Jardim Brasil [ep. 10]: Escolha ou falta de opção?
GARDÊNIA – CARLOS AUGUSTO JÚNIOR
“Escolha ou falta de opção”
O sol já começara a invadir vagarosamente o quarto de Gardênia. Aquele lugar não estava tão escuro como estivera há 10 minutos, porém a tranquilidade era a mesma, até se ouvir o barulho da porta abrindo-se. Era Carminha, sua mãe, que a ajudara a despertar.
– Gardênia minha filha! Acorde! Já são mais de seis da manhã, lembra que você tem que ir até o novo serviço que lhe arrumei? – falou cutucando-a.
– Tudo bem mãe, já estou levantando. – respondeu a jovem.
Em dez minutos Gardênia já estava pronta tomando café com sua mãe, que lhe dava várias instruções a respeito da nova patroa. Assim que terminou de fazer sua refeição Gardênia levantou-se rapidamente e se dirigiu até a porta. No momento que abriu a porta para sair, a moça viu uma moto estacionar bem a sua frente. Era seu melhor amigo, Ramon.
– Não acredito… Eu disse que não precisava vir me buscar – ela falou.
– E desde quando te obedeço ahn? – fala Ramon entregando o capacete para sua amiga.
Gardênia não rejeitou a carona e logo subiu na moto e seguiram. Ela foi indicando o caminho a Ramon. Em poucos minutos já estavam em frente a casa onde Gardênia iria trabalhar.
– Então você está entregue, bom trabalho! – falou abraçando a amiga.
– Obrigada pela carona.
– Me agradeça ligando para eu vir buscar você – falou acelerando a moto.
Gardênia ainda tentou contestar o pedido do amigo, porém ele foi mais rápido em ir embora. Agora sozinha Gardênia se dirige até a porta de entrada da casa. É recebida pela nova patroa.
– Bom dia dona Luíza! – falou Gardênia cumprimentando a bela senhora a sua frente.
– Bom dia! Seu nome é…
– Gardênia – respondeu a mais jovem.
– Sim Gardênia… Sua mãe havia me falado, vamos até a cozinha para que eu lhe dê algumas orientações – disse Luíza se direcionando-a à cozinha.
Em alguns minutos Luíza já havia repassado todas as orientações a sua nova empregada e havia lhe dito que iria trabalhar. Logo a dona da casa foi embora e deixou Gardênia aparentemente sozinha. A manhã começou a passar como de costume, pois Gardênia já havia trabalhado em outras casas anteriormente. Após limpar toda a casa a moça foi cozinhar, seguindo o que sua patroa havia pedido, foi quando ouviu uma voz masculina.
– Bom dia! – falou Lucas, filho de Luíza.
– Oi! Você é Lucas, o filho da patroa? – indagou Gardênia.
– Sim. E você quem é? – perguntou Lucas.
– Gardênia, a nova empregada – respondeu a moça estendendo sua mão para cumprimentar o garoto a sua frente.
Lucas segurou a mão da garota e a beijou delicadamente, deixando a moça um pouco envergonhada. Após isso Lucas foi até sua geladeira e pegou um copo de suco e um pão para que pudesse tomar café.
– Olha, geralmente eu tomo café na sala vendo TV, mas hoje vou preferir ficar aqui na cozinha com você – falou Lucas sorrindo para Gardênia, que ficou em silêncio. cozinha com você de suco e edidoe foi mais
A moça segue fazendo seu trabalho enquanto era observada em silêncio por Lucas.
– Você não estuda? – perguntou Gardênia.
– Sim, eu faço psicologia na UFPI, aqui mesmo na cidade. E você?
– Eu estudo a noite, por conta do trabalho.
– Deve ser bem cansativo estudar e trabalhar.
– É sim, mas eu preciso ajudar minha mãe, ela sofre de hipertensão e os remédios são caros demais.
– Entendi.
Os dois seguiram conversando por horas. Lucas havia simpatizado muito com Gardênia e os assuntos fluíam com facilidade entre os dois. Logo chegou a hora do almoço e dona Luíza já estava de volta. Gardênia serviu mãe e filho e se retirou para a cozinha. À tarde a moça encontrou-se sozinha, pois sua patroa havia voltado a seu trabalho e Lucas tinha ido para faculdade. Aquele período passou vagarosamente e Gardênia até sentiu falta das conversas de Lucas.
