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Homicídios

HOMICÍDIOS – Episódio 3- “Adoro um desafio. Um caso perfeito, um assassinato sem pistas!”

 

Cena 1 – Cemitério Nossa Senhora da Conceição – túmulo de Ulisses Gurgel; exterior/manhã:

Após as primeiras investigações rotineiras para um crime, Marcelo e Luiz, sentados em um banco da pequena capela, conversavam. Nesse momento o relógio batia oito da manhã…

Marcelo: Dois crimes, um depois do outro, dois crimes perfeitos até agora! Merda!

Luiz: Vamos nos acalmar e continuar interrogando e investigando ok? Algo vai aparecer!

Marcelo tentou sorrir, mas sua raiva o dominava.

Marcelo: Ok! Vai! Seu otimismo às vezes me irrita, mas também me anima. Vamos!

Marcelo bate nas costas de Luiz e os dois vão para a cena do crime.

Cena 2 – Banca de Jornal Barragens – sala de estoque; interior/tarde:

Enquanto dezenas de pessoas gritavam lá fora, Bartolomeu, o empregado de Seu José, carregava jornais empilhados, mas ao chegar à porta, não conseguia abrí-la e tudo caía no chão. De repente Seu José chega furioso na sala.

José: Anda Bartolomeu! Leva o jornal da região lá que por causa dessa bendita matéria da Karla Loreto vamos lucrar e muito.

Bartolomeu: Sim senhor! To indo!Eu trabalho aqui e na pousada! Tô cansado!

Com cara de abobado Bartolomeu sai da sala de estoque e se ouvem comemorações e gritos. Seu José tira dezenas de notas do bolso e começa a contar enquanto sorri de orelha a orelha.

Enquanto isso, do lado de fora da banca de jornal e revistas, dezenas de moradores da vila gritavam e batiam o pé, em direção ao Posto Policial da Vila Barragens. Mas no meio do caminho, alguns policiais os detém.

Geórgia: Vocês não podem nos calar! Não podem!

Enquanto Geórgia, a maior fofoqueira da cidade gritava, Marcelo e Luiz olhavam da janela da sala do delegado.

Marcelo: Só tem um jeito de acabar com esse alvoroço! Com medidas drásticas!

Luiz observa espantado enquanto Marcelo pega o telefone.

Marcelo: Alô? Delegado Marcelo Lopes! Sim esse! Preciso urgente de uma…

23 DE JANEIRO DE 2016 – SÁBADO

Cena 3 – Praça Ulisses Gurgel – área livre; exterior/manhã:

Quase toda a população da vila ali se encontrava quando Marcelo se pôs a falar com um microfone. Mas o barulho ainda era alto.

Marcelo: Silêncio! Por favor, vamos nos acalmar e ouvir. Tenho eu, uma boa notícia para todos os cidadãos da vila Barragens!

Muitos se calaram, mas ainda ouviam-se murmurinhos, mas era o suficiente para Marcelo falar.

Marcelo: Como sabem, há um assassino solto aqui ou nas redondezas, e ele já cometeu dois crimes. Para que possamos detê-los e assegurar-lhes, apresentamos a nova Junta Policial da Vila Barragens.

Nesse momento, aproximadamente 50 policiais e guardas subiram no coreto ao som de aplausos, atrás deles, sete pessoas com a camisa que denunciava: Polícia Investigadora.

Marcelo: E além desses 57 profissionais, hoje a tarde chegará à cidade um detetive que ficará encarregado oficialmente do caso, ele é o melhor do estado!

Mais aplausos. Marcelo agradeceu se curvando e voltou à delegacia, os policiais o imitaram.

Cena 4 – Pousada Sorriso de Barragens – entrada; interior/tarde:

Aproximadamente duas da tarde Theo chegava à pousada. Com uma corrente no pescoço que carregava um distintivo de detetive-inspetor, Theo adentrou lentamente a recepção da pousada da qual recebera o endereço.

Recepcionista: Boa tarde! No que posso ajudá-lo?

Theo: Boa tarde! Fiz uma reserva.

Recepcionista: Qual o nome?

Theo: Theo Tavares Oliveira.

Theo repara no nome na camisa da mulher e identifica Nadir, ou seja, seu nome.

Nadir: Não, não há nenhuma reserva!

Theo: Certeza?

Nadir estende a tabela de reservas para que ele mesmo veja.

Nadir (pensando): Gente desconfiada!

De repente Theo dá uma risada e estenda a tabela para Nadir, apontando a reserva de algum quarto.

Theo: Reserva do quarto dezessete no nome de…. Sherlock Holmes!

