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Mente Incondicional

Mente Incondicional – Episódio 03

de Pedro Paulo Gondim

Episódio 03 | CLÃ DESOLADO

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participações estrelares do episódio: Quotar Nardelli; Leandro Tartucci

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Nos episódios anteriores…

Raquel: Como sempre vocês “Nardelli” me fazendo perder tempo! Pois então, Santiago… O que faz por aqui?

Santiago:  Fazendo o que nós “Nardelli” sempre fazemos!

[…] Igor: Mas escuta… Ele quer te ver.

Raquel: Eu não sou uma criminosa, Igor!

Igor: Devo te lembrar do que aconteceu com o pobre Mariano? Ou pior… com Wallyson.

[…]  Mariano: “Jon” está nos convidando para jantar. Amanhã será a inauguração de sua nova casa!

Ivanna: Tudo isso já pra amanhã? Mas obrigada pelo convite… Jonathan!

[…] Raquel: [sorrindo] Manão… Como está a vida?

Manão: Do meu modo… bem.

[…] Cindy: [abraçando-se] Juro que não conto pra ele!

Santiago: Então… Tenho que começar pela história sobre um conhecido seu, Mariano Ayalla, e então chegaremos à famigerada Raquel Nuvais.

[…] Wallyson: Sim, my dear, está na hora de partir. Venha!

[…] Raquel: Deve tomar mais cuidado, Maro. (…) Há um imprevisto: você ainda não morreu.

Mariano: Eu sei o que você fez para a minha desgraça. Então, se você quer brincar de ser o Diabo… Parabéns! Acabou de acordar no seu pior inferno!

[…] Mulher: “Oi Ivanna! Se lembra de mim? Liliane (rsrsrs) Espero que ainda esteja tudo bem contigo!”

[…] Santiago: [sussurrando] Holy shit! Mariano e Jonathan? Oh, fuck me, please!

[…] Mariano: Você não pode fingir. Não deve fugir. Você pode aceitar. Deve acreditar!

Santiago: Olha… E-eu… Só preciso que você se afaste de mim. Por um tempo.

Mariano: (…) E não surpreenda: quando você tropeçar… todos Nardelli cairão!

[Voz de Raquel – em off] Tão poderosos eram aqueles nós. Tão atados, tão unidos. Nós que uniam laços. Laços que uniam sangues. Sangues que se uniam em guerras. Um clã belo, estruturado… e fraco. Toda a harmonia que, certo dia, aparecera tão ardente, agora não passava de cinzas e faíscas. Um pequeno cálice fervilhando de mágoas e ódios havia sido derramado. Sem nenhum esforço, sem atenção, e sem cuidados. O jardim, um terreno desolado. O coração, um cavaleiro solitário. Desolado, então, sem mais nenhum poder.

Mansão de Jonathan. 1º andar. Salão Principal [Noite]

A festa de Jonathan Collins ainda está bem agitada! Os últimos convidados ainda estão chegando e os “comes e bebes” sendo freneticamente distribuídos. Numa grande mesa de canto, Ivanna está meio alterada – depois de alguns copinhos bem alcoólicos, quem nunca? -. Rindo com algumas colegas de trabalho, elas riem de um menino que acabou de escorregar em refrigerante e discutem sobre a vida pessoal e romântica.

Ivanna: Eu até queria uma chance no amor, mas acho que já encontrei… [ela abraça sua taça com cerveja] Olha só que mimo! HÕÕÕÕ!!!

Uma linda mulher jovem toca delicadamente seu ombro. Ivanna presta atenção em tudo. Do salto alto brilhante até as mais intocáveis curvas de sua cintura bem trabalhada. Pernas esculturais que acentuam ainda mais as barras finais do lindo vestido azulado que a mulher usa. O reconhecimento é mútuo. O sorriso de Ivanna parece atravessar suas inquietudes alcoólicas, voltando-a para uma realidade amarga e sóbria. Uma que ela queria esquecer, mas seu coração doía por não deixar.

A mulher incentiva Ivanna a se levantar. Elas se abraçam como costuras de laços mal desfeitos. Laços que vão se reconstituindo pela volta de Liliane Collins {39 anos; cabelos longos – tom loiríssimo – ondulados; olhos azuis-escuros; peso baixo; estatura alta}.

Liliane: [impressionada] Quanto tempo, “Nana”!