Como combinado com sua patroa, Gardênia foi embora às 4h da tarde, assim que Luíza voltou do trabalho. No instante em que saiu, a moça foi logo ligando para seu amigo Ramon, que não demorou a chegar, logo os dois estavam voltando para casa na moto do garoto.
Ramon deixou sua amiga em casa, os dois se despediram com um abraço e Gardênia pediu que seu amigo viesse a sua casa a noite depois que ela chegasse da escola. A garota então entrou em sua casa e foi tomar banho.
***
À noite, depois que voltou da escola, Gardênia aguardava Ramon sentada no sofá com sua mãe. As duas estavam vendo uma telenovela. Ramon bate na porta da casa e Gardênia corre para abrir. Ela o convida para ir ao seu quarto. Lá iniciaram uma partida de dominó e também conversavam.
– Me fala, como foi o dia lá no seu novo trabalho? – perguntou Ramon curioso.
– Foi normal… A patroa é bem legal. – falou Gardênia sem muito ânimo.
– Ela tem marido? Filhos pequenos? – indagou o rapaz.
– É separada e tem um filho… Um gato sabe? – falou Gardênia feliz em falar do rapaz que conhecera.
– Não… Não sei Gardênia – falou Ramon irritado.
– Calma Ramon!
– Melhor eu ir embora… Já está tarde e amanhã nós dois acordaremos cedo.
Os dois se despediram, a moça foi levar seu amigo até a porta e ele avisou que viria busca-la logo cedo, Gardênia nem o questionou.
***
Em seu segundo dia de trabalho, Gardênia notou algo de diferente, era Lucas que já estava de pé assim que ela chegou, porém o rapaz não falou com ela até que sua mãe saísse para trabalhar. Assim que Luíza saiu Lucas correu para cozinha, onde Gardênia estava.
– Bom dia minha flor favorita – disse Lucas tocando o ombro de Gardênia.
– Bom dia seu Lucas – respondeu a moça sorrindo meio sem graça.
– Aí não, por favor, retire esse “Seu”, tenho quase a mesma idade que você.
– Tudo bem… Lucas – falou a moça.
Lucas então foi para sala ver TV, enquanto Gardênia ficou cumprindo seus afazeres, porém após alguns minutos o rapaz estava de volta na cozinha e estava parado em pé bem a frente de Gardênia.
– Oi seu… Quer dizer Lucas… Tá precisando de alguma coisa? – indagou a jovem assustada.
– Sabe o que é? Eu não paro de pensar desde ontem em você – disse Lucas, tocando uma mecha do cabelo da moça.
– Lucas é melhor n…
Gardênia foi impedida de continuar a falar pelos hábeis lábios de Lucas, que tomaram os seus. Os dois se entregaram a um beijo intenso em duradouro, que se transformou em carícias. Gardênia ainda tentou que aquilo não prosseguisse, mas era mais forte que ela e quando se deu conta Lucas já havia a levado para seu quarto e os dois estavam na cama do rapaz.
– Calma Lucas… Eu não posso… – disse Gardênia tentando fugir das investidas do filho de sua patroa.
– Claro que pode, minha mãe só volta no almoço – disse Lucas beijando Gardênia.
Gardênia tentou fugir daquela atração, daquele desejo momentâneo, mas não conseguiu, acabou se entregando para Lucas, que a amou de forma doce e quente simultaneamente. Após o ato sexual, Gardênia parecia estar pensativa nos braços de seu novo amor.
– Ei você deve estar pensando que eu só queria isso né? – indagou Lucas levantando da cama.
Gardênia apenas o observava em silêncio, o rapaz havia levantado e agora puxava Gardênia para próximo de si, logo em seguida ajoelhou-se próximo a ela e segurou sua mão.
– Gardênia eu quero que saiba que não foi só isso. Eu quero muito que aceite… Namorar comigo.
Gardênia ficou muito surpresa com o pedido do rapaz, na verdade era tudo o que queria ouvir, mas não imaginava que seria ali naquele momento.
– É claro que aceito… Namorado! – respondeu a garota.