Ele solta uma gargalhada ainda maior. A mulher sem entender nada permanece séria. Ao perceber a seriedade e ao mesmo tempo a “lerdeza” da mulher, ele parou de rir e se concentrou.

Theo: Por acaso foi o sargento Luiz que fez esta reserva?

Nadir: Sim foi ele. Agora me lembro. Espere um minuto.

Ela pega um caderninho moleskine e abre em uma página. Ela mostra a Theo: Sherlock Holmes = Theo Tavares Oliveira. Os dois sorriem e ela lhe entrega a chave.

Nadir: Chamarei um camareiro para levar o senhor até lá. Ele concordou com a cabeça.

No momento que o camareiro Bartolomeu e Theo saem da recepção, entra Olívia, que viera falar com a prima, chamada Nadir. Ela olha para Theo com atenção.

Olívia (pensando): O detetivesinho de araque já deu as caras! Droga!

Cena 5 – Praça Ulisses Gurgel – coreto; exterior/tarde:

Marcelo e Luiz analisavam novamente as proximidades do coreto quando Luiz vê Theo se aproximando.

Luiz (grita): Sherlock Holmes!

Marcelo: O que? Sherlock Holmes?

Luiz: Ele chegou! O Sherlock da vida real.

Marcelo olha na direção do novo parceiro e sente uma desagradável sensação.

Theo: Quase que perco a reserva. Nadir devia achar que Sherlock Holmes nunca viria!

Os dois riram e apertaram as mãos.

Marcelo: Theo Tavares Oliveira… Ou melhor, dizendo… Sherlock Holmes!É tão bom quanto ele?

Theo ri.

Luiz: Ele? Não chega nem perto mais…

Ele para de falar ao ver a cara de fúria de Theo, mas continua.

Luiz: Tem ótimas teorias, consegue descobrir muitas coisas, o único problema são as deduções. PÉSSIMAS!

Os dois amigos riem e Theo estende a mão a Marcelo que o cumprimenta.

Marcelo: Já dá pro gasto. Já começa hoje?

Theo sem responder se abaixa e começa a analisar o chão e de repente sai correndo até o coreto onde feliz da vida começa a engatinhar e pular.

Os dois observando, acabam caindo na gargalhada.

Marcelo: Espero que mantenha o entusiasmo até encontrar o criminoso. Ou melhor, com ânimo ou sem, espero que encontre o assassino!

Luiz (sorrindo): Vai encontrar!

Eles continuam a observar Theo.

Duas horas depois, Luiz já havia ido, mas Theo e Marcelo debatiam pistas e fatos.

Marcelo: Nada! Nada!

Theo: Adoro isso!

Marcelo se espantou.

Theo: Adoro um desafio. Um caso perfeito, um assassinato sem pistas!

Marcelo: Pois eu não! Prefiro um caso simples, e melhor ainda, um criminoso atrás das grades!

Ele sai rápido. A poucos metros, Geórgia, mesmo com 60 anos, engatinhava escondida de Theo. Ela pega o bloco de notas e escreve: Theo, em seu primeiro dia de investigações, não descobre nada e ainda discute com o delegado Marcelo!

Cena 6 – Banca de Jornal Barragens; exterior/tarde:

A banca, nesse dia bem menos movimentada, atendia três clientes enquanto várias pessoas passam pela rua. Karla Loreto, a jornalista que já tivera minutos de fama, procurava por novas informações. Nesse momento, Geórgia passa pela calçada e quando se aproxima de Karla arranca uma da folhas e entrega a ela e continua andando. Provavelmente ninguém viu. Karla lê e logo se anima e começa a gritar.

Karla: Ouçam todos! Ouçam!

Praticamente todos que passavam atraíram suas atenções para a jornalista.

Karla: Theo, em seu primeiro dia de investigações, não descobre nada e ainda discute com o delegado Marcelo!

Muitos se chocaram, alguns não deram importância. Karla percebeu que estavam indo embora.

Karla: É… Vamos lutar pela nossa segurança e trabalhar contra esse criminoso. Theo é um detetive de araque!

Muitos pararam e apoiaram Karla que gritava frases de efeito e se animava com a atenção que recebia.

No segundo andar, acima da banca, havia a pousada Sorriso de Barragens, que tinha os quartos 15 a 18 separados do resto do prédio. No apartamento 17, Theo ouvia e observava as frases contra ele. Ele ri e pensa:

Theo (pensando): Deixem gritar! Vou descobrir quem é essa pessoa! Ou eu não me chamo… Sherlock Holmes!

Ele muda seu nome e dá uma gargalhada ao lembrar-se da cena de algumas horas atrás.

