Maçã do Amor – Capítulo 13
Capítulo 13
Cena 01/ Salão de Beleza. Dia.
Efeito sonoro de fundo (instrumental, triste).
As lágrimas corriam dos olhos que estavam vendo a imagem de seu sonho, o salão, destruído.
Aos poucos Eva e Naja caminham tristes para dentro do salão, cuja porta também estava estraçalhada. Dentro do salão, uma completa sujeira com pedaços quebrados dos equipamentos de trabalho; os espelhos, em cacos; no caixa, todo o dinheiro e qualquer outro objeto de valor havia sido roubado.
Eva desamparada vai ao chão, chorando:
Eva – Acabou! Tudo. Tudinho, Naja … – Naja se agacha ao seu lado para consolá-la.
Naja – Amiga, não fica assim não. Quem sabe daqui alguns meses conseguiremos reergue-la?
Eva – Como?! É impossível! Não temos mais nada, bicha. O salão era a nossa única garantia de sobrevivência. Não nos restou um tostão no bolso. Tudo acabou, amiga.
Naja – Mas deve ter uma explicação para isso, Eva. Sei lá. Vai que aqui por perto tenha alguma câmera de segurança?
Eva – Eu só queria saber do porquê que fizeram isso. Ou melhor, quem?
Cena 02/ Apartamento de Eva. Portaria. Dia.
Neto estava tranquilamente em seu posto escutando a rádio que escuta diariamente, a “Forró 2000”, nela só toca as ‘modas bregas’ que Neto adora ouvir. Até que seu telefone toca:
Neto – Apple Hotel, Boa tarde, em que posso ajudá-lo?
Papis (do outro lado da linha) – É eu, seu Neto.
Neto – Ah! Olá, seu Papis. Aconteceu alguma coisa em seu apartamento?
Papis – Não, não é isso. É que eu preciso que você faça uma coisa pra mim.
Neto – E o que é?
Papis – Mamis está com vontade de comer os famosos Donuts da dona Geralda. Mas é melhor eu não dar as caras por lá se não a véia morre. Por isso, você vai ir lá.
Neto – Eu? Mas não é possível, senhor Papis. Eu estou em horário de serviço. Não posso sair do meu posto no meio do expediente.
Papis – Não quero saber. Traga dois caramelizados, dois de chocolates e dois ao leite, que é o meu favorito.
Neto – Mas, senhor, não dá pra…
Papis – Em meia hora quero-os aqui! – e desliga o telefonema.
Neto bufa, desentediado, encucado com o caso:
Neto – Era só o que me faltava. E agora, eu vou ou não vou?
Cena 03/ Rua sem saída. Dia.
Trevas estava sentado dentro de seu carro, fumando e bebendo, aguardando seus capangas.
Não demorou muito para um outro carro também estacionar ali no final da rua deserta. Edu sai de seu carro – que tinha acabado de chegar – olha ao seu redor, vê que não tem ninguém por perto, e entra no carro de Trevas:
Trevas – Cadê o outro mané?
Edu – Tá pra chegar – se senta ao lado, no banco de passageiro da frente. Tenta pegar um cigarro do maço de Trevas, mas ele esbofeteia sua mão. – É só um, chefinho?
Trevas – Claro que não! Se quiser um, sofra pra conseguir.
Nessa hora Diota chegou, batendo no vidro. Trevas destrava as portas. Ele entra e se senta no banco de trás:
Diota – Eaê, chefinho!
Trevas – Tá atrasado, idiota. Aliás, isso é comum, não é? Está até em seu nome essa palavra.
Diota – Não fala assim, chefinho. Me deixa triste.
Trevas – Não me importo. Enfim, vamos ao que interessa. – para Edu – Fez o trabalho?
Edu – Fiz, senhor – pega o seu celular, e nele mostra algumas fotos do salão de beleza destruído.
Trevas – Que lindo ver as coisas em pedacinhos. Adoro as lágrimas escorrendo no rosto das pessoas no final. – se satisfaz, mas logo volta na sua pose de mau – Tinha dinheiro no caixa?
Edu – Tinha – e retira do bolso da calça um bolo de cédulas – Isso era tudo. Fora os objetos de valor, que estão em meu carro.
Diota – Metade de tudo isso é meu, né?
Edu – Você não fez merda nenhuma na missão. Claro que não!
Diota (resmungando) – Lógico, vocês nunca me chamam pra nada legal assim. Eu só sirvo para assinar e dar meu nome, que já tá na lama por causa de vocês.
Trevas – Cala a boca, idiota – e volta ao assunto – Tem certeza que não restou nada mais de valor lá?
Edu – Tenho, chefe. Agora a única coisa de valor que tem lá é o seguro que vão ter de pagar pra concertar tudo isso – e ri da maldade que falou. – Isso quer dizer que eu fui bem?
Trevas – É. Até que você não fez muita bosta pra quem está começando agora. – e Edu suspira aliviado – O bom, é que agora a filha de nossa cliente não terá mais nada. E com isso, com certeza voltará para sua mansão. Tirando mais um problema da cabeça de meu candidato. E sem isso, Papis finalmente dará atenção apenas à sua candidatura. Apostei muito caro neste sujeitinho aí. É bom ele ganhar. Se não, a coisa vai ficar feia para todos nós, inclusive ele…
Cena 04/ Empresa Paradise. Dia.
O sol ilumina os corredores da misteriosa empresa instalada na cidade. Uma empresa que em menos de uma semana já tinha se erguido. O antigo barranco, já possuía uma estrutura, teto e chão, divisões. Lá dentro, em várias partes, nascia um lindo jardim, onde pequenas plantas e flores começavam a brotar.
