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Lágrimas do Céu

Lágrimas do Céu – Capítulo IV

 

O mês de julho avançou rapidamente, William trabalhava como nunca na empresa e teve reuniões com vários parceiros.  O administrador deixara de visitar a mãe por um tempo, com isso acabou recebendo ligações dela cobrando sua presença, porém usou a velha desculpa de não ter tempo por conta do trabalho. Ele havia parado um dia, pensado em toda a riqueza que tinha, mas qual era ela? Dinheiro é a resposta mais apropriada, e amor de mãe também, porém só isso não era o bastante para ele. Sentia falta de ter uma pessoa ao seu lado, para dividir as alegrias e tristezas, entretanto ela fora embora.

A noite chegara, William estava cansado de trabalhar, resolveu sair e dar um passeio pela cidade. Lembrou do restaurante que fica na rua perto da lagoa, seu lugar preferido, comida boa e aconchego. Passou em seu apartamento, trocou de roupa e se dirigiu ao seu passeio a sexta-feira. Sentou sozinho em uma das mesas perto da janela do restaurante e como sempre pediu sua comida preferida peixe ao forno com molho de laranja, arroz branco, legumes regado ao azeite temperado com ervas e para acompanhar vinho tinto seco. Esse era também o prato preferido de Helena e o local também, pois dava para ver a lagoa.

Ele estava saboreando sua refeição, escutando a musica do local quando um homem de meia estatura, bem vestido entrou no local e sentou em uma mesa perto da dele. No principio era apenas mais um cliente, mas o homem olhou para William e foi ao seu encontro.

– William! Que prazer vê-lo. Como estas? – o homem expressou um sorriso.

– Carlos! Estou muito bem, sente-se e me faça companhia. A que devo à hora da sua presença – William retribuiu o sorriso.

– Eu estava andando por aqui, visitando um cliente e me lembrei desse restaurante, mas não sabia que estava aqui – o homem estava feliz em encontrar o amigo.

– De vez em quando eu venho aqui, adoro a comida e o ambiente também.

– Mas, desculpe a minha intromissão, porque está sozinho? – o homem franziu a testa.

– Eu moro sozinho, não ando muito com minha família e não possuo uma companheira – William deu um sorriso amarelo e baixou um pouco a cabeça.

– Ha! Entendo. Conte-me como anda seu trabalho.

Os dois amigos ficaram conversando por um tempo, isso foi muito bom, pois fez William se distrair e retirar toda a carga pesada da longa semana de trabalho. O amigo dele marcou para saírem, pois queria levar o administrador em um lugar específico, porém não mencionou onde era e muito menos o nome do local. Eles terminaram a conversa, William se despediu e saiu. Resolveu fazer uma caminhada perto da lagoa, andou a passos curtos e sem pressa, deixou que o som e o vento o guiassem. Andou por um tempo, parou em um canto da ponte, porém sem perceber estava no mesmo lugar em que encontrara a jovem de belas madeixas loiras e olhos azuis. Queria muito encontrá-la, saber seu nome, de onde é, o porquê de ter chorado daquela maneira e fugido no ultimo encontro? Ele permaneceu olhando para a água por um bom tempo e idealizou o reflexo da moça na lagoa.

O tempo passou depressa, tanto que William não percebeu que o dia do casamento de seu amigo Jhon já havia chegado. Ele se apressou, pegou seu terno na loja e depois passou em uma barbearia para fazer a barba e arrumar o cabelo. Sabia que não poderia se atrasar, pois fora convidado como padrinho, mas quem irá entrar na igreja com ele? Afinal precisa de um par, mas esqueceu completamente de perguntar isso ao amigo, porém achou que já tinha alguém para acompanhá-lo ao casamento.

Não demorou muito e o administrador já estava em seu apartamento arrumando sua gravata e depois a flor que colocara no bolso do palito como seu amigo o tinha dito para fazer. Parou por um instante, olhou-se no espelho e viu um belo homem maduro em um terno. Ao chegar à igreja William viu que ela estava cheia e bem arrumada. O noivo veio até ele e apresentou a madrinha que o acompanhará por toda a cerimônia religiosa. William observou que a moça vestia um vestido azul royal, longo de seda, com uma fenda do lado direito que deixava a mostra uma das suas pernas que o fez olhar discretamente para baixo. Era uma mulher deslumbrante com madeixas negras, curtas em chanel ondulado. William a cumprimentou dando um pequeno beijo na mão delicada da moça, que possuía um anel prata cravejado de delicadas pedrinhas brancas. Ele a deixou seguir a frente dele e se posicionarem para a entrada na cerimônia que já iria começar. Com isso ele pode observar o belo decote que deixava as costas da moça descoberta.

