Lágrimas do Céu – Capítulo XXIII – Final
A sala estava em silêncio, se não fosse o som do aparelho indicando os batimentos cardíacos e o médico que constantemente pedia instrumentais. Os olhos dele estavam vidrados na massa cefálica à frente, cada ação era bem calculada, pois um erro e a paciente morrerá. Havia no local, além do cirurgião, um médico residente, uma assistente e duas enfermeiras. A cirurgia tinha tudo para dar certo, fora bem planejada, a sala bem arrumada e equipada, e a paciente estava pronta para a operação.
– Pinça, por favor – o médico olhava constantemente para o monitor para verificar se realizará o procedimento correto – Não consigo acessar totalmente o coágulo – ele parecia muito preocupado – dependendo do ângulo em que este fio metálico atinja pode bater em um local crucial do celebro e ela pode ter sequelas ou até morrer.
Todos no local estavam calados, preferiam apenas escutar o médico, só o médico residente é que fez algumas perguntas, não muitas, pois não queria atrapalhar a cirurgia. O médico retirou o longo instrumento metálico, olhou para o monitor a fim de encontrar alguma solução, então escolheu uma nova angulação, introduziu o aparelho devagar e nesse instante os batimentos cardíacos da paciente começaram a cair.
No outro lado do hospital estavam Ângela e Willian, não falavam nada, apenas se encontravam sentados na sala de espera. Ele retirou um pequeno saco do bolso que continha balas açucaradas e ofereceu a noiva que não quis.
– Acho que devíamos ir lá em baixo na lanchonete comer alguma coisa – falou Willian quando sentiu sua barriga roncar.
– Não vai descer nada pela minha garganta – ela falou com tristeza.
– Nem ao menos um suco, uma vitamina?
– Não tenho fome – mas se lembrou que agora possui um ser vivo dentro de sua barriga e por isso precisa se alimentar.
– Eu sei que isso tudo é forte de mais para você, mas não queremos outra pessoa doente. Então – ele se levantou e esticou a mão – queira me acompanhar.
– Tudo bem eu tomo uma vitamina.
Eles desceram as escadas, Ângela observou que estava chovendo lá fora, então ela se lembrou do dia em que estava à frente do hospital, não exatamente aquele, mas chovia e Willian estava com ela. Não podia esquecer-se da forma ao qual ele a pegou nos braços, abraçou-a e a beijou. Por um instante pensou que estava sentindo pingos caírem sobre sua cabeça, porém foi apenas uma lembrança. Ela estava parada na escada, Willian se voltou para ela e disse:
– Ângela vamos – ele observou que sua noiva ficou olhando para o grande vidro mais adiante que mostra o lado externo do prédio – aconteceu alguma coisa?
– Ah! Não, me desculpe – ela piscou algumas vezes como se tivesse acordado de um pequeno transe – vamos.
Willian estava mesmo com muita forme, pois acabou pedindo um sanduíche, um pote grande com salada de frutas e uma vitamina. Ângela apenas o acompanhou tomando vitamina de morango, não estava prestando atenção no movimento do local, sua mente viajava para a cirurgia de sua mãe. Enquanto ele comia observava a noiva que não deu bola para ele. Ela se lembrou de quando era pequena, estava com a mãe sentada em cima de uma toalha xadrez, sua boneca junto a ela e uma pequena sexta com lanches. A Sra. Margarete conversava com a filha enquanto esta arrumava a frauda na boneca.
– Você não terminou de comer sua pêra – ela apontou para uma fruta mordida sobre um prato descartável.
– Está aguado mãe, posso comer o bolo agora? – Ângela ainda estava colocando a fruta na boneca, parecia estar ao contrário.
– Ainda não, prometemos que comeríamos primeiro as frutas e depois o bolo – a Sra. Margarete manteve a voz forte.
– Então vou comer só as uvas ta – ela empurrou o prato para longe e arrumou o vestido de sua boneca – Aninha que bolo, ela não gosta dessas frutas, está vendo a carreta dela – Ângela passou um pedaço de pêra sobre a boca da boneca fingindo que esta se alimentava. Sua mãe riu da ação da filha, que fez carreta no lugar da boneca.
