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Histórias da Vida

Histórias da Vida – Capítulo 4

Capítulo 4

Continuação do capítulo anterior…

Cena 1.

Maria continua caminhando pela calçada e seus pensamentos são interrompidos quando um carro grande e preto para do seu lado. Dois homens grandes e fortes descem do carro e a segura e a joga pra dentro do carro. Tudo acontece tão rápido que Maria não teve nem tempo de ter alguma reação.

Dentro do carro.

Maria sentada no banco de trás do lado de um homem e musculoso e de um senhor. Agiota.

Maria: O que está acontecendo? Isso é um sequestro?

Agiota: Não seja ridícula. A situação é bem mais complicada que um sequestro.

Maria: Do que você está falando?

Agiota: Seu querido maridinho me deve uma grana. Uma grana alta por sinal. E o prazo pra quitar essa divida foi ontem à noite. Meus métodos são bem simples. Eu empresto a grana e a pessoa me paga. Caso aconteça de não me pagarem eu vou me vingando com alguns membros da família, até que o próprio devedor morra. Mas como o nosso querido e amado Heitor já morreu, que Deus o tenha em bom lugar, o que nos restou foi você minha doce Maria. Então você consiga esse dinheiro antes que eu comece a usar meus métodos, se eu tiver que matar eu vou começar pelo caçula. Estamos entendidos?

Maria e Agiota se encaram.

Maria: Calma. Não precisa fazer nada com meus filhos. Os deixe em paz. Eu vou conseguir seu dinheiro. Eu só preciso de um tempo.

Agiota: Não tem tempo. Já dei tempo demais pra Heitor e não vi dinheiro nenhum. Eu não vou dar tempo. Você tem até amanhã pra me conseguir esse dinheiro.

Maria: E quanto o Heitor estava te devendo?

Agiota: 250 mil.

Maria: O que? Você quer que eu arrume 250 mil de um dia para o outro?

Agiota: Seu filho não vale esse sacrifício?

Cena 2.

Casa de Maria.

Na mesa, Carla, Rafael, Nath, Diego e Junior tomam o café da manhã.

Rafael: Alguma noticia?

Carla: Ainda não. Nem a vovó, nem a mamãe ligaram pra dar noticias.

Nath: Eu tive um pesadelo essa noite foi terrível.

Carla: Foi só um sonho ruim, não se preocupa.

Junior: Eu quero a mamãe.

Glória entra na casa.

Glória: Maria. Maria.

Carla: Parece a voz da Vovó.

Carla levanta e vai até a sala.

Carla: O que aconteceu Vó. Eu fiquei esperando a senhora me ligar ontem.

Glória: Depois de tudo que aconteceu ontem eu não tava com cabeça de dar telefonemas.

Carla: O que aconteceu?

Glória: A Maria não falou com vocês ainda?

Carla: Falou o que? Ela e o papai não voltaram do hospital ainda.

Glória: Seu pai não volta.

Carla: Como assim meu pai não volta?

Glória: Ontem, no acidente de carro o meu Heitor morreu na explosão do carro. E tudo por culpa da sua mãe.

Rafael chega à sala.

Rafael: Meu pai o que? Fala que é mentira.

Carla: Que historia é essa Vó?

Glória: Foi isso que aconteceu.  Sua mãe foi egoísta bastante pra deixar meu filho morrer.

Carla: Minha mãe não é assim. Ela não iria fazer isso.

Glória: Fez. Ela fez sim. Eu vou velar meu filho hoje por culpa dela. Isso não é justo. Eu só espero que ela tenha a decência de não aparecer no cemitério depois de tudo que ela fez.

Glória sai da casa.

Rafael: O que a Vó falou é verdade?

Carla: Eu não sei Rafael. Eu espero que não.

Rafael abraça Carla e chora.

Cena 3.

Loja de Heitor.

Maria entra na loja desesperada.

Vendedora: A senhora está bem? Eu fiquei sabendo do acidente. Eu fiquei tão preocupada com vocês.

Maria: Obrigada pela preocupação. Mas eu preciso de um favor seu.

Vendedora: Claro fala.

Maria: O Seu Manuel que sempre vem aqui querendo comprar a loja. Ele é nosso cliente. Procura na ficha dele o telefone e fala que eu preciso conversar com ele, com muita urgência. Pra ele ir até a minha casa agora.

Vendedora: A senhora está muito nervosa. Quer um copo d’água?