O casal então se beijou comemorando o namoro.
***
Já em casa, Gardênia estava distante e sem dar atenção a seu amigo Ramon, que lhe contava várias situações que lhe aconteceram durante aquele dia.
– Hey você não está prestando atenção no que te falo – reclamou Ramon.
– Ai amigo é que aconteceu algo incrível comigo, preciso contar pra alguém – disse a moça animada.
– Então conta logo! – pediu Ramon com curiosidade.
– Eu e o Lucas… Rolou.
– Como assim rolou? – indagou Ramon assustado.
– A gente acabou transando e ele me pediu em namoro.
– Como assim? Você é louca? Ficou com o cara dois dias depois de conhecer ele? – falou o amigo com indignação.
– Foi amor Ramon… Não fala de mim como se eu fosse uma qualquer – falou Gardênia irritada.
– Então não se comporte como uma qualquer.
– Você está passando dos limites, eu não vou deixar que você me ofenda.
– Tudo bem eu vou embora
Ramon saiu batendo a porta tentando conter um choro eminente, que só seria aliviado em seu quarto sozinho.
***
As semanas seguintes seguiram um padrão na vida de Gardênia. A moça sempre estava sentindo a falta de seu melhor amigo Ramon. Ela o telefonava todos os dias, mas o rapaz ignorava suas chamadas. Na casa da patroa, encontrava todos os dias com Lucas. Estavam muito apaixonados e faziam planos.
A jovem estava muito feliz com tudo o que havia acontecido, mas algo a preocupava: a sua menstruação estava atrasada. Sempre teve atrasos, mas esse estava se estendendo muito. Após duas semanas desse atraso decidiu fazer um teste de gravidez, que apontou para um resultado positivo.
A princípio Gardênia ficou em choque, entrou em desespero, mas com calma pensou que uma criança poderia uni-la ainda mais a seu namorado, por isso decidiu contar a ele a novidade. Esperou o momento em que estavam sozinhos e decidiu contar.
– Lucas nós precisamos conversar sobre um assunto sério – falou a moça.
– Fala meu amor – disse Lucas beijando sua namorada.
– Bom não tem como eu falar isso de uma forma menos impactante, por isso vou falar sem rodeios. Eu tô grávida!
Lucas ficou quieto e pensativo por alguns minutos. Aquela notícia havia o abalado profundamente.
– Você está bem Lucas? – indagou Gardênia preocupada com seu namorado.
– Sim, tá tudo bem – respondeu Lucas, – A gente vai dar um jeito.
– Como assim a gente vai dar um jeito? Lucas eu estou te falando de uma criança.
– Eu sei, mas nós somos muito jovens… – falou Lucas.
– Nem começa… Eu vou embora. Já terminei meu serviço, então pensa e amanhã nos falamos… – disse Gardênia para depois sair dali chorando.
***
No dia seguinte Gardênia seguiu para seu trabalho normalmente, mas se assustou com o que viu ao chegar. Lucas estava sentado no sofá com uma aparência aflita, ao seu lado estava sua mãe, que levantou assim que sua funcionária chegou.
– Eu vou ser bem direta, quanto você quer para não ter esse filho? – falou Luíza friamente.
Gardênia olhou para Lucas e viu o garoto de cabeça baixa, sem olhar em seus olhos, ela estava horrorizada com o que ouvira de sua patroa.
– Eu não quero dinheiro nenhum, eu vou ter o meu filho com ou sem a ajuda de vocês! – falou com firmeza na voz.
– Ah vamos garota, todo mundo tem um preço. Qual o seu? – falou Luíza.
– A vida do meu filho não tem preço – reafirmou sua posição Gardênia.
– Dez mil reais. O que acha? – insistiu a mãe de Lucas.
– Eu tenho nojo de vocês… Pode ficar com seu dinheiro, o meu filho vai ser só meu. Vou embora e não volto mais aqui – disse Gardênia saindo dali com indignação.
– Gardênia, espera… – disse Lucas tentando sair atrás da moça.
– Se você for atrás dela, você trate de não voltar – ameaçou a mãe do rapaz.
Lucas então voltou para o sofá onde estava ficando inconformada com tal situação.