Cena 7 – Praça Ulisses Gurgel – toda a praça á vista; exterior/tarde:

Quase 80 pessoas protestavam com gritos e cartazes feitos a mão e de última hora, o mais provocante dizia: “Theo e Marcelo, dupla de fracassados, subordinados e casal de idiotas! Era esse cartaz que Marcelo lia pela janela de sua casa, que se encontrava em cima da Quitanda Vieira. Ele estava furioso. Agora seus olhos seguiam o difícil percurso de Luiz que tentava chegar à casa do patrão, já que o avistara na janela. Quando tocou a companhia, levou uma “bolsada” de uma idosa. Ele percebeu que a porta estava aberta e entrou nervoso com o acontecimento e principalmente pelas risadas de Marcelo do segundo andar.

Cena 8 – Delegacia da Vila Barragens – sala de depoimentos e interrogatórios; interior/tarde:

Theo conduzia a reunião em que estavam presentes: Luiz, Marcelo, Margareth, Leonardo, Judith, Olívia, Túlio e Miranda, estes sete últimos sentados separadamente. Luiz, ao lado de Theo, se sentia importante.

Theo: Como devem saber vocês sete são considerados os principais suspeitos de cometerem dois assassinatos, decorridos nos dias 13 e 14 deste mês, matando Ulisses Gurgel e Gustavo Andrade respectivamente.

Margareth: Isso é um absurdo! Nunca mataria meu marido e nem conhecia o tal do coveiro,

Olívia se levantou. Theo percebeu que perderia o controle da situação.

Theo: Silêncio, por favor. Sentem-se. Farei uma pergunta apenas, a cada um de vocês e se responderem, é claro, dizendo a verdade, podem ir embora.

Olívia: Como vai saber se estamos dizendo a verdade?

Theo: Tenho meus métodos.

Theo e Luiz se olharam sorridentes.

Theo: Senhorita Margareth Taboas Gurgel, qual foi o motivo da última briga sua e de seu marido?

Margareth: Pessoais! Algo que não lhe deve respeito.

Theo: Ok! Pode aguarda um minuto?

Margareth: Certamente!

Theo: Ótimo! Senhor Leonardo Baptista Erthal, por que não gostava de Ulisses Gurgel?

Leonardo: Bem.. É que… Não ia com a cara dele! Apenas!

Theo: Espere junto de Margareth. Senhorita Maria Judith dos Santos Vaz, sua arma foi disparada em que dia?

Judith: Pensei ter visto um animal em uma caminhada. Atirei no chão e recolhi a bala.

Theo: Espere com os dois! Senhorita Olívia Wendy Gomes, por que ia ser demitida?

Olívia: Sim, eu seria. O patrão, no caso o senhor Ulisses, não estava satisfeito com meus serviços.

Theo: Sente-se e aguarde. Senhorita Ana Miranda Caminha, por que queria se vingar de Ulisses?

Miranda: Motivos pessoas e sem dúvida, financeiros! Simples!

Theo: Certo, o senhor Getúlio França Neves, conhecido como Túlio, por que tentava roubar o lugar de Ulisses?

Túlio: Apenas achava que ele não fazia um bom trabalho.

Theo: Senhor Marcelo Caches Lopes, por que chamava Ulisses de desgraçado e idiota?

Marcelo: Não gostava dele! Não merecia meus elogios!

Theo: Certo! Podem se levantar e ir embora…

Todos se levantavam e se dirigiam a porta, mas Theo inda falava.

Theo: Depois que disser duas palavras!

Todos pararam.

Theo: Todos mentiram!

Cena 9 – Casa da Família Gurgel – sala de estar; interior/noite:

Margareth vai até a porta. Ao abrí-la, aos poucos Marcelo, Olívia, Judith, Miranda, Leonardo e Túlio vão se despedindo e saindo.

Olívia: Foi muito boa nossa conversa! Abraço!

Cada um seguiu para um lado da vila.

Cena 10 – Pousada Sorriso de Barragens – Quarto 17; interior/madrugada:

Theo, que passara a noite na delegacia e posteriormente no bar, abriu a porta do quarto e entrou. Quando caiu na cama, sentou algo e ao se levantar encontrou uma carta. Ele abre a carta: “Querido detetive Theo Tavares, seu merda! Não vai descobrir quem sou eu! Não vai! E fique esperto. O terceiro vem aí!”

Theo mudou sua face completamente. Uma carta do assassino. Uma carta da pessoa que matou Ulisses Gurgel e Gustavo Andrade.

NO PRÓXIMO EPISÓDIO…

– Um passaporte na cena do crime;

– Digitais de suspeitos em locais suspeitos!

– E uma cena misteriosa do assassino…

 

 

 

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