Ivanna: Socorrão! Quanto tempo ninguém me chama assim…

Liliane: Aliás, você nem me mandou mensagem de volta. [expressão perigosa] Tá fugindo de mim, Ivanna? Nessa idade?

Ivanna: Eh… [envergonhada; passa a mão pelo rosto] Não, que isso! Eu ia responder, mas nós já estávamos vindo pra festa e…

Liliane: Nós? Marido? [olhar curioso]

Ivanna: Filho, “Lili”, FILHO!

Liliane: Bem, podemos conversar mais tarde. Mas agora… Estou procurando meu irmão. Sabe onde Jonathan se enfiou?

Ivanna: [observando o local] Não… Estranho, Mariano também “sumiu”. Ah, uma hora eles aparecem [sorri] Foi bom ter te reencontrado.

Liliane: [sorridente] Igualmente.

Mansão de Jonathan. 1º andar. Corredor [Noite]

Após uma tempestuosa discussão, Mariano caminha lentamente pelo corredor, a fim de acalmar os ânimos, assim como uma vaga alma perdida. Sua tentativa de conhecer mais da nova casa fica um pouco mais interessante, quando uma mesinha de vidro negro lhe chama a atenção. Sobre ela, vários porta-retratos, com desenhos abstratos em suas bordas e traços dourados no verso. Seus olhos atentos às fotografias. Sorrisos brancos para todos os lados. Felicidades estonteantes. Contudo, um dos retratos está diferente. Os participantes da fotografia estão um pouco sérios.

Jonathan na esquerda. Montado em suas costas, um menino loiro que aparenta ter uns 04 anos de idade. No centro, um belo homem está sentado, com uma criança de 03 anos no colo. Na direita, Manuela está com uma expressão infeliz. Em seus braços, um lindo menino de também 03 anos.

Mariano faz uma expressão curiosa. Ele olha para os lados e retira o fundo do porta-retratos. A tinta, infelizmente, já borrada pelo tempo.

Mariano: [olhar curioso] O que estava acontecendo nesta família?

Ao perceber uma movimentação no corredor, ele guarda a foto em um de seus bolsos e levanta o objeto que retirou a fotografia. Tentando disfarçar, Maro volta a andar em direção ao salão principal, esbarrando-se numa garçonete.

— Olha por onde anda, seu retardado!

Mariano: [meio zonzo] Eh.. Então, des…

Aquilo era apavorante demais! E… Ela sai correndo.

Mariano: [apavorado] Raquel? Estou num “looping” de deja-vús?

Mansão de Jonathan. Jardim frontal/Estacionamento [Noite]

Raquel olha para os lados. Um balançar de galhos a deixa tensa, mas continua andando. À frente, ela ergue a bandeja entrega uma taça de vinho para um rapaz. O local escuro somente nos revela roupas usais de um chofer. Ele está encostado numa limousine prateada, sorrindo para ela.

Raquel: O senhor Quotar Nardelli me pediu para lhe trazer isto! [sorri]

Chofer: Ah, sim… Obrigada! Pera… É obrigada ou obrigado?

Raquel: [dá um tapa em sua testa] Ai Igor! Eu tenho cara de professora de redação? Enfim… Onde está o homem?

Igor: Ah… [sorridente; abre a porta do carro] Olha que “lindo” o moço.

O homem está no banco, desacordado, amarrado por fortes fitas e uma mordaça. Raquel aplaude o amigo. Ele faz reverência. Preocupada, pergunta por Manão.

Igor: Ele tá se preparando para ser seu “parceiro”. Sacou? [gargalha]

Raquel: [suspira fundo] Dai-me paciência! Aliás, vou aproveitar esse “tempinho vago” pra te perguntar uma coisa. Por que topou fazer tudo isso comigo?

Igor: [envergonhado] Nunca se deve deixar uma irmã só. Eu te ajudei, você me ajuda… Se é por gostar de tu, só no sentindo da broderagem mesmo. A gente somos bem parecidos!

Raquel: Olha… [olhar desconfiado] Parecemos um pouco sim, porém não em sentimentos. O que se pode tomar como base, Igor, é que isto não é algo somente para mim. Meus pais morreram como vítimas inocentes de um grande esquema, sem contar no mistério que envolve toda a família Collins. Isso se tornou um gigante clã. E saber que todos os integrantes ainda estão vivos, e são considerados meramente inocentes pela parte da “justiça”… Faz com que meu ódio cresça cada dia mais!

