Lágrimas do Céu – Capítulo V
Ângela estava indo em direção a Casa de Repouso Santa Ana, em um prédio de cores claras e grande porta de metal. Ela entrou e logo foi falar com a atendente que estava ao telefone atrás de uma bancada de madeira. Enquanto isso ficou a observar um quadro pendurado na parede, era uma bela imagem mesmo sendo abstrata, porém com cores fortes. A atendente não demorou, desligou o telefone e realizou o atendimento.
– Bom dia moça, em que posso ajudar? – a atendente falou de forma serena.
– Eu quero fazer uma visita a Sra. Margarete. Sou Ângela, sempre venho aqui vê-la – ela falou olhando para a atendente.
– Ok. Espere um momento, vou avisar a assistente social a sua presença e perguntar se pode realizar a visita. Não demoro – a atendente esperou apenas Ângela consentir com a cabeça e saiu.
Fazia um tempo que a jovem de olhos azul, cabelos cacheado havia adentrado aquela instituição. Andava um pouco ocupada e não muito disposta para realizar o ato que necessita doar-se para fazê-lo de forma adequada. Ficou lembrando-se de como a fazia bem estar naquele local. Não demorou muito, a atendente voltou e liberou a jovem para a visita. Ângela foi conduzida a um belo jardim no interior do prédio e de longe avistou a Sra. Margarete, uma idosa de 62 anos que vestia um vestido estampado azul claro e estava sentada em um banco, desses de praça. A jovem chegou perto da idosa bem devagar e logo foi recebida com espanto. A idosa olhou para a mulher a sua frente, não demorou e falou:
– Cadê o suco que eu lhe pedi, estou esperando há bastante tempo sabia mocinha? Você não estava com um, não sei o nome, uma peça de roupa branca. Não importa volte para a cozinha, traga meu suco e para acompanhar aquelas bolachas que o Sr. Tom estava comento mais cedo – a idosa continuou a olhar a jovem a sua frente com uma feição nada animadora ao observar que esta não se movia – o que está esperando? Eu pago pelos seus serviços sabia? – e virou o rosto para o lado evitando a jovem.
Ângela sentou ao lado da idosa e esperou um pouco para poder falar:
– Sra. Margarete não sei se sabe, mas eu não trabalho aqui. Se a senhora desejar eu posso chamar uma das funcionárias para trazer o que deseja – ela possuía calma na voz.
– Não me chame de senhora, assim vou parecer velha, logo eu na flor da idade. Desculpe-me menina, não precisa se preocupar. Se não trabalha aqui, fique e me faça companhia – a idosa parou um pouco e começou a resmungar baixinho – onde está meu suco – a idosa virou para a jovem – como está menina? – a feição da idosa ficou serena rapidamente.
– Estou bem e a senhora. Desculpe-me, como… Você está? – as duas deram um pequeno sorriso.
– Menina, eu estou bem, apesar de aqui não ter muita coisa para fazer. Olhando bem para você estou me lembrando de uma pessoa, mas não me lembro do nome. Ha! A minha cabeça não anda muito boa ultimamente – ela levou a mão sobre a cabeça com um pouco de preocupação.
– Tudo bem, não se preocupe em outro momento poderá se lembrar – a idosa tossiu de repente, deixando a jovem preocupada – está bem? Deseja que chame alguém?
– Não precisa se preocupar estão me enchendo de remédio, logo ficarei boa.
Elas ficaram conversando por um bom tempo e a idosa a repetir mais de uma vez a mesma história para Ângela, que pacientemente escutou tudo atentamente. Algumas vezes resmungou por querer seu suco até que uma das profissionais da instituição passou por ali perto.
– Ei você, cadê meu suco e traga logo uns biscoitos junto. Será que é pedir de mais – a idosa possuía raiva no olhar.
– Sra. Margarete já se alimentou agora pela manhã e sabe que não pode andar comendo biscoitos a toda hora – disse uma mulher de jaleco branco.
– Primeiro não me chame de senhora, já disse e segundo quando foi que comi? A minha barriga diz o contrário. Exijo que me traga o que pedi imediatamente, essa casa está precisando de umas mudanças, onde já se viu empregado falar assim com a dona da casa – ela falou com uma voz firme e com ar de liderança.
– Tudo bem, posso trazer um chá para a senhora, se desejar.
