouco, né Susy?
JOANA – Mainha onde você estava?
SEBASTIANA – Na procissão, com esse rio de gente, acabei me perdendo.
TEODORO – Alguém viu Dona Eva por ai?
JOANA – Ela disse que ia no palco, nosso pai vai discursar e ela achou melhor estar ao lado dele.
SEBASTIANA – Nem para esse palco explodir com ela e esse velho do seu pai.
JOANA – Mainha não fale assim.
TEODORO – Tudo bem irmã, essa daí não tem coração, tem é gelo.
SEBASTIANA – Sua mãe não veio Susana?
SUSANA – Ela estava com dor na cabeça, deve ser gripe.
Josaniel se aproxima.
JOSANIEL – Boa noite
BEATRIZ – Benção painho?
JOSANIEL – Deus te abençoe, você está bem?
BEATRIZ – Sim.
JOSANIEL – E você Joana? Como está?
Joana não responde
JOSANIEL – Ainda zangada por eu ter tentado te levar pra casa aquele dia?
Joana não responde.
JOSANIEL – E você Susana? Como está bonita (dá um abraço em Susana e cheira discretamente o cabelo dela) só não mais que minha Beatriz (dar um abraço na filha).
SEBASTIANA – Venham, vamos lá para frente escutar aquele velho.
JOSANIEL – Ah ele vai discursar, enganar mais esse povo.
Sebastiana e outros saem deixando Josaniel sozinho.
PADRE JOÃO – É com muita satisfação que chamamos a este palco o Coronel Araribe para dizer algumas palavras.
CORONEL – Obrigado padre, querido povo da cidade de Mororó, é com grande alegria que venho aqui saudar todos vocês, junto com minha esposa Eva, neste lindo encerramento da festa em homenagem à padroeira de nossa cidade, e como vocês sabem minha família tem lutado dia e noite para que Mororó cresça e se desenvolva cada vez mais.
Perto dali encontrava-se um homem entocaiado, ele mira e atira no coronel, um tiro certeiro no peito, Araribe cai, o povo corre.
Teodoro e Joana correm para o palco.
EVA – Alguém faz alguma coisa, ele ta morrendo.
TEODORO – Chamar quem?
EVA – Um médico, nessa cidade não tem nenhum?
TEODORO – Mainha é tarde demais.
EVA – Não, padre faça alguma coisa.
PADRE JOÃO – O que eu posso fazer? Sou apenas um padre, não médico.
EVA – Ore por ele, ore.
TEODORO – Deixe ele mainha o painho já está morto.
***
[Semanas depois –Fazenda dos Araribe – Manhã]
AUGÊNCIO – Meus pêsames Dona Eva, mas não querendo me intrometer, acho que a senhora poderia assumir as rédeas daqui da fazendo, seu menino ainda é muito novo, o certo seria a senhora assumir a administração.
EVA – Senhor Augêncio esqueceu que corre nas veias dele o sangue dos Araribe? Ele vai saber o que fazer. (Diná se aproxima com uma bandeja) O senhor deseja um chá?
AUGÊNCIO – Claro, agradecido, e como anda as coisas por aqui?
EVA – Uma tristeza só, mas estamos tentando seguir em frente.
AUGÊNCIO – Lá na cooperativa Josaniel ficou bem contente com essa notícia da morte do coronel.
EVA – Tenho certeza que foi ele que matou Araribe, eles tinham um ódio desde o acontecido com Joana, da última vez que ele esteve aqui jurou o coronel de morte.
AUGÊNCIO – Pelo visto o seu filho já estáse dando muito bem com a filha dele.
Eva olha Josaniel e Beatriz se beijando.
EVA – Agora mais esse problema pra mim resolver.
***
BEATRIZ – Acho que deveríamos tomar cuidado
TEODORO –Acho que já está na hora de assumirmos o nosso namoro, nós nos amamos, não é?