Igor: Véi, tu sabe, pra qualquer coisa, tô aqui! [abraça-a] Melhores parceirões que esse mundo já viu, né? [olhando para a mansão] E esse clã está por perto?

Raquel: Não, amigo. São vários! [olha para cima] E é só uma questão de tempo para que, um por um, nada disto exista mais. Pode apostar!

Mansão de Jonathan. 1º andar. Salão Principal [Noite]

Quase todas as luzes estão apagadas e os convidados estão levantados. Todos olhando para uma grande mesa. Nela, um bolo estupendamente grande em forma de “C” – em mesclas de azul e laranja – com muitas velas em cima. Docinhos, lembrancinhas, pequenas esculturas de gelo, velas acesas, folhas e galhos secos preenchem o resto do espaço. Jonathan está atrás dela, sorrindo. Ao seu lado, seus irmãos, irmãs, sobrinho, tias, tios, primos e primas. Depois de algumas comoventes palavras de seus familiares, Liliane ergue um microfone dourado e, com orgulho, anuncia:

— É HORA DE FESTEJAR!

Assustando-se, Quotar olha para trás. Seu olhar de preocupação intriga os de Igor. Com a iluminação decadente, eles buscam reconhecimento.

Igor: [com a voz mais grossa] Senhor, desculpe incomodá-lo. Recebi um telefonema de sua esposa. Parece que houve um acidente com ela. Nada de grave, mas ela quer que o senhor vá imediatamente para casa.

Quotar: [olhando para os lados] Oh, não! Vou chamar…

Igor: Espere! Ela disse para deixar os filhos se divertindo aqui. Não quer deixá-las assim como o senhor está!

Quotar: [desesperado] Mas como ela não ligou no meu celular? [olha para o aparelho] Ah, estava desligado! Que raiva! Olhe… Mande aquela moça ali [aponta para Raquel] falar com meus filhos. Dizer a eles que estou numa reunião. Mostre a ela quem são. Seja breve!

Igor: Claro, senhor! Já estarei lá!

Quotar corre em direção à saída. Igor e Raquel se olham e sorriem. Ela aplaude rapidamente e faz sinal para que ele vá. Ela prende o cabelo, coloca um óculos escuro e tosse forte. Ao avistar os jovens, Raquel força um simpático sorriso e lhes fixa um olhar terrivelmente alegre.

Raquel: (voz grave) Com licença… Vocês são os irmãos Nardelli?

Santiago: [sorrindo] Sim, nós. O que foi?

Raquel: Seu pai saiu apressado [olha para fora]. Ele teve problemas na “Quotardelli” e teve que ir para lá, porém volta logo.

Cindy: Sim… Obrigada, moça!

Os fotógrafos pedem para que eles sejam os próximos a fotografar ao lado de Jonathan. Cindy respira fundo e sorri.

Mansão de Jonathan. Jardim frontal/Estacionamento [Noite]

Quotar está dentro do carro. Abatido, ele chora muito. Nem percebe o ranger de quando as portas e janelas são travadas. Porém escuta quando um homem entra no carro. Ele bate a porta com força.

Quotar: [olhando para frente] Acelere o máximo que puder!

O sorriso árduo de Manão transmite medo. Ele desamarra o homem ao seu lado (o verdadeiro chofer) e o encosta no banco.

Manão: Com muito prazer, senhor!

Ele liga o carro e dá ré. De uma das sacadas da mansão, Igor e Raquel observam a cena. Seus olhares se cruzam e eles brindam por uma noite de sucesso!

Ruas de “Sul Real” [Noite]

Ao primeiro sinaleiro visível após a mansão, o pobre chofer é colocado no banco do motorista. Manão passa para o banco do passageiro. Na contagem do semáforo, um segundo a menos para o final de um plano perfeito.

Ao verde, Manão empurra a perna do chofer para baixo, pisando bruscamente no acelerador. Manão destrava sua porta. Sua pele treme. Sua mente foge. Seu corpo range. Tão rápido… Quase voando! Sua visão fixa. Fixa à frente e ao temor de sua própria falha.

