a lua que te dei episodio9
EPISÓDIO 9
ACEITA UM CAFÉ?
22 de Abril de 2015
Querido diário…Acabei de acordar e ainda estou na cama, e não pretendo levantar nas próximos 30 minutos, realmente estou sendo dominado por uma vontade maior que eu de ficar na cama…E é isso que vou fazer, pois ainda não me recuperei do soco que levei de Martin, e o que mais me impressiona é que não consigo ter raiva dele, talvez seja por eu ter certeza de que eu sou o errado da história, afinal de contas, EU sou o canalha que roubou a namorada do amigo e ainda falou pra cidade inteira. É eu sei que eu estou errado, mas é que quando se trata de Kathryn Lockwood, eu me transformo em outra pessoa, uma pessoa capaz de agir das formas mais malucas só para ver ela sorrir, nem que para isso outras pessoas tenham que chorar.
Falando no amor da minha vida, ela decidiu sumir, não responde minhas mensagens, não me atende, e eu já estou preocupado, afinal, que garota sumiria depois do garoto eleito o mais belo da cidade de Flowers ter se declarado a ela em público? Não é querendo me gabar mas sim, agora eu sou o garoto Flowers, quando eu poderia imaginar que um dia seria eleito? Porém eu não sei o que está de errado eu deveria estar feliz mas algo dentro de mim me avisa que eu devo me preocupar com Kath…Acho que vou ter que parar de escrever a campainha está sendo tocada frenéticamente, e pode ser…
— Já vai… – falou Kim jogando o pequeno livro de capa azul em sua cama que ainda ficou bagunçada.
A campainha fazia um barulho que irritava Kim, que com isso correu para a porta para ver de quem se tratava. Ao abrir a porta deu de cara com uma figura loira que nada o agradava, se tratava de Megan, a garota aparentava está triste, um pouco descabelada e com muita pressa.
— Escuta Kim vai chamar o seu irmão, eu quero falar com ele. – disse a loira com um tom impaciente.
— O que você ainda quer com meu irmão, já não basta o que você fez na minha festa?
— Ah Kim vai te catar. – falou o garota, empurrando Kim e olhando para dentro da casa afim de encontrar Anthony.
— Escuta aqui garota, você não pode invadir a casa dos outros assim. – falou Kim seguindo a garota e tentando para-la.
— Anthony ! Anthony! – gritou Megan
— Cala a boca garota, você vai acordar os meus pais
— Ah e você acha que eu não vi eles saírem, foi por isso que eu entrei…Anthony! Anthony!
— Vem aqui garota – falou Kim puxando a loira pelo braço em direção a porta – Você vai sair agora da minha casa, você não faz bem para o meu irmão, vai embora!
— Espera… – falou Anthony que adentrava a sala – Deixa ela Kim, eu quero ouvir o que essa garota tem para me dizer.
— Escutou senhor certinho, ele quer falar comigo. – falou Megan sorrindo para Kim.
Kim revirou os olhos e tentou protestar, porém Anthony pediu que Megan o acompanhasse até o seu quarto, deixando Kim com muita raiva na sala. No quarto Megan olhava atenta a todos os detalhes do quarto do garoto, que era um pouco bagunçado, porém tinha o estilo de Anthony em cada canto. Os dois estavam em silêncio e Megan decidiu sentar em uma cadeira que ficava em frente ao computador, enquanto Anthony deitou em sua cama, aquela situação durou poucos segundos pois Anthony ainda no conforto de sua cama perguntou:
— Então o que você quer tanto falar comigo ?
— Eu quero que você saiba o que fez eu ser essa pessoa. – disse a garota mexendo em algumas canetas que estavam ao lado do computador.
— Desculpa mas eu não estou afim de ouvir suas histórias. – falou Anthony com um tom desanimado.
A garota se levantou da cadeira onde estava, e Anthony achou que ela fosse embora, porém ela apenas andava por todo o quarto, em silêncio, até parar em frente a um porta-retrato que tinha uma foto de Anthony com o seu irmão, os dois pareciam estar em uma praia e pareciam felizes, a garota apenas observava a foto.
