Maçã do Amor – Capítulo 18 (Últimos Capítulos)
Capítulo 18
(Últimos Capítulos)
Cena 01/ Mansão de Papis. Dia.
Mamis desliga o telefonema, guardando o telefone:
Mamis – Claro que não! Porque achou isso? – e se senta novamente no sofá.
Eva – Pra você pode parecer mas, eu não sou burra muito menos idiota como o meu pai.
Mamis – Garota, a sua mãe sumiu, ok? Ela mesmo quem resolveu lhe deixar. Se você pensa que tem alguma possibilidade de ela se preocupar com você mesmo depois de fazer tudo isso, está na hora de você acordar – a empregada entra, dando para ela a taça com seu champanhe.
Eva – Eu sei que não estou louca. Você não conseguirá esconder isso de mim por muito tempo – e sobe as escadas para o seu quarto novamente.
Empregada – Ela descobriu, senhora Mamis?
Mamis – Pouco me importo. Pois a mãe de Eva está com o seu tempo contado. – fala com ódio na voz, bebendo um longo gole de sua bebida.
Quarto de Eva.
Eva ao entrar, tranca a porta, deitando-se na cama:
Eva – Minha mãe está viva … – pensa em voz alta. – Eu preciso encontrá-la!
Cena 02/ Cadeia. Noite.
A noite havia chegado, deixando o ambiente escuro. Os prisioneiros gritavam em suas celas. Um policial caminha entre o corredor, entregando uma espécie de ‘marmita’ para cada um:
Policial – Tá na hora de alimentar este canil. Comam seus vira-latas! – e chega na cela de Trevas e Edu, na qual se negam a pegar – Olhem! Os coitadinhos estão achando que terão tratamento especial – e todos os outros presos começam à rir – Pois deixarei eles sonharem. – olha nos olhos de Trevas – Esta noite, vocês conhecerão o inferno daqui da terra, onde abriga outros bandidos tão piores quanto vocês. Sejam bem-vindos ao lar. – e sai.
Trevas fica possesso de ódio:
Edu – Se acalme, chefinho! Tenho certeza que Deputado Cunha vai dar um jeito de tirar a gente daqui antes de nos levarem para a penitenciária.
Trevas – Não seja inocente. Como é nós quem caímos nessa furada, e não eles, nem farão tanto esforço para nos ajudar. Estamos sozinhos.
Edu – O que vamos fazer?
Trevas – Eu já tenho um plano. – e se vira para o corredor, pensativo. [Corta].
Nessa hora da noite, já tinha chegado o camburão que transferiria os detentos para o presidiário. Os guardas começaram a retirar os presos para leva-los até lá. Ao chegar na cela de Trevas, se assusta ao não encontrar eles lá:
Guarda – Filhos de uma puta, fugiram! – e abre a cela apressado. Ao entrar, começa uma rápida procura desesperada no local. Na cela vazia e escura pela noite, não consegue encontrar nenhuma pista de algum esconderijo ou algo assim, a não ser um fundo buraco subterrâneo cavado dentro da cela. O guarda sem pensar duas vezes pula lá dentro, na esperança de alcança-los. Porém, era uma armadilha. O buraco não dava em lugar algum. Trevas e Edu estavam escondidos ali, esperando ele pular para procurá-los. E quando ele pulou, golpearam-no pela cabeça.
Trevas – Veremos quem conhecerá o inferno, canalha! – e maldosamente chuta o seu rosto, garantindo que ele não acordará outra vez. [Corta].
Trevas havia vestido a roupa do guarda, se passando por ele. Com esse novo disfarce, consegue despistar o camburão, que parte sem eles. Pega também um uniforme dos funcionários da manutenção, na qual entrega para Edu. Com os dois disfarçados, facilitou a fuga deles.
Trevas – O jogo virou – diz para si mesmo, enquanto saiam da cadeia. Trevas era um homem vingativo. Todos que entrarem em seu caminho, ele dará um jeito para sair o vencedor no final – Está na hora da revanche. Eliminarei um por um daquelas pestes. [Corta].
Dias Depois
Alguns dias se passaram. E nesse tempo, a vida de cada um seguia. Adão trabalhando na empresa Paradise, ainda não se lembrando do seu passado. Naja na lanchonete, e morando no apartamento, agora de Éden. Todos tentavam negar, mas ainda sofriam com a ‘morte’ de Adão. Eva morava sozinha na mansão, já que Papis e Mamis tinham voltado para a capital devido a campanha. Trevas e Edu sumiram. E a disputa para conseguir mais eleitores em seu favor se complicava entre Papis e Sra. Gentil.
Cena 03/ Empresa Paradise. Dia.
Adão entra em seu horário de almoço, e vai até o belo jardim descansar. Ainda era o único funcionário contratado pela empresa, e sempre que tentava se lembrar de algo do passado, uma forte dor se espalhava em sua cabeça:
Senhor – Ainda tentando se lembrar de quem era? – surge ‘do nada’, se sentando ao seu lado na beira do lago.
Adão – Disso até desisti – e joga uma pedrinha no lago, que deu alguns pulos pela água – Não aguento mais as fortes dores de cabeça que sinto antes de dormir por tentar me lembrar nem que seja de uma mínima coisinha.
Senhor – É aí que está o segredo das coisas.
Adão – Como assim?