Eles faziam um belo par e eram os primeiros da fila de padrinhos. Esperaram um pouco no local para que a moça do cerimonial os avisasse à hora de entrarem e dar início ao evento. Não demorou muito e logo puderam entrar devagar passando pelo tapete bege, William olhava para as pessoas sentadas nos bancos, à moça que o acompanhava possuía ar de felicidade no rosto e andava como se desfilasse. Sentaram no local marcado e ela não quis soltar a mão de William, que o deixou um pouco constrangido, porém não demonstrou tal expressão. Tranquila era a musica que fazia os padrinhos seguirem delicadamente pelo caminho até seus respectivos lugares.

O noivo estava alinhado, entrara acompanhado de uma senhora de longas madeixas castanhas e um vestido verde escuro, era a mãe dele. Entraram ao som do piano e apenas um homem cantava com voz forte uma canção que William não conhecia. Demorou alguns minutos para que a noiva adentrasse na igreja, o que deixou o noivo um pouco apreensivo assim como os demais convidados. Ela entrou e estava deslumbrante, o vestido lhe caiu muito bem, era um corpete em branco marfim com um decote “v” bordado em renda, a saia era de cetim com corte evasê. Parecia uma princesa, a linda coroa deu um brilho especial ao penteado que terminava com um véu com leve bordado na ponta. Toda a igreja estava enfeitada com flores brancas e amarelas combinando com o buque redondo de orquídeas. Entrou acompanhada de um senhor de cabelos grisalhos um pouco mais alto que ela. Tocava uma musica ao piano, violino com uma voz feminina delicada e suave. Algumas pessoas estavam emocionadas ao verem a cena e William observou que a noiva estava mais bonita, não porque era o casamento dela, mais sim pelo tempo que não há via.

Assim que a noiva chegara ao altar o padre deu inicio ao ritual, que durou algumas horas até os noivos darem seus votos, o que fez todos prestarem bastante atenção e depois do beijo pode ouvir uma salva de palmas e pétalas de rosas brancas foram jogadas sobre os noivos ao saírem da igreja. A acompanhante de William ficou ao lado dele durante toda a cerimônia, não só durante as fotos. A festa de casamento foi realizada em um belo salão com listres prateado com cristais, em cada mesa um arranjo pequeno com flores amarelas e brancas que imitava o buque da noiva. Tinha um lugar exclusivo para os padrinhos sentarem com os noivos no centro da mesa.

William entrou acompanhado de sua parceira de cerimônia e sentaram na ponta da grande mesa, dava para ver todo o lugar. Uma banda tocava uma musica amável e os convidados foram chegando ao salão aos poucos, deixando o local colorido e alegre. Ele puxou a cadeira delicadamente para sua acompanhante sentar ao seu lado esquerdo.

– William, esse é o seu nome não é? – disse a acompanhante do administrador.

– Sim e como a senhorita se chama? – perguntou William

– Me desculpe por não ter dito a você, me chamo Ísis, sou prima do noivo – ela estendeu a mão para William que a apertou e deu um beijo, depois um pequeno sorriso.

– É um prazer em tê-la ao meu lado neste memorável dia – ela retribuiu o sorriso dele.

Todos se divertiam na festa, inclusive os noivos que rodopiavam incansavelmente dançando pelo salão animando os convidados. William olhou para Ísis e a convidou para dançar. Gentilmente se afastou, ajudou a moça a se levantar e se dirigiram a pista de dança bem na hora que uma melodia tranqüila tocou os fazendo dançarem com os corpos colados, isso fez William sentir um perfume doce e ele guiou a moça. No fim da melodiam, ao separarem seus corpos devagar, Ísis manteve o rosto próximo ao dele, fazendo com que quase se beijassem. Foi uma festa animada, os dois beberam e se divertiram juntos aos convidados.