– Só um chá, assim vou ficar com fome. Mas, tudo bem, fazer o que. Se puder me trazer uma fruta eu agradeço.
– Margarete tenha paciência com a moça, ela não tem culpa de você não poder comer tudo que deseja – falou Ângela.
– Menina quando chegar a minha idade não vai ligar para muita coisa, lhe garanto. Mas, quem é mesmo você. Parece tanto com uma pessoa, pena que não me lembro do nome – a idosa voltou a colocar a mão na cabeça e repetiu o que já havia dito.
A jovem passou a manhã se deliciando ao lado da idosa que primeiramente parece uma ranzinza, mas por trás tem um ar de comédia. Isso deixou o dia de Ângela mais calmo para o que viria a enfrentar logo mais a noite. Ela se despediu da idosa, já era quase à hora do almoço. A Sra. Margarete resmungou que desejava domar um banho, pois hoje era dia de ir à casa de sua amiga, porém isso não passava de alucinações de sua mente cansada pelo tempo.
Ela saiu da instituição e foi em direção a parada de ônibus quando observou um carro preto parar em outro prédio mais adiante. Mesmo distante deu para observar quem saia do automóvel, era um homem alto de cabelo visivelmente grisalho. Ela olhou mais atentamente até o senhor ficar de frente e ela pode então perceber que era o homem que a encontrou chorando tempos atrás. Ela tomou cuidado para não ser vista, mas o senhor parecia apressado de mais para se distrair com ela.
O ônibus que aguardava demorou mais do que o esperado, mas ela pode ir sentada, pois não havia muitos passageiros. Ela foi olhando a cidade que passava pela janela, porém sem prestar atenção. Demorou a chegar em casa, que era apenas um pequeno quarto no fundo de um prédio velho, que mais parecia um cortiço. Mal havia chegado e já bateram a sua porta, era um senhor de uns 50 anos de idade que lhe entregou algumas correspondências. Ela recebeu e tratou de dar apenas uma pequena olhada e percebeu que duas eram contas e outras apenas meras propagandas. Jogou tudo em um movem que estava próximo dela e tratou de se preparar para o banho.
Enquanto estava de baixo do chuveiro, ficou pensando na idosa que visitará e como se preocupa com ela. Sabe que a idosa não estão bem de saúde, anda esquecida de muita coisa, mesmo assim não quer deixar de visitá-la, por que se sente responsável por ela de alguma forma. A água morna caia lentamente pelo seu corpo branco e a fazia relaxar. Ela estava muito concentrada e ao terminar seu banho ouviu o telefone tocar. Foi rapidamente ao encontro dele e não hesitou a atender-lo.
– Alo! Sim é ela mesma – ela ficou em silencio por um tempo – como? Não me avisaram nada, eu estive essa manhã ai, deviam ter me avisado. Eu… Eu sei que anualmente pode ocorre aumentos, mas no meio do ano não e justo agora – houve outra pausa – ela piorou? Como assim? Preciso falar com o médico dela… Eu sei que tem que marcar uma hora com ele, mas quem deveria estar falando comigo era ele não acha?… Tudo bem pode marcar para o fim dessa semana, preciso falar com ele urgente, eu não posso pagar mais do que já pago. Eu entendo, mas como sabe não possuo emprego fixo então… Tudo bem, depois que eu falar com o médico eu procuro vocês. Obrigada – Ângela possuía uma feição preocupada, mesmo estando enrolada na toalha, sentou na cadeira mais próxima rapidamente e colocou as mãos no roto. Ela ficou muito preocupada, não esperava que suas despesas aumentassem tão de pressa e daquela forma. Ela se levantou, foi terminar de se arrumar e resolveu não almoçar naquele dia, pois a notícia que tivera não fora digerida adequadamente e acabara de ficar entalada na garganta. Vestida foi até o armário e pegou um calmante, sabia que não deveria tomar remédios como aquele a freqüência ao qual estava ingerindo, mas ultimamente a sua vida não tinha deixado outra escolha. Não demorou muito e ela adormeceu na cama de seu quarto.