Maria: Não. Eu quero que você faça o que eu te pedi.

Maria sai da loja.

Cena 4.

Casa de Maria.

Maria entra em casa e vê seus filhos na sala. Esperando por ela. Maria os olha sem saber o que falar. Com a dor de perder o marido e o nervosismo das ameaças sofridas pelo Agiota. Maria já estava completamente descontrolada emocionalmente.

Carla: É verdade mãe?

Maria tentava encontrar as palavras certas para aquela situação. Todos seus filhos já sabiam que o pai estava morto, mas tinha no fundo a esperança de que foi tudo um engano. Maria não conseguiu encontrar as palavras certas, nem mesmo as erradas. Ela desabou em um choro alto e barulhento. Tirando do fundo do seu peito toda a dor, raiva, arrependimento e sofrimento que ela estava guardando dentro de si, pra tentar ser forte diante da família.

Rafael: Meu pai.

Todos começam a chorar com a confirmação da morte do pai tão amado pelos filhos. Maria se aproxima de todos e tenta abraçar todos de uma vez.

Maria: Eu sei que nada que eu disser vai amenizar a dor de vocês. Mas eu sempre vou estar aqui com vocês. Dando amor, carinho, atenção. Vamos ter as melhores lembranças do Heitor. As felizes. Porque era assim que ele ia querer que nós tivéssemos dele.

Cena 5.

Casa de Camila e Lucas.

Lucas na mesa do café da manhã lê o jornal. Camila chega na cozinha.

Camila: Eu estou indo buscar o Guilherme na casa da minha mãe.

Lucas: Está bem.

Camila: Lucas, eu quero te pedir desculpa por ontem. Eu não devia ter mexido na sua roupa do jeito que eu fiz.

Lucas: Eu não quero falar disso, eu acho melhor nós esquecermos isso.

Camila: Como você quiser.

Camila caminha pra fora da cozinha e volta pra mesa, e senta do lado de Lucas.

Camila: Por favor, para de ler esse jornal e olha pra mim.

Lucas dobra o jornal e coloca em cima da mesa e olha pra Camila.

Camila: Eu nem dormir direito pensando no que você me disse ontem da sua mãe, eu pensei muito no que eu ia te dizer hoje. Eu sei que eu sou uma mulher extremamente ciumenta. Que às vezes eu não penso pra falar as coisas, ou pra fazer as coisas. Igual aconteceu ontem. Eu nunca fui à normalzinha. Desde quando nós namorávamos. E talvez casar tão rápido como foi nosso caso por causa de uma gravidez não tenha sido a melhor escolha ou a melhor opção que a gente tinha. Mas casamos. Você quis. Eu quis. E mesmo que eu tenha só feito besteira nesses últimos meses, eu tenho certeza que eu também te fiz feliz. Nem que seja só um pouquinho, mas eu fiz. E eu peço pra você, do fundo do meu coração. Eu te peço que você busque lá no fundo as memórias, os sentimentos desse tempo que a gente foi feliz e que você me permita tentar entrar de novo no seu coração. Eu te amo Lucas, eu quero tentar de novo ser feliz com você. Eu sei, eu vejo nos seus olhos que ainda tem alguma coisinha no seu coração por mim. E eu te peço que se não por mim, que seja pelo nosso filho. Que você nós deem outra chance.

Camila levanta à mesa e sai do apartamento.

Cena 6.

Portaria do prédio.

Camila caminha saindo do prédio. Lucas vai atrás dela.

Lucas: Camila. Espera.

Camila olha pra trás.

Camila: O que foi?

Lucas: Eu vou até a casa da sua mãe com você pra buscar nosso filho.

Camila: Obrigada.

Lucas: Vamos tentar por nós e pelo Guilherme.

Camila sorri. Os dois saem abraçados do prédio.

Cena 7.

Casa de Maria.

Na sala. Maria, Janet e Manuel conversam.

Manuel: Antes de qualquer coisa eu quero deixar minhas condolências pela morte do seu marido. Mas o que a senhora queria falar comigo?

Maria: Eu aceito.

Janet: O Heitor nem foi enterrado ainda e você já vai se casar de novo?

Maria: Não fala besteira Janet. Eu aceito a proposta da venda da loja. O senhor sempre quis comprar é sua chance.

Manuel: Mas por que quer me vender ela agora?