William deixou Ísis na mesa por um instante e resolveu falar com uns amigos que estavam sentados em uma mesa distante da deles. Nela estavam sentados dois casais que educadamente receberam o administrador e conversaram um pouco. Ao voltar para a mesa dos padrinhos ele observou que uma pessoa familiar estava sentada, de vestido vermelho, acompanhada de um homem moreno alto vistoso e um menino que parecia ter cinco anos. William olhou mais atentamente e percebeu que a mulher era Helena, o seu acompanhante se tratava de seu esposo, pois deram um pequeno beijo e possuíam alianças, a criança parecia ser o filho do casal.

Fazia oito anos que o administrador não via Helena, mas encontrá-la com uma família aparentemente bem construída não foi ruim. Ele ficou feliz em vê-la rodeada de amor, se divertindo, mas ela não percebeu que ele estava no evento e nem que passara perto de sua mesa. O filho dela tinha a beleza da mãe, porém o sorriso do pai. William não demorou a voltar para sua mesa e ser recebido por Ísis com um sorriso e um beijo na bochecha.

O casamento acabou tarde da noite, William tinha bebido bastante e não estava em condições de dirigir, com isso seu amigo Tiago resolveu dar carona a ele e a Ísis. Sentaram os dois no banco traseiro, ela puxou o braço dele, passou por cima do ombro dela e deitou a cabeça do ombro dele. Parecia um casal de namorados saindo de uma festa e loucos para irem a suas casas. Tiago olhou pelo retrovisor discretamente e observou a cena que o deixou feliz. Seguiram por todo o caminho assim, pois William estava cochilando e não ligou para nada no momento.

Chegando ao apartamento a moça perguntou se poderia dormir lá, pois mora muito longe e há essa hora é perigoso ir para casa. William gentilmente aceitou a estadia dela em seu apartamento. Para acomodá-la cedeu a cama de seu quarto, mas Ísis não aceitou a gentileza e preferiu dormir na sala. Sobre o efeito do álcool William estava um pouco tonto, retirou seu paletó, os sapatos, a gravata e caiu na cama. Não demorou muito para a moça entrar no quarto dele e vê-lo ali deitado. Ela retirou as sandálias, os brincos e delicadamente o vestido deixando sua pele branca como a neve a mostra. Sem querê ela acabou fazendo barulho e acordou William que se assustou com a presença dela.

– O que está fazendo aqui e sem sua roupa? – ele franziu a testa.

– Vim fazer companhia a você – ela subiu na cama em direção a ele – achei que precisasse de alguém para lhe esquentar.

– Melhor a senhorita se retirar – ele falou se preparando para se levantar, porém foi interrompido pela bela mulher que ficou encima dele – Minha cabeça dói, acho que bebi de mais – ele quis empurrá-la, mas a moça não deixou.

Rapidamente ela abriu a camisa branca dele e o beijou começando do pescoço até o peitoral. William não queria que a mulher fizesse aquilo, porém não conseguia fazê-la parar, o efeito do álcool o impedia. Ela estava apenas usando lingerie preta de renda que fazia contraste com a pele da moça. Habilidosa fazia carinho nele, beijando, dando umas mordidas de leve e pegou a mão dele colocando-a sobre o corpo dela, porém ele retirou-a rapidamente. Ísis foi beijando a barriga dele, descendo devagar até chegar até a calça, desabotoou-a e ele tomou outro susto.

– Ísis, não faça isso. Conhecemo-nos a… – ela o calou com um beijo longo que o deixou sem fôlego e com as mãos continuou mexendo em suas calças – ha… – estava ofegante – pare, não podemos fazer isso – ele forçou parar o ato da moça.

Depois de muito tentar ela consegue tirar a calça de William, voltou a beijá-lo no pescoço e pode sentir o volume da cueca ao se esfregar nele. Ela parecia ter o dominado, pois voltará a beijar o peitoral dele, depois desceu pela barriga e ele não rejeitou a ação. A moça resolveu parar, olhar para o rosto do administrador e ficou desapontada ao perceber que estava dormindo. Cutucou-o, mas nada dele acordar, deitou na cama e esperou um pouco, mas foi em vão. Pensou em ir para a sala descansar lá, porém achou melhor dormir com ele, mesmo não tendo acontecido nada no momento, mas não perderia a chance de dormir ao lado do homem que atraiu sua atenção. Deitou ao lado dele, o abraçou e dormiu.