BEATRIZ – Claro que sim, mas fico receosa por causa de Dona Eva.
TEODORO – Ela não vai fazer nada contra você, mas queria conversar sobre outra coisa contigo.
BEATRIZ – Diga.
TEODORO – Observei que a Susana está meio distante nesses últimos dias.
BEATRIZ – É, aconteceu algumas coisas com ela, mas melhor deixar pra lá.
TEODORO – Ela é sua amiga, precisamos pensar em alguma coisa pra ajudá-la.
BEATRIZ – Eu já tentei, mas ela se fechou, não fala com ninguém, só vive no quarto.
Eva chega.
EVA – Teodoro você pode me explicar o que está acontecendo aqui?
TEODORO – Nada demais mainha.
EVA – Eu não quero você de papo com a filha do assassino de seu pai.
BEATRIZ – Meu pai não matou ninguém.
TEODORO – Bia, você tem que concordar que os dois se odiavam, desde a história da minha irmã e você viu que ele ameaçou meu pai para todos escutarem.
BEATRIZ – Uma coisa é ameaçar alguém no calor da emoção, outra é matar de verdade.
EVA – Eu não quero ti ver com essa daí, pode ta mancomunada com o pai dela.
BEATRIZ – Teo, você não vai me defender?
TEODORO – Não acredito que você seja assim, mas não posso descartar que seu pai é um suspeito.
Beatriz sai com raiva.
Na sala do casarão ela entra bufando.
JOANA – Ei mocinha, o que aconteceu?
BEATRIZ – Teodoro que está achando que o meu pai matou o coronel
JOANA – Eles tinham a briga deles, mas de fato ele é um suspeito.
BEATRIZ – Até você mainha
JOANA – Seu pai não era flor que se cheire Bia, você viu o que ele fez comigo.
BEATRIZ – Eu desisto. (sobe as escadas e vai para o quarto)
***
[Cidade de Mororó – Maranhão – Fazendo dos Araribe – Quarto – Manhã]
Maria Helena entra.
MARIA HELENA – O que está acontecendo com você filha?
SUSANA – Nada
MARIA HELENA – Alguma coisa tem, pode confiar em mim.
SUSANA – É uma coisa minha, vai ficar tudo bem mainha.
MARIA HELENA – Mesmo assim, me diga.
Teodoro entra
TEODORO – Com licença, vim convidar a Susana para dar uma volta no jardim.
SUSANA – Posso ir?
MARIA HELENA – Pode sim, mas nossa conversar não terminou
No jardim.
TEODORO – Todos já repararam que você anda triste, saiba que eu estou aqui se precisar.
SUSANA – Obrigado, você e Bia estão sendo amigos maravilhosos.
Beatriz olha os dois da janela do quarto.
TEODORO – (pegando na mão de Susana) você confia em mim?
SUSANA – Claro
TEODORO – Então me diga o que aconteceu
SUSANA – Eu… não quero falar
TEODORO – Fale, você precisa desabafar.
SUSANA – Eu… (gagueja) eu fui estuprada.
TEODORO – Quem foi o homem? Eu mato
SUSANA – Se eu falar você não vai acreditar
TEODORO – Claro que vou, me diga o nome.
SUSANA – Mas você não pode contar para Bia.
TEODORO – Por que não?
SUSANA – Só promete
TEODORO – Prometo
SUSANA – Foi o pai dela, no dia que fui em casa buscar a escova que meu pai escovava meus cabelos antes de eu dormir, ele apareceu lá, nos trancou e abusou de mim. (Chora)
Teodoro abraça Susana
SUSANA – Ele ainda disse que matou meu pai, não sei como, mas ele matou.
TEODORO – Também tenho certeza que ele matou o meu pai.
SUSANA – Alguém precisa parar esse monstro.
TEODORO – Eu vou fazer isso, te prometo, mas acho que deveria contar para Bia. (Abraça Susana mais forte)
BEATRIZ –(se aproxima) Estou atrapalhando alguma coisa?