– Não seja teimosa Aninha, coma as frutas junto com sua mamãe – a Sra. Margarete sorriu novamente.
Ângela adorava sair com a mãe para fazer piquenique ao ar livre, sempre gostou da natureza, de sair atrás de borboletas. Quando estavam apenas elas duas juntas curtindo algo sentia que eram mãe e filha, mas quando seu pai estava presente tudo mudava, sua mãe passava a ser sua guarda-costas. Ela adorava a boneca Aninha, havia ganhado de sua avó pouco antes dela falecer, estava surrada, mas ela brincava com ela assim mesmo. Ângela não tinha muitos brinquedos, sua mãe trabalhava muito para colocar comida na mesa e pagar o aluguel. Sem contar que seu marido vivia roubando dinheiro dela para comprar bebida. Ângela não gostava de lembrar-se dessa parte, pois quando seu pai chegava em casa bêbado descontava sua raiva em sua mãe e também molestava a filha. A jovem estava tão concentrada em seus pensamentos que não percebeu que Willian estava falando com ela.
– Ângela! Ângela! – ele estralou os dedos a frente dela – está ai?
– Ah! Me desculpe, o que você estava falando? – ela deu um gole de sua vitamina.
– Eu perguntei a você se… Depois que a sua mãe sair da cirurgia, melhorar – ele gesticulou enquanto falava – quer viajar comigo?
Ângela arregalou os olhos, ficou em silêncio por um instante, não estava esperando uma pergunta como aquela.
– Ah! Adoraria – ela de um sorriso amarelo – mas para onde?
– Eu pensei em irmos para a Argentina, o que acha? – ele estava meio sem graça ao fazer tais perguntas.
– Bom destino. Não seria melhor ser nossa viajem de lua de mel?
– Pode ser sim, se você quiser, tudo bem – ele manteve os olhos na noiva.
– Que bom. Já podemos subir? – ela quis cortar a conversa.
– Ah! Claro.
Na sala de cirurgia o neurocirurgião retirou o aparelho fino metálico da massa encefálica da paciente, estava esperando que o coração dela voltasse a bater normalmente, porém não foi isso que aconteceu. Então ele pediu para injetar na paciente uma quantidade de uma substância a fim de estabilizar os batimentos do coração, entretanto não teve resultado esperado. Com isso foi chamada para a cirurgia a Dra. Barbara, cirurgiã cardiologista. Não demorou até ela chegar ao centro cirúrgico, foram passada as informações da paciente e ela pediu para o neurologista parar seu procedimento, iniciou massagem cardíaca. Nada do coração voltar a bater com a velocidade normal, então pensou em usar um aparelho sobre o abdômem, mas lembrou que o celebro dela estava exposto. Então pediu um bisturi e abriu o abdômem da paciente.
No outro lado do prédio estavam sentados aflitos Willian e Ângela. Já fazia horas que não tinham se quer uma notícia da Sra. Margarete, nem ao menos chegaram até eles para dizer que a cirurgia ia demorar. Willian estava cansado de olhar para a televisão, preferiu observar uma criança brincar com um boneco soldado, perto deles sentado em uma cadeira na sala de espera.
– Senhorita Ângela? – falou uma mulher de jaleco branco e toca colorida na cabeça.
– Sim – Ângela se endireitou na cadeira e virou sua atenção para a profissional a sua frente.
– Tenho notícias de sua mãe.
– Já não era sem tempo – falou Willian.
– Sua mãe teve duas paradas cardíacas, a cardiologista entrou na sala e está operando o coração dela – a profissional tinha a foz calma.
– Nossa, no coração! – Ângela colocou as mãos sobre a boca – mas ela não tem problema algum no coração.
– Não se sabe ao certo o que causou as paradas, mas tudo será resolvido – a profissional observou que Ângela estava aflita e não conseguiu pronunciar mais nada.