— Ele não teve culpa…Na verdade ele o cara mais certinho que eu já conheci, e ele gosta de você. – falou Megan ainda observando a foto.
— Eu sei que você agarrou ele, sei que ele não tem culpa mas eu preciso de um tempo pra esquecer isso, mas…Eu vou perdoa ele, já você…
— Eu não vim aqui para ser perdoada. Eu vim aqui por que eu preciso dessa sua bondade, desse seu jeito certinho…Preciso de paz – falou a garota se aproximando da cama onde Anthony estava deitado.
— É mas eu não preciso de uma pessoa como você. – falou Anthony sem demonstrar nenhum sentimento pela garota.
— Eu já fui uma pessoa boa, assim como você…Eu já amei uma pessoa. – falou a garota em um tom extremamente baixo e com uma voz trêmula
— Então vai atrás dessa pessoa e me deixa em paz.
— Essa pessoa precisou de alguns minutos pra me encantar e me deixar completamente apaixonada , assim como você, mas essa pessoa não está aqui… ela se foi – falou a garota com dificuldade em controlar as lágrimas – Mas você está aqui comigo e você me lembra o bem que ele me fazia, eu preciso desse bem.
— Olha eu sinto muito se o amor da sua vida morreu, mas eu não sou esse cara. – falou Anthony levantando da cama.
Megan abraçou Anthony com muita força, fazendo com que o garoto ficasse sem graça em não abraça-la, então os dois ficaram um tempo abraçados, até Megan sair do abraço e se afastar indo em direção a porta, ainda chorando disse:
— Tudo o que eu quero de você é… que você me proteja de mim mesma, não me deixa cair…Me faz ser melhor, só você consegue.
— Você precisa ser melhor por você mesma, e não por mim – falou o garoto abrindo a porta do quarto – E quando você for essa pessoa melhor você me procura.
Megan enxugou suas lágrimas e abraçou Anthony mais uma vez, e então saiu do quarto, com as palavras de Anthony em sua mente.
” Eu preciso ser melhor, por mim, pelo Edgard ele iria gostar de me ver sendo uma pessoa melhor, assim como o Anthony… Eu vou mudar”
Ao chegar na sala a loira encontrou Kim jogado no sofá vendo TV, o garoto não perdeu tempo, e logo começou a provocar a garota.
— E ai, conseguiu enrolar o meu irmão?
— Não te interessa. – falou a garota se direcionando até a porta de saída da casa.
—Pelo visto não, está toda irritadinha.
— Bom Kim eu podia te mandar pro inferno, mas não eu vou te ajudar, a Kathryn ela é o amor da sua vida, e eu vejo que ela gosta de você também, se eu fosse você eu iria atrás dela.
— Você sabe onde ela está ? Fala garota. – perguntou Kim nervoso.
— Ela está na casa do Martin, e como agora eu sou boazinha, eu torço pra você se entender com aquela…com a Kathryn. Então vai lá, corre atrás do seu amor, não faça como eu que perdi o meu.
Megan falou e logo foi embora deixando Kim nervoso com o que podia ter acontecido com Kathryn e Martin sozinhos.
” Para de pensar besteira Kim, a Kathryn não faria nada de errado, não depois daquela declaração de amor em público…Quer saber eu vou tirar essa história a limpo agora mesmo”
OoO…
A luz do sol entrava por uma brecha da janela da sala, Martin estava deitado no sofá e havia acabado de acordar. No mesmo segundo que abriu seus olhos as lembranças da noite passada o inundaram de uma vez só, e logo lhe veio a mente que Kathryn estava a alguns passos dali, mais precisamente dormindo em sua cama, devido a vários pedidos de Martin a garota decidiu ficar com a condição de dormirem em cômodos diferentes.