Senhor – Não adianta querermos tentar forçar alguma coisa acontecer. Chegará uma hora em que ela simplesmente virá até você. Será como essa pedrinha sobre a água. Podemos dar a iniciativa, jogando a pedra. Mas terá horas que ela afundará. E terá horas em que ela simplesmente fluirá.
Adão fica um tempo calado:
Senhor – Eu sei o motivo de estar assim.
Adão – Assim como?
Senhor – Não é bom que o homem esteja só, farei para ele alguém que o auxilie e lhe corresponda. (Gênesis 2:18)
Adão – Mas eu não estou só, Senhor. Tenho a Sua companhia e a de Ângelito.
Senhor – Mesmo assim, ainda haverá um espaço aí dentro que ficará vazio.
Adão – Como assim?
Senhor – Realmente não se lembra de nenhuma pessoa que tenha conhecido ou gostado antes?
Adão se esforça para se lembrar de algo. Flash de pequenos trechos de memória começam a aparecer em sua mente. E numa dessas imagens, ele Vê o rosto de uma mulher. Na qual, o seu rosto começa à se mostrar com mais frequência. Finalmente se lembrou de algo, no qual espontaneamente sai de sua boca:
Adão – Eva…
Cena 04/ Lanchonete Pague & Coma. Dia.
Geralda se senta com eles numa das mesas do salão vazio:
Geralda (triste) – Eu tenho um comunicado…
Naja – Melhor falar logo, dona Gegê, antes que os clientes comecem à chegar.
Geralda – Isso irá se englobar em uma das coisas que tenho pra falar.
Éden (preocupado) – Aconteceu alguma coisa?
Griselda – É, mãe! De uns tempos pra cá que você têm andado meio estranha. Conta logo!
Geralda – Eu vou ser curta e direta. (p) Eu vou ter que fechar a lanchonete.
A reação de espanto em todos foi imediata:
Griselda – Como assim?!
Éden – Por quê?!
Geralda – A crise que o país enfrenta afetou nos produtos no mercado. E sei lá, estão surgindo outros fast-foods aqui na rua. A competitividade aumento. Assim como a dívida que a lanchonete adquiriu também se aumentou.
Naja – Mas não tem um outro jeito? Vai precisar mesmo fechar a lanchonete?
Geralda – Sinto muito, mas é a solução. Não conseguiremos recuperar todos os prejuízos em apenas um mês ou dois.
Éden – Mas…
Geralda – Galera, não tornem isso mais difícil, está bem? – e sai para a cozinha, tentando não chorar na frente deles.
Griselda – Primeira vez na vida que vejo ela chorando.
Éden – A lanchonete era praticamente a vida dela. E perder isto não será nada fácil.
Griselda – A lanchonete é a única herança de meu pai.
Naja – Legal, entramos pro grupo dos desempregados. Partiu ler novamente os anúncios de emprego no jornal.
Éden – Temos que arranjar alguma forma de pagar esta dívida. Geralda sempre nos ajudou. Não podemos deixar ela assim.
Griselda – Legal, mas, como?
Cena 05/ Estúdio de Televisão. Noite.
(off) – Gravando! – grita um cara dentro do estúdio.
Assim, começou a gravação do debate com os dois principais candidatos dessas eleições: “Papis Vs Sra. Gentil”.
Apresentador – Boa noite, meus queridos telespectadores! Estamos aqui hoje para saber as verdades, propostas e quem realmente são os candidatos para ser o futuro prefeito de nossa cidade. Por mais que não pareça, os dois ainda não ficaram cara a cara ainda. E o encontro será aqui em nosso palco. E será já! Podem entrar Papis e Sra. Gentil! – a plateia aplaude enquanto os dois entravam no estúdio.
Mamis (da plateia) – Ele está lindo com a gravata que comprei pra ele na França, não está?
Canadense – Tá falando sério? – e revira os olhos, de braços cruzados – Pra mim você nunca comprou uma gravata, né…
Mamis – Não comece, Canadá, ciúmes agora não. Por favor.
Os dois rivais param no centro do estúdio, se olhando pessoalmente pela primeira vez. E quando se olharam, efeito câmera lenta, seus olhos se arregalaram automaticamente. Por mais que com o tempo a aparência física mudasse, porém, o olhar de uma pessoa permaneceria o mesmo. E eles conheciam o olhar um do outro:
Papis e Sra. Gentil (uníssono) – VOCÊ?!…
Cena 06/ Mansão de Papis. Noite.
Os cachorros de segurança começam à latir, sinal de que chegou o carteiro. No condomínio era assim, os carteiros chegavam pela noite, não de dia. E Eva ao vê-lo pela janela, desce correndo de seu quarto até o quintal, pegando as cartas antes mesmo dele coloca-las no correio:
Carteiro – Que pressa, hein! Esperando carta do boy, né? – brinca, enquanto seguia para a casa ao lado.
Eva nem se tocou, seguia com o seu principal foco. E após ler do que se tratava cada carta das quais chegaram, finalmente levanta a que tanto procurava:
Eva – Achei! – e começa abrir a carta na qual continha a conta telefônica da casa – Por mais que você tente, Mamis, não conseguirá esconder isso de mim – na conta, estava registrado todas as ligações feitas no mês. Eva, mesmo sem querer, havia decorado o dia em que retornou na mansão. E nesse dia, havia apenas uma ligação – Só pode ser – pega o celular e começa à digitar o número que ali tinha – Finalmente, vou descobrir quem é a minha mãe…
Continua …