Estava muito cansada da vida que levava, mora em um quarto que nem pode ao menos pode ser chamado de casa, os vizinhos evitam olhar para ela, mas quando olham parecem ter nojo dela. Ela não se importa muito com eles, prefere viver a sozinha, sem amigos. Estava cansada de ter que trabalhar a noite, a madrugada, todos os dias sem descanso algum, nem em feriados e não tira férias, pois não possui um trabalho com carteira assinada para ter as leis ao seu favor.
Enquanto dormia sonhou que estava encostada na ponte da cidade onde mora, olhando a água que corria devagar, era um lindo fim de tarde e ela pode escutar o som dos pássaros a voarem mais a diante dela. O tempo estava sereno com um belo por do sol logo à frente e o ambiente combinava muito com o vestido florido ao qual estava usando no momento. Estar naquele local lhe trazia paz e felicidade. Ela fechou os olhos, ficou sentido a brisa que tocava seu rosto e cabelo. Estava distraída, tanto que não percebera a presença de um homem ao seu lado.
Ela abriu os olhos e sentiu uma mão leve tocar o seu obro, logo teve um pequeno susto, mas virou logo e pode observar que se tratava do homem que encontrara com ela, tempos atrás, naquele mesmo local. Sem falarem nada um para o outro, ele pegou uma das mãos dela, delicadamente colocou uma pulseira em seu pulso e depois de um beijo em sua mão. Ela ficou apenas o observando com uma expressão serena e resolveu falar, porém fora impedida do ato no momento em que o senhor colocou sua mão na boca dela e depois a deslizou pelo seu rosto com delicadeza. Eles mantinham o olhar fixo um no outro, enquanto o homem chegou mais perto dela, há deixando um pouco apreensiva. Menos que ela esperasse, seus rostos estavam perto um do outro e sem perder tempo deu um beijo na bela moça. Nesse momento o céu que estava em um lindo colorido de laranja, azul e vermelho acabara de ficar preto, e sem estrelas. Ela abriu os olhos e não via mais o homem a sua frente apenas um cartão que deixará no chão que dizia: Sr. Willian Burk – Burk empreendedorismo. Ela franziu a testa, entretanto resolveu guardar o cartão caso desejasse procurar o homem que a beijara.
De repente acordou e observou que à tarde já estava acabando. Apreça-se, pegou uma bolsa, colocou o que necessitava nela e saiu o mais rápido de seu pequeno quarto, porém o dono do prédio lhe abordou no caminho.
– Ângela! sabe que está com o aluguel atrasado, não pagaste este mês.
– Eu sei Sr. Pedro, lhe pagarei assim que puder. Nesses dias vou receber dinheiro e logo pagarei o que devo, mas preciso ir estou atrasada – ela terminou de falar andando em direção a saída do prédio, sem deixar que o senhor pudesse insistir na conversa.
Ela não possui carro, então depende muito do transporte público que não ajuda muito. O seu trabalho fica distante o que lhe obriga a pegar um ônibus e caminhar um pouco até chegar lá. O bairro não é muito atraente, as casa parecem velhas e a rua e íngreme, o que a faz ficar mais cansada depois de um árduo dia de trabalho, na verdade noite e madrugada. Não era um dos melhores empregos, porém é o que paga suas contas no fim do mês, ou pagava até certo tempo a trás. No caminho um homem, que estava encostado na parede fumando, observou-a com um olhar que parecia a consumir por inteira. Ela não percebeu de imediato que ele a seguia, porém tomando certa distância. Eles avançavam mais acima da rua, quando de repente passaram por um beco e o homem puxou Ângela para dentro, empurrou-a contra a parede e começou a beijá-la forçadamente.
– Me largue seu maluco – ela tentou escapar dele, porém era mais forte.
– Você bem que gosta disso não é – ele deu um pequeno sorriso e a fez derrubar a bolsa no chão e continuou beijando-a.
O homem estava beijando-a com brutalidade, segurando-a com firmeza sem deixar que se mova. Beijando o pescoço e passando suas mãos pelo corpo da jovem, até que resolveu retirar a blusa ao qual ela vestia, abaixando as alças. Ela forçou o homem a parar, porém não teve muito sucesso.
– Pensei que gostasse um pouco de caricias. Há! Que pele delicada, branquinha, seus seios devem ser maravilhosos – ele continuou beijando-a descendo pelo pescoço dela até chegar ao colo dela. Ela forçava sair, entretanto não tinha muito sucesso em seu ato e já estava muito incomodada com o homem. Não sabia quem é e nunca havia visto o homem, mesmo que já tivesse o visto não se lembrava.