O anfitrião correu até seu quarto para ver se Kathryn ainda estava dormindo, e ao entrar no cômodo se deparou com sua ex namorada em sua cama, perdida em um sono profundo. Ao ver essa cena Martin reparou que nunca havia visto Kathryn dormindo, e também percebeu que ela ficava ainda mais bonita inconsciente, então o garoto ficou a observando por alguns minutos com uma certa ternura, lembrando dos vários momentos que passou junto com a garota, e a cada lembrança ficava mais claro que ainda existia algo que o ligava a ela.
“Something always brings me back to you
It never takes too long
No matter what I say or do
I’ll still feel you here
‘til the moment I’m gone
Algo sempre me traz de volta a você
E isso não demora muito
Não importa o que eu diga ou faça
ainda sinto você aqui
até o momento que vou embora ”
( Sarah Bairelles – Gravity )
Após alguns minutos parado observando Kathryn, Martin decidiu ir até a cozinha prepara o café da manhã, por dois motivos, o primeiro era o seu estômago que estava vazio o que já estava lhe causando certa fome, e o segundo talvez seria a vontade de impressionar Kathryn, enfim em alguns instantes ele já havia ligado a cafeteira, que por algum motivo não estava funcionando, o garoto já havia feito de tudo para que a máquina começasse a funcionar porém nada acontecia.
— Não acredito que você não consegue nem ligar uma cafeteira. Quer ajuda? – falou Kathryn aparecendo de repente na cozinha, assustando Martin.
— Eu juro que eu sei ligar isso…não sei o que está acontecendo hoje. – falou Martin ainda tentando ligar a tal cafeteira.
— Pode deixar que eu faço o café, vai mexendo uns ovos pra gente…se você conseguir – disse Kathryn rindo e indo em direção a cafeteira…
— Ah Kathryn, você vai comer os melhores ovos mexidos da sua vida.
Os dois seguiram preparando o café da manhã, de vez em quando rindo um do outro pela falta de habilidade que havia em ambos. Após alguns minutos o café e os ovos já estavam prontos e no dado momento o ex casal estava preparando a mesa prestes a se alimentarem, quando Martin decidiu agradecer Kathryn pela ajuda.
— Então Kathryn, eu queria te agradecer pelo apoio…
— Não foi nada demais, eu sei que você não teve culpa nenhuma no acidente.
— Você, acha isso porque é uma pessoa boa, sabe agora eu vejo o porque de quando estou com você eu tento ser uma pessoa melhor, com você eu sou uma pessoa melhor, e é por isso que eu nunca vou desistir de você – falou Martin tocando a mão de Kathryn.
— Martin…
— Não fala nada Kath…Não agora – falou o garoto tocando algumas mechas do cabelo de Kathryn, e aproximando o seu rosto do rosto da garota podendo sentir a sua respiração próxima de sua boca.
“Set me free, leave me be.
I don’t want to fall another moment
into your gravity.
Here I am and I stand so tall,
just the way I’m supposed to be.
But you’re on to me and all over me.
Liberte-me, deixe-me estar.
Eu não quero cair mais uma vez
Na sua gravidade.
Aqui estou e eu estou tão erguida
Assim como eu deveria estar.
Mas você está em mim e ao meu redor.”
“Sarah Bareilles- Gravity”
— Martin eu estou com o…
Kathryn tentou falar algo mas foi impedida pelo som da campainha, que anunciava uma visita. Martin saiu daquele transe rapidamente e seguiu até a porta afim de saber de quem se tratava, ao abrir a porta ele levou um susto enorme, a sua frente agora estava Kim Salvatore, que estava com uma expressão assustada, porém firme.
— Bom dia Martin, eu queria saber se você teve alguma notícia da Kathryn, ela sumiu desde o aniversário da cidade, eu já procurei ela de todas as formas, e não encontro de forma alguma – falou Kim em um tom sério e de forma rápida.
Martin tentou responder Kim porém logo foi interrompida por Kathryn que apareceu atrás do garoto, expressando surpresa pela visita de Kim na casa de Martin.
— Eu estou aqui Kim. Como você soube que eu estava aqui? E por que essa aflição toda? – falou a garota de forma natural, sem entender a aflição de Kim.
— Não importa como eu soube, e eu estou aflito sim, talvez por você não atender o celular – falou Kim com um tom irritado.