Maria: Seu Manuel, eu realmente não posso te falar meus motivos, mas eu preciso muito do dinheiro.

Manuel: E qual o seu valor?

Maria: Eu não tenho noção do quanto à loja vale. Eu não tenho tempo de contratar um contador pra olhar isso. Diga-me, qual o seu valor?

Manuel pega o papel e a caneta que estão em cima da mesa. E anota e mostra Maria.

Manuel: Esse é o valor que eu tenho posso te oferecer.

Maria: Só isso? Eu preciso de mais.

Janet: Sabemos que o senhor tem grana Manuel. Aumenta isso ai, põe mais um zero ai. Vamos ser generoso. Abre mão, munheca.

Maria: Janet, assim você não está ajudando.

Manuel anota no papel e mostra Maria.

Manuel: Esse é o valor mais alto que eu consigo pra te pagar a vista do jeito que você quer. É meu lance final.

Maria: O senhor não quer comprar essa casa também?

Manuel: Maria, eu entendo que você esta precisando muito de dinheiro. Mas eu tenho condições pra isso.

Maria: Eu entendo. Então fechamos negocio por esse valor. Quando o senhor pode me pagar?

Manuel: Eu vou até o banco, à noite eu passo aqui.

Maria: Obrigada.

Manuel e Maria apertam as mãos. Manuel sai.

Maria: Não é todo o valor que eu preciso. Mas agora já falta menos. Espero que aquele velho sinistro me dê mais um tempo pra conseguir o dinheiro.

Janet: Minha amiga, eu não tenho muito, mas te ajuda a interar seu dinheiro. Eu vou pegar no banco também.

Maria: Eu vou aceitar Janet, eu não quero que façam nada com meus filhos. Obrigado

Janet e Maria se abraçam.

Cena 8.

Casa de Helio.

Valéria entra no quarto e ouve o barulho do chuveiro ligado.

Valéria: O Helio está no banho. É minha chance de encontrar aquela carta que o Heitor deixou com ele. Não deve ser difícil de encontrar essa carta. O Helio nunca foi esperto.

Valéria procura dentro das gavetas da cômoda e não acha. Valéria olha debaixo do colchão, dentro do guarda roupa e não acha. Valéria olha para um caixa em cima do guarda roupa.

Valéria: Ele não seria tão obvio assim.

Valéria pega a caixa e a abre e vê algumas fotos dela com Helio. Outras de aniversário de Patty. E no meio das fotos a carta que Heitor deixou com Helio. Valéria pega a carta, senta na cama e a lê.

Valéria: Eu não acredito nisso.

Cena 9.

Casa de Maria.

No quarto de Maria.

Maria sai da suíte toda vestida de preto e vê Valeria no quarto.

Maria: Que susto. O que você está fazendo aqui?

Valéria: Eu vim falar co você. E a conversa não é nada agradável.

Maria: Eu não sei se você esta ciente, mas meu marido vai ser enterrado daqui a pouco e eu tenho que estar lá. Então eu não quero nenhuma conversa desagradável com você.

Valéria: Eu confesso que não queria ser a portadora dessa noticia tão ruim, ainda mais nessa situação em que você esta vivendo, mas eu acho melhor você parar um pouco e me ouvir. Eu sei que você esta atrasada para o velório do seu marido, mas talvez depois que você souber… Você nem vai querer ir nesse velório.

Maria: Do que você esta falando? É lógico que eu vou.

Valéria: O Heitor esteve lá em casa, e pediu para o Helio guardar essa carta, e se algo acontecesse com ele, era pra te entregar. Bom aconteceu, né? Eu vim te entregar.

Valéria entrega a carta à Maria.

Maria: Que carta é essa? O que tem aqui?

Valéria: Eu sei que é falta de educação, mas eu não resisti. Eu li. Basicamente está falando que o Junior não é só o filho adotivo de vocês. Que ele é o filho de um caso que ele teve fora do casamento e ele trouxe pra sua casa.

Maria: O que?

Valéria: Isso mesmo. O Heitor te traiu e ainda trouxe o filho da amante pra você cuidar.

2 comentários sobre “Histórias da Vida – Capítulo 4

  • Heitor é um desgraçado!
    Júnior é um bastardo.
    Lucas e Camila são lindos juntos. Estou gostando dessa trama.
    Valéria saiu melhor que a encomenda! É má mesmo.
    Glória não tem pena dos netos. Kkkk.
    Esperando os próximos capítulos!

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