– Tudo bem amor, vai ficar tudo bem – Willian tentou tranquilizá-la – muito obrigado.
A profissional saiu deixando-os sozinhos, Willian abraçou a amada e fez movimentos com se ninasse um bebê a fim de acalmá-la. Tudo o que Ângela queria era que aquele pesadelo acabasse logo, sabia que sua mãe está sofrendo muito. Sua mãe fez de tudo para protegê-la quando era pequena, se fosse preciso dar seu coração a ela a faria com muito amor. Mas será que poderia? Acabou esquecendo que tem um ser vivo dentro do útero dela, informando que isso não seria possível. Então nesse momento ficou mais preocupada, pois apenas os médicos podem salvar a sua mãe.
Na sala de cirurgia, a cirurgiã cardiologista acabara encontrando uma das artérias pulmonares rompida, isso pode ter sido causado por excesso de sangue no local. Então resolveu desobstruí-la e conectar novamente ao coração. Não seria muito fácil, mas haveria riscos, pois a artéria estava em difícil acesso. A Dra. Barbara se manteve calma durante todo o procedimento, enquanto isso o neurologista ficou sentado esperando o termino do trabalho no coração para voltar para o celebro. Demorou um pouco, mas a artéria foi colocada em seu devido lugar, faltava esperar o sangue chegar até o coração e este voltar a bater normalmente. Esperaram alguns segundos e os batimentos voltaram a aumentar até chegar a normalizarem. Então o neurologista voltou a trabalhar no celebro da paciente.
Novamente a profissional que deu a ultima notícia a Willian e a Ângela acabou indo ao encontro deles lhe dando mais informações sobre a Sra. Margarete.
– Ela ainda está na sala de cirurgia, mas os batimentos cardíacos foram estabilizados, não corre mais perigo – falou a profissional olhando para Ângela e depois para Willian.
– Então a cirurgia está perto de terminar? – falou Willian franzindo a testa.
– Creio que não, pois o neurologista está trabalhando ainda no celebro da paciente.
– Quanto tempo mais ela vai ficar lá? – Ângela subiu um pouco o tom da voz.
– Calma meu amor, o médico está fazendo o trabalho dele – Willian tentou tranquilizar a noiva.
– Eu preciso ir, volto assim que puder.
Ângela estava cansada de ouvir que a cirurgia tinha se prolongado, que havia mais um problema e que o médico está trabalhando firme no caso. Ela queria sair daquele lugar sabendo que sua mãe está perfeitamente bem, contar para seu noivo que está grávida e comemorar as alegrias. Isso não era possível, dava pra ver no rosto dos dois. Willian estava visível mente cansado, havia afrouxado sua gravata e o paletó estava sobre a cadeira vizinha a dele. Continuaram em silêncio como anteriormente, a cada vez que aparecia alguém com jaleco branco no local os corações deles davam um salto.
O médico estava prestes a introduzir novamente o aparelho metálico comprido no celebro da Sra. Margarete, olhou atentamente para o painel observando o local exato para colocar o aparelho. Ele segurou com firmeza o aparelho, o introduziu com cuidado e antes de colocá-lo todo resolveu mudar a posição da cabeça da paciente, isso permitiu que ele atingisse em cheio o coágulo. Então tratou de drená-lo com cuidado, pois ele estava localizado perto do Tálamo, essa parte do celebro tem a função de regular a consciência. Qual quer desvio será fatal, ele começou a sugar o coágulo, parte por parte com extrema cautela. Então faltava pouco quando ele percebeu que o coágulo estava colado ao Tálamo, isso significava que teria problema. Ele não pode deixar resto do coágulo no celebro isso pode prejudicar a paciente, então resolveu dar prosseguimento, até retirar tudo. Nesse instante a pressão dela caiu bruscamente, os batimentos cardíacos desaceleraram.
Finalmente o médico estava em pé à frente deles, uma das mãos sobre a cintura e esperou que os dois se levantassem então falou.