— Para de exagerar Kim, você falou que eu sumi, mas que eu saiba a gente se viu ontem a noite, está parecendo meus pais – falou a garota de forma ríspida.
— Eu me preocupo com você, e você ainda fica irritada, é isso? – falou Kim sem acreditar na reação da garota.
Martin estava apenas observando toda aquela situação, que para ele era completamente estranha, pois ele estava assistindo a uma DR entre a sua ex namorada e o seu talvez ex melhor amigo. Ao ver a discussão Martin resolveu acalmar os ânimos.
— Então Kim, aceita um café? – falou Martin com um tom educado.
Kim estava surpreso com o convite, porém decidiu aceitar, e Martin o acompanhou até a mesa onde ele e Kathryn também sentaram e ficaram em silêncio enquanto começavam a tomar café. Martin para quebrar com o silêncio que havia se instalado no ambiente decidiu tentar iniciar uma conversa.
— Kathryn pode admitir os ovos mexidos ficaram uma delícia.
— Digamos que estão razoáveis. – falou Kathryn sorrindo.
Kim acompanhava aquela cena com um pouco de raiva que aos poucos só crescia, e então decidiu perguntar sobre o que mais queria saber desde que chegou na casa de Martin.
— Kathryn, por que você dormiu aqui?
— Eu tive que dormir aqui, o Martin precisava do meu apoio. – explicou Kathryn após um tempo em silêncio.
— Então o Martin precisa de você enquanto dorme? Não entendi – falou Kim com um tom irônico.
— Por favor né Kim, você agora vai bancar a criança, é melhor você parar com essas insinuações.
Kim apenas olhava atentamente para Kathryn, não acreditando que ela estava o tratando assim depois de tudo o que aconteceu entre eles. Em meio a essa situação Kim apenas levantou-se de sua cadeira indo em direção a saída dizendo apenas as seguintes palavras :
— Eu acho que eu preciso ir, pelo visto só estou atrapalhando o casal…Martin obrigado pelo café.
O garoto disse isso batendo a porta da casa de Martin e deixando para trás os chamados de Martin e Kathryn que decidiram deixa-lo ir embora.
— Você pode ir atrás dele, eu não vou me importar – falou Martin em um tom desanimado.
— Eu não vou atrás dele, não hoje, não agora.
Os dois decidiram seguir conversando sobre coisas banais, como cafeteiras e ovos, em um clima bom de descontração, era como se nunca acabasse assunto entre eles, a sintonia entre Martin e Kathryn era inegável.
A dupla terminou de tomar café e logo Kathryn decidiu ir para a sua casa, Martin ofereceu uma carona para a garota, que negou alegando precisar caminhar um pouco sozinha, o garoto entendeu e então se despediu da garota que antes de deixar a casa lhe disse algumas palavras :
— Martin, você não é uma pessoa ruim, pelo contrário você é uma das melhores pessoas que já conheci, por isso eu quero te pedir, se afasta do Tyler, por favor.
— Está certo, eu vou me afastar.
Querido Diário…Já é noite e eu já estou pronto para dormir, eu quero logo que esse dia acabe, quero apagar as memórias de hoje, pois definitivamente hoje não foi de um dia bom. Não foi nada fácil ver a Kathryn na casa do Martin, eles pareciam tão…juntos, eu não sei explicar mas isso me deixou maluco, e talvez isso tenha me deixado infantil assim como tive que ouvir da boca da Kathryn.
Sinceramente, eu não sei mais o que pensar sobre Kathryn Lockwood, tudo o que ela parece ser é uma interrogação, uma incógnita, algo que quanto mais eu aproximo mais eu desconheço e consequentemente mais amo. A única certeza que tenho é que eu não consigo enxergar a minha vida sem Kathryn Lockwood…Não mais.
OoO..