***
[Cidade de Mororó – Maranhão – Casa de Socorro – Manhã]
JOANA – Ela ta crescendo rápido
SEBASTIANA – Acho que já podemos levá-la conosco.
SOCORRO –Mas já? Não querem deixar mais um dia aqui para vocês arrumarem um quarto bom pra ela?
JOANA – Ela tem razão mamãe, ainda não arrumamos nada pra recebê-la.
SEBASTIANA – Tudo bem, amanhã vamos vir buscá-la.
SOCORRO – Você não querem deixar um pouco mais de leite, as vezes ela bebi muito e fica chorando.
JOANA – Tudo bem, deixarei.
Joana tira o leite e deixa em duas mamadeiras.
SEBASTIANA – Agora vamos minha filha.
JOANA – Te amo Maria Tereza.
As duas vão embora.
SOCORRO – Eu não posso deixar te levarem, você é minha filha, eu cuido de você, não podem te levar.
***
[Cidade de Mororó – Maranhão – Fazenda dos Araribe – Jardim – Manhã]
BEATRIZ – E então estou atrapalhando algo?
TEODORO – Claro que não (solta Susana) só estávamos conversando.
SUSANA – Ele tava me dando uma força, sobre aquela história.
BEATRIZ – Então você contou tudo pra ele? Até mesmo o que não me disse.
SUSANA – Eu não podia te contar tudo Bia.
BEATRIZ – Por que não?
SUSANA – Porque não acreditaria em mim.
BEATRIZ – Mas ficar de segredinho com meu namorado pode?
TEODORO – Bia acho que você está alterada devido a discussão que tivemos, não desconte na pessoa errada.
SUSANA – Imagine se eu te contasse tudo, como iria reagir.
BEATRIZ – Já chega eu não quero mais saber, mas vou logo te avisando, você pode até ser minha amiga mas não quero ver você abraçando e de mãos dadas com o meu namorado.
TEODORO – Beatriz, pare com isso, vamos entrar… Susy melhor contar tudo pra ela depois, ela tem o direito de saber.
BEATRIZ – Contar tudo o que? Quero saber agora, vamos Susana, o que está me escondendo, fala, fala agora.
TEODORO – Para com isso Beatriz
Susana saí correndo.
TEODORO – Ta vendo o que você fez, ela é sua amiga (sai atrás de Susana)
BEATRIZ – (segura o braço de Teodoro) Se for atrás dela, está acabado tudo entre nós.
TEODORO – Eu não vou deixar de ajudá-la por causa de ciúmes de você, agora me solte.
Teodoro sai. Beatriz grita com raiva.
Na parte de cima do casarão Eva observa-os.
EVA – Já sei o que tenho que fazer.
***
[Cidade de Mororó – Maranhão – Casa de Josaniel – Manhã]
JOSANIEL – Não quero falhas nesse plano, vocês já sabem como eu resolvo as coisas com quem falha comigo. Nós vamos entrar na fazenda e eu vou assumir meu lugar como marido daquela ordinária e ficar com o dinheiro dos Araribe.
ZÉ – Mas e se chegar mais capangas deles?
JOSANIEL – Vocês têm medo de gente? Matem todos eles, não quero falhas.
ZÉ – Mas…
JOSANIEL – (cortando) Sem mas, agora podem sair.
Os demais homens saem.
JOSANIEL – Logo, logo esse dinheiro, essa cidade vai ser tudo minha, tudo.
[Cidade de Mororó – Maranhão – Rio Parnaíba – Fim da tarde]
SUSANA – (com uma flor na mão e arrancando as pétalas) conto… não conto… conto… não conto… conto!
TEODORO – (chega ao rio) Então você resolveu contar toda a verdade para Beatriz?
SUSANA – Sim, ela precisa saber quem é o pai dela.