Uma visão assustada leva Manão a avistar uma pilha de pneus e colchões (que não estavam ali por coincidência). Ele não podia esperar mais e um grande salto é dado. A força de sua batida faz alguns pneus voarem para longe. Sua respiração ofegante aparece em meio a tosses e dores.

Quotar já havia percebido um movimento estranho desde o sinaleiro. Ele havia batido no vidro de separação, mas nenhuma resposta. Ao tentar abrir a porta, nada. Um pavor invade seu coração. Ele berra! Quase com força para sair os pulmões de seus peitos. Mas nada adiantou. Lágrimas escorrem de seus olhos.

Manão: Ha! Ha! Ha!

Ao passar num quebra-molas, a limousine se lança ao ar. Quotar lança seu último grito. Manão, mais um sorriso. O carro capota várias vezes. Assim até atingir um alto muro de uma casa próxima. Mancando, Manão vai ao meio da rua. Vitoriosamente, ele aplaude o estrondo da explosão do veículo.

[…] Casa Abandonada. Interior [Manhã]

Num ambiente de pouca luminosidade, foca-se numa pequena televisão prateada, com a imagem um pouco chuviscada. Uma repórter {cabelos curtos – tom castanho-escuros; olhos claros}, impressiona o público com seu olhar tenebroso. Atrás dela, um cenário catastrófico. Policiais, bombeiros, ambulâncias, vendedores, panfleteiros, carros, muros destruídos, destroços, sangue, pó, carvão e uma gigante aflição.

Repórter: Hoje, uma parte do mundo acordou de luto. Vemos aqui, neste cenário, provas de uma tragédia inimaginável. Quotar Nardelli D’Münt, de 53 anos, estava acompanhado de seu chofer, Leandro Tartucci Tavares, de 37 anos. A indicativa é a de que Leandro dirigia o veículo embriagado e, em alta velocidade, tenha perdido o controle do carro. Como vocês podem ver… O muro veio completamente ao chão. No momento, Maria Teresa Borges da Silva, de 52 anos, pendurava roupas no varal de casa. Ela foi atingida cruelmente e lançada contra a porta de casa. Os três vieram a óbito e, nesta tarde, haverá um funeral coletivo no cemitério “Jardim da Paz”. Serão 45 minutos de visita dos familiares e amigos mais próximos, com mais 3 horas de abertura ao público, em questão do falecimento do dono da “Quotardelli”, 3ª mais importante marca de moda da América Latina. O reconhecimento dos corpos foi feito agora pouco e voltaremos com mais informações a qualquer momento.

A alegria penetra a casa. A iluminação procurando rostos para fazer sorrir. Ninguém estava por acreditar na perfeição do plano.

Raquel: [tremendo] Gente… Foi maravilhoso. Parabéns pra nós!

Manão: Três coelhos numa cajadada só! [desliga a televisão] Agora seu “amiguinho” Santiago deve estar para se matar. Quando você vai dar os “pêsames” à Giovanna pela morte da mãe dela?

Raquel: Acho que pelo telefone mesmo. [olhar desconfiado] Vou rir muito da cara dela e ainda chamarei aquela “vagabunda” de “vagabunda”. [olhando-o desconcertada] Mas… Você está bem, Igor? Pra você ter matado Leandro, seu próprio pai…

Igor: Ah, de boa. [espirra; expressão tensa] Era um coroa muito chato, mas você sabe… Não tenho sangue tão frio. Tenho sentimentos!

Raquel: Mas eu também tenho sentimentos. Começa pelo ódio, rancor, a raiva… Vai passando por aí. [levantando-se] Manão… Acho que já podemos sair para o cemitério.

Manão: [aproximando-se] Igor me disse que quer ir no “Sandela” antes…

Igor: [indignado] Eu disse pra não comentar!

Manão: É por isso mesmo! [sorri] Vá fumar o que tiver pra fumar, só lembre-se de voltar um pouco mais tarde.

Igor: [abraça-os] Tchau pra vocês!

Igor segue dançando até a porta. Ao sair, Manão, com um olhar perverso, desliza as mãos delicadamente pelas coxas de Raquel. Ela morde os lábios e corre os dedos pelo definido abdômen dele. Ele a agarra pela cintura e puxa delicadamente seus ruivos cabelos. Ela agarra o algo.

Raquel: O preço é bem alto, mas o “pacote” compensa!