A jovem ia gritar pedindo socorro, porém fora interrompida pelo homem que calou sua boa com um beijo forte, uma das suas mãos estava nos seios dela e a outra a segurava.
– Me larga, eu não conheço você. Me larga, eu vou gritar – disse a jovem apreensiva.
– Grita, pode gritar que eu digo que é de amor por mim que fazes isso – o homem estava tomado por uma vontade sem fim de domar a jovem. Então a empurrou, fazendo-a cair no chão e ficou em cima dela. Enfim conseguiu colocar sua boca no ombro dele, deu uma mordida que o fez solta-la e saiu de cima dela. A jovem pegou rapidamente a bolsa e saiu correndo subindo mais pela rua, se escondendo por trás de uma casa. Ficou lá por um tempo e quando se sentiu segura voltou ao caminho do seu emprego. Ela estava com vontade de bater naquele homem, mas preferiu não fazer isso e seguir o seu rumo.
Assim que chegou ao prédio em que trabalha, viu que uma mulher de cabelos ruivos estava na frente como se esperasse por alguém, logo viu Ângela com uma feição não muito boa.
– Ângela o que aconteceu? Vem cá, vamos entrar pelos fundos, você precisa tomar água e se acalma depois me conte o que ocorreu – disse a moça de cabelos ruivos, preocupada com a colega.
Elas entraram no prédio e logo estavam na cozinha, Ângela recebeu um como de água com açúcar, sentou-se e ficou mais calma. E contou tudo a colega sem deixar nenhum detalhe fora da descrição dos fatos ocorridos naquele início de noite.
– Não acredito que ele fez isso com você, como é esse homem, fisicamente claro – disse a ruiva preocupada e uma outra mulher que estava no recinto também escutou a conversa enquanto mexia algo que estava no fogo.
– Moreno magro, com umas roupas gastas, mas é um pouco forte e… – ela deu uma pausa na fala enquanto tomava mais um gole do conteúdo do seu copo – bem, agora lembrando bem ele tinha uma tatuagem no braço esquerdo, era um tigre se eu não me engano – ela já estava mais calma.
– Eu acho que sei quem é ele fica de vez em quando observando quem passa na rua. Acho que você pode não ter percebido que ele a observa. Tome cuidado da próxima vez que vier para cá – ela parou e observou o relógio que estava na parede, que mostrava que à hora estava avançada – Ângela olha como é tarde, a Sra. Lurdes vai ficar brava conosco, precisamos nos apressar. Venha comigo, vamos dar um jeito nesse seu visual, coloque um sorriso neste rosto e vamos à luta.
Elas saíram rapidamente da cozinha e foram se arrumar pra mais um dia de trabalho. À noite as colegas de trabalho de Ângela ficaram cochichando sobre o ocorrido, apensar de estarem um pouco atarefadas com o trabalho, pois a casa estava cheia afinal era sexta-feira. O trabalho fora cansativo, entretanto foi de alguma forma positivo, pois deixou Ângela com a mente ocupada, fazendo-a esquecer-se dos problemas que assolavam seu pensamento. Como de costume a jovem saiu do trabalho apenas pela manhã, pois sempre dorme lá como combinado com a Sra. Lurdes. Ângela se despediu das colegas de trabalho, observou a rua para ter certeza que o homem não estivesse lá, porém para a surpresa dela, ele não estava lá o que a deixou calma.
Ângela pensou em visitar novamente a Sra. Margarete, mas estava cansada e pensou apenas em ir para casa. Havia apurado um bom dinheiro naquela noite, então seria mais sensato procurar o dono do prédio ao qual mora e pagar o que deve, mesmo que acabasse ficando quase sem dinheiro, mesmo assim o fez. Ela entrou em casa, deitou em sua cama, ligou a tv, entretanto não ficou prestando muita atenção não ao que se passava. Na verdade ficou lembrando do sonho que tivera no dia anterior e de como era estranho o fato de ter encontrado um cartão do homem, mesmo porque não sabia o nome dele. Entre pensamentos a mil ela se levantou, foi até a cozinha, retirou uma lasanha do congelador, retirou a embalagem e colocou no aparelho microondas. Enquanto esperava seu almoço nada saudável, porém totalmente prático ser preparado resolvei voltar ao quarto e assistir um pouco do que passava naquela grande tela preta, que na verdade não era tão grande assim.