“It’s you who brought me back when I was lost
Everything I learned, you taught me
How to wise up and pay a little more attention
And you showed me how to listen
So listen”
“Foi você quem me trouxe de volta quando estava perdido
Tudo o que aprendi, você me ensinou
Como ser sábio e prestar mais atenção”
( Jason Mraz-You can rely on me )
Tudo ainda estava em silêncio, apenas o barulho do ar condicionado podia ser ouvido, Kim Salvatore ainda estava em seus lençóis, que lhe traziam um conforto que o fazia querer ficar na cama por mais tempo, porém logo o despertador de seu celular tocou avisando-o que já era hora de acordar. Kim ouviu aquele som e pensou seriamente em continuar ali deitado, pois estava com uma preguiça acima do normal devido aos dias que passou sem ir a escola, porém logo a responsabilidade o chamou, Kim não é de faltar aula sem motivo, é muito certinho para isso, por isso em alguns segundos se pôs de pé e foi em direção a área de serviço onde ficavam as toalhas de banho da casa, ao chegar ao local foi surpreendido por seu irmão Anthony, que estava ali pelo mesmo motivo.
— Bom dia. – falou Kim tentando contato.
— Bom dia – respondeu Anthony em meio a um bocejo.
— Você vai primeiro ou eu posso ir? – perguntou Kim em relação ao banho.
— Você pode ir, ainda estou com uma baita preguiça – disse Anthony se espreguiçando.
Ouvindo tais palavras Kim se deslocou em direção ao banheiro porém teve que parar ao ouvir o chamado de seu irmão.
— Kim!
— O que foi? quer ir primeiro ? – indagou Kim.
— Na verdade eu queria fazer outra coisa… – falou o irmão mais novo.
— Então faz.
Antes que Kim terminasse de falar, Anthony veio até o seu encontro e lhe deu um longo e apertado abraço, aquele abraço surpreendeu e teve um sentimento de vitória para Kim, pois ele não via a hora de que fizessem as pazes. Ainda no abraço Anthony disse:
— Eu gosto demais de você e eu não permito que nada afaste a gente…muito menos uma garota.
Kim deixou o abraço de seu irmão em silêncio , e seguiu para o banheiro, aliviado e feliz por ter se acertado com o seu irmão.
“Sometimes I rock, sometimes I roll
Sometimes it’s not me in control
Sometimes I gotta jump before I know what’s below
Sometimes I gotta drop everything and go
Some days were hot, some days were cold
Some days we’re carrying a heavy load
Some days we’re digging in and the love may not show
But I want you to know
That you can rely on me (yes, you can)
You can rely on me (to understand you)
You can rely on me for anything
You can rely, you can rely on me”
“Às vezes eu balanço, às vezes eu caminho
Às vezes o controle não está em minhas mãos
Às vezes tenho que pular antes de saber o que está lá embaixo
Às vezes tenho que largar tudo e ir embora
Alguns dias foram quentes e outros, frios
Alguns dias carregamos uma carga pesada
Alguns dias podemos procurar e o amor pode não aparecer
Mas quero que saiba
Que pode contar comigo (sim, você pode)
Pode contar comigo (para se entender)
Pode contar comigo para qualquer coisa
Pode contar, pode contar comigo”
( Jason Mraz-You can rely on me )
OoO…
23 de Abril de 2015, por volta das 6 horas da manhã.
Querido Diário…Desculpa por ter te acordado a essa hora, você já me conhece e sabe que gosto de acordar a essa hora, e logo escrever, pois se for escrever a noite acho que caio no sono antes de anotar a ultima palavra. Ás vezes me pergunto se Kim esta escrevendo no diário que dei a ele. Kim…você já deve ter se acostumado com esse nome, ultimamente é a palavra que mais escrevo, e ás vezes isso me assusta, até ontem eu nem reparava no garoto, mas em alguns poucos dias aqueles olhos conseguiram me dominar, e agora me sinto refén de um sentimento que não conheço…É como se algo tivesse mudado em mim desde o primeiro dia de aula, desde que o vi.