***
Gardênia chorava deitada em sua cama, enquanto ligava para Ramon, que continuou a não atendê-la. A moça insistia na ligação, até que decidiu deixar um recado na caixa postal.
– Ramon, eu estou precisando muito de você. Vem aqui em casa, por favor – falou a moça chorando em sua fala.
Após dez minutos Ramon já estava batendo na porta de seu quarto.
– Gardênia? – chamou ele.
Ramon então recebeu de repente um forte abraço de sua amiga que não parava de chorar. Gardênia agora se sentia mais calma, o abraço de seu amigo sempre a fazia bem.
– Conta meu amor. O que aconteceu? – pediu Ramon.
Gardênia deixou vagarosamente o abraço de seu amigo, para que o olhasse nos olhos. Limpou suas lágrimas e começou a contar o que havia lhe acontecido.
– Você sabe que eu e o Lucas estávamos namorando… – falou ela ainda chorando.
– Sim e daí, o que ele te fez?
– Eu tô grávida Ramon. Eu engravidei de Lucas e ele nem quer saber dessa criança.
Nesse momento a porta do quarto de Gardênia foi aberta repentinamente, assustando os dois amigos que conversavam. Era dona Carminha, a mãe de Gardênia, que havia ouvido tudo aquilo e aparentava estar bastante nervosa.
– Eu escutei direito? Você está grávida Gardênia? – falou Carminha alterada e chorando.
– Calma mãe.
– Eu não posso ficar calma, você sabe a dificuldade que passamos pra ter o que comer. Como vamos criar uma criança? – disse Carminha sentindo uma forte dor no peito e desmaiando.
– Mãe! – gritou Gardênia, indo ajudar a levantar sua mãe.
***
Gardênia e Lucas aguardavam nervosos alguma informação de dona Carminha, quando um médico se aproximou dos dois.
– Então doutor, e minha mãe? – indagou Gardênia.
– Bom, a dona Maria do Carmo sofreu um infarto e é preciso que seja operada o mais rápido possível, porém a cirurgia custa muito caro.
– Como assim caro? – indagou Ramon
– Seis mil reais – respondeu o médico.
– A gente não tem esse dinheiro todo – afirmou Ramon.
– O máximo que o hospital pode fazer é dividir a dívida em duas parcelas.
– Eu consigo o dinheiro. Pode operar – disse Gardênia.
O médico então se retirou. Ramon perguntou como Gardênia conseguiria o dinheiro. A moça não o respondeu, apenas pediu ao amigo que ficasse no hospital, enquanto ela iria conseguir o dinheiro.
***
Gardênia sabia o que tinha que fazer e onde deveria ir, por isso logo estava tocando a campainha da casa da ex-patroa. Em poucos segundos a porta foi aberta rapidamente, então a moça encontrou o rosto da mãe de Lucas bem a sua frente.
– Mas eu tinha certeza que você voltaria, só não imaginei que fosse tão rápido. – falou Luíza sorrindo.
– Eu preciso de dinheiro, a minha mãe está no hospital. – falou Gardênia chorando.
– Você está disposta a tirar o bebê? – indagou Luíza seriamente.
– Sim – falou Gardênia esta única palavra como se fosse a pior coisa que já disse em sua vida.
– De quanto precisa?
– Seis mil reais.
– Certo eu tenho aqui a metade da quantia, a outra metade só darei depois que essa criança não existir mais – explicou Luíza.
– Tudo bem – concordou Gardênia.
***
Aquela noite Gardênia dormiu em uma cadeira do hospital, assim como seu amigo Ramon, que não havia saído ali de maneira alguma. O dia amanheceu e a moça saiu bem cedo enquanto Ramon ainda dormia em uma cadeira, porém a moça não percebeu quando amigo também levantou e seguiu seus passos. Ele percebeu que Gardênia havia entrado em um taxi, o garoto então subiu em sua moto e seguiu a amiga até a casa de Lucas. Ramon estranhou, mas ficou esperando, até que o carro de Luíza saiu da garagem. Ramon então decidiu segui-lo.
A perseguição durou muito tempo, pois o destino final era muito distante e se tratava de uma casa aparentemente normal. Como já era esperado por Ramon, desceram do carro Gardênia e Luíza e logo entraram na casa. Ramon correu até a entrada, porém foi barrado por um segurança logo na porta.