– A cirurgia terminou, durou horas – o médico possuía a cara fechada – comecei introduzindo uma substância em um ponto específico do celebro. A paciente não teve reação adversa ao medicamento, isso me deixou animado. Então resolvi retirar um coágulo no celebro dela, então aconteceu complicações, tive que chamar uma médica cardiologista e só então dei prosseguimento ao meu trabalho.
– Doutor o senhor pode ir direto ao ponto – Ângela falou com nervosismo na voz.
– Sim, claro me desculpe. Então… – ele parou um pouco, olhou para os dois a frente deles – eu sinto em lhe dizer que ela não resistiu à cirurgia, o coágulo prejudicou o Tálamo. Sinto muito.
Nesse instante Ângela se debulhou em lágrimas, abraçou o noivo. Não estava acreditando no que acabou de ouvir, não podia ser verdade. Na manhã deste dia sua mãe estava bem, deitada em uma sala conversando com ela, só que mais tarde não estava mais viva. A jovem sentiu uma dor no peio difícil de suportar, não teria mais ninguém da sua família junto a ela. Sua parceira acabara de dizer adeus, assim como em seu sonho, só que Ângela não conseguiu lembrar-se do rosto da mãe sorrindo, pois não tinha vontade de sorrir.
Passaram-se alguns dias, Willian estava sentado na sala de paletó preto esperando Ângela. Esta demorou a sair do quarto trajando um vestido preto na altura do joelho, sem decote e de manga longa. Apesar de a jovem estar de luto o seu noivo achou que ela estava bonita. Eles saíram juntos até o local em que será realizado o enterro da Sra. Margarete. Ângela preferiu enterrar sua mãe em um cemitério arborizado, pois ela gostava muito de natureza. O local possui algumas arvores, um gramado bonito, apesar das famílias viverem momentos difíceis ali, a natureza dava uma sensação de paz.
O caixão estava fechado, colocado sobre a grama e ao redor dele estava um padre, Willian, Ângela e uma mulher que cuidava da falecida quando residia em uma instituição para idosos. Todos estavam atentos ouvindo o padre ler a bíblia quando uma mulher de saia social preta e blazer chegou juntos a eles. Willian se virou para observar quem era e percebeu que se tratava de sua mãe. Ele ficou surpreso, não há esperava comparecer ao enterro, mesmo por que estava brigada com sua noiva. O padre não demorou com a cerimônia, então o caixão foi enterrado e no local colocaram uma placa, ao lado dela Ângela depositou um pequeno buque de flores brancas. Willian deixou Ângela sozinha à frente do túmulo e se dirigiu até a Sra. Burk.
– Mãe! Eu não esperava a senhora aqui – ele estava surpreso.
– Sua irmã me contou, então resolvi comparecer. Eu sei que não conhecia a mãe dela, mas ela vai entrar para a família, nada mais justo do que mostrar apoio nesse momento difícil – ela passou uma das mãos sobre o cabelo.
– Então a senhora aceita que eu me case com Ângela? – Willian franziu a testa.
– Eu andei pensando, verifiquei que mesmo que ela tenha um passado que não me agrada, você há fez mudar – ela olhava para Ângela que estava mais a diante eles ainda perto do túmulo da mãe.
– Que bom mãe, então temos que conversar com Ângela – ele se virou e os dois caminharam em direção da jovem.
Ângela estava em pé olhando a placa pregada ao chão, óculos no rosto e quando o noivo chegou perto dela a abraçou.
– Ângela a minha mãe está aqui – ele deixou a noiva ver a mãe dele que estava ao lado dele – ela quer conversar conosco.
– Willian eu não quero brigar hoje, prefiro ir para casa ficar sozinha – ela tirou os óculos do rosto e ele pode observar que o azul dos olhos dela está mais intenso, pois ela chorou muito nesta manhã.
Eles foram para a casa da Sra. Burk, no caminho Ângela ficou lembrando-se dos momentos bons que passou com a mãe e lamentou ela não poder ter vivido um pouco para poder ver seu neto nascer. Nesse momento Ângela lembrou que havia esquecido de contar ao noivo que está grávida, então o almoço na casa da mãe dele seria o momento perfeito, pois estava precisando se alegrar um pouco.