TEODORO – Agora vamos banhar? Tirar essa tristeza, sorrir um pouco?
SUSANA –Quem chegar por último na água é mulher do padre.
TEODORO –Mas o padre não tem mulher.
Susana se vira e sorrir.
Eva, que estava de longe, se vira e volta a fazenda.
Ao chegar encontra Beatriz sentada no sofá.
EVA – Olá Beatriz, eu sei que você e meu filho estão próximos, não gosto muito dessa ideia, mas não gosto de traição, principalmente vindo de uma pessoa que se diz amiga.
BEATRIZ – O que você está dizendo?
EVA – Que acabei de ver Teodoro e sua amiga na maior intimidade nadando lá no rio.
BEATRIZ – É o que?
***
[Cidade de Mororó – Maranhão – Porta da Casa de Socorro – Dia Seguinte – Manhã]
SEBASTIANA – (Gritando e batendo palma) Socorro! Oh Socorro!
JOANA – Será que ela saiu? Ou pior será que aconteceu algo com minha filha?
SEBASTIANA – Largue de pensar besteira, ela deve só ter ido compra alguma coisa, vamos esperar um pouco.
***
[Cidade de Mororó – Maranhão – Fazenda dos Araribe – quarto – Manhã]
SUSANA – Posso entrar?
BEATRIZ – Claro, queria mesmo falar com você.
SUSANA – Primeiro queria te pedir desculpas por aquele episódio com o Teodoro.
BEATRIZ – Largar de ser sínica, eu sei que você quer meu namorado.
SUSANA – De onde você tirou isso Bia?
BEATRIZ – Não me chame de Bia, para você é Beatriz e eu não sou cega, vi vocês no jardim e ontem no rio, parecia íntimos.
SUSANA – Largue de doidice, eu nunca que iria ter algo com o Teodoro, eu sei que você gosta dele, eu não sou fura olho.
BEATRIZ – Não é o que me parece com o que tenho observado.
SUSANA – Ele só ta me ajudando com aquela história.
BEATRIZ – Agora entendi tudo, o porquê de você andar desse jeito e inventar essa história, queria ficar mais perto do Teo.
SUSANA – Claro que não, eu não inventei história.
BEATRIZ – E por que não me contou toda? O quem? Porque não tem ninguém né
SUSANA – Eu não queria te machucar
BEATRIZ – E o que você está fazendo é o que? Eu nunca pensei que você pudesse ir tão baixo, ainda mais comigo que te considerava uma amiga, se não é mentira, me diz agora quem foi, vamos Susana diga um nome, diga.
SUSANA – (gritando) Foi o monstro do seu pai, foi ele que fez isso comigo. O teu pai me estuprou.
***
[Cidade de Mororó – Maranhão – Casa de Socorro – Manhã]
JOANA – Mainha ela ta demorando.
SEBASTIANA – Socorro avisaria se tivesse tido algo greve, acalme-se.
JOANA – Eu to com um aperto no coração, sabe?
SEBASTIANA – Deixe de besteira, isso é ansiedade para ver sua filha.
JOANA – Não, é um desconforto, um sentimento ruim, de perda.
SEBASTIANA – Deixe de coisa, vamos ver se algum vizinho tem alguma notícia.
As duas vão até a casa do lado.
SEBASTIANA – Oh de casa, uma informação, por favor
VIZINHA – Bom dia
JOANA – Bom dia, a senhora viu pra onde a Dona Socorro foi?
VIZINHA – Piquena ela saiu com várias malas pela manhã e disse que iria se mudar, que não voltaria mais, pegou o barco ainda pouco.
JOANA – É o que? Mainha minha filha, ela levou minha filha, não, eu quero minha filha.
SEBASTIANA – Acalme-se filha, obrigado senhora.
JOANA – Que calma nada, eu quero minha filha (chora) eu não posso ficar sem minha Maria Tereza.