– Eu preciso entrar, tenho que falar com a moça que acabou de entrar – disse Ramon tentando convencer o desconhecido.
– Já sei… Você é o namorado dela e acabou se arrependendo e vai pedir pra ela não abortar o filho de vocês – disse o segurança.
Ramon ficou desesperado com o que ouviu, mas tentou manter a calma e confirmar o que homem havia pensado a seu respeito.
– Olha, eu vou deixar você entrar… Eu não devia, mas é tão raro um homem tomar uma atitude dessas assim na última hora… Vai lá – disse o segurança liberando a passagem.
Ramon correu rapidamente para dentro daquele local a procura de sua amiga, porém não a encontrou, viu apenas Luíza e logo reconheceu que se tratava da ex-patroa de Gardênia.
– Eu sei que você tem dedo nisso… Onde está a Gardênia? – ordenou o rapaz a Luíza.
– Quem você pensa que é pra falar assim comigo, eu nem conheço você garoto – respondeu a mulher rispidamente.
– Eu sou a pessoa que mais ama a Gardênia e eu vou impedir que ela faça essa burrada.
– Não faço ideia do que você está falando – mentiu a mãe de Lucas.
– Gardênia!!! – gritou Ramon. – Não faz isso linda, eu te ajudo a cuidar dessa criança… Eu juro que te ajudo.
– Segurança tira esse rapaz louco daqui, ele está atrapalhando o bom funcionamento desse ambiente – disse Luíza.
Depois disso o que se viu foi Ramon desesperado tentando se livrar dos dois homens que lhe levavam para fora dali. O jovem continuava a gritar Gardênia pedindo que a moça não fizesse o aborto. Os dois seguranças o jogaram em uma calçada em frente à “clínica”. O rapaz ficou plantado ali aguardando Gardênia aparecer.
Ficou esperando por mais de uma hora, quando avistou Gardênia sair do local apoiada por Luíza. Ele correu ao seu encontro.
– Oh meu amor, o que você fez? – perguntou Ramon chorando muito.
– Eu sou um monstro, eu matei meu nenenzinho… – disse Gardênia, chorando nos braços de Ramon.
– Calma, eu sei que você teve motivos – falou Ramon, tentando entender a amiga.
– Meu bebê… – falava a moça delirando até desmaiar.
– Ajuda, vamos levar ela no hospital, ela desmaiou – falou Ramon a Luíza.
Luíza ajudou os dois e os levou até o hospital.
***
Gardênia já havia sido medicada e ainda estava desacordada. Ramon estava pegando na mão direita da moça, enquanto a observava. Ela abriu os olhos e sorriu olhando fixamente em seus olhos.
– Obrigada tá – falou ela.
– Obrigada pelo que? Eu não fiz nada – disse Ramon beijando a testa da moça.
– Por existir, por cuidar de mim.
– Para, assim eu fico sem graça, se eu faço isso é por que eu… Te amo – disse Ramon com vergonha.
– Pode falar. Vem aqui perto – pediu a moça. – Hoje eu percebi uma coisa, só você pode me faz feliz. Você está sempre comigo.
– Então você está certa.
***
Dois anos depois.
Gardênia e Ramon acabaram se entendendo com o tempo e estão casados há quase um ano. O casal recebeu a notícia de que não podem ter filhos, por uma complicação em Gardênia depois do aborto. O casal decidiu o caminho da adoção. Gardênia estava encantada com as várias crianças, assim como Ramon, assim que chegaram, uma garotinha de quatro anos havia se aproximado dos dois.
– Oi gatinha! Qual o seu nome? – perguntou Ramon encantado.
– Clara – respondeu a pequena garotinha.
– Vem aqui Clara – pediu Gardênia, enquanto se ajoelhava perto da garotinha.
No mesmo instante a menina abraçou a mulher de Ramon.
– Ai que linda você é. Me deixa cuidar de você. Deixa eu ser a sua mãe.
A pequena Clara respondeu com um lindo sorriso e com apenas duas palavras :
– Claro mamãe!
Gardênia chorou emocionada e abraçou sua filha. Ramon também se uniu ao abraço, e deu um beijo de carinho em Clara para depois beijar Gardênia com amor.