Ao acordar William estava com a mente pesada, olhou para o lado e encontrou uma mulher atraente deitada e apenas de lingerie. Preocupado levantou e foi em direção ao banheiro, porém sua calça caíra o fazendo desequilibrar e tocar o chão. Isso provocou barulho, acabou acordando a moça sem entender o que havia acontecido. Ele se levantou rapidamente, vestiu a pouca roupa que tinha no momento e seguiu seu rumo. Ísis se adiantou aproveitou que William estava no banheiro, fechou a porta, escondeu a chave em uma gaveta do móvel e deitou na cama de forma atraente, deixando seu corpo à mostra.

William molhou o rosto, olhou seu reflexo no espelho e ficou a pensar no que havia acontecido, pensou em tomar um banho, porém preferiu esperar a moça sair do quarto para ficar mais a vontade. Depois de escovar os dentes voltou para o quarto e observou que Ísis estava deitada na cama de forma atraente, o fazendo paralisar e falou:

– O que está fazendo? Ficou maluca? – ele franziu a testa.

– Fiquei maluca por você – ela sorriu e sentou na cama o chamando de forma sexy – vem fica comigo.

– O que aconteceu ontem à noite? Não me lembro de nada – ele colocou uma das mãos sobre a cabeça mostrando preocupação.

– Não deu tempo de acontecer muita coisa, pois você adormeceu – ela o olhava de cima a baixo.

– E não vai acontecer nada – ele se dirigiu até a porta, mas ficou desapontado ao perceber que estava trancada, procurou a chave, porém não teve sucesso – o que fizeste aqui, cadê a chave da porta? – ele se virou para a moça deitada na cama.

– Eu não fiz nada de mais, venha ficar aqui comigo, esqueça a chave – ela deu um sorriso pequeno, porém malicioso.

– Pare a brincadeira agora mesmo, me de a chave, já está na hora da senhorita ir para casa – ele falou em um tom irritado e forte. Ela se levantou e foi ao encontro dele.

– A brincadeira ainda não começou – ela o agarrou pretendendo beijá-lo, mas ele a repreendeu – deixa, vamos nos divertir – ele a afastou com as mãos.

– Você é muito jovem, deve ter bebido de mais ontem, assim como eu – ele percebeu que o vestido dela estava jogado sobre uma cadeira. O pegou e resolveu entregar a ela – pegue seu vestido, o que mais for seu e me deixe tomar um banho e… – William fora interrompido, pois a moça foi para cima dele e deu um beijo forte – ficou maluca?

Ela o arrastou para a cama, subiu em cima dele como havia feito na madrugada passada. Ele empurrou Ísis com força, não pretendia machucá-la, mas estava ficando irritado. Ela não parava de beijá-lo, o acariciava com as mãos e desejava que ele fizesse o mesmo. William a agarrou com a mão forte, se virou, ficou encima dela e retribuiu os beijos, agora no pescoço bem divaga. Depois começou a acariciar as pernas dela com delicadeza a deixando arrepiada, estavam com os lábios quase encostados, olhos nos olhos. Ele pegou as mãos dela, levantando seus braços, pegou a gravata que estava no criado mudo e a amarrou na cama. Ísis sorriu e fez um movimento querendo beijar William, porém ele não deixou. Antes de se levantar deu um beijo forte que a deixou sem fôlego, se levantou e foi procurar a chave.

– Ei! Vai me deixar aqui assim? – Ísis não estava muito feliz.

– Vou procurar a chave, sair desse quarto, tomar um banho e só depois solto a senhorita – mesmo com raiva ele não deixava de ser educado.

– Pare com isso, aproveita o momento. Meu primo falou muito de você sabia? – ele não ligou para o que ela disse, continuou procurando a chave e olhando embaixo da cama – disse que você é um grande empresário, rico, bom já percebi quando entrei no seu apartamento. Sei também que faz oito anos que não tem relacionamento com nenhuma mulher e… – William a interrompeu.

– Me poupe do que seu primo lhe disse, seja lá o que ele tenha dito a senhorita. Caramba, onde enfiaste essa chave? Diga-me onde? – ele falou irritado olhando para a moça amarrada na cama.

– Não vou dizer onde está me solte que eu pego ela para você – ela fez uma cara de confiança, porém não o convenceu.