Também tem o Martin, tudo que ele me falou na noite anterior me chocou muito, mas sei que todos nós erramos, e com Martin Bennet, não é diferente, ele é uma das pessoas mais humanas que conheço, o que me faz não querer julga-lo, pois eu ainda me sinto confusa demais em relação ao que eu sinto por ele, é como se parte de mim quisesse salvar ele…como se eu devesse isso a ele, por ele ter sido, e por ainda ser uma das pessoas mais importantes da minha vida, alguém que não consigo abandonar, não consigo esquecer… Bom agora eu vou a escola, para mais um dia inteiro de aula e eu espero que o Kim já tenha parado com aquela crise de cíumes rídicula, será que ele não entende que o Martin é alguém importante demais, pra eu fingir que eu não conheço?
OoO…
No Primeira Opção, já era terceira aula, que era ministrada por Edward,
o professor de história, que no exato momento propunha a turma uma atividade em grupo.
— Bom turma eu gostaria que vocês se reunissem em grupos de até 4 pessoas e respondessem a esse questionário de 20 questões sobre os principais governos do Brasil – falou o professor entregando os questionários aos grupos já formados.
— Então Kim, vamos eu, você, a Mari e a Kathryn? – falou Alex aproximando a sua cadeira para próximo de seu amigo.
— Pode ser – respondeu Kim desanimado.
Logo Alex pediu a aproximação das duas garotas que não se oporam a ideia, e logo estavam os quatro sentados em um circulo, e então receberam o tal questionário das mãos do professor Edgard, que dava as últimas instruções.
— Então galera, qual vai ser o esquema? – perguntou Alex com certa animação, em seu tom de voz.
— Eu acho melhor cada um procurar uma parte das respostas dai no final a gente junta tudo – respondeu Kathryn, com nenhuma empolgação.
Alex no mesmo instante pegou o seu livro de história que estava dentro de sua bolsa e pôs em baixo da carteira sem que os demais percebessem.
— Sabe o que é Kathryn, é que eu não trouxe o meu livro de história, dai eu…
Alex não pode terminar o que ia dizer pois logo foi interrompido por sua namorada que disse :
— Então amor, é que tem um problema eu também não trouxe o meu livro – falou Mari, um pouco envergonhada.
— Onde você vê problema nisso meu amor? O Kim me empresta o livro dele, e a gente faz a nossa parte, enquanto eles usam o livro da Kath. – falou Alex tentando resolver a situação.
Kim e Kathryn se olharam desconfortavelmente e então Kim decidiu acabar com aquele clima dando outra solução ao problema.
— Para Alex! eu faço a minha parte do trabalho com você, e as meninas fazem a delas juntas. sugeriu Kim.
— Eu concordo. – falou Kathryn ainda desanimada.
— Que é isso Kim, tô te estranhando, vai trocar a Kathryn por mim? – indagou Alex sorrindo – Por acaso vocês brigaram?
Todos do grupo ficaram em silêncio, Kim e Kathryn apenas se olhavam sem saber o que respondiam e foi então que Mari decidiu acabar com todo aquele constrangimento dizendo:
— Para com as suas graçinhas Alex e faz logo a sua parte com o Kim, que eu vou fazer a minha parte com a Kathryn.
— Está bem, pedindo assim com jeitinho. – falou Alex em tom irônico
Após todo o problema ser resolvido, a sala quase que inteira estava fazendo o trabalho com seu respectivo grupo com excessão de Martin e Megan que permaneciam sem grupo, o que acabou chamando a atenção do professor que se aproximou dos dois no fundo da sala e disse:
— Martin, Megan vocês dois não vão fazer o trabalho.
— Acho que a gente sobrou professor –falou Martin olhando fixamente para o chão.
— Eu posso abrir uma excessão, e vocês entram em algum dos grupos – sugeriu o professor
— Acho melhor fazer individualmente – disse Martin
— E você? –falou o professor se referindo a Megan.
— Eu também prefiro fazer sozinha. –afirmou a loirinha.
— Eu sugiro que vocês dois façam juntos esse trabalho. –sugeriu o professor.
Antes que Megan pudesse negar a sugestão, Martin deslocou a sua cadeira para próximo de onde Megan estava sentada, causando estranheza na garota
— Então como você passou o aniversário da cidade? –indagou Martin.