Todos já estavam à mesa comendo, Ângela não havia tocado em quase nada no seu prato. Para quebrar o clima pesado Willian resolveu conversar com a mãe sobre seus projetos para a empresa, enquanto isso Ângela ficou quieta com a cabeça longe de tudo que estava acontecendo.
– Estou querendo firmar uma parceria com uma universidade para receber estagiários, visita de alunos e que atividades extracurriculares sejam realizadas – ele se mostrou muito otimista quanto ao projeto apresentado – ah! Esqueci de dizer que estou pensando em retirar uma porcentagem do lucro da empresa para doar a uma instituição de caridade – nesse momento ele viu Ângela meio que “sair do seu transe” e voltar sua atenção para a conversa.
– Fazer doação mensal? – Ângela falou com os olhos arregalados.
– Sim, isso mesmo. E vou ser mais presente nas reuniões familiares, eu prometo. Mesmo que não possa comparecer a todas, virei com mais frequência visitar a senhora – ele falou e depois deu um gole do seu suco.
– Eu quero ver se vai cumprir essa sua promessa – a Sra. Burk falou enquanto sacudia um dedo indicador a gente de seu rosto.
– Posso lhe dar uma sugestão Willian? – Ângela falou dando uma mordiscada no frango que estava em seu prato.
– Claro meu amor, fique a vontade – ele falou enquanto colocava mais comida no prato.
– Como você sabe a minha mãe, antes de vir morar em seu apartamento, estava residindo em uma instituição para idosos – ela deu mais uma mordiscada em sua comida – não sei se você sabe, mas é uma Organização Não Governamental que está precisando muito de ajuda, só está funcionando graças a doações e a aposentadoria dos idosos.
– Não sabia, então está certo, vou fazer doações para essa instituição – ele falou com firmeza – farei isso em memória de sua mãe e em agradecimento a tudo que você me ensinou.
– Eu te ensinei? – Ângela franziu a testa e a Sra. Burk ficou apenas observando a conversa.
– Sim, sua dedicação a sua mãe me mostrou o quanto eu preciso dar atenção, carinho e a mor aminha – nesse momento Willian observou que a Sra. Burk arregalou os olhos surpresa com as palavras ditas pelo filho.
– Meu filho – ela deu um pequeno sorriso – belo gesto.
– Ah! Eu ia me esquecendo – ela deu uma pausa, tomou fôlego e continuou – já que todos aqui estão se entendendo – ela deu mais uma pequena pausa – Sra. Burk, a senhora gostaria de ganhar um neto ou neta? – Ângela observou que a idosa voltou a arregalar os olhos.
– Claro que sim, eu achei que Willian fosse o primeiro filho a me dar netos. Mas as circunstancias mudaram isso – ela colocou os talheres sobre seu prato indicando que finalizou sua refeição.
– Muito bom, então pode comparar a primeira roupinha porque eu estou grávida – a jovem falou com firmeza e observou a expressão dos outros a mesa.
– Que notícia boa meu amor, quando soube disso? – ele franziu a testa.
– Eu soube já faz um tempo, mas estava esperando um momento certo para dar a notícia.
– Parabéns, essa notícia é maravilhosa – a Sra. Burk segurou uma das mãos de Ângela mostrando entusiasmo pela notícia.
Tudo que eles precisavam era de algo que alegrasse seus corações e essa notícia veio em boa hora. Will sorria, assim como sua mãe, só Ângela que deu um sorriso amarelo, afinal ainda sentia o peso da morte de sua mãe. Ela não via à hora de seu casamento, de sua barriga crescer e voltar a sorrir. A vida foi muito pesada, tudo o que deseja é calmaria, ventos mais brandos para levar seu barco para águas claras e calmas. Mas ela teve uma leve impressão de que o pior já havia passado e era só uma questão de tempo para que voltasse a sorrir novamente.