Ela mudou várias vezes de canal procurando algo atrativo para assistir, entretanto não encontrou e resolveu deixar no noticiário, pelo menos receberia informações, a primeiro ver, de suma importância. Não demorou muito para seu almoço expresso ficar pronto, ela o pegou, colocou em um prato e foi até o quarto. No noticiário estava falando sobre a previsão do tempo que afirmava que no interior do estado haveria muita chuva naqueles dias a diante. Ângela assistiu a tv, porém deu uma pausa para pegar seu suco que estava na geladeira, como a casa estava vazia, como em todos os outros dias, dava para ouvir o som do aparelho. Enquanto pegava seu suco a jovem pode ouvir uma reportagem que dizia: “neste próximo fim de semana, nos dias 15 e 16 acontecerá um evento destinado aos empresários de toda a região, é o V Empreender, com o tema: as modernidades do mundo dos negócios e a tecnologia a favor do mercado internacional. No evento acontecerá à troca de experiências e palestras, agora vamos com o repórter Marcio Gomes que possui mais informações”.
Ângela não estava prestando muita atenção ao noticiário, mas resolveu voltar para o quarto e comer lá.Quando menos esperou ouviu o repórter dizer: “estamos aqui com um dos maiores empresários de nossa cidade o Sr. Willian Burk”. Nesse momento ela parou e correu para frente da tv e prestou atenção no que passava. Nela estava um jovem repórter de cabelos pretos vestido com uma camisa social a entrevistar um empresário. Ângela aumentou o som e prestou atenção e pode perceber que o homem que estava sendo entrevistado era o que encontrara com ela naquele dia na ponte. O empresário estava bem vestido, com uma camisa social azul, cabelos bem penteados e possuía uma voz forte e dizia: “convido a todos a participarem deste evento que já ocorre a bastante tempo em nossa região e tenho o prazer de fazer parte, estarei palestrando no dia 16 as 15:00 da tarde, falarei sobre a minha experiência como empresário e como fazer para que uma empresa como a que possuo dure gerações”.
A jovem ficou muito concentrada que esquecera que sua lasanha estava esfriando, só queria ficar ouvindo o empresário falando. Ao fim da entrevista ela parou um pouco, pensou e acabou associando o nome do empresário com o sonho. Isso mesmo, em seu sonho havia pegado um cartão que tinha o nome escrito Sr. Willian Burk, então associou este ao nome ao qual o apresentador dissera no noticiário. Então colocou o prato sobre um móvel, pegou um pedaço de papel, anotou o local e hora que o empresário estará no referido evento. Ela não pretendia participar do evento, até por que não entende nada sobre o assunto, porém queria reencontrar o homem ao qual prestou atenção nela enquanto estava em um momento de tristeza.
Ela comeu o almoço e resolveu descansar, deitou em sua cama, retirou as sandálias e ficou a vontade. Porém seu descanso foi interrompido por um barulho que parecia vir do quarto ao lado. A jovem se levantou e foi até o vizinho e observou que ele estava furando a parede para pregar um móvel nela, pediu para se apressarem e o vizinho não ligou para o que ela disse. Como já dito anterior mente os vizinhos não gostam muito dela e nem ligam para o que diga.
Ângela nunca tivera muitos amigos, nem agora, muito menos quando era mais nova e estudava. Os colegas de classe evitavam falar com ela e não faziam trabalhos juntos. Agora como adulta possui apenas suas colegas de trabalho como refugio para conversar, pois nem a família ela não possui contato. Mesmo não sendo uma pessoa muito sociável, ela é calma e muito amigável.
Em alguns momentos Ângela fica pensando na vida, no passado e lembra-se de coisas não muito agradável, que prefere deixar lá atrás. Não era muito de falar sobre sua vida passada com as colegas de trabalho quando tinham a oportunidade de conversar, preferia falar sobre o trabalho ou escutar as histórias das amigas, que algumas vezes eram engraçadas. Ângela não conseguiu dormir, passou o dia andando de lá para cá em sua casa e assistindo a tv que não estava nada atraente naquele dia. A noite chegou e para descansar ela teve que tomar mais um dos seus calmantes e finalmente teve dormiu profundamente.