— Você quer dizer, o aniversário de morte do Edgard?
— Não gosto de me referir a esse dia dessa forma. –falou Martin tentando achar o seu livro de história –Mas me fala você fez o que no dia do aniversário de Flowers?
— Eu voltei no maldito penhasco,e você, não foi até lá? –falou Megan.
— Não. Tive outras coisas para fazer, como parar o psicopata do Tyler.
— Como assim? –indagou Megan surpresa.
— É uma longa história…Eu tive que contar tudo a Kathryn.
— Como assim? você ficou maluco? –falou Megan com espanto.
— Eu não tive escolha –disse Martin com tristeza –eu tive que reviver tudo outra vez e as memórias voltarão e… –continuou Martin partindo um lápis em dois.
— Martin calma eu estou aqui, aquele dia já passou…calma. –disse Megan tocando a mão de Martin tentando acalma-lo.
— Bom turma, a aula já está acabando e vocês podem me entregar o trabalho na próxima aula, vocês estão liberados para o intervalo.
Após as palavras do professor parte da turma se dirigiu rapidamente até
o corredor, porém o grupo de Kim ainda decidia sobre o trabalho.
— Então vai ser isso mesmo eu vou pra casa do Kim terminar o trabalho, e vocês duas vão terminar a parte de vocês na casa de Kathryn…Uh que legal…realmente empolgante –falou Alex em tom de ironia.
— O que foi Alex? Achei que você adorasse o meu quarto –falou Kim sorrindo contagiando o grupo.
— Há há ha… Muito engraçado. Pensei que as gracinhas eram meu departamento –falou Alex andando para fora da sala de aula –Alguém me acompanha?
— Desculpa amiga eu vou com ele até a cantina, tô morrendo de fome –falou Mari, a Kathryn, que apenas concordou com a cabeça.
No momento a sala já estava praticamente vazia, restavam apenas Martin e Megan em um canto distante e em silêncio, e Kim e Kathryn que também estavam quietos até Kim decidir ir embora.
— Espera Kim, eu acho que nós precisamos ter uma conversa –falou Kathryn calmamente.
— Tudo bem, mas vamos lá fora então….aqui tem muita gente. –falou Kim se referindo a Martin e Megan.
Kathryn saiu na frente sendo acompanhada de Kim que seguia a garota em silêncio. Nos corredores haviam vários alunos que caminhavam para todos os lados, considerando que o colégio não era tão grande, tudo estava um pouco apertado, por um momento Kim achou que havia perdido Kathryn de sua vista, até vê-la pedindo um suco na cantina, o garoto se aproximou e fez o mesmo, e então os dois sentaram em uma mesa vazia.
— Então, pode falar –disse Kim com uma voz baixa.
— Falar o que?
— Você disse que queria conversar comigo…pode falar.
— Você que tem que explicar o que foi aquela crise de ciúmes na casa do Martin? –falou Kathryn já um pouco irritada.
— Deixa eu pensar, a minha namorada some depois de eu fazer uma declaração para ela em público, e depois eu descubro que ela passou a noite na casa do ex… Por que mesmo eu tive uma crise de ciúmes? Acho que eu deveria estar sorrindo para o mundo –disse Kim sorrindo de raiva com ironia.
— Eu já falei que eu só dormi na casa do Martin por conta de um problema grave, e por que ele realmente estava precisando de mim. Custa ter um pouco de confiança em mim ?
— Ah…Você vem falar de confiança…Como eu posso confiar em você, se você não confia em mim nem pra contar esse tal problema que você teve com o Martin? –falou Kim com raiva explicita em sua voz.
— Eu não posso te contar, é algo que só diz respeito ao Martin. Eu só posso te dizer que é algo sério, e envolve o Tyler aquele amigo maluco do Martin, e é melhor você nem saber ele é muito perigoso.
— Então está certo você resolve esse problema com o Martin, e depois se quiser me procura –falou Kim usando aspas manualmente ao falar a palavra problema, deixando Kathryn sozinha e enfurecida.