– Não farei isso. Olha já estou irritado com isso, quer-me dizer onde está? – ele se voltou para o móvel perto da janela, mexeu em uma das gavetas e encontrou finalmente o objeto tão desejado. Abriu a porta, saiu do quarto e deixou a moça sozinha.

– Ei, volte aqui. Não me deixe sozinha, me desamarre, por favor – ela falou um pouco alto.

– Só depois que eu fizer o que disse, vou tomar um banho, me arrumar ai soltarei você – ele falou no mesmo tom que ela, deixando-a irritada.

Ele passou pela cozinha, tomou um pouco de água e voltou para o quarto. Olhou para a mulher deitada na cama, ela era muito atraente, com belas pernas, mas ele não pretendia fazer nada com ela. O que ocorreu ontem e hoje já fora o bastante para ele. William pegou algumas peças de roupa, se dirigiu ao banheiro, se despiu e entrou no chuveiro. De lá dava para ouvir Ísis reclamar de estar daquela maneira no quarto dele, o chamou várias vezes, porém ele resolveu não dar bola e se concentrou no banho. Vestiu uma camiseta azul, calça de moletom cinza, olhou no espelho, pegou um pente que estava ao lado da pia e penteou o cabelo, mas logo depois o desarrumara deixando com um ar despojado. William entrou no quarto, deixando o local com perfume e tratou logo de calçar seus chinelos. Ele olhou para a moça deitada na cama, estava calada e resolveu falar:

– Eu solto você se prometer não fazer mais nada. Vou deixar você tomar banho, lá tem uma toalha para ti, só não tenho roupa feminina aqui – ele coçou sua cabeça mostrando preocupação.

– Prometo não fazer mais nada que lhe desagrade. Quanto ao que eu vestir, não se preocupe, me deixe tomar um banho e ver algo no seu armário, me viro como der.

– Tudo bem, mas olha lá em. Tenha juízo, vou ver algo para comermos.

Ele desamarrou a moça que nada fez apenas se levantou e foi até o banheiro. William foi até a cozinha, abriu a geladeira, observou que não tinha muita coisa e resolveu ir até a padaria do Sr. Jeremias para comprar algo para tomarem café. Saio do prédio pelo elevador e logo estava no estabelecimento do amigo escolhendo bolo e pão. O dono do local apareceu para falar com William:

– Que bom vê-lo aqui, tenho uma coisa para lhe contar – o Sr. Jeremias estava alegre.

– O que se trata? – William mostrou interesse.

– Minha filha está grávida. A família vai aumentar – ele sorriu.

– Parabéns, vai ser vovô – William deu um abraço no amigo e depois uma pequena olhada na moça atrás do balcão que arrumava uma prateleira, ela não parecia feliz – vou indo, tenho visita em casa.

William pegou suas compras, subiu rapidamente para o apartamento, fez café e arrumou a mesa. Dirigiu-se ao seu quarto, mas antes de entrar bateu na porta, porém percebeu que estava entreaberta. Ele entrou, não encontrou ninguém lá, então resolveu procurar Ísis, para sua surpresa ela estava sentada no sofá da sala. Olhou mais atentamente e percebeu que ela estava vestindo uma de suas camisas sociais, era a listrada preto com banco, tinha arregaçado as mangas e na cintura possuía uma corrente. Ísis conseguira ficar bonita mesmo com roupa masculina que transformara em um belo vestido que combinou muito bem com sua sandália de festa. William chamou a moça gentilmente para tomar café e ficaram em silencio. Ele não parava de olhar para ela, parecia que estava encantado. Após comerem Ísis agradeceu a hospitalidade, pegou suas coisas, foi embora, mas antes de ir entregou a William um pequeno bilhete e deu um beijo na bochecha dele. Ele fechou a porta e viu que no pequeno papel estava escrito um número de telefone, dobrou-o e guardou no bolso da calça.

Não sabia o porquê de não ter mandado Ísis embora logo cedo quando a encontrou deitada ao seu lado, mas não se lembrava de muita coisa da noite passada, pois havia bebido de mais. Olhou para o relógio antigo de madeira pendurado na sala que marcava 13:00 da tarde, era domingo, resolveu ficar em casa e se recuperar do acontecido da noite passada. Desligou o telefone para não receber nenhuma ligação, foi para o quarto, ligou a TV e ao deitar na cama sentiu o cheiro do perfume de Ísis e ficou com a imagem dela em sua mente pelo resto do dia.

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