Manão: Ainda bem que ele é “bobinho”. [retirando a camisa] Pelo visto, vamos comemorar bastante, mocinha.

Raquel: [alegríssima] Hoje eu vou beber felicidade em lágrimas de dor!

Eles avançam e beijam arduamente. Manão joga a camisa dela para longe e volta a beijá-la. Suas mãos descem e sobem de forma agitada. Seus beijos descem ao pescoço. Com cada toque, eles se excitam mais. Raquel procura se agarrar em qualquer coisa, arranhando as costas do homem curioso. Ele envolve seus seios com beijos e mordidas sutis. Raquel deixa-se levar numa respiração ofegante. Seu coração cada vez mais veloz. Seus olhos se fecham, sentindo-se leve e indefesa. Manão corre suas mãos por cada curva, por cada membro, por toda a alma. Elas adentram o fino tecido íntimo que ainda cobria as partes de baixo da jovem. Manão sorri. Raquel geme prazerosamente.

“Jardim da Paz” (Cemitério) [Tarde/Chuva]

Os caixões recebiam cada vez mais lágrimas. Giovanna Borges e seus familiares, os integrantes da “Tartucci”… E um clã totalmente desolado. Os “Nardelli” teriam que lutar. Lutar com lírios do campo. Lutar para que os segredos daquele homem não saíssem de seu túmulo. Lutar para que este clã sobreviva. Que a cada monte de terra, tudo seja visto como um aprendizado. As gotas de chuva banhando sua alma suja. O choro de Cindy. O sorriso de Santiago.

[UMA SEMANA DEPOIS…]

Colégio “Sul Real”. Pátio central [Manhã]

Pensativo, Mariano olha para o “vago”. Ele ouve o toque de seu celular. Ao ver o número, expressa tristeza. Mariano atende.

Giovanna: Oi, Maro! Como estão as coisas por aí?

Mariano: Ah… Quase o mesmo de sempre! Sem quase ninguém pra ser “amigo”, os professores finalizando as matérias do bimestre e aqueles meninos do 2º ano tacaram fogo na coordenação mais uma vez.

Giovanna: [rindo] Nem! Queria tá aí pra ver o “circo pegando fogo”, quase literalmente. Acho que volto na segunda-feira. Meus avós… resolveram morar comigo aí em Sul Real. Mas disseram que voltarão a morar aqui em Goiânia no 2º semestre. Não querem mexer com trâmites de transferência escolar por agora.

Mariano: Entendo perfeitamente. [sorri] Mande um beijo pra eles. Aliás… O “Diabo” não apareceu aqui a semana toda!

Giovanna: [irritada] Nem me fale dela! Acredita que ela me ligou e disse que eu “deveria caçar um rumo”? Ela simplesmente sumiu depois disso!

Mariano: [olhar estranho] Sempre se escondendo da verdade.

Giovanna: Como assim?

Mariano: Nada não! [ri alto] Enfim… Vou desligar. Agorinha volto pra sala.

Giovanna: Verdade. “Té” mais! [estalar de beijo]

Mariano coloca o celular no bolso. Ele caminha pelos corredores.

“Collins” (Tecelagem). 3º piso. Diretoria [Tarde]

Jonathan está em sua mesa. Assinando alguns contratos, ele “debocha” de si mesmo, dizendo ser um trabalho patético. Ele recebe uma mensagem de Mariano.

Mari_Ay: Hey, love! Tudo bem ctg?

Jon_Colllins: Hey! Estou bem 🙂 E contigo?

Mari Ay: Não muito bem 🙁 MASSS queria te perguntar sobre uma coisa.

Jon_Collins: Bom, estarei aqui! Mas depois, quer explicações do que está havendo.

Mari_Ay: Eh sobre uma garçonete que estava na sua festa. Você se lembra delas?

Jon_Collins: Eh… Maro, vc deve tá equivocado! Do grupo que contratei, só vieram cozinheiras.

Mari_Ay: OMG! Eh… preciso ir! Depois nos falamos. Ok?

Jon_Collins: Ok… Até!

Jonathan expressa dúvida. Recebe um telefonema de sua secretária. Ela o avisa sobre a chegada da nova presidente da “Quotardelli”, que confirmará o contrato não firmado. Jonathan confirma a entrada.

Jonathan: [olhar tenebroso] O que me esconde, Maro?

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Pedro Paulo Gondim

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