E Senhor, no centro da empresa, via que tudo o que tinha feito era bom. Nessa hora, Ângelito se aproxima, com papéis em mãos:
Ângelito – Tá faltando uma parte de tudo isso não tá?
Senhor – Os luminares do dia e da noite já foram colocados no quarto dia.
Ângelito – Eu sei. Mas, como vamos montar uma empresa sem funcionários? Precisamos de pessoas para trabalhar aqui.
Senhor – Por acaso leu o jornal esta manhã?
Ângelito – Não. – E Senhor aponta para o jornal em cima de sua mesa. Nele estava publicado a notícia que tinha como título “Aberta vagas de emprego” – Ah, sim…
Senhor – E não me esqueci do lago ali ao lado. Dei um jeitinho nele também.
Ângelito – Como? Aquele laguinho estava puro esgoto, igual aos outros rios dessa cidade.
Senhor – Não há nada impossível para mim, se esqueceu? Trouxe para ele a vida novamente. E fiz nascer nele seres viventes. Não somente marinhos. Mas também terrestres e aves. Que se reproduzirão em breve. Não te falei? Tudo está sob controle. Basta somente confiar em mim.
Cena 05/ Lanchonete Pague & Coma. Dia.
Adão, vestindo seu uniforme, o avental rosa que tanto ama, terminava de passar pano na mesa. Éden fazia a mesma coisa. Dona Geralda estava sentada no balcão, ainda fraca, já que seu fígado não trabalha como nos tempos de outrora. Griselda almoçava em sua casa.
O horário de almoço se acabava, era comum não ter um alto pico de movimento de clientes naquela hora. Mas nisso a porta se abre, e Neto entra:
Neto – Boa tarde, meu povo! – sorri para seus amigos, que vão cumprimenta-lo.
Geralda – Você por aqui essas horas, seu Neto? – estranha, ainda sentada, em repouso absoluto – Não era pra estar trabalhando?
Neto – Era. Na verdade, é para eu estar trabalhando agora. Mas tive que vir até aqui pra atender à um pedido de um dos hóspedes lá do hotel. Parece alguém está louquinho para provar seus famosos Donuts.
Adão – Ai sim, dona Gegê! Tá ficando famosa, viu?
Geralda – Que famosa o quê. Aliás, o tempo que você está aí falando abobrinha, poderia estar atendendo ao cliente. Não percebeu que estamos com cliente na loja?!
Adão – É pra já, capitão! – e corre para a cozinha pegar o pedido.
Neto – Você poderia vir como brinde junto, não podia? – dá sua famosa cantada, enquanto se aproximava do balcão.
Geralda – Olhe seus modos! Exijo respeito com minha pessoa.
Neto – Não venha com esse papo outra vez. Você sabe que eu gosto de você. E não faz pouco tempo não. Aliás, anos. Deis dos tempos da brilhantina, lembra?
Geralda – Neto, por favor você… – nessa hora as portas da lanchonete se abrem novamente, na onde entra Eva e Naja, arrasadas – Meninas? O que fazem aqui?
Eva – Eu não sei mais o que faço. Tá tudo dando errado, dona Geralda – tenta falar, mas começa a chorar novamente. Só assim que Geralda se esforçou para levantar-se e ir até ela. Adão ao ouvir a sua voz, corre da cozinha até o salão.
Adão (preocupado) – O que lhe aconteceu?!
Geralda – Se acalme, pequena Eva. Respira fundo. Pronto. Agora conte-nos tudo.
Eva – É o nosso salão. Destruíram tudo!
Éden (se aproximando da roda) – Destruíram?!
Adão – Como assim, Eva?
Naja – Foi nessa madrugada. Invadiram ele e quebraram tudinho! Não restou nem uma escova de cabelo pra contar história.
Eva – O que vai ser de nós agora? Não temos absolutamente nada! Nem um lugar para morar a gente tem.
Adão (pensativo) – Isso tá muito estranho. Foi justamente seu pai chegar na cidade para trazer com ele todo esse caus. E agora, que ele quer realmente que você vá embora, isso lhe acontece?
Geralda – Realmente…
Neto (com o pacote em mãos) – Sinto muito por você, Eva. Mas tenho que voltar ao trabalho antes que aquilo lá se torne um inferno depois. Já deixei o dinheiro no caixa, Geraldinha. Pode ficar com o troco – e sai do estabelecimento.
Adão – Vou ter que sair rapidão também. Preciso resolver um probleminha – e vai embora também. Eles se olham confusos.
Cena 06/ Apartamento de Eva. Dia.
Papis estava sentado na mesa de frente ao seu computador pessoal. Nele via as imagens de sua campanha nas eleições. A porta bate e ele se levanta para abrir:
Papis – Saiba que seus trinta minutos se esgotaram faz tempo – fala, ao ver Neto lá. Pega dele o pacote.
Neto – Tive que sair no pulo daqui. Isso que a lanchonete fica à duas quadras daqui. Aposto até que perdi uns quilinhos no caminho. Tudo isso custou dez reais.
Papis – Tenho que pagar ainda?
Neto – Claro!
Nessa hora Adão, que tinha seguido o porteiro o caminho todo, empurra Neto, entrando no apartamento:
Papis (nervoso) – Mas o quê que este sujeitinho abusado está fazendo em meu apartamento?!
Neto – Eu não faço a mínima ideia, senhor Papis. Eu vinha…
Adão (para Papis) – Preciso ter uma conversinha com você. DE HOMEM PRA HOMEM.
CONTINUA…
Olá gente, vocês estão gostando? Espero que sim, rsrs. Só estou passando aqui para avisar que está aberto a promoção da web. A promoção será assim: No final de cada capítulo vocês comentam o que acha que irá acontecer no próximo. E quem acertar, terá direito à um textinho especial no final da web! Haha, é isso, mas corre. O próximo capítulo está vindo aí…