Autor: Rodrigo Gomes
Data de publicação: 13 de março
Há erros na pontuação, você deveria tomar mais cuidado com isso e também descrever melhor as sensações de cada personagem.
Já até entendi o motivo de Ramon ficar irritado com o comentário de Gardênia. Obviamente também deu para sentir que não era só amizade que Lucas queria. Ocorreu um erro de digitação que eu sequer consegui decifrar. Não sei se foi responsabilidade sua, pode não ter sido, porque quando envivei meu texto, ele foi agendado diferente do que mandei (sei lá qual é a razão). Se te ajuda, é esse trecho aqui: “cozinha com você de suco e edidoe foi mais”.
Eu não sei se foi o que pareceu, mas estou supondo que Lucas tem vergonha de tratar a empregada como “amiga” na frente da mãe.
Cara, que relacionamento é esse? Começou todo fora de ordem (não estou me queixando da estrutura do texto, mas da atitude dos personagens mesmo)! Isso vai dar errado. Tô dizendo. Essa é minha aposta. Gardênia diz que é amor, mas duvido que ela saiba o que é isso.
Caraca! O teste deu positivo! Quando você pensa que não pode ficar pior… Isso vai dar ruim, certeza.
Os sentimentos dos personagens não foram muito bem desenvolvidos. Na verdade, não os de Gardênia. Os de Ramon ficaram mais expressos ao londo do texto. Apesar de Lucas até demonstrar gostar da garota, dá para perceber que ele é um moleque, não um homem.
Luíza também se mostrou apenas uma dondoca que acha que conseguirá tudo através do dinheiro.
Eu estou achando que Gardênia vai abortar a fim de salvar a vida da mãe, não sei…
Ocorreu repetição de palavras e isso poderia ter sido evitado. Houve marca de oralidade através da repetição dos pontos de exclamação. Entendo que foi para intensificar, mas não é necessário.
Bem, esta cena do aborto foi bem desagradável (isso é bom, porque me provocou emoção). Gardênia não queria ter feito aquilo, mas teve que optar em sacrificar uma vida para salvar outra… Entretanto, a cena no hospital não transmitiu o romantismo que poderia. Acredito que esta parte conseguiria render muito mais no quesito de tocar o leitor.
O texto ficou bom, mas acredito na sua capacidade de aprimoramento. A valorização da vida é algo a se refletir, de fato. Ética e valores foram postos em jogo, cada um reagiria à situação de forma diferente. É fácil julgar, mas muita gente faria como Gardênia ou pior (em questão das escolhas que precedem o momento de mais tensão). Parabéns pela sua obra! Sucesso!
Você apresenta um tema um tanto quanto polêmico e coloca a Gardênia numa situação um tanto conflituosa. “Escolha ou falta de opção?” não é um título atrativo, porém elucidativo para a proposta do seu texto. Quando você dá à sua personagem a opção de salvar a mãe e abrir mão em ter um filho a coloca numa encruzilhada, a coloca na parede. A decisão dele não é fácil. Você a livra de um julgamento quando, no primeiro momento, ela não aceita abortar mesmo com a gorda oferta em dinheiro que a mãe do Lucas oferece. Você foi muito coerente por ter levado a história por este caminho e deixa nas mãos do leitor qualquer que seja o julgamento sobre a Gardênia.
Parabéns pela história e pela sensibilidade com que tratou o assunto!
que honra um coment´ario seu Domingos, fico muito feliz, obrigado pela valorosa analise, muito obrigado pelo comentario que bom que lhe agradou.
Uma história que renderia até mais do que um episódio. O casal Gardênia e Ramon é muito bonito, fiquei torcendo por eles, ainda mais depois das atitudes vergonhosas de Luiza e Lucas…A situação do aborto é uma dura realidade para algumas mulheres, e rende vários debates, espero que deem a atenção devida para esse episódio! Parabéns pela sua história, foi correta e muito agradável de se ler!
Ow é sério??? Tem um comentário??? Obrigado amigo pelo comentário e por ter doado o seu tempo para a leitura do episódio feito por mim…Sim Gardênia e Ramon são um amorzinho…Que bom que o episódio lhe agradou… Obrigado mesmo por todos os elogios.