OoO…
As últimas três aulas passaram em uma velocidade similar a uma corrida de tartaruga, Kim decidiu passa-las em uma cadeira no fundo da sala afastado de todos, onde pode ter alguns minutos de sono, até ouvir a sineta que avisava sobre o fim da aula. Ao ouvir aquele som irritante Kim decidiu seguir para fora da sala de aula. Ao atravessar a porta ouviu a voz de seu amigo Alex que gritava seu nome, Kim então parou e ouviu seu amigo.
— Kim você está bravo? Passou as últimas aulas sozinho.
— Não é nada com você, eu só preciso ir pra casa e dormir um pouco.
— Então está certo.
Alex se afastou e logo Kim viu seu irmão saindo de sua sala e então se aproximou sugerindo que fossem embora, e em alguns segundos os irmãos já estavam fora da escola. Ao se aproximarem da praça das flores Kim viu algo que lhe chamou atenção, era Martin que conversava com Tyler, os dois pareciam bem alterados. Kim puxou seu irmão menor para trás de um banco para que não fossem notados, e tentou ouvir a discussão, porém não conseguiu, pois apesar de os dois estarem falando alto, Kim estava muito distante.
Após algum tempo Kim observou que Martin havia deixado Tyler brigando sozinho e havia ido embora, foi então que Kim decidiu pedir a Anthony que o esperasse enquanto ele fosse conversar com Tyler. Anthony não entendeu mas decidiu esperar assim mesmo, enquanto Kim seguiu até onde Tyler estava.
— Então…Eu posso te fazer umas perguntas –falou Kim com um pouco de medo em sua voz.
— Por acaso tu é repórter? –falou Tyler sem olhar para o rosto de Kim.
— Não na verdade eu queria saber sobre o…Martin
— Espera…Eu acho que eu tô te reconhecendo –falou Tyler olhando fixamente para o rosto de Kim. –Você é o carinha que deu uma de herói aquele dia pra salvar o Martin.
— É sou eu sim. –falou Kim olhando para o chão.
— Você sabe que eu posso acabar com você, não sabe? –falou Tyler se aproximando de Kim, fazendo com que o garoto sentisse o seu hálito próximo ao seu rosto.
— Eu só quero que você me diga qual o seu problema com o Martin? E qual a relação que a Kathryn tem com esse problema? –disse Kim em voz baixa.
— Há e por que você acha que eu te diria isso?
Kim ficou em silêncio, e em alguns segundos sentiu a dor em sua barriga provocada por um soco que Tyler deferiu sobre ele.
— Sabe que eu estava precisando bater em alguém? –falou Tyler dando outro soco em Kim e o empurrando fazendo com que o garoto caísse no chão.
Kim tentou levantar mas logo foi atacado novamente por Tyler que o fez cair novamente. Após alguns segundos no chão Tyler permitiu que Kim levantasse, e então Kim deu dois socos no rosto de seu oponente, o que fez Tyler se irritar ainda mais. Tyler empurrou Kim que novamente foi ao chão e começou a levar uma sequência de socos, por mais que ele tentasse reagir ele não conseguia, foi então que os dois ouviram o barulho do carro da polícia. Em alguns segundos dois homens fardados estavam separando a briga. Tyler tentou escapar porém um dos policiais segurou o seu braço, ao passo que o outro segurava Kim.
— Os dois agora na delegacia…
OoO…
Ee pessoal os dois merecem Kathryn, to notando uma simpatia de voces pelo Martin…. Obrigado pelos coment´arios
Eu tô ficando brava com Kim… que infantil, vai deixar de estar com a garota que ama por ciumes,
Estou realmente dividida sobre Kim ou Martin. …
Depois de saber do acidente começo vá pensar que Martin é até bonzinho de maia em vista do que passou…
Muito bom Carlos! Os personagens continuam envolventes! Fiquei com pena do Kim, ver sua amada com o ex. O incrível dessa história é que mesmo o protagonista sendo um carinha do bem e digno do amor de Kathryn, Martin é tão merecedor quanto. Vou seguir lendo 💪🏻