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Histórias da Vida

Histórias da Vida – Capítulo 36 ( ÚLTIMA SEMANA)

Capítulo 36

Continuação do capítulo anterior…

Cena 1.

Casa de Maria.

Na sala, Maria arruma a bolsa pra sair e Junior entra em casa.

Maria: Minha Nossa Senhora, obrigada. Eu já estava aflita de não conseguir falar com você.

Maria abraça Junior e ele é frio com ela.

Maria: A Marcela quer tirar você mim. Por isso eu quero conversar com você. Quero te explicar tudo que você quiser saber pra não termos mais problemas.

Junior: Nem precisa gastar suas palavras comigo. Por que eu não acredito mais em você. Eu sei que ela quer minha guarda. E eu apoio ela. Eu to indo morar com a minha vó e assim que esse processo acabar eu vou morar com a Marcela.

Maria decepcionada: Que?

Junior: É isso mesmo. Acho que passou da hora de conhecer minha família de verdade. De passar um tempo com ela.

Maria: Sua família somos nós. Você não pode estar falando a verdade. Eu não consigo entender porque você está fazendo isso comigo.

Junior: A senhora mentiu pra mim sobre a minha família minha vida inteira e não entende porque isso está acontecendo? E você acha que eu to entendo tudo perfeitamente? Minha cabeça está uma confusão que você não faz ideia. Porque minha biológica que me fizeram acreditar que estava morta está viva e ela quer conviver comigo.

Maria: Isso não é verdade. Ela não quer conviver com você? Se ela quer, tem outro motivo atrás disso. Ela só pensa em dinheiro. Durante muito tempo ela me chantageou.

Junior: Para, para de mentir. Eu não acredito mais em você. Você que sempre disse que a verdade é melhor do que qualquer mentira mentiu pra mim a minha vida toda.

Maria: Pra você não sofrer…

Junior: Suas mentiras são justificáveis, as dos outros não. Pra mim já deu. Eu vou fazer as minhas malas.

Junior sobe a escada e vai pro quarto. Maria senta nó sofá e chora.

Cena 2.

Apartamento de Camila.

Nath aperta o dedo cortado com a outra mão, enquanto Camila a encara estranhando seu comportamento.

Camila: Calma. Eu só quero te ajudar. Talvez o corte foi fundo. Deixa-me ver.

Nath: Não. Não precisa. Foi só um cortezinho. Eu só preciso usar o seu banheiro.

Camila: Claro. Final do corredor.

Nath: Obrigada.

Nath sai da cozinha e volta.

Nath: Desculpe. Eu não devia ter me exaltado com o corte. Mas eu tenho pavor de sangue. Desculpe mesmo. Eu não quis ser grosseira.

Camila: Está tudo bem, querida. Vai lá cuidar desse corte.

Nath sai da cozinha e Camila fica pensativa, não acreditando muito na desculpa de Nath.

Cena 3.

Apartamento de Camila.

À mesa, Camila, Nath e Guilherme almoçam.

Nath: A senhora havia dito que não cozinhava bem, mas esse macarrão está maravilhoso.

Guilherme: Ela fala isso pra todo mundo que vem almoçar aqui. Mas ela manda muito bem na cozinha.

Camila: Não cozinho bem nada. Vocês que estão com muita fome.

Nath: Pra todo mundo? Quer dizer que você trás muitas garotas pra almoçar aqui com vocês?

Camila: Não. Você foi à primeira namorada que ele trouxa aqui em 7 anos. Ele só trouxe a primeira quando ele tinha 16. Como o tempo passa.

Guilherme: E o tempo só nos fez bem. Eu era horrível.

Nath: Não consigo te imaginar feio. Acho que é impossível.

Camila: Realmente Gui. Você é lindo. Lógico que nisso ele puxou mais a mim do que o pai.

Nath: A senhora realmente é linda.

Camila: Então vamos mudar esse “senhora” por você?

Nath: Desculpe. Você é linda.

Guilherme: Muito. Minha mãe é gatona. E arrasando corações.

Camila: Para. E o dedo Nath, está melhor?

Guilherme: O que aconteceu?

Nath: Eu me cortei ajudando sua mãe. Mas eu já coloquei um curativo e não aconteceu nada demais.

Guilherme: Que bom.

Cena 4.

Bar da Lapa.

Thiago passa pano sobre o balcão, Flávia nervosa entra no bar e vai até o balcão.

Thiago: Chegou cedo. Que milagre é esse?

Flávia: Eu não estou nem um pouco com paciência pra você.

Thiago: O que aconteceu? Que bicho te mordeu?

Flávia: O Diego terminou comigo. Ele acabou nosso namoro por sua culpa.

Thiago: Minha culpa? O que eu fiz?

Flávia: Eu não sei. Mas tenho certeza que você fez alguma coisa. Desde que o Diego veio aqui, você ficou de olho nele. Eu sei disso.

Thiago: Você está me culpando pelo termino do seu namoro pra não ter que aceitar que eu estava certo e que seu namorado é gay.

Flávia: Ele é sim. E você adorou saber. Já foi logo querendo por as garras nele.

Thiago: Eu não vou render isso com você, Flávia. Seu namorado é gay, seu namoro era falso. E disso eu não tenho culpa.

Flávia: Espero que homofóbicos te espanque. Espanque vocês dois.

Flávia sai do bar com raiva.

Thiago: Essa garota está fora de si.

Cena 5.

Igreja.

Diego entra na igreja. Olha ao redor e vê algumas senhoras rezando nos bancos da frente. Diego caminha até a fileira de bancos mais perto e ajoelha nela.

Diego: Eu não sei se eu estou fazendo isso certo. Faz tanto tempo que eu não entro na igreja. Acho que desde que eu comecei a me sentir hipócrita aqui dentro. Todos falando o quanto é errado ser com eu sou. Era como se todos tivesse olhando pra mim, apontando o dedo. Como se soubessem o que eu sentia, por mais que eu tentasse esconder de mim e dos outros tudo que eu sentia. Cada olhar diferente que eu via era com se eles gritassem para o mundo que eu era um erro, que eu era uma aberração como a Valéria dizia. Mas hoje, eu me sinto diferente. Acho que por causa da minha. Ela me fez sentir mais confiante, mas forte. Como ela sempre faz. Minha mãe me apoia sempre. Acho que isso é uma das dádivas maiores que o Senhor me deu na vida. Eu só queria dizer que eu peço perdão por todos os meus erros, todas as coisas que eu fiz que prejudicou alguém. E te agradeço por ter conseguido me aceitar. E eu sei que o Senhor é perfeito e não comete erros. Se eu sou assim, se eu nasci assim. Foi porque o Senhor quis. Obrigado.

Diego faz o sinal da cruz no corpo e sai da igreja.

Cena 6.

Cafeteria.

Sentados à mesa e tomando café com creme, Carla e Caio conversam.

Caio: As brigas entre os três eram diárias. Sempre que se encontravam tinha alguma coisa. Eu sempre tentando conter se ficar do lado de ninguém. Mas é impossível.

Carla: Eu imagino como deve ser difícil pra você essa situação. Ainda bem que vocês não se casaram porque é complicado casamento.

Caio: O seu deve ter sido pior não é. Pelo que eu vi aquele dia, seu marido não é a pessoa mais de se conviver.

Carla: Não é mesmo. Nunca foi na verdade. Quando namorávamos, ele sempre teve um comportamento mais explosivo, querendo ser autoritário. Mas eu conseguia contornar ele. Mulher tem esse poder. E sempre foi assim. Ele não é uma pessoa ruim. Ele é bom, é responsável. Nunca precisei trabalhar pra ajudar em casa. Mas ele é duro em questão de opinião. Se ele acha que 2 mais 2 são 5 e se você diz que não é, a confusão está armada.

Caio: Você deve ter sofrido muito nesse casamento. Sinto muito.

Carla: Sofri sim. Principalmente agora no final. Mas eu também fui muito feliz. Muito realizada. Ele me deu amor, me deu minha filha. Mas acabou. Eu quero seguir em frente. E pensar no melhor pra mim.

Caio: Você ainda o ama?

Carla: Sim. 15 anos de casada. Não tem como deixar de amar uma pessoa assim da noite para o dia.

Caio: Eu entendo. Mas nunca é tarde pra recomeçar a amar.

Carla: Ou reapreender a amar.

Carla e Caio brindam com os cafés.

Caio: A nossa péssima vida amorosa.

Carla: Aos amores confusos.

Cena 7./ Noite.

Casa de Maria.

No corredor dos quartos, Maria caminha pensativa. Ao passar pela porta do quarto de Rafael, ela escuta barulhos estranho e entra. Ao entrar Maria se depara com o quarto todo revirado e sem alguns dos eletrodomésticos. A TV, notebook, home theater e Rafael revirando as coisas procurando por algo.

Maria: O que está acontecendo aqui? Que bagunça é essa?

Rafael: Não enche mãe.

Maria: Cadê a TV? O computador?

Rafael: Eu tive que vender. Tava precisando de uma grana.

Maria: Grana? Você trabalha e teve que vender a TV e o computador pra pagar contas?

Rafael: Isso mesmo. Agora me deixa em paz.

Maria: Te deixa em paz nada. Olha o estado que esse quarto está. Olha o seu estado. Você tá se drogando, Rafael? Você está se drogando sim. Meu Deus do Céu.

Rafael: Que falação chata. Que inferno. Você pode sair do meu quarto?

Maria: Você me respeita que eu ainda sou sua mãe. Que você tá fazendo da sua vida? Você sabe que só tem um futuro pra isso e eu não quero ver meu filho morto.

Rafael: Que papo chato. Para. Cuida da sua vida. Dos seus outros filhos. Doo Junior. Você só tem olhos pra ele mesmo. Sempre foi assim.

Maria: Você sabe que isso não é verdade. Eu amo todos você iguais.

Rafael: Não me importo. Se você não vai sair do meu quarto, eu saio.

Rafael sai do quarto. Maria olha o quarto todo revirado e se senta na cama.

Maria: Meu Deus, eu te peço força pra aguentar essa turbulência na minha vida. Te peço forças por que vinda está desmoronando em cima da minha cabeça e eu não sei como agir.

Cena 8.

Bar da Lapa.

O bar cheio, Thiago serve uma mesa perto da porta, e vê Diego entrando.

Thiago: Ola, boa noite.

Diego: Tudo bem? A Flávia não veio? Eu precisava falar com ela. Mas ela não me atende. Eu pensei que poderia falar com ela aqui.

Thiago: Sinto muito. Mas ela não veio. Quer dizer veio mais cedo, me xingou e foi embora.

Diego: Te xingou porque? Vocês brigaram?

Thiago: Por sua causa. Pelo termino de vocês. Eu não tive nada a ver com isso, não é?

Diego: Claro que não. Eu só decidi aceitar as coisas como elas são.

Thiago caminha até o balcão e Diego vai atrás.

Thiago: Que bom. Fico com menos remorso agora. Ela falou como se eu fosse o culpado e eu estava começando a acreditar.

Diego: Eu queria conversar com você sobre isso. Não sei. Querer me entender melhor e talvez você possa me ajudar.

Thiago: Eu adoraria te ajudar, mas o bar está cheio e eu não posso parar agora.

Diego: Tudo bem, eu espero esvaziar.

Thiago: Ok. Você que sabe.

Thiago vai atender outra mesa.

Cena 9.

Apartamento de Camila.

Camila caminha do corredor do quarto até a sala e ouve Guilherme conversando com Nath no celular e fica ouvindo escondida. Guilherme deitado no sofá fala ao celular.

Guilherme: Eu fiquei realmente assustado quando você disse que cortou o dedo… Não, não é isso. Eu sei que você não ia contaminar mínguem aqui em casa, meu amor. Eu não estou falando disso. Eu fiquei assustado porque foi a primeira vez que aconteceu depois que o resultado do teste saiu… E você fez muito bem. Ninguém precisa saber que você é soropositiva, amor. Você está tomando seus remédios certinhos não esta?… Que bom. Eu vou desligar, porque eu tenho que ir jantar com meu pai. Te amo.

Guilherme desliga o celular e Camila chega à sala.

Camila: Ainda aqui? Achei que já tinha saído pra ir ver seu pai e a doutorazinha.

Guilherme: Não. Eu estava esperando você sair do banho pra te dar um beijo. Você vai sair também? Quem sabe com o Oto?

Camila: talvez, quem sabe.

Guilherme: Juízo, hein dona Camila.

Camila: Digo o mesmo. E não vai gostar mais da comida da Sandra do que da minha.

Guilherme: Pode deixar.

Guilherme beija o rosto de Camila e sai.

Cena 10.

Casa de Maria.

Nath abre o portão e vê Camila.

Nath: Camila? Que surpresa.

Camila: Eu preciso conversar com você.

Nath: Claro. Por favor, entre.

Camila: Eu preferia conversar em um ligar mais reservado.

Nath: Olha, minha casa é bem movimentada. Somos 7. Mas tem uma área aqui no jardim que é linda e tranquila. Se a senhora não se importar.

Camila: Pra mim está ótimo.

Nath e Camila caminha até uma mesinha com 4 cadeiras no jardim  e se sentam.

Nath: Eu te ofereci nada. Aceita uma água, um café…

Camila: Eu sei que você tem AIDS.

Nath a encara assustada.

Cena 11.

Restaurante.

Sentadas à mesa, Glória e Marcela conversam.

Marcela: Confesso que quando eu recebi o telefone da toda poderosa Glória me convidando pra um jantar eu achei que era um trote.

Glória: Ninguém usaria meu nome pra trote. E como vê eu estou aqui.

Marcela: Sim. E a senhora realmente é bem elegante. Como o Heitor falava. Mas me responde, com conseguiu meu numero?

Glória: O meu neto Junior está morando comigo. Eu peguei no celular dele. Mas ele não sabe sobre esse jantar. Eu então gostaria que você não comentasse com ele sobre esse jantar.

Marcela: Isso vai depender de como vai ser nosso jantar.

Glória: Você é ardilosa do que eu imaginava.

Marcela: Gosto de ser surpreendente sempre.

Glória: Eu vou ser bem direta com você. Eu sei. Você sabe. Todo mundo sabe que seu interesse no meu neto é puro interesse em dinheiro, mas isso só ele que não vê. Porque é uma criança que está com o emocional, o psicológico abalado. Ele acredita que não foi rejeitado, que você não queria apenas o dinheiro da minha família. Que você realmente quer estar com ele. Pra amar, cuidar. Mas nós sabemos que isso é mentira. Então sejamos praticas. Me fale seu valor. Pode falar um valor alto que dinheiro não é problema. Mas pense no valor bom. Porque depois eu quero que você desapareça da face da terra. Que eu nem ouça seu nome na boca dos outros. Então a porcaria do seu valor pra deixar meu neto em paz.

Glória e Marcela se encaram.

2 comentários sobre “Histórias da Vida – Capítulo 36 ( ÚLTIMA SEMANA)

  • Última semana? Oh não!
    Amando esses últimos capítulos.
    O que Camila vai fazer com Nath?
    Será que a Marcela vai aceitar a proposta da Toda Poderosa?
    E Maria vai sofrer uma barra nesses